sábado, 26 de maio de 2012

Pentecostes 26/05/2012 Ano B







Veni, Sancte Spiritus! – Vinde, Espírito Santo! “Sem a vossa força e favor clemente, nada há no homem que seja inocente”: são umas palavras da sequência de Pentecostes, composta por John Dunstable (1380-1453) e que foi provavelmente entoada na coroação do rei inglês Henry VI, em Paris, em 1431. Toda a Igreja clama: Vem, Espírito Santo! “Ó Deus (…) derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo, e realizai agora no coração dos fiéis as maravilhas que operastes no início da pregação do Evangelho” (oração coleta da Missa do dia de Pentecostes).
O Espírito Santo foi chamado alguma vez de “O Grande Desconhecido” (São Josemaria Escrivá, Caminho, 57). Isso me faz lembrar aquela passagem dos Atos dos Apóstolos na qual Paulo ao chegar a Éfeso, ao conversar com alguns discípulos lhes pergunta: “Recebestes o Espírito Santo, quando abraçastes a fé” Respondem eles da seguinte maneira: “Mas nem sequer ouvimos dizer que existe um Espírito Santo” (At 19,2). Dá a impressão muitas vezes que alguns cristãos nem sabem se existe um Espírito Santo. Quem é o Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade, é “o Senhor e Doador de Vida, que procede do Pai e do Filho, que com o Pai e o Filho recebe uma mesma adoração e glória e que falou pelos profetas”. O Espírito Santo é Deus, como o Pai é Deus e como o Filho é Deus. Ele é o Paráclito, o Consolador, enviado por Cristo para comunicar-nos a vida divina. É ele quem nos introduz no Mistério de Cristo, é ele quem nos dá a graça, as virtudes da fé e da esperança e da caridade, os dons e os frutos. Quem é o Espírito Santo É aquele que mora em você, o doce hóspede da sua alma, foi ele quem o fez templo de Deus, filho de Deus, membro da Igreja, quem lhe deu a salvação, a justificação e a vida eterna. “Desde o nascimento da Igreja, é ele quem dá a todos os povos, o conhecimento do verdadeiro Deus; e une, numa só fé, a diversidade das raças e línguas” (prefácio de Pentecostes).
Não podemos ignorar o Espírito Santo e seu poder. Quando o Espírito Santo vem habitar em nós vem com o Pai e com o Filho.
Santa Teresa conta que, ao considerar certa vez a presença das Três divinas Pessoas na sua alma, “estava espantada de ver tanta majestade em coisa tão baixa como é a minha alma”, e então o Senhor disse-lhe: “Não é baixa, minha filha, pois está feita à minha imagem” (Santa Teresa, Contas de consciência, 41, 2). Nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus. Quis Deus que essa semelhança fosse semelhança mesmo e nos fez participar de sua natureza divina. É pelo Espírito Santo que nós participamos da natureza divina. “Como não dar graças a Deus pelos prodígios que o Espírito não cessou de realizar nestes dois milênios de vida cristã? O evento de graça do Pentecostes tem, com efeito, continuado a produzir os seus maravilhosos frutos, suscitando em toda a parte ardor apostólico, desejo de contemplação, empenho em amar e servir com total dedicação a Deus e aos irmãos. Ainda hoje o Espírito alimenta na Igreja gestos pequenos e grandes de perdão e de profecia, dá vida a carismas e dons sempre novos, que atestam a Sua ação incessante no coração dos homens” (João Paulo II, Homilia do Domingo de Pentecostes de 1998).
Pentecostes já era uma festa celebrada pelos judeus cinquenta dias depois da Páscoa. No começo era uma festa na qual se dava graças a Deus pela colheita da cevada e do trigo, era uma festa agrícola. Já no século I, porém, tornou-se a festa que celebrava a aliança (o dom da lei e a constituição do Povo de Deus). Cinquenta dias depois da Páscoa, os discípulos de Cristo recebem o Espírito Santo, a lei na nova aliança no sangue de Jesus. Também o Espírito Santo constitui a nova comunidade do Povo de Deus, a Igreja.
Nela, todos devem estar unidos em Cristo e na força do Espírito Santo. As línguas de Pentecostes significam essa unidade do Povo de Deus. Pentecostes é, então, o reverso de Babel (cf. Gn 11,1-9); em Babel, a dispersão, aqui, a unidade. O Espírito Santo, que é o amor do Pai e do Filho, é também amor entre nós. Lembremo-nos que é sempre o amor que une os corações. O amor, por ser conhecido propriamente somente pelos que se amam, é sempre muito discreto. Daí a discrição do Espírito Santo: sua missão é levar a Palavra de Jesus, ajudar a Igreja para que anuncie destemidamente a Palavra da salvação, Jesus Cristo. Isso condiz com o Espírito Santo que é amor, já que o autêntico amor sempre pensa mais no outro que em si mesmo.
A Igreja precisa estar unida. Hoje terminamos a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos; findamos a semana, não a oração pela unidade dos cristãos. Todos nós, discípulos de Cristo, precisamos – é importante para nós e para a evangelização – viver bem unidos: uma só fé, os mesmos sacramentos, um só governo: o do Papa e o dos Bispos em comunhão com ele. A divisão é vergonhosa para nós. “Celebrai, pois, este dia como membros do único corpo de Cristo. E não o celebrareis em vão, se realmente sois aquilo que celebrais, isto é, se estais perfeitamente incorporados naquela Igreja que o Senhor enche do Espírito Santo e faz crescer progressivamente através do mundo inteiro. (…) Esta é a casa de Deus, edificada com pedras vivas. Nela o Eterno Pai gosta de morar; nela seus olhos jamais devem ser ofendidos pelo triste espetáculo da divisão entre seus filhos” (Dos Sermões de um Autor africano anônimo do séc.VI).
As línguas de fogo no dia de Pentecostes simbolizam a unidade da Igreja, ela falaria todas as línguas com a sua expansão; no entanto, essa que falaria todas as línguas encontra-se toda ali, unida. Essas línguas são de fogo. “O fogo simboliza a energia transformadora do Espírito Santo” (Cat. 696). Também ao Espírito Santo poderia aplicar-se o simbolismo da água, que significa “o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo” (Id.). Nós experimentamos a água e o fogo, ao mesmo tempo. Nascemos da água e do Espírito no nosso Batismo (cf. Jo 3,5), a partir daí o Espírito Santo começa uma ações muito especiais em nós que vai transformando-nos mais e mais. São Basílio fala-nos da importância de estar com o Espírito Santo, ou melhor, de que o Espírito Santo esteja em nós: “Por estarmos em comunhão com Ele, o Espírito Santo torna-nos espirituais, recoloca-nos no Paraíso, reconduz-nos ao Reino dos céus e à adoção filial, dá-nos a confiança de chamarmos Deus de Pai e de participarmos na graça de Cristo, de sermos chamados filhos da luz e de termos parte na vida eterna” (Liber de Sp. Sancto, 15,36, em Cat. 736).
Antes de Pentecostes, “Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). Peçamos nós também, em união com toda a Igreja e com Maria, Mãe de Igreja: Vinde, Espírito Santo!



