segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

São Silvestre Papa 31/12/2012












São Silvestre Papa


Embora seu nome se confunda com a própria história da corrida de rua mais famosa do País, poucas pessoas sabem quem foi o santo, cuja festa acontece no último dia do ano. Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C, ano em que morreu, exatamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.
Em seu pontificado, São Silvestre estabeleceu novas bases doutrinais e disciplinares colocando a Igreja em um novo contexto social e político. Ocorreu o entrosamento entre o clero e o Estado. Com o Edito de Milão, o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, na época governado por Constantino Magno. Com essa aliança, os cristãos puderam professar abertamente sua crença e a Igreja saiu de um período de perseguição que já se arrastava por 300 anos.
Uma das grandes realizações do papa Silvestre foi o concílio ecumênico de Nicéia, em 325, que definiu a divindade de Cristo. O curioso é que a assembléia foi convocado pelo próprio Constantino, o que mostra sua influência nos assuntos eclesiásticos. Foram elaborados ainda os de Arles e Ancira. São Silvestre foi um dos primeiros santos não mártires cultuados pela Igreja. Ele é lembrado por promover a renovação do espírito e como protetor dos seguidores mais fiéis de Cristo.
Os feitos do santo do último dia do ano em defesa da fé não param por aí. Com a ajuda do imperador, São Silvestre construiu as basílicas de São Pedro sobre o túmulo do apóstolo, a Lateranense _ que se tornou a residência dos papas _ e a de São Paulo.
Existem apenas três paróquias dedicadas a São Silvestre no Brasil. A maior delas está localizada no distrito de São Silvestre, que faz parte de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP); as outras ficam em Viçosa (MG) e Maringá (PR).

Prece da esperança pela vida nova

Deus, nosso Pai, hoje é o último dia do ano. Nós vos agradecemos todas as graças que nos concedestes através dos vossos santos. E hoje pedimos a São Silvestre que interceda a vós por nós! Perdoai as nossas faltas, o nosso pecado e dai-nos a graça da contínua conversão.
Renovai as nossas esperanças, fortalecei a nossa fé, abri a nossa mente e os nossos corações, não nos deixeis acomodar em nossas posições conquistadas, mas, como povo peregrino, caminhemos sem cessar rumo aos Novos Céus e à Nova Terra a nós prometidos. Senhor, Deus nosso Pai, que o Vosso Espírito Santo, o Dom de Jesus Ressuscitado, nos mova e nos faça clamar hoje e sempre "Abba! Pai!"

Venha a nós o vosso Reino de paz e de justiça. Renovai a face da Terra, criai no homem um coração novo!


Fonte: internet

Feliz 2013...  Muita alegria, paz e muito amor. Q Jesus Cristo renasça em nossos Corações

domingo, 30 de dezembro de 2012

Domingo da Sagrada Familia Ano C 30/12/2012










Aprender as Lições de Nazaré

No Domingo após o Natal celebra-se a festa da Sagrada Família Jesus, Maria e José. Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família!
A Palavra de Deus em (Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17) lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da vontade de Deus.
São Paulo, em Cl 3, 12 – 21, enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja como modelo de todas as famílias cristãs: na casinha de Nazaré, Deus ocupa sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado.
Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus.
Cada lar cristão tem na Sagrada Família o seu exemplo mais cabal; nela, a família cristã pode descobrir o que deve fazer e como deve comportar-se, para a santificação e a plenitude humana de cada um dos seus membros. Diz o Papa Paulo VI: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os homens. Aqui se aprende até, talvez insensivelmente, a imitar essa vida”.
A família é a forma básica e mais simples da sociedade. É a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde de uma sociedade se mede pela saúde das famílias. Esta é a razão pela qual os ataques diretos à família (como divórcio, aborto, união de pessoas do mesmo sexo) são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados não tardam a manifestar-se.
O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença.
Hoje, de modo muito especial, pedimos à Sagrada Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre eles.

Maria, Rainha da Família, rogai por nós!

