sexta-feira, 28 de outubro de 2011

São Judas Tadeu e São Simão



Celebramos na alegria da fé os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu. Os apóstolos foram colunas e fundamento da verdade do Reino. São Simão:Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa "zeloso". Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia. Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita. Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos. Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento. São Judas Tadeu: Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: "Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?" (Jo 14,22). Temos uma epístola de Judas "irmão de Tiago", que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: "Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente". Orígenes achava esta epístola "cheia de força e de graça do céu". Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia. Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu. Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas. São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

São Lucas Evangelista



O dia 18 de outubro foi escolhido como "dia dos médicos" por ser o dia consagrado pela Igreja a São Lucas. Como se sabe, Lucas foi um dos quatro evangelistas do Novo Testamento. Seu evangelho é o terceiro em ordem cronológica; os dois que o precederam foram escritos pelos apóstolos Mateus e Marcos. Lucas não conviveu pessoalmente com Jesus e por isso a sua narrativa é baseada em depoimentos de pessoas que testemunharam a vida e a morte de Jesus. Além do evangelho, é autor do "Ato dos Apóstolos", que complementa o evangelho. Segundo a tradição, São. Lucas era médico, além de pintor, músico e historiador, e teria estudado medicina em Antióquia. Possuindo maior cultura que os outros evangelistas, seu evangelho utiliza uma linguagem mais aprimorada que a dos outros evangelistas, o que revela seu perfeito domínio do idioma grego. São Lucas não era hebreu e sim gentio, como era chamado todo aquele que não professava a religião judaica. Não há dados precisos sobre a vida de S. Lucas. Segundo a tradição era natural de Antióquia, cidade situada em território hoje pertencente à Síria e que, na época, era um dos mais importantes centros da civilização helênica na Ásia Menor. Viveu no século I d.C., desconhecendo-se a data do seu nascimento, assim como de sua morte. Há incerteza, igualmente, sobre as circunstâncias de sua morte; segundo alguns teria sido martirizado, vítima da perseguição dos romanos ao cristianismo; segundo outros morreu de morte natural em idade avançada. Tampouco se sabe ao certo onde foi sepultado e onde repousam seus restos mortais. Na versão mais provável e aceita pela Igreja Católica, seus despojos encontram-se em Pádua, na Itália, onde há um jazigo com o seu nome, que é visitado pelos peregrinos. Não há provas documentais, porém há provas indiretas de sua condição de médico. A principal delas nos foi legada por São Paulo, na epístola aos colossenses, quando se refere a "Lucas, o amado médico" (4.14). Foi grande amigo de São Paulo e, juntos, difundiram os ensinamentos de Jesus entre os gentios. Outra prova indireta da sua condição de médico consiste na terminologia empregada por Lucas em seus escritos. Em certas passagens, utiliza palavras que indicam sua familiaridade com a linguagem médica de seu tempo. Este fato tem sido objeto de estudos críticos comparativos entre os textos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, e é apontado como relevante na comprovação de que Lucas era realmente médico. Dentre estes estudos, gostaríamos de citar o de Dircks, [4] que contém um glossário das palavras de interesse médico encontradas no Novo Testamento. A vida de São Lucas, como evangelista e como médico, foi tema de um romance histórico muito difundido, intitulado "Médico de homens e de almas", de autoria da escritora Taylor Caldwell. Embora se trate de uma obra de ficção, a mesma muito tem contribuído para a consagração da personalidade e da obra de São Lucas. A escolha de São Lucas como patrono dos médicos nos países que professam o cristianismo é bem antiga. Eurico Branco Ribeiro, renomado professor de cirurgia e fundador do Sanatório S. Lucas, em São Paulo, é autor de uma obra fundamental sobre São Lucas, em quatro volumes, totalizando 685 páginas, fruto de investigações pessoais e rica fonte de informações sobre o patrono dos médicos. Nesta obra, intitulada "Médico, pintor e santo", o autor refere que, já em 1463, Universidade de Pádua iniciava o ano letivo em 18 de outubro, em homenagem a São Lucas, proclamado patrono do "Colégio dos filósofos e dos médicos". A escolha de São. Lucas como patrono dos médicos e do dia 18 de outubro como "dia dos médicos", é comum a muitos países, dentre os quais Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Polônia, Inglaterra, Argentina, Canadá e Estados Unidos. No Brasil acha-se definitivamente consagrado o dia 18 de outubro como "dia dos médicos".