Pe. Françoá Costa



terça-feira, 22 de maio de 2012

Santa Rita De Cássia 22/05/2012






Suportou durante 18 anos um marido brutal que lhe era infiel e a maltratava, até que conseguiu convertê-lo. Quando este foi assassinado e seus dois filhos juraram vingar-se dos matadores, pediu a Deus que tirasse a vida dos filhos antes que eles cometessem o feio pecado da vingança, e foi atendida.
Ingressou depois de viúva num convento agostiniano e ali recebeu na fronte, como privilégio, um dos espinhos da coroa de Nosso Senhor. Sua vida é repleta de milagres e episódios maravilhosos. É a padroeira das mulheres que sofrem com os maridos, e é também chamada "advogada das causas perdidas" e "Santa dos impossíveis".

Oração em Honra de Santa Rita

Ó Deus, que Vos dignastes comunicar a Santa Rita tanta graça, que Vos imitou no amor aos seus inimigos, trazendo no seu coração e na sua fronte os sinais da Vossa caridade e Paixão, nós Vos rogamos nos concedais, Por sua intercessão e méritos, amar os nossos inimigos e contemplar continuamente, com o espinho da compunção, as dores da Vossa paixão. Vós que viveis e reinais pelos séculos. Amém. Por hoje ser o Dia de Santa Rita de Cássia, e eu ter sido batizada em sua igreja ofereço a todos está oração pedindo proteção para todos os meus amigos.

Amém!





sábado, 19 de maio de 2012

Ascensão do Senhor 20/05/2012






Jesus foi ao encontro do Pai, depois de uma vida gasta ao serviço do "Reino"; deixou aos seus discípulos a missão de anunciar o "Reino" e de torná-lo uma proposta capaz de renovar e de transformar o mundo. Celebrar a ascensão de Jesus significa, antes de mais, tomar consciência da missão que foi confiada aos discípulos e sentir-se responsável pela presença do "Reino" na vida dos homens. Estou consciente de que a Igreja - a comunidade dos discípulos de Jesus, a que eu pertenço também - é hoje a presença libertadora e salvadora de Jesus no meio dos homens? Como é que eu procuro testemunhar o "Reino" na minha vida de todos os dias - em casa, no trabalho ou na escola, na paróquia, na comunidade religiosa?

 A missão que Jesus confiou aos discípulos é uma missão universal: as fronteiras, as raças, a diversidade de culturas não podem ser obstáculos para a presença da proposta libertadora de Jesus no mundo. Tenho consciência de que a missão que foi confiada aos discípulos é uma missão universal? Tenho consciência de que Jesus me envia a todos os homens - sem distinção de raças, de etnias, de diferenças religiosas, sociais ou econômicas - a anunciar-lhes a libertação, a salvação, a vida definitiva? Tenho consciência de que sou responsável pela vida, pela felicidade e pela liberdade de todos os meus irmãos - mesmo que eles habitem no outro lado do mundo?
 Tornar-se discípulo é, em primeiro lugar, aprender os ensinamentos de Jesus - a partir das suas palavras, dos seus gestos, da sua vida oferecida por amor. É claro que o mundo do século XXI apresenta, todos os dias, desafios novos; mas os discípulos, formados na escola de Jesus, são convidados a ler os desafios que hoje o mundo coloca, à luz dos ensinamentos de Jesus. Preocupo-me em conhecer bem os ensinamentos de Jesus e em aplicá-los à vida de todos os dias?
 No dia em que fui batizado, comprometi-me com Jesus e vinculei-me com a comunidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A minha vida tem sido coerente com esse compromisso?
 É um tremendo desafio testemunhar, hoje, no mundo os valores do "Reino" (esses valores que, muitas vezes, estão em contradição com aquilo que o mundo defende e que o mundo considera serem as prioridades da vida). Com frequência, os discípulos de Jesus são objeto da irrisão e do escárnio dos homens, porque insistem em testemunhar que a felicidade está no amor e no dom da vida; com frequência, os discípulos de Jesus são apresentados como vítimas de uma máquina de escravidão, que produz escravos, alienados, vítimas do obscurantismo, porque insistem em testemunhar que a vida plena está no perdão, no serviço, na entrega da vida. O confronto com o mundo gera muitas vezes, nos discípulos, desilusão, sofrimento, frustração nos momentos de decepção e de desilusão convém, no entanto, recordar as palavras de Jesus: "Eu estarei convosco até ao fim dos tempos". Esta certeza deve alimentar a coragem com que testemunhamos aquilo em que acreditamos.

Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos)


segunda-feira, 14 de maio de 2012

São Matias 14/05/2012




Não erramos em procurarmos São Matias entre os 72 discípulos de Jesus Cristo. Os Atos dos Apóstolos referem que São Matias foi eleito pelos Apóstolos, para substituir o traidor Judas Iscariotes, e esta eleição se fez nos dias depois da gloriosa Ascensão de Jesus Cristo e antes da vinda do Espírito Santo. Da vida anterior do Apóstolo, do lugar de sua origem, nada sabemos. O que lemos de sua atividade apostólica, da sua morte, não traz o cunho da certeza histórica. Os martirológicos gregos afirmam que Matias pregou o Evangelho na Judéia, em Jerusalém, depois da Etiópia, onde fundou um bispado e terminou a vida na cruz. Outras fontes históricas confirmam a comunicação do martirologio grego e acrescentam que Matias morreu em Sebastópolis, onde foi sepultado perto do templo do sol. Há outros historiadores que discordam radicalmente das fontes citadas, nada dizendo do martírio do Apóstolo, mas afirmam que Matias morreu em Jerusalém e lá foi sepultado. Há ainda uma terceira versão, segundo a qual Matias teria sido apedrejado pelos judeus e decapitado.