Mons. José Maria Pereira




sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Santos Inocentes Martires 28/12/2012












Ainda não falam e já proclamam Cristo

Nasceu um pequenino que é o grande Rei. Os magos chegam de longe e vêm adorar, ainda deitado no presépio, aquele que reina no céu e na terra. Ao anunciarem os magos o nascimento de um Rei, Herodes se perturba e, para não perder o seu reino, quer matar o recém-nascido. No entanto, se tivesse acreditado nele, poderia reinar com segurança nesta terra e para sempre na outra vida.
Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isso, tu te perturbas e te enfureces; e, para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros.
Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças porque o medo matou o teu coração; e julgas que, se conseguires teu propósito, poderás viver muito tempo, quando precisamente é a própria Vida que queres matar.
Aquele que é a fonte da graça, pequenino e grande ao mesmo tempo, reclinado num presépio, apavora o teu trono. Por meio de ti, e sem que saibas, realiza os seus desígnios e liberta as almas do cativeiro do demônio. Recebe como filhos adotivos os filhos dos que eram seus inimigos.
Essas crianças morrem pelo Cristo, sem saberem, enquanto seus pais choram os mártires que morrem. Cristo faz suas legítimas testemunhas aqueles que ainda não falam. Eis como reina aquele que veio para reinar. Eis como já começa a conceder a liberdade aquele que veio para libertar, e a dar a salvação aquele que veio para salvar.
Tu, porém, Herodes, ignorando tudo isto, te perturbas e te enfureces; e enquanto te enfureces contra o Menino, já lhe prestas homenagem, sem o saberes. Ó imenso dom da graça! Que méritos tinham aquelas crianças para obterem tal vitória? Ainda não falam e já proclamam o Cristo. Não podem ainda mover os membros para a luta e já ostentam a palma da vitória.

Oração

Ó Deus, hoje os santos Inocentes proclamam vossa glória, não por palavras, mas pela própria morte; dai-nos também testemunhar com a nossa vida o que os nossos lábios professam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém



Fonte: Liturgia das Horas; Dos Sermões de São Quodvultdeus, bispo














quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

São João Evangelista 27/12/2012











João, na última Ceia reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor.Quão feliz é este Apóstolo,
a quem foram revelados os mistérios celestiais!Bebeu da própria fonte do lado do Senhor
as torrentes do Evangelho.

A vida se manifestou em nossa carne

O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo 1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas mãos, a não ser porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).
A Palavra que se fez carne para ser tocada com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi então que a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o princípio. Vede como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que acabais de escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus (Jo 1,1).
Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos. Reparai no que vem em seguida: E a Vida manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da Vida.
E como se manifestou esta Vida? Ela existia desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se aos anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que diz a Escritura? O homem se nutriu do pão dos anjos (Sl 77,25).
Portanto, a Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver a Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.
E somos testemunhas, diz João, e vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo 1,2), isto é, que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi manifestada.
Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3). Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos. Eles viram o próprio Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e no-las anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.
Somos, por isso, menos felizes do que eles que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé comum.
E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas, diz João, para que a vossa alegria fique completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma comunhão, na mesma caridade, na mesma unidade.



Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo



Oração



Ó Deus, que pelo apóstolo São João nos revelastes os mistérios do vosso Filho, tornai-nos capazes de conhecer e amar o que ele nos ensinou de modo incomparável. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Santo Estevão Martir 26/12/2012