Santo Inácio de Antioquia




Sou trigo de Deus e serei moído pelos dentes das feras
Tenho escrito a todas as Igrejas e a todas elas faço saber que moro por Deus com alegria, desde
que vós não me impeçais. Suplico-vos: não demonstreis por mim uma benevolência inoportuna. Deixai-me ser alimento das feras; por elas pode-se alcançar a Deus. Sou trigo de Deus, serei triturado pelos dentes das feras para tornar-me o puro pão de Cristo. Rogai a Cristo por mim, para que por este meio me torne sacrifício para Deus.
Nem as delícias do mundo nem os reinos terrestres são vantagens para mim. Mais me aproveita morrer em Cristo Jesus do que imperar até os confins da terra. Procuro-o, a ele que morreu por nós; quero-o, a ele que por nossa causa ressuscitou. Meu nascimento está iminente. Perdoai-me, irmãos! Não me impeçais de viver, não desejeis que eu morra, eu, que tanto desejo ser de Deus. Não me entregueis ao mundo nem me fascineis com o que é material. Deixai-me contemplar a luz pura; quando lá chegar, serei homem. Concedei-me ser imitador da paixão de meu Deus. Se alguém o possui no coração, entenderá o que quero e terá compaixão de mim, sabendo quais os meus impedimentos. O príncipe deste mundo deseja arrebatar-me e corromper meu amor para com Deus. Nenhum de vós, aí presentes, o ajude! Ponde-vos de meu lado, ou melhor, do lado de Deus. Não podeis dizer o nome de Jesus Cristo, enquanto cobiçais o mundo. Que a inveja não more em vós! Mesmo que eu em pessoa vos rogue, não me acrediteis; crede antes no que vos escrevo, desejando morrer. Meu amor está crucificado, a matéria não me inflama, porque uma água viva e murmurante dentro de mim me diz em segredo: “Vem para o Pai”. Não sinto prazer com o alimento corruptível nem com os prazeres deste mundo. Quero o pão de Deus, a carne de Jesus Cristo, que nasceu da linhagem de Davi; e quero a bebida, o seu sangue, que é a caridade incorruptível. Não quero mais viver segundo os homens. Isto acontecerá se vós quiserdes. Rogo-vos que o queirais para alcançardes também vós a misericórdia. Com poucas palavras dirijo-me a vós; acreditai em mim! Jesus Cristo vos manifestará que digo a verdade; ele, a boca verdadeira pela qual o Pai verdadeiramente falou. Pedi vós por mim, para que o consiga. Não por motivoscarnais, mas segundo a vontade de Deus vos escrevi. Se for martirizado, vós me quisestes bem; se rejeitado, vós me odiastes.


Fonte Liturgia das Horas

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Santa Tereza de Jesus ou de Ávila