A história deixa-nos, portanto, por completo na ignorância relativamente ao tempo e ao lugar da morte ou Martírio de São Matias. A mãe de Constantino, o Grande, Santa Helena, trouxe as relíquias de São Matias para Roma. Uma parte destas relíquias é venerada na Igreja antiquíssima de São Matias em Tréves (Alemanha) e outra na Igreja Santa Maria Maggiore em Roma.

Reflexões:

É muito eficaz invocar São Matias nos momentos de sérias contendas, discussões acaloradas, ou agressões mútuas que possam culminar em séria discórdia ou tragédia. Nestes momentos, ele intercede mesmo, dissipando em segundos a ira e restabelecendo a paz.
São Clemente de Alexandria afirma que São Matias recomendava aos neófitos as práticas da mortificação: "Quem quer ser discípulo de Cristo, deve mortificar-se, castigar o corpo, levar a cruz e resistir aos apetites da carne...". São Matias pregava não a pessoas que viviam no convento, mas ao povo cristão essa lei, que a todos obriga. Nos dias atuais, milhões de desculpas existem e muitas versões mirabolantes tentam nos afastar da prática da mortificação. Há muitas pessoas que se sacrificam e mortificam-se com os fardos que o dia-a-dia impõe, mas passam a vida inteira em murmúrios e lamentações. Saibamos, portanto, aproveitar todas as nossas dores, desde as mais sutis até as provações mais pesadas, oferecendo-as como sacrifícios pessoais em honra a Santíssima Trindade, em desagravo dos pecados cometidos pela humanidade, pelas almas do Purgatório e por tantas outras intenções! Fazendo assim, caminhamos no mundo honrando e glorificando a Deus, bem como aliviando e libertando muitas almas do cárcere purgativo. Lembremo-nos, de oferecer todos os sacrifícios diários a cada manhã, certos que proporcionaremos ao Céu e ao Purgatório, muitas alegrias com as nossas amarguras presentes.



Fonte: Página Oriente

6º Domingo da Páscoa 13/052012










Apóstolo e Evangelista São João tem uma das mais profundas e completas definições de Deus: “Deus é amor” (1 Jo 4,7-10).

Abre nossos olhos para a presença de Deus, sob dois aspectos: o amor que se revela na doação de Cristo por nós e o amor que devemos praticar para com os filhos de Deus, sendo que o primeiro é modelo e fundamento do segundo. Se Deus é o amor, o amor deve estar presente na vida dos filhos de Deus.
Em Jo 15, 9-17 Jesus mostra aos discípulos o caminho a percorrer: Testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. Trata-se de um discurso de despedida, na última ceia. É o último discurso de Jesus, aos discípulos, antes de ser preso. São as últimas recomendações aos seus amigos, antes de partir.
Refere-se à relação de Jesus com os discípulos e à missão que os discípulos serão chamados a desempenhar no mundo. A relação do Pai com Jesus é modelo da relação de Jesus com os discípulos. O Pai amou Jesus e demonstrou-lhe sempre o seu amor; e Jesus correspondeu ao amor do Pai, cumprindo os seus mandamentos.
A certeza de que Deus nos ama é a raiz da alegria e do gozo cristão, mas ao mesmo tempo exige a nossa correspondência fiel, que deve traduzir-se num desejo fervoroso de cumprir a Vontade de Deus em tudo, isto é, os seus mandamentos, à imitação de Jesus Cristo que cumpriu a vontade do Pai (Jo 4,34).
Jesus insiste no mandamento novo (Jo 15, 12-15).
A amizade de Cristo com o cristão, que o Senhor manifesta de modo particular neste texto, foi posta em realce na pregação de São Josemaria Escrivá: “A vida do cristão que decide comportar-se de acordo com a grandeza de sua vocação converte-se num eco prolongado daquelas palavras do Senhor: já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que fez o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (Jo 15,15).Estar pronto a seguir docilmente a vontade divina abre horizontes insuspeitados (…) não há nada melhor que saber que somos por amor escravos de Deus, porque perdemos a situação de escravos para nos tornarmos amigos , filhos” (Amigos de Deus, nº 35).
Filhos de Deus! Filiação e amizade são duas realidades inseparáveis para aqueles que amam a Deus. A Ele ocorremos como filhos, num diálogo que há de encher toda a nossa vida; e como amigos (…). Do mesmo modo, a filiação divina leva a que a abundância de vida interior se traduza em atos de apostolado, tal como a amizade com Deus leva a pormo-nos ao serviço de todos: temos de utilizar esses dons de Deus como instrumentos para ajudar os homens a descobrirem Cristo” (Amigos de Deus nº 258).
O mandamento do amor é a raiz de toda vida cristã.
“Já não vos chamo servos, mas amigos…”
Amigo é muito mais de que um servo, um colaborador, é um confidente, com o qual existe uma comunhão de vida, de planos e ideais.
“Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi”.
Três idéias estão contidas nestas palavras do Senhor! Uma, que o chamamento aos Apóstolos e também a todo o cristão não provém de bons desejos, mas da escolha gratuita de Cristo. Não foram os Apóstolos que escolheram o Senhor como Mestre, segundo o costume judaico de escolher para si um rabino, mas foi Cristo quem os escolheu. A segunda ideia é que a missão dos Apóstolos e de todo o cristão consiste em seguir Cristo, buscar a santidade e contribuir para a propagação do Evangelho. O terceiro ensinamento refere-se à eficácia da súplica feita em nome de Cristo; por isso a Igreja costuma terminar as orações da Liturgia com a invocação “por Jesus Cristo Nosso Senhor”.
As três ideias assinaladas unem-se harmonicamente: a oração é necessária para que a vida cristã seja fecunda, pois é Deus quem dá o incremento ( 1 Cor 3,7); e a obrigação de buscar a santidade e exercer o apostolado deriva de que é o próprio Cristo quem nos chamou a realizar esta missão.
“Eu vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça”(Jo 15,16). Jesus nos convida a permanecermos no amor. Aqui reside a identidade dos discípulos de Jesus… O Amor é a base e o fundamento do cristão. O Amor fundado em Cristo dá aquela fecundidade apostólica, que Jesus espera dos seus discípulos. Só quem vive no amor pode levar ao mundo o fruto precioso do Amor.
Demos graças a Deus porque Deus nos amou primeiro e continua derramando o seu Espírito sobre nós para fazermos de nossa vida uma resposta de amor ao amor de Deus. Deus abençoe todas as Mães! Elas sabem viver e são um belo testemunho do Amor de Deus.