As armas da caridade


Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje
celebramos o martírio triunfal do seu soldado.
Ontem o nosso Rei, revestido de nossa carne e saindo da morada de um seio
virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado, deixando a tenda de seu
corpo, parte vitorioso para o céu.
O nosso Rei, o Altíssimo, veio por nós na humildade, mas não pôde vir de
mãos vazias. Trouxe para seus soldado  um grande dom, que não apenas os
enriqueceu imensamente, mas deu-lhes uma força invencível no combate:
trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus.
Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre:
enriquecendo do modo admirável a pobreza dos seus fiéis, ele conservou a
plenitude dos seus tesouros inesgotáveis.
Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estevão da
terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo logo refulgiu no
soldado.
Estêvão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a
caridade e com ela vencia em toda parte. Por amor a Deus não recuou
perante a hostilidade dos judeus, por amor ao próximo intercedeu por
aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no
erro para que se emendassem, por caridade orava pelos que o apedrejavam
para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade, venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter
como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra. Sua
santa e incansável caridade queria conquistar pela oração, a quem não
pudera converter pelas admoestações.
E agora Paulo se alegra com Estêvão, com Estêvão frui da glória de Cristo,
com Estêvão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estêvão chegou primeiro,
martirizado pelas pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas
orações de Estevão.
É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais
da morte de Estêvão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque
em ambos triunfa a caridade. Em Estêvão, a caridade venceu a crueldade
dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a
caridade mereceu a posse do reino dos céus.
A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o
caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem
temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo.
Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela
qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade
verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi
sempre mais no caminho da perfeição.

Fonte: Liturgia das Horas,
Dos sermões de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

Oração



Ensinai-nos, ó Deus, a imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos, pois
festejamos Santo Estêvão, nosso primeiro mártir, que soube rezar por seus perseguidores.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.







domingo, 23 de dezembro de 2012

A visitação da Virgem Maria 23/12/2012












O Anjo anunciara à Virgem Maria coisas misteriosas. Para fortalecer sua fé com um exemplo, anunciou-lhe a maternidade de uma mulher idosa e estéril, como prova de que é possível a Deus tudo que ele quer.
Logo ao ouvir a notícia, Maria dirigiu-se às montanhas, não por falta de fé na profecia ou falta de confiança na mensagem, nem por duvidar do exemplo dado, mas guiada pela felicidade de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior de sua alegria. Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Manifestam-se imediatamente os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, pois quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança exultou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1,41). Notai como cada palavra está escolhida com perfeita precisão e propriedade: Isabel foi a primeira a ouvir a voz, mas João foi o primeiro a pressentir a graça; aquela ouviu segundo a ordem da natureza, este exultou em virtude do mistério. Ela percebeu a chegada de Maria, ele, a do Senhor; a mulher ouviu a voz da mulher, o menino sentiu a presença do Filho; elas proclamam a graça de Deus, eles realizam-na interiormente, iniciando no seio de suas mães o mistério de misericórdia; e, por um duplo milagre, as mães profetizam sob a inspiração de seus filhos. A criança exultou, a mãe ficou cheia do Espírito Santo. A mãe não se antecipou ao filho; mas estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o espírito de Maria também exultou. A alegria de João se comunica a Isabel; quanto a Maria, porém, não nos é dito que recebesse então o Espírito, mas que seu espírito exultou. – Aquele que é incompreensível agia em sua mãe de modo incompreensível – Isabel recebe o Espírito Santo depois de conceber; Maria recebeu antes. Por isso, Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (cf. Lc 1,45). Felizes sois também vós, que ouvistes e acreditastes, pois toda alma que possui a fé concebe e dá à luz a Palavra de Deus e conhece suas obras. Esteja em cada um de vós a alma de Maria para engrandecer o Senhor: em cada um esteja o espírito de Maria para exultar em Deus. Embora segundo a natureza haja uma só Mãe do Cristo, segundo a fé o Cristo é o fruto de todos; pois toda alma recebe o Verbo de Deus desde que, sem mancha e libertada do pecado, guarda a castidade com inteira pureza.
Toda alma que alcança esta perfeição, engrandece o Senhor como a alma de Maria o engrandeceu e seu espírito exultou em Deus, seu Salvador.
Na verdade, o Senhor é engrandecido, como lemos noutro lugar: Comigo engrandecei ao Senhor Deus (Sl 33,4). Não que a palavra humana possa acrescentar algo ao Senhor, mas porque ele é engrandecido em nós: a imagem de Deus é o Cristo e assim, quando alguém age com piedade e justiça, engrandece essa imagem de Deus, a cuja semelhança foi criado; e, engrandecendo-a, participa cada vez mais da grandeza divina.