SANTA TERESA DE ÁVILA


Frei Patrício Sciadini, ocd

Quando os estudiosos querem colocar em evidência as grandes mulheres da história, mesmo não sendo católicos, não podem se esquecer de Teresa de Cepeda e Ahumada, mais tarde conhecida como Teresa de Ávila, que foi capaz, no século XVI, de ser fermento de uma nova vida não só na Igreja mas também na Espanha de seu tempo. De origem judia, carregava no sangue a valentia do povo judaico e a doçura temperada das intempéries da velha Castilha.
A vida de Teresa é uma aventura humano-divina, marcada profundamente pela formação e exemplos do pai, e pela influência recebida da mãe, que soube educar o caráter enérgico da filha para as coisas belas da terra e do céu. Nasceu no dia 28 de março de 1515, em Ávila, a cidade impenetrável por suas muralhas, que ainda hoje são símbolos vivos de seu passado. Na família aprendeu a amar as gestas heróicas dos santos mártires e sentiu-se animada a dar a vida por Cristo. Organizou uma fuga com seu irmão Rodrigo com o objetivo de partir para a terra dos mouros em busca do martírio. Uma aventura infantil, mas reveladora do que será mais tarde seu grande ideal: “Quero ver a Deus!” O seu ver a Deus será o motivo de toda uma vida de oração, contemplação e engajamento para restituir à Ordem do Carmelo seu esplendor, perdido pelas situações históricas e eclesiológicas do tempo.
Aos 20 anos foge de casa e entra no Carmelo da Encarnação. Lá se faz monja e fica numa vida medíocre, burguesa, de 1535 a 1562. Serão 27 anos de busca, de angústia, em que se sente chamada a uma vida de maior austeridade e a um estilo de vida que seja uma imitação do pequeno colégio apostólico. Sonha com uma comunidade onde seja possível viver o amor e a fraternidade numa dimensão de vida oferecida pela Igreja e pela missão evangelizadora. Teresa, mulher angustiada e buscadora da verdade, sabe colocar-se constantemente numa atitude de discipulado, escutando a Deus, aos mais sábios, à Igreja e aos “amigos fortes de Deus” que vai encontrando em seu caminho. Até chegar a tomar a decisão de sair da grande comunidade da Encarnação, onde havia mais ou menos 180 monjas, e viver no pequeno convento de São José de Ávila, numa comunidade de 13 monjas.
O ano de 1562 marca a nova etapa da vida de Santa Teresa. Ela procura encontrar no silêncio, na oração, no diálogo e na realidade da Igreja de seu tempo, dividida pelas heresias protestantes, um novo estilo de vida evangélica feita de simplicidade, oração e desejo de “fundar pela Espanha afora Carmelos femininos que sejam um sinal vivo da presença de Deus”. Lentamente, sua maneira de viver, de pensar se faz fermento pela Espanha e ela se torna um “ponto referencial” de união e de conflito na Igreja e na sociedade. Sabe, com arte e perspicácia, cercar-se de pessoas doutas e santas como João da Cruz, Pedro de Alcântara, Jerônimo Gracian, e grandes teólogos: Ibanez, São Francisco de Borja, entre outros.
Favorecida por Deus com graças especiais de mística sublime, Teresa de Ávila inaugura um novo método de oração baseado não na intelectualidade, mas na afetividade: “rezar é estar muitas vezes a sós com Aquele que sabemos nos ama”.Os mestres e os teólogos pedem-lhe que relate seu modo de rezar, de pensar e de experimentar a Deus. Aí vão nascendo as grandes obras teresianas: Vida, Castelo Interior, Caminho de Perfeição, Fundações, etc. O corpo doutrinal de Teresa hoje em dia não só é estudado pela Igreja católica, mas, como patrimônio da humanidade, é fonte de estudo para psicólogos, psicanalistas, teólogos, místicos e buscadores de Deus de todas as religiões. É preciso, para conhecer melhor Teresa de Ávila, aproximar-se dela e pedir que alguém... nos ajude.Aqui na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus , confiada aos carmelitas descalços, você encontrará pessoas qualificadas para introduzir-lhe no conhecimento teórico e experiencial de Santa Teresa de Ávila, a Doutora da Igreja, mestra de vida espiritual, amiga sincera de todos os que buscam a Deus.Sugestão de leitura: Santa Teresa de A a Z, de Fr. Patrício Sciadini. São Paulo: Loyola, 2004.“Pensais que Ele está calado? Mesmo que não O ouçamos, Ele nos fala ao coração quando de coração lhe pedimos.”Santa Teresa de Ávila

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Nossa Senhora Aparecida 12/10/2011




Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida
do Papa João Paulo II, 4 de julho de 1980

A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda

"Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada,

a Senhora Aparecida!"

Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico. Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe.
Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça.
Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1, 38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo "em seu coração e em seu seio" o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada a acrescentar à ação daquele que é o único Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora.
Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: "A função maternal de Maria, em relação os homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo: antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis com Cristo, antes o favorece".
Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da evangelização?" Assim, a "Estrela da Evangelização", como a chamou meu predecessor Paulo VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio do Cristo Redentor, de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus Cristo. De resto, esta comunhão dos homens uns com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade são chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.
Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos. A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2, 5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria:

ela é sempre a "Mãe de Deus e nossa".