Mons. José Maria Pereira





sábado, 12 de maio de 2012

Maio, mês de Maria














Nossas mães passam. Falecem. Maria, a mãe das nossas mães, é a grande mãe que nunca morre. Passaram-se mais de vinte séculos e Maria está mais viva hoje do que quando cantou o magníficat e profetizou que todas as gerações a chamariam de bem-aventurada.
Maria vive e permanece, porque Deus quer que todas as gerações a sintam como sua mãe. Maria é a grande mãe que brilha de glória e de amor no horizonte do cristianismo; é guia e conforto para cada um de nós, é poderosa e misericordiosa mãe daqueles que a chamam.
Nós chegamos a Jesus por meio de Maria. Os pastores procuravam Jesus e o encontraram nos braços de Maria. Os sábios vieram de longe para procurar o Messias e o adoraram nos braços de Maria. E nós, onde vamos encontrar de novo e sempre a Jesus? Vamos encontrá-lo e adorá-lo nos braços e no coração de Maria.

ROMA, quinta-feira, 10 de maio de 2012 (ZENIT.org) - São Luis Orione





 

terça-feira, 8 de maio de 2012

São Vitor 08/05/2012











Nascimento No séc. III


Local nascimento Mauritânia (África)

Ordem Leigo mártir

Local vida África

Espiritualidade São Vítor era soldado africano, proveniente da Mauritânia, Pertencia à famosa Guarda Pretoriana. Recusou-se a sacrificar aos deuses pagãos e por isso sofreu vários tormentos, sendo por fim decapitado. Encontrava-se em Milão juntamente com Nabor e Félix quando foi preso e levado perante o tribunal. Declarando-se cristão, foi metido em uma prisão, onde passou seus dias sem comer e beber. Como ainda persistisse em se confessar cristão, foi flagelado e lançado outra vez na prisão. Ali foi torturado atrozmente com chumbo derretido derramado sobre as suas chagas. Mesmo assim conseguiu fugir, mas foi descoberto e decapitado (303). Seu corpo ficou sem ser sepultado durante uma semana, quando São Materno o encontrou viu-o intacto e vigiado por duas feras! Deu-lhe uma suntuosa sepultura. São Vítor é um dos santos mais populares de Milão. Ele é o patrono dos prisioneiros e dos exilados e um dos santos mais amados pelos milaneses.

Local morte Milão (Itália)

Morte No ano de 303

Fonte informação Um santo para cada dia

Oração Deus, nosso Pai, ouvi esta prece que a vós elevam todos os aflitos, prisioneiros e exilados: Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara de seu furor. Ele me guiou e me fez andar na treva e não na luz; só contra mim está ele volvendo e revolvendo sua mão todo o dia. Consumiu minha carne e minha pele, despedaçou os meus ossos. Edificou contra mim e envolveu minha cabeça de tormento. Fez-me habitar nas trevas como os que estão mortos para sempre. Cercou-me com um muro, não posso sair; tornou pesadas minhas cadeias. Por mais que eu grite por socorro ele abafa minha oração. Murou meus caminhos com pedras lavradas, obstruiu minhas veredas ... Os favores do Senhor não terminaram, suas compaixões não se esgotam; elas se renovam todas as manhãs, grande é a sua felicidade! (Lamentações 3,1ss.).

Devoção À fidelidade ao cristianismo

Padroeiro Da cidade de Milão, dos prisioneiros e exilados

Outros Santos do dia São Bonifácio IV (papa); Acácio, Domiciana (mártires); João Godão; Dionísio e Eládio (bispos); Wiro (patr); Venebaldo (abade); Odrão e Tarcídio (confes); Pedro de Tarantásia.

Fonte: Comunidade Senhor Jesus

Santa Flávia Domitila 07/05/2012





 

 

 

 

No dia 7 de maio, comemoramos Santa Flávia Domitila. Eusébio da Cesaréia, no seu livro "História Eclesiástica" conta-nos que no ano quinze do governo de Domiciano (95d.C.), Flávia Domitila , sobrinha por parte de irmã de Flávio Clemente, que era então, um dos cônsules de Roma, juntamente com numerosas pessoas, foi deportada para a ilha de Ponza, por ter confessado seu amor a Cristo. E o historiador romano Cássio Díon afirma, ainda, que o imperador Domiciano "tirou a vida, com muitos outros, de Flávio Clemente, não obstante ser ele seu primo", acusados de cristãos e por não quererem adorar os deuses pagãos de Roma.

Podemos ver que o Cristianismo, pelos fins do 1º século, já havia penetrado nas famílias aristocráticas do Império Romano.

Flávia Domitila , que recebera uma educação esmerada e cultivava as virtudes cristãs católicas, foi deportada para uma ilha, onde sofreu um longo martírio, como afirma São Jerônimo, ao se referir à Flávia, por ocasião de sua viagem ao Oriente, o passar na ilha para visitar os lugares onde viveu Santa Flávia Domitila

Na ilha, longe de seus parentes e amigos, com o pensamento sempre em Deus, entregava-se à oração e à penitência. Não se sabe o local nem o dia de sua morte, mas a tradição fala nos milagres que Deus realizou por seu intermédio. A santidade é uma benção divina que é conquistada, no dia a dia, na oração, na abnegação, na contemplação de Deus e sustentada pela força da graça divina. Deus nos chama à santidade.


 

Fonte: Internet

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Homilia no V Domingo de Páscoa B 04/05/2012





“A glória de meu Pai é que deis muito fruto”! (Jo.15,8)