Santo Ambrósio, Bispo

sábado, 22 de dezembro de 2012

Beda Venerável, presbítero, explica assim o Magnificat: 22/12/2012











O Natal está Perto, vem Senhor Jesus

Maria glorifica o Senhor que n’Ela atua. “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. Com estas palavras Maria reconhecem, em primeiro lugar, os dons singulares que Lhe foram concedidos e enumera depois os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano. Glorifica o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e serviço de Deus e, pela observância dos mandamentos, mostra que está a pensar sempre no poder da majestade divina.
Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas em meditar no seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem, contudo a sua ressonância mais perfeita ao serem proferidas pela Bem-Aventurada Mãe de Deus, que, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja concepção corporal no seu seio era a causa da sua alegria. Com razão pôde Ela exultar, mais que todos os outros santos, em Jesus, seu Salvador, porque sabia que o eterno Autor da salvação havia de nascer da sua carne com nascimento temporal, e, sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.
“Porque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso, e santo é o seu nome”. Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d”Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes”.
Logo acrescentou: “E santo é o seu nome”, para fazer notar aos que a ouviam e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer as suas palavras, que, pela fé em Deus e pela invocação do seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação. Segundo a palavra do Profeta: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. É precisamente o nome a que Maria se refere ao dizer: “E o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Por isso se introduziu na Liturgia da Santa Igreja o costume, belo e salutar, de cantarem todos estes hinos de Maria, na salmodia vespertina, para que o espírito dos fiéis, ao recordarem assiduamente o mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirmem na verdadeira santidade.
E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora de Vésperas, para que a nossa mente, fatigada e distraída ao longo do dia com pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo de descanso.



O Magnificat explicado por São Beda, o Venerável







sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O mundo inteiro espera a resposta de Maria 21/12/2012










O mundo inteiro espera a resposta de Maria


Ouviste ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.
Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.
Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado aos teus pés.
E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.
Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.
Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.
Abre ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! Se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (cf. Lc 1,38).

São Bernardo, abade e doutor da Igreja, séc. XII.

(Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 [1966], 53-54).

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nossa Senhora Grávida ou Nossa Senhora do Ó 16/12/2012














Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro.
Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.
Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. (in: SILVA, Pe. Martinho da. Flores de Maria)

A EXPECTAÇÃO DO PARTO DE NOSSA SENHORA

É uma festa católica de origem claramente espanhola, a festa é conhecida na liturgia com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo com o título de "Nossa Senhora do Ó".
Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido.
Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.
A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para Corredentora da humanidade.
Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

Origem do nome Nossa Senhora do Ó

O nome teria surgido do sete vezes repetido nas evocações das antífonas do Breviário Romano.
Desde o século XVII, há referência ao nome de Nossa Senhora do Ó como sendo a padroeira da capela construída por Manuel Preto.
Monsenhor Paulo Florêncio de Camargo justifica a mudança do nome de Nossa Senhora da Esperança, em virtude das celebrações pré-natalinas que se faziam. Na novena dedicada a Nossa Senhora da Esperança recitava-se as antífonas do Breviário Romano que eram as seguintes:

"Ó Sabedoria, que saíste da boca do Altíssimo Atingindo de uma à outra extremidade,
E dispondo, todas as coisas forte e suavemente,
vinde para nos ensinar o caminho da prudência.

Ó, Adonai, senhor e condutor da casa de Israel
que apareceste a Moisés nas chamas da sarça ardente,
E lhe deste, sobre o Monte Sinai, a Lei Eterna;
vinde para nos resgatar pela potência de vosso braço.

Ó Raiz de Jessé que sois como o estandarte dos povos,
Diante do qual os reis fecharão a boca,
Não tardeis mais um momento.

Ó Chave de Davi, centro da casa de Israel,
Que abris e ninguém pode fechar,
Fechais e ninguém pode abrir,
Vinde e tira da prisão o cativo
Que está sentado nas trevas e nas sombras da morte.