domingo, 9 de outubro de 2011

Nossa Senhora de Nazaré 09/10/2011




No Pará a devoção à Virgem

Plácido, o precursor do culto teria encontrado a pequena imagem em madeira de Nossa Senhora de Nazaré às margem do Igarapé Murutucu, que corria pela atual travessa 14 de Março onde hoje ficam os fundos da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Imaginando que algum devoto da cidade de Vigia havia esquecido a imagem ali, levou-a para casa. No dia seguinte não a encontrou. Ela havia retornado ao igarapé. Nova tentativa, novo retorno da imagem ao nicho que havia escolhido. A imagem então teria sido levada para a capela do Palácio do Governo da Província, onde ficou guardada por escolta. De manhã, não havia nada na capela, a imagem havia retornado ao igarapé. Obedecendo os desejos da Virgem, à beira do igarapé foi construída uma ermida, que deu início à romaria e à devoção do povo paraense à Virgem de Nazaré. A primeira procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré saiu na tarde do dia 8 de setembro de 1793. Na noite anterior, a imagem da Santa havia sido transferida de sua ermida na Estrada do Utinga para o Palácio do Governo. Tempo mais tarde, a procissão passou a sair no segundo domingo do mes de outubro e, duzentos anos depois a procissão faz o mesmo percurso, de cerca de cinco quilômetros, saindo do Palácio do Governo, hoje Palácio Lauro Sodré, levando a Santa para o mesmo lugar onde havia a ermida e hoje ergue-se a imponente Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. A primeira procissão foi acompanhada por toda a tropa aquartelada na cidade, os cavalheiros montados em seus melhores cavalos, as damas carregadas em seges, o povo a pé em torno do carro que transportava a Santa. A imagem ia no colo do padre capelão e o próprio governador da Província, Dom Francisco de Souza Coutinho, acompanhava o cortejo trajado com uniforme de gala. Dom Francisco Coutinho, que havia organizado a homenagem à Santa, estruturou também aquela que iria ser a maior manifestação religiosa do Pará e uma das mais impressionantes demonstrações de fé religiosa dos católicos. Com o tempo a procissão sofreu algumas modificações, como a inclusão do Carro dos Milagres, que lembrava a salvação do fidalgo português Dom Fuas Roupinho, o barco que lembrava a salvação dos náufragos do brigue São João Batista, a corda que substituiu a junta de bois que puxava o carro da Santa, e o carro dos fogos, que com muito barulho precedia o cortejo religioso. Já neste século, o poeta maranhense Euclides Farias compôs o hino ” Vós Sois o Lírio Mimoso”, que se consagraria como o Hino do Círio, e hoje identifica a procissão sempre que é cantado.
O primeiro Círio mobilizou gente de toda a redondeza de Belém, principalmente em função da feira que o governador determinou que fosse instalada no terreno que circulava a ermida, para a venda de produtos regionais. Nos duzentos anos em que o Círio de Nazaré vem sendo realizado, é a cada ano maior o movimento de romeiros. Hoje calcula-se em mais de um milhão o número de pessoas que saem às ruas para celebrar a Virgem de Nazaré.
Este ano calcula-se que estiveram nesta belissima festa, dois milhões de fiéis.

Oração aos pés de Nossa Senhora




Dez minutos diante da imagem de Nossa Senhora








Meu, filho (a), se tu soubesses o bem que te quer a Providência, conduzindo-te à minha presença! Eu sou tua Mãe e possuo imensos tesouros, com ardentíssimo desejo de os repartir contigo .. Alegra-te pois, anima-te. Que tens? Não me pareces cheio daquela alegria que tanto me apraz? Que fronte não se serena ante mim? Ah! acorda o teu fervor, acende o teu zelo... Por que me queres mortificar, não te mostrando radiante de alegria a meus pés? Por mais graves que sejam as angústias de um pobre enfermo, ele se enche de alegrias assim que vê ao seu lado um médico que pode curá-lo.... .. Meu Filho, é o remédio de todos os males. No meio de uma borrasca os passageiros nada temem, quando têm um afoito piloto, que os tranqüiliza.... Por maiores que sejam os teus perigos , que temes tu, se eu navego na tua barquinha? Mas quero que me fales das tuas enfermidades, se queres que eu seja a tua saúde; quero que me mostres os teus perigos, se desejar que te livre deles. Tem confiança em mim, ó meu filho (a); o meu coração abre-se para aqueles que se lançam nos meus braços, como tu em criancinha fazias com tua mãe. Eu sou toda suavidade e doçura; chamo-me a Mãe do Perpétuo Socorro. Nunca ninguém se arrependeu de me ter comunicado os seus segredos, de me ter contada as suas desventuras, de me ter descoberto as suas chagas, de me ter revelado a sua pobreza. Lembraste de que, nas bodas de Cana, o meu Coração não pôde resistir aquela nuvem de confusão, que, pela falta de vinho, estava a cair sobre os dois esposos ... e queres que não me enterneça na presença de negócios de maior importância? Abre-me o teu coração o deixa-te cobrir de beneficios por quem te ama. Bem sei que vives num mundo que se tem tornado um covil de feras cruéis, que de noite e de dia armam ciladas... bem sei que as tuas paixões são vivas e ardentes, que muitas vezes te deixas iludir e cometes faltas de fidelidade ao meu Filho... mas eis-me aqui; estou pronta a ajudar-te, contanto que estejas pronto em receber os meus dons. Abre-me o teu coração.... De certo te atemorizas? Para que tanta indocilidade? Coragem! Ah! pobre coração! Quanto afetos o dilaceraram!... quanto pó o avilta!.... quantas sombras o obscurecem!... quantas chagas o cobrem!... Dá-mo... o meu Jesus deposita nas minhas mãos o seu Coração e tu hás de duvidar fazê-lo? Elege-me, querido filho (a), Rainha do teu coração, e o verás mudado numa fonte de felicidade para ti. Diz-me agora: como regulas o teu exterior? como velas sobre as tuas palavras? como guardas os teus ouvidos?... come te regulas em toda a tua pessoa?... Essa vergonha que sentes no interior é uma resposta eloquentíssima... Não desanimes, meu filho (a); se o teu interior estiver nas minhas mãos, o teu exterior se tornará santo e precioso. Prometes-me pôr mãos a obra? Que respondes? Ah! Não me dês uma negativa, que para mim seria muito amarga! Não queiras aviltar-te... Eu estarei sempre contigo....farei planos todos os teus caminhos , tornarei fácil o que é difícil. Coragem , meu bravo , levanta-te e caminha comigo pelas nobre sendas da virtude cristã. Filho (a) , volta muitas vezes a meus pés...enamora-te das minha lições , deixa-te guiar por mim , e nunca mais acontecerá que ponhas o pé em falso e que percas o reino dos céus.