1. E que fruto espera de nós o Senhor? Qual é o fruto que verdadeiramente permanece? Olhemos, atentamente, para a nossa vida: de tudo o que passa, o que é que fica? De tudo o que produzimos, que fruto é que nos sobra? O que é que permanece, depois de tudo aquilo que desaparece? Não permanece o dinheiro! Quem pôs nele a sua confiança, vê-o desaparecer, incontrolável, como uma bolha de água, por entre os dedos! Também os edifícios não permanecem, mesmo se construídos à prova de bala, preparados contra ventos e tempestades. Também eles desaparecerão e ruirão um dia! E os livros permanecem? Porventura, algum tempo. Depois de um certo tempo, mais ou menos longo, todas estas coisas desaparecem…
2. A única coisa que permanece eternamente é a alma humana, a pessoa humana criada, por Deus, para a eternidade. Por isso, o fruto que permanece é tudo quanto semeámos nas almas humanas: o amor, o conhecimento, o gesto capaz de tocar o coração, a palavra que abre a alma à alegria de viver. O que permanece não é, pois, produto do nosso trabalho. É o fruto do nosso amor! O amor é, portanto, e por fim, o verdadeiro fruto que permanece, é o fruto que Deus espera de nós! Não Lhe aproveita a “parreira” das palavras e da língua, mas a “uva” rara e doce, do amor, «em obras e em verdade»!
3. Este fruto do amor é comparável ao das uvas, com as quais se prepara o vinho! O vinho, como o amor, requer um lento processo de maturação! Para que as uvas possam amadurecer e tornar-se boas, é preciso o sol, mas também é necessária a chuva, é precisa a luz do dia, mas também a frescura da noite. Para que deem um vinho de qualidade, as uvas precisam de ser pisadas, e há depois que aguardar com paciência a sua fermentação. É preciso seguir com cuidadosa atenção, os processos de maturação. Características do vinho de qualidade, são, não só a suavidade, mas também a riqueza das tonalidades, o variegado aroma, que se desenvolveu nos processos da maturação e da fermentação!
4. Pergunto-vos: E, por acaso, não constitui tudo isto uma imagem da vida humana e, de modo muito particular, da maturação do amor, sobretudo na vida familiar e conjugal? Precisamos todos, do sol e da chuva, da serenidade e da dificuldade, das fases de purificação e de prova, mas também dos tempos de caminho feliz, prazeroso e radioso, em comum, para amadurecer e frutificar no amor! O bom vinho é sempre mais precioso, à medida que envelhece; o bom vinho é, pois, a imagem do amor que amadurece e frutifica: este é o verdadeiro fruto que permanece, aquele que Deus quer de nós!
5. Neste dia da Mãe, percebemos que o melhor fruto não resulta de nenhum “produto” de trabalho, mas de uma entrega de amor, paciente, noite e dia, amadurecida no ardor e no calor dos afetos e na frescura e na secura das lágrimas. O amor materno não é, pois, obra de uma profissão produtiva e rentável, mas fruto de uma entrega, que dá vigor aos ramos, que de si dependem. Maria, a Mãe de Jesus, que não comandou nenhuma empresa de sucesso, foi feliz e bendita, precisamente “pelo fruto do seu ventre: Jesus”! Talvez, por isso, eu imagine Nossa Senhora, entre as meninas da sua terra, dar a mesma resposta que uma criança de 4 anos deu há dias. Perguntava-se às crianças pequeninas “o que queriam ser quando fossem grandes”. A pequena Ana Leonor, depois de ouvir falar de coisas tão complicadas, respondeu simplesmente: «eu quando for grande, quero ser mãe”. Ora aqui está, porque é que a glória de uma Mãe, como a de Maria, é sempre o fruto do seu ventre!


Fonte: ABC da Catequese

sábado, 5 de maio de 2012

São Peregrino de Forli 05/05/2012










Conheça a história:


São Peregrino nasceu na agitada cidade de Forli, na Itália, isto em 1282. A fama do santo do dia, antes de sua conversão era chamado de furacão, pois idealista chamava a atenção de muitos.
A cidade de Forli recebeu da Mãe Igreja uma correção que supôs a presença de um missionário chamado Filipe de Benício, o qual era superior geral dos Servitas. Numa de suas pregações, teve que se retirar antes do momento, pois o revolucionário Peregrino não parava de gritar: “Fora o missionário do Papa!”
Com a humilde saída do missionário, Peregrino caiu em contrição e procurou-o para pedir perdão; deste momento em diante iniciou uma conversão radical. Peregrino, de furacão descontrolado, passou com a graça de Deus, a um furacão espiritual que chegou a entrar na Ordem dos Servitas e se destacar pela fidelidade na vivência da regra e do Evangelho de Cristo, desta forma, cresceu na santidade que o levou para o céu com 80 anos.
Vocação de São Peregrino
Alicerçando neste firme e santo propósito, certo dia, entrou na igreja de Santa Maria da Cruz.
Permaneceu longamente em oração diante da imagem da Virgem Maria, suplicando-lhe que se dignasse mostrar-lhe o caminho da salvação.
De repente, apareceu-lhe visivelmente a santa Virgem, ornada de vestes ricas e festivas, que assim lhe falou: “Meu filho, eu também desejo guiar os teus passos nos caminhos da salvação”.
Enquanto meditava em seu coração por qual motivo a Virgem Maria, tão ricamente vestida, lhe teria falado tão prontamente, Peregrino, simples como uma pomba, temeu estar sendo induzido ao erro pelo enganador e inimigo do gênero humano.
Vendo-o titubeante e assustado, a Virgem voltou a falar-lhe com mais ternura ainda: “Não tenhas medo, filho. Eu sou a mãe daquele que tu adoras na cruz, e por ele fui enviada para mostrar-te o caminho da felicidade eterna”. A essas palavras, Peregrino respondeu: “Eis-me aqui.
Estou pronto para obedecer às tuas ordens.
Acima de qualquer coisa, sempre desejei executar fielmente o que ordenares.
Ordena, pois, ó Rainha.
De minha parte, cumprirei de boa vontade a tua vontade”.
A gloriosa Senhora então lhe perguntou: “Conheces os religiosos chamados Servos de Maria?”
Peregrino respondeu: “Lembro-me de ter ouvido muitas pessoas falar deles, com elogios à sua Ordem e à sua santa vida; mas não sei onde moram”.
Ele assim falava porque não havia então em Forli nenhum convento dos Servos da Virgem Maria.
Disse-lhe então a Virgem: “Tu te chamas Peregrino.
Pois bem, serás peregrino de nome e de fato.
É preciso que vás à cidade de Sena.
Aí, chegando encontrarás estes santos homens em oração.
Insiste com eles para que te recebam em seu convívio”.
Peregrino ingressa na Ordem de Maria
Ouvindo isso, Peregrino pôs-se logo a caminho, acompanhado por um anjo, e chegou a Sena.
Foi ao convento e bateu à porta.
O frade porteiro, de venerando idade, abriu e perguntou: “A quem procuras?”
E logo acrescentou que nessa hora os frades estavam guardando o silêncio prescrito.
Enquanto o porteiro assim falava, Peregrino, vencido pelo cansaço, atirou-se aos pés do bom velhinho, suplicando que não lhe fechasse a porta, principalmente porque tinha alguns segredos para contar ao prior.
Ao ouvir isso, o porteiro o fez entrar e, terminado o tempo de silêncio, conduziu-o à presença do prior.
Este, depois de examiná-lo de alto a baixo, perguntou-lhe finalmente de que cidade era.
E Peregrino respondeu: “Sou de Forli”.
Depois, tendo-se inteirado do que se tratava e conhecido o propósito de Peregrino, o prior e seus confrades, que a esta altura se encontravam reunidos, convenceram-se facilmente que ele lhes fora enviado pela Virgem Maria.
Consideraram o fato como um milagre da Virgem, que costuma iluminar os seus devotos e, com grande solicitude, os tona participantes da sua bem-aventurança.
Por isso, estando todos de acordo, acolheram-no de bom grado e o vestiram com o santo hábito que recorda a viuvez da Virgem Maria.
Terminado o rito, uma auréola luminosa envolveu-lhe a cabeça, como prova de que ele haveria de guardar íntegras a castidade, a obediência e a pobreza, mantendo-se fiel até o fim ao compromisso que havia professado.
Aos trinta anos de idade, era para todos o exemplo de vida santa.
Exemplo de Penitência
Depois, por ordem do superior, voltou para Forli, sua cidade natal, para pôr fielmente em prática a lei do Senhor.
Domava de maneira extraordinária o corpo com vigílias, jejuns e cilícios.
Parece incrível, mas por trinta anos nunca foi visto sentar-se.
Comia sempre de pé e rezava ajoelhado.
Vencido às vezes pelo cansaço ou pelo sono, apoiava por algum tempo a cabeça numa pedra ou, se estivesse no coro, no banco.
Durante a noite, não se deitava: passava o tempo rezando hinos e salmos.
Meditava sem cessar a lei de Deus.Empenhava-se com todas as forças para imitar os exemplos de Cristo.
Todos os dias fazia o exame de consciência de suas ações, chorava as ofensas e os erros que acreditava ter cometido e contava-os ao confessor com lágrimas nos olhos.
Movido pelo desejo ardente de observar integralmente a lei divina, o santo homem de muitas coisas se recriminava.
 Vítima de uma chaga incurável
Deus, grande e misericordioso, que costuma pôr à prova os seus filhos para robustecer, pela provação, os que ardem de desejo pelo amor sobrenatural, mandou a Peregrino uma doença muito grave.
Um inchaço numa perna provocou-lhe a erupção de uma chaga infecciosa.
Todos que o visitavam por dever não conseguiam conter as lágrimas.
À chaga e ao inchaço da perna juntou-se a terrível doença conhecida pelo nome de câncer, que exalava um mau-cheiro insuportável para os que o assistiam e para ele próprio.
Por isso, passou a viver isolado dos confrades.
Era visto pelo povo com um novo Jó, tão graves eram as suas dores e sua debilidade física.
No entanto, apesar de encontrar-se nessa situação, não se queixava da sorte, mas suportava a enfermidade e o sofrimento com ânimo forte, confiante na palavra do Apóstolo que diz: “Quando sou fraco, então é que sou forte”.
Jesus Cruxificado cura Peregrino
O médico Paulo Salaghi, que lamentava profundamente a doença de Peregrino, fez-lhe uma consulta.
Examinou cuidadosamente a perna para avaliar a gravidade do mal.
Por fim, com o consentimento de todos, chegou à conclusão que de nada adiantavam os remédios e que, com o passar dos dias, a chaga se propagaria até contaminar toda a perna, se esta não fosse amputada.
Foi isso que se decidiu fazer, pois todos concordavam que era preferível sacrificar um membro a deixar perecer todo o corpo.
Na véspera do dia marcado para a operação, durante a noite, depois de refletir longamente sobre a decisão tomada, Peregrino resolveu apelar a Jesus Cristo, seu Salvador.
Com as forças que lhe restavam, arrastou-se sozinho até à sala capitular, onde havia uma imagem do Crucificado.
Aí chegando, pôs-se a rezar:
Oh! Redentor do gênero humano, para apagar os nossos pecados, aceitaste ser submetido ao suplício da cruz e a uma morte atroz.
Quando estavas neste mundo, no meio dos homens, curastes muitas pessoas de toda a sorte de doença.
Purificaste o leproso (Mt 8,2), devolveste a vista ao cego que suplicava: Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!.
Digna-te, pois, Senhor meu Deus, livrar a minha perna deste mal incurável.
Se não o fizeres, será preciso amputá-la.
Enquanto rezava, atormentado violentamente pela dor, acabou adormecendo.
No sono, viu Jesus descer da cruz e curar a perna, apagando qualquer vestígio da doença.
Ao acordar, deu-se conta que perna estava curada e tão robusta como se jamais tivesse estado doente.
Deu então graças ao Deus misericordioso por tão grande Dom e voltou para a sua cela.
Ao clarear o dia, chegou o médico com os instrumentos e as pomadas, necessárias para a operação.
Peregrino então lhe disse: “Ó tu que vieste operar-me, pode voltar para casa.
O médico que me curou totalmente assim me falou: “Sou que dou aos homens a saúde e a doença e as retiro deles.
Sou eu que cuido da alma e do corpo.
Devolvi a vista aos cegos, limpei os leprosos, curei os paralíticos e ressuscitei os mortos.
Nenhuma fadiga, nenhum opróbrio, nem sequer a morte mais atroz recusei pela vossa salvação”.
Aquele que assim me falou, ele mesmo, o Príncipe dos Médicos, curou-me totalmente”.
Ao ouvir essas palavras, o médico pensou que Peregrino estivesse delirando devido às fortes dores que sofria e disse: “Mostra-me a perna, para que eu possa livrar-te desta chaga que ameaça contagiar todo o teu corpo”.
Mas Peregrino respondeu: “Médico, cura a ti mesmo! Não preciso mais dos teus serviços.
O Príncipe dos Médicos e autor da salvação humana, com o seu poder, afastou de mim toda enfermidade”.
E, mostrando a perna, acrescentou: “Olha e vê que grande médico eu tive!” O doutor ficou sobremodo estupefacto ao ver a perna limpa e robusta, sem qualquer vestígio da chaga e do tumor maligno.
Voltou-se então para os presentes e exclamou: “É um milagre!”
Ao sair, pôs-se a contar a todos que encontrava no caminho o grande prodígio que Deus havia feito em favor do seu servo, e divulgou o fato por toda a cidade.
A notícia deste evento singular espalhou-se rapidamente por toda a parte, suscitando grande veneração de todos pelo amigo de Deus Peregrino.
Fortalecido mais ainda por esses fatos, com todas as forças, ele continuou firme no caminho do Senhor, anelando às alegrias eternas preparadas para todos os que observam os salutares preceitos divinos.
 Morte de Peregrino
Peregrino morreu com a idade de quase oitenta anos, vítima de febre alta.
Sua alma foi levada às honras do reino celeste pela Virgem Maria e pelos bem-aventurados Filipe de Florença e Francisco de Sena, ambos da mesma Ordem.
Após a morte, do seu corpo inanimado fluía um suavíssimo perfume, de tal sorte que os presentes sentiram-se sobremodo admirados diante dessa fragrância extraordinária.
Enquanto a morada corpórea de sua alma já triunfante, segundo costume, jazia deitada no caixão, exposto no coro da igreja, a notícia de sua morte chegou ao conhecimento de todos os habitantes da cidade, como se houvesse sido anunciada por mensageiros.
Todos queriam ver as santas relíquias expostas no coro da igreja.
De todas as partes e por todas as portas da cidade acorriam os habitantes do condado, atraídos pela fama do servo de Deus.
Naquela noite, devido à grande afluência de gente, não foi possível fechar as portas da cidade.
Ao bem-aventurado Peregrino não faltou a confirmação celeste de sua santidade por meio dos milagres.
Um cego recupera a vista
Enquanto o corpo do bem-aventurado Peregrino jazia exposto no coro da igreja, um pobre homem, mendigo e cego, aproximou-se timidamente do caixão e pôs-se a implorar do fundo do coração que lhe fosse devolvida a vista.
Oh! infinito poder e graça de Deus que se manifesta nos seus servos! De repente, diante da multidão estupefacta, o bem-aventurado Peregrino levantou-se do caixão onde jazia e traçou o sinal da cruz sobre o cego.
Logo caíram-lhe dos olhos umas escamas e o que fora cego começou a gritar exultante de alegria, mostrando a todos que estava enxergando.