Ó Sol Nascente, esplendor da luz eterna e sol da justiça:
vinde e iluminai aqueles que se sentam nas trevas da morte.

Ó Rei das gentes, e objeto de seus desejos,
Pedra angular, que reunis em vós os dois povos
Vinde e salvai o homem que formaste do limo da terra

Ó Emanuel, Rei e Legislador nosso esperado
Das nações e seu Salvador vinde,
Salvai-nos senhor nosso Deus,
Que os céus chovam das alturas
E as nuvens nos tragam o Salvador.


Fonte Internet

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Santa Luzia 13/12/2012









Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz.
Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.
Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.
Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.
Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.
Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.
Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

Fonte Internet

Nossa Senhora de Guadalupe 12/12/2012









A voz da rola se escuta em nossa terra

Num sábado de mil e quinhentos e trinta e um, perto do mês de dezembro,
um índio de nome Juan Diego, mal raiava a madrugada, ia do seu povoado a
Tlatelolco, para participar do culto divino e escutar os mandamentos de Deus.
Já amanhecia, quando chegou ao cerrito chamado Tepeyac e escutou que do
alto o chamavam:
Juanito! Juan Dieguito!
Subiu até o cimo e viu uma senhora de sobre-humana grandeza, cujo vestido
brilhava como o sol, e que, com voz muito branda e suave, lhe disse:
 Juanito, menor dos meus filhos, fica sabendo que sou Maria sempre Virgem,
Mãe do verdadeiro Deus, por quem vivemos. Desejo muito que se erga aqui
um templo para mim, onde mostrarei e prodigalizarei todo o meu amor,
compaixão, auxílio e proteção a todos os moradores desta terra e também
a outros devotos que me invoquem confiantes. Vai ao Bispo do México e
manifesta-lhe o que tanto desejo. Vai e põe nisto todo o teu empenho.
Chegando Juan Diego à presença do Bispo Dom Frei Juan de Zumárraga,
frade de São Francisco, este pareceu não dar crédito e respondeu:
Vem outro dia, e te ouvirei com mais calma.
Juan Diego voltou ao cimo do cerro, onde a Senhora do céu o esperava,
e lhe disse:
Senhora, menorzinha de minhas filhas, minha menina, expus a tua mensagem
ao Bispo, mas parece que não acreditou. Assim, rogo-te que encarregues alguém
mais importante de levar tua mensagem com mais crédito, porque não passo de
um joão-ninguém.
Ela respondeu-lhe:
Menor dos meus filhos, rogo-te encarecidamente que tornes a procurar o Bispo
Amanhã dizendo-lhe que eu própria, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, é que
te envio.
Porém no dia seguinte, domingo, o Bispo de novo não lhe deu crédito e disse ser
Indispensável algum sinal para poder-se acreditar que era Nossa Senhora mesma
que o enviara. E o despediu sem mais aquela.
Segunda-feira, Juan Diego não voltou. Seu tio Juan Bernardino adoecera
gravemente e à noite pediu-lhe que fosse a Tlatelolco de madrugada, para
chamar um sacerdote que o ouvisse em confissão.
Juan Diego saiu na terça-feira, contornando o cerro e passando pelo outro lado,
em direção ao Oriente, para chegar logo à Cidade do México, a fim de que
Nossa Senhora não o detivesse. Porém ela veio a seu encontro e lhe disse:
Ouve e entende bem uma coisa, tu que és o menorzinho dos meus filhos:
o que agora te assusta e aflige não é nada. Não se perturbe o teu coração nem
te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha
sombra? Não estás porventura sob a minha proteção? Não te aflija a doença
do teu tio. Fica sabendo que ele já sarou. Sobe agora, meu filho, ao cimo do
cerro, onde acharás um punhado de flores que deves colher e trazer-mo.
Quando Juan Diego chegou ao cimo, ficou assombrado com a quantidade de
belas rosas de Castela que ali haviam brotado em pleno inverno; envolvendo-as
em sua manta, levou-as para Nossa Senhora. Ela lhe disse:
Meu filho, eis a prova, o sinal que apresentarás ao Bispo, para que nele veja
a minha vontade. Tu é o meu embaixador, digno de toda a confiança.
Juan Diego pôs-se a caminho, agora contente e confiante em sair-se bem de
sua missão. Ao chegar à presença do Bispo, lhe disse:
Senhor, fiz o que me ordenaste. Nossa senhora consentiu em atender o teu
pedido. Despachou-me ao cimo do cerro, para colher ali várias rosas de Castela,
trazê-las a ti, entregando-as pessoalmente. Assim o faço, para que reconheças
o sinal que pediste e assim cumpras a sua vontade. Ei-las aqui: recebe-as.
Desdobrou em seguida a sua branca manta. À medida em que as várias rosas
de Castela espalhavam-se pelo chão desenhava-se no pano e aparecia de repente
a preciosa imagem de Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, como até hoje se
conserva no seu templo de Tepeyac.
A cidade inteira, em tumulto, vinha ver e admirar a sua santa imagem e
dirigir-lhe suas preces. Obedecendo à ordem que a própria Nossa Senhora dera
ao tio Juan Bernardino, quando devolveu-lhe a saúde, ficou sendo chamada como
ela queria: "Santa Maria sempre Virgem de Guadalupe
Do "Nicán Mopohua", relato do escritor indígena do