Nossa Senhora do Rosário 07/10/2011



Esta festa foi instituída pelo Papa Pio V em 1571, quando celebrou-se a vitória dos cristãos na batalha naval de Lepanto. Nesta batalha os cristãos católicos, em meio a recitação do Rosário, resistiram aos ataques dos turcos otomanos vencendo-os em combate.A celebração de hoje convida-nos à meditação dos Mistérios de Cristo, os quais nos guiam à Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Filho de Deus.
A origem do Rosário é muito antiga, pois conta-se que os monges anacoretas usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Desta forma, nos conventos medievais, os irmãos leigos dispensados da recitação do Saltério (pela pouca familiaridade com o latim), completavam suas práticas de piedade com a recitação de Pai-Nossos e, para a contagem, o Doutor da Igreja São Beda, o Venerável (séc. VII-VIII), havia sugerido a adoção de vários grãos enfiados em um barbante.
Na história também encontramos Maria que apareceu a São Domingos e indicou-lhe o Rosário como potente arma para a conversão: "Quero que saiba que, a principal peça de combate, tem sido sempre o Saltério Angélico (Rosário) que é a pedra fundamental do Novo Testamento. Assim quero que alcances estas almas endurecidas e as conquiste para Deus, com a oração do meu Saltério".
Essa devoção, propagada principalmente pelos filhos de São Domingos, recebe da Igreja a melhor aprovação e foi enriquecida por muitas indulgências. Essa grinalda de 200 rosas - por isso Rosário - é rezado praticamente em todas as línguas, e o saudoso Papa João Paulo II e tantos outros Papas que o precederam recomendaram esta singela e poderosa oração, com a qual, por intercessão da Virgem Maria, alcançamos muitas graças de Jesus, como nos ensina a própria Virgem Santíssima em todas as suas aparições.


Fonte: Canção Nova

sábado, 1 de outubro de 2011

Santa Terezinha do menino Jesus



ORAÇÃO DAS "TERESINHAS" AO ESPÍRITO SANTO
Ó Divino Espírito Santo, chama ardente de amor, eu me consagro inteiramente a vós.
Quantas Teresas foram movidas pelo vosso sopro, a quantas Teresas atraístes ao caminho da perfeição do Evangelho!
Eu, também vossa Teresa, quero hoje bendizer-vos pela menor de todas, a Santa Doutora Teresa de Lisieux, cujo santo nome carrego, não como uma sina.
A exemplo da pequena Teresa, eu vejo meu nome escrito no céu e rendo graças ao Pai por fazer brilhar em minha face a Sua misericórdia.
Que este nome sempre ressoe em mim como um convite à alegria; que este nome bendito me atraia muitas bênçãos do céu , aumente a minha fé, minha capacidade de me lançar
nos braços da misericórdia do Pai, conduzida pelo divino ascensor, o amor de Jesus.
Concedei-me, doce hóspede de minha alma, o espírito de fortaleza, escudo no qual Teresinha se refugiou na hora da dor e da secura espiritual. Aumentai a minha fé para que eu trilhe o pequeno caminho sem olhar para trás. Abastecei-me de esperança, para que eu nunca perca a fé e a alegria de viver. Cumulai-me de amor, o amor que une o Pai e o Filho, o amor que sois vós, ó Espírito Santo de Deus, o mesmo amor pelo qual Santa Teresinha quis viver e morrer.
Abençoai-me, conduzi-me e libertai-me, por este nome que me foi dado no dia em que fui mergulhada nas águas vivificantes do batismo.
Amém.