Depois de agradecer muito a Deus e ao bem-aventurado Peregrino, foi embora feliz.
Um dentre os piores diabos ou talvez um legião deles se haviam apoderado de uma mulher da cidade.
Dominada pelo furor, ficava tão feroz que ninguém conseguia segurá-la, nem amarrando-a a um tronco, nem com correntes.
Era dotada de uma força sobre-humana tal que conseguia romper qualquer tipo de amarra e desvencilhar-se. Tendo-se espalhado pela região a fama dos milagres do santo, seus familiares arrastaram-na até o caixão do bem-aventurado Peregrino, exposto na igreja.
Ao tocar o caixão, o espírito maligno, com grande alarido, afastou-se dela.
Os que aí estavam viram sair da boca da mulher toda sorte de animais e ouviram estas palavras: “Tuas preces, Peregrino, me causam tormentos atrozes!”
A mulher, liberada totalmente do domínio do diabo, agradeceu muito a Deus e ao bem-aventurado Peregrino. Depois, alegre, voltou para casa com os seus.
Cura de um homem caído de uma árvore
Certo homem precipitou-se do alto de uma árvore muito alta e caiu estatelado no chão.
Na queda, ficou gravemente ferido, com as vísceras expostas, de tal sorte que já não havia nenhuma esperança de vida para ele.
Mas, por intercessão do bem-aventurado Peregrino, recuperou totalmente a saúde.
Sentindo-se curado, agradeceu com devoção.
 Conclusão
No ano de 1726 a Santa Sé aprovou três milagres operados pela intercessão de São Peregrino: a cura de um menino paralítico; a cura de uma religiosa e de um sacerdote, ambos vítimas de câncer.

No mesmo ano, o papa Bento XIII elevou Peregrino à glória dos altares, declarando-o santo.

Seu corpo, até hoje incorrupto, é venerado na basílica dos Servos de Maria, de Forli.



São Peregrino, rogai por nós!

Fonte: Internet

quinta-feira, 3 de maio de 2012

São Felipe e São Tiago Apóstolos 03/05/2012








São Felipe era natural de Betsaida, na Galiléia. Deus Nosso Senhor chamou-o aos apostolado no mesmo dia em que São Pedro e Santo André. Segundo Clemente de Alexandria, teria sido Felipe aquele Apóstolo que pediu ao Divino Mestre licença para sepultar o pai, e de Nosso Senhor recebeu a resposta: "Segue-me e deixa os mortos sepultarem os mortos". São Crisóstomo diz de São Felipe que fora casado e tivera algumas filhas. Obedecendo à voz do Divino Mestre,tornou-se Apóstolo. Tendo conhecido de perto a Jesus, convidou também Natanael a associar-se ao Messias. Três dias depois, acompanhou Nosso Senhor às bodas de Caná. Decorrido um ano, foi recebido entre os Apóstolos. Foi Felipe a quem, no dia da multiplicação dos pães, perguntou Jesus onde havia de arranjar comida para tanta gente. Certa ocasião, em que vieram alguns pagãos para ver Jesus, foram Felipe e André que os apresentaram ao Divino Mestre. Quando Jesus, no discurso da despedida, repetidas vezes se referiu ao nome do Eterno Pai, pediu-lhe Felipe que lhes mostrasse o Pai, e Jesus respondeu-lhe: "Felipe, quem vê a mim, vê ao Pai".

São estas as únicas referências que os Santos Livros fazem a São Felipe. Escritores competentes entendem, que algumas filhas de São Felipe se casaram e que o pai, depois de ter pregado na Judéia, se dirigiu à Cesaréia. Reza mais a história que Felipe foi crucificado em Hirápolis, lapidado e sepultado com duas filhas. A morte deste Apóstolo não deve ter caído antes do ano 80, porque foi neste ano, que seu discípulo, São Policarpo, se converteu à religião de Cristo.
As relíquias de São Felipe estão guardadas numa Igreja de Roma, que é consagrada a São Felipe e São Tiago. Um braço, que existia em Constantinopla, no ano de 1204, foi transportado para Florença.

 
São Tiago, cognominado o Menor, recebeu, devido à grande santidade, o título de Justo. São Paulo chama-o "irmão de Nosso Senhor", por causa do parentesco próximo com Jesus Cristo. Era filho de Alfeu e Maria. Era irmão do Apóstolo Judas Tadeu e de Simão, o Zelador. Chamado por Jesus, no segundo ano de sua vida pública, Tiago com o irmão Tadeu, foi incorporado ao Colégio dos Apóstolos. Bem poucas vezes encontramos o nome deste Apóstolo nas narrações evangélicas.