século dezesseis Dom Antônio Valeriano
"Nican Mopohua", 12ª edición, Buena
Prensa, México, D.F., 1971, p. 3-19.21)(Séc. XVI)




segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Loreto 10/12/2012










O título Nossa Senhora de Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde viveu a Santíssima Virgem. Por um misterioso prodígio esta casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati.

Uma explicação plausível seria a seguinte: a fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor ordenou a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de dezembro de 1294.
Por causa dos constantes assaltos que sofriam os peregrinos, a Casa mudou-se para o alto de uma colina e, como aí houve discórdias entre os irmãos proprietários da terra, esta fixou-se, finalmente, no meio da estrada que liga Recanati ao litoral, onde permanece intacta até hoje, protegida por uma imensa igreja construída ao seu redor.
Buscando a verdade dos fatos, autoridades governamentais, eclesiásticas e técnicas da época, nada constataram de fictício ao analisarem as fundações que permaneceram em Nazaré ou a própria casa em Tersatz, apoiada apenas em suas paredes, desafiando explicações técnicas e científicas.
O inexplicável fenômeno da fé, do milagre da "Casa Voadora", sensibilizou os profissionais aviadores que se identificaram com a missão cumprida pelos anjos que transportaram, pelos ares, tão preciosa carga, adotando Nossa Senhora de Loreto como sua Protetora.
No dia 10 de dezembro de 1995, dia de Nossa Senhora de Loreto, como parte dos festejos dos 700 anos de devoção à Virgem, foi lançado pelos Correios o carimbo comemorativo desse acontecimento.

Santuário de Loreto na Itália.

Prece dos Aviadores

Ó Maria, Rainha do Céu, gloriosa Padroeira da Aviação, ergue-se até vós a nossa súplica. Somos pilotos e aviadores do mundo inteiro; e, arrojados aos caminhos do espaço, unindo em laços de solidariedade as nações e os continentes, queremos ser instrumentos vigilantes e responsáveis da paz e do progresso para as nossas pátrias. Em vós depositamos a nossa confiança. Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida; velai por nós, Mãe piedosa, durante os nossos voos.
Protegei-nos no cumprimento do árduo dever cotidiano, inspirai-nos os vigorosos pensamentos da virtude e fazei com que nos mantenhamos fiéis aos nossos compromissos de homens e de cristãos. Reacendei em nossos coração o anelo dos bens celestiais, vós que sois a Porta do Céu; e guiai-nos, agora e sempre, nas asas da fé, da esperança e do amor. Amém.

(Oração oficial à Padroeira dos Aviadores, Nossa Senhora de Loreto, mandada compor por Sua Santidade o Papa Paulo VI, a pedido pessoal do Brigadeiro Eduardo Gomes, quando de sua visita ao Vaticano (Maio de 1967).

Oração a Nossa Senhora de Loreto

Ó Virgem Imaculada, é com viva fé que meditamos nos grandes mistérios que se realizaram nesta tua casa de Nazaré, tão pobrezinha, transportada depois pelos anjos para as colinas de Loreto.
Entre estas sagradas paredes, onde tu foste concebida sem pecado, e, adolescente, viveste de oração e de amor, o anjo te saudou chamando-te: Cheia de graça. Tu respondeste com as milagrosas palavras que abriram o céu e fizeram descer o Salvador do mundo.
Junto a São José, na contemplação da palavra encarnada, na humildade e no trabalho, aqui serviste o Senhor preparando teu espírito ao grande sacrifício: com teu filho terias oferecido, no Calvário, a ti mesma, para te transformar em mãe de todos os homens, remidos pelo sangue de Jesus.
Depois de termos vivido em nossas casas na graça de Deus como tu o fizeste na tua, longe do pecado, obedientes à lei e vontade divina, concede-nos, ó Maria, que possamos um dia, morar na casa do Senhor, contigo, por toda a eternidade.