De quão alta estima gozava da parte de Nosso Senhor, prova é ter Jesus Cristo distinguido a São Tiago, com uma aparição particular depois da gloriosa Ressurreição. Antes de subir ao céu, Jesus Cristo deu ao Apóstolo o Dom da ciência, como recompensa de sua santidade.
Segundo são Jerônimo e Epifânio, Nosso Senhor, antes de subir ao céu, teria recomendado a São Tiago a Igreja de Jerusalém. Certamente por esse motivo os Apóstolos, antes da separação, deixaram São Tiago como primeiro Bispo de Jerusalém. Santo Epifânio elogia em São Tiago a grande pureza, vivendo extraordinariamente uma vida santa e austera.
A após a morte do governador Festo e o do Sumo Sacerdote Anás, os cristãos foram duramente perseguidos pelos judeus, tendo São Tiago sido martirizado pelo conselho após testemunhar a verdadeira fé. Tal aconteceu em 10 de abril do ano 62, quando tinha 96 anos. Suas últimas palavras foram: "Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem". O corpo foi sepultado no lugar do martírio e, após oito anos, Jerusalém foi destruída. Os Judeus reconheceram nisso o castigo de Deus, tendo o corpo em 572 sido transferido para Constantinopla, e hoje se encontra na Igreja "Dodeci Apostoli", em Roma.

Referencias bibliográficas:

*Na Luz Perpétua - pelo Padre João Batista Lehmann, V Ed. - I Vol. - Editora Lar Católico, 1959.

*Ofício Divino - Oração das Horas - Editora Vozes, Paulinas, Paulus e Ave-Maria, 1996, 2a. ed. típica


Página Oriente



terça-feira, 1 de maio de 2012

São José Operario 1º maio de 2012





O culto a São José começou provavelmente no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o papa Pio IX o proclamou "O Patrono da Igreja Universal" e, a partir de então, passou a ser cultuado no dia 19 de março.

Em 1955 Pio XII fixou o dia 1º de maio para "São José Operário, o trabalhador".
Apesar de ter grande importância dentro da Igreja Católica, o nome de São José não é muito citado dentro das fontes bibliográficas da Igreja, sendo apenas mencionado nos Evangelhos de S. Lucas e S. Mateus.
Descendente de Davi, São José era carpinteiro na Galiléia e comprometido com Maria. Segundo a tradição popular, a mão de Maria era aspirada por muitos pretendentes, porém, foi a José que ela foi concedida.
Quando Maria recebeu a anunciação do anjo Gabriel de que daria à luz ao Menino Jesus, José ficou bastante confuso porque apesar de não ter tomado parte na gravidez, confiava na fidelidade dela. Resolveu, então, terminar o noivado e deixá-la secretamente, sem comentar nada com ninguém. Porém, em um sonho, um anjo lhe apareceu e contou que o Menino era Filho de Deus e que ele deveria manter o casamento.
José esteve ao lado de Maria em todos os momentos, principalmente na hora do parto, que aconteceu em um estábulo, em Belém.
Quando Jesus tinha dois anos, José foi novamente avisado por um anjo que deveria fugir de Belém para o Egito, porque todas as crianças do sexo masculino estavam sendo exterminadas, por ordem de Herodes.
José, Maria e Jesus fugiram para o Egito e permaneceram lá até que um anjo avisasse da morte de Herodes.
Temendo um sucessor do tirano, José levou a familia para Nazaré, uma cidade da Galiléia.
Outro momento da vida de Cristo em que José aparece na condição de Seu guardião foi na celebração da Páscoa Judaica, em Jerusalém, quando Jesus tina 12 anos.
Em companhia de muitos de seus vizinhos, José e Maria voltavam para a Galiléia com a certeza de que Jesus estava no meio do grupo.
Ao chegar a noite e não terem notícias de seu filho, regressaram para Jerusalém em uma busca que durou 3 dias.
Para a surpresa do casal, Jesus foi encontrado no templo em meio aos doutores da lei mais eruditos, explicando coisas que o deixavam admirados.
Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte.
Acredita-se que José tenha morrido antes da crucificação de Cristo, quando este tinha 30 anos.

Fonte digital:

http://www.dci.org.br/santododia/

São José trabalhador

Leão XIII quis intervir, com palavras claras e corajosas, na condição dos operários, e ele manifestou sua solicitude pelos pobres (Cf. Quamquam pluries, 1889). Uma prova concreta desse amor é justamente a encíclica posterior, Rerum Novarum, que, segundo João Paulo II, é um “documento imortal”, “uma data de grande importância no presente período da história da Igreja e também do meu pontificado. [...] ; pode-se dizer que o destino histórico de Rerum Novarum foi ritmado por outros documentos, que atraíam a atenção sobre ela e ao mesmo tempo a atualizavam.” (João Paulo II, centesimus annus 1).
José, de origem real, trabalhava de suas mãos
Ora, o ponto de referência é o mistério da encarnação, que pões em relevo a dignidade do trabalho através daquele que o exerce, e no caso de são José, ele mesmo sobre o exemplo do Filho [...].
Leão XIII escreveu:
“José, de origem real, unido em matrimônio com a sublime e a mais santa das mulheres, e pai putativo do Filho de Deus, passa, entretanto, sua vida ao trabalho, e pela sua obra e sua arte, ele obtém o necessário para a subsistência dos seus O trabalho do operário, longe de ser desonrado, pode, ao contrário, quando a virtude aí está associada, ser altamente enobrecedor.” (Leão XIII, Quamquam pluries, 1889).
“Jesus, ele o Filho de Deus e Deus ele próprio, quis ser visto e considerado como filho de um artesão, e melhor, ele não se negou de passar uma grande parte da sua vida ao trabalho manual. ‘não é este o carpinteiro, o filho de Maria?’ (Mc 6,3). “ (Leão XIII, Rerum Novarum, 1891)
A encíclica Centesimus Annus, na data de 1º de maio 1991 são José Trabalhador
Entre as múltiplas celebrações do centenário de “Centesimus Annus” (1991), em todo o mundo, não seria fácil encontrar a lembrança da figura e da missão de são José. Ele não é, todavia, estranho, nem ao pensamento de Leão XIII nem ao de João Paulo II, que quis datar sua encíclica sobre o trabalho não do dia 15 de maio, como “rerum Novarum”, mas sim de 1º de maio, memória de são José trabalhador. E se compreende o porquê.