Fonte Internet

Santa Joana Francisca de Chantal 10/12/2012










Co-fundadora da Ordem da Visitação de Nossa Senhora


No século XVI, a heresia protestante devorara como um câncer quase toda a Alemanha. Lançando metástases pela Europa, penetrou tão perigosamente na França, que em breve seu poderio foi o de um Estado dentro do Estado.
Aproveitando-se da fraqueza e omissão da dinastia francesa dos Valois, dirigida efetivamente pela inescrupulosa Catarina de Medicis e do apoio de membros da mais alta nobreza, seduzidos pela nova heresia, esta ameaçava a própria existência da única e verdadeira religião, a Católica.
Diante do perigo, os católicos, liderados pela família dos duques de Guise, formaram uma Liga Santa para a defesa de sua Religião. Dissolvida por Henrique III, a referida Liga renasceu em 1587, quando o Tratado de Beaulieu favoreceu demasiadamente os huguenotes, como eram chamados os protestantes na França. Da Liga fazia parte o enérgico e ardente católico Benigno Fremyot, Presidente do Parlamento da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Foi nesse ambiente, carregado das guerras de religião, que nasceu Joana, segunda filha deste casal.
Não há dúvida de que o amor materno é insubstituível na formação moral e religiosa da prole. O caso do Presidente Fremyot foi uma das notáveis e raras exceções a essa regra. Joana tinha apenas 18 meses quando faleceu a mãe, no parto do terceiro filho, André. Benigno Fremyot supriu a falta da esposa dando aos filhos uma educação ao mesmo tempo afetuosa e viril. Dos três que teve, a primeira faleceria piedosamente poucos anos depois de casada; a segunda seria elevada à honra dos altares; e o último, por sua virtude e qualidades morais, tornar-se-ia, aos 21 anos, Arcebispo de Bourges e amicíssimo de São Francisco de Sales.
O Presidente Fremyot os reunia de manhã e à noite para ensinar-lhes a rezar, conhecer e amar a verdadeira Igreja e o Papa. Quando seus filhos foram crescendo, o Presidente Fremyot contratou mestres escolhidos para reforçarem sua formação. "Joana aprendia com grande facilidade e viveza de imaginação. E, dado seu bom talento e a posição que ocupava no mundo, foi-lhe ensinado tudo o que deveria saber uma jovem de sua classe: ler, escrever, dançar, tocar instrumentos de música, canto, os labores próprios ao seu sexo etc."
Ao receber a Confirmação, por devoção ao Poverello de Assis, Joana acrescentou ao seu o nome de Francisca.
Aos 20 anos, Joana Francisca foi dada pelo pai em casamento ao Barão de Chantal, valoroso oficial do exército francês e católico, embora desde a morte da mãe ele levasse uma vida um tanto dissipada.
O primeiro cuidado de Joana foi conquistar o coração do marido para levá-lo inteiramente a Deus. Isso não foi difícil, pois o Barão, além das boas predisposições que possuía, percebeu logo que Deus lhe tinha dado por esposa uma santa. A união entre eles foi tão grande que se dizia que tinham um só coração. Ao mesmo tempo a baronesa estabeleceu, com bondade e firmeza, a ordem e a disciplina no seio da numerosa criadagem do castelo.
O casal foi abençoado com seis filhos, dos quais os dois primeiros faleceram apenas nascidos. Sucederam-lhes outro filho e três filhas, tendo a última nascido poucas semanas antes da morte do Barão.
Mortalmente ferido por seu melhor amigo num acidente de caça, recebeu os últimos Sacramentos, perdoou seu homicida e recomendou à Baronesa que se resignasse à vontade de Deus.
Joana ficava assim viúva aos 28 anos, com quatro filhos para educar e o baronato para dirigir. Foram-lhe necessárias toda sua fé e energia para aceitar o rude golpe. Mas recebeu muitas graças nessa época, o que a levou a afirmar mais tarde que, não fossem os filhos tão pequenos, teria tudo abandonado para ir terminar seus dias em Jerusalém, consagrada inteiramente a Deus.
Essa alma forte e generosa foi submetida na viuvez a novas provações! O Barão de Chantal , sogro de Joana, cujo caráter orgulhoso, vaidoso e extravagante ela conhecia, sentindo-se muito só em sua velhice, queria que a jovem viúva, com os filhos, fosse lhe fazer companhia.
No novo domicílio, cuja desordem era igualmente de seu conhecimento, Joana entregou-se a todas as obras de apostolado e misericórdia por ela desenvolvidas no anterior. Mas sentindo a necessidade de encontrar um bom diretor espiritual, pediu insistentemente a Deus essa graça.
Em 1604, o já merecidamente célebre Bispo de Genebra, São Francisco de Sales, foi pregar a quaresma em Dijon, cidade natal de Joana. Esta convenceu o sogro a trasladarem-se para a casa de seu pai para seguirem os sermões.
O grande pregador, a quem Deus mostrara em sonhos sua futura penitente, imediatamente a reconheceu, atenta e recolhida, em meio aos fiéis. Esta também reconheceu com emoção aquele que Deus designara para seu pai espiritual. Começou assim um dos mais belos parentescos espirituais da História da Igreja, que tantos e tão belos frutos produziria.
São Francisco de Sales traçou-lhe uma minuciosa regra de vida. Sob sua direção, Santa Joana de Chantal progrediu tão rapidamente, que o santo se admirava, dando graças a Deus.
Aos poucos maturava na mente do Bispo de Genebra o projeto de uma nova congregação religiosa, com regras adaptadas a virgens e viúvas que, desejando servir a Deus, não se sentiam atraídas pelas grandes austeridades das famílias religiosas já existentes. Teriam como oração em comum somente o Ofício Parvo de Nossa Senhora; deveriam dedicar-se também à assistência dos pobres e enfermos.
Joana pôs-se à sua disposição para a realização da obra assim que seus filhos estivessem encaminhados. A mão de Deus fez-se então sentir para abreviar o tempo de espera. A Baronesa de Chantal tornara-se amicíssima da Baronesa de Boissy, mãe de São Francisco de Sales, senhora virtuosíssima, viúva e mãe de 13 filhos. Tal era a confiança que esta tinha em Joana que, a conselho de São Francisco, confiou à jovem viúva a educação de sua caçula, de nove anos. Esta veio a falecer poucos anos depois nos braços de Santa Joana.
Para unir por laços mais fortes que os da amizade as duas famílias, a Senhora de Boissy propôs o casamento de seu filho, Barão de Thorens, de 14 anos, com Maria Amada, filha mais velha de Santa Joana, então com 12. O casamento foi oficiado por São Francisco de Sales e como era costume na época, a jovem esposa foi viver com a família do marido até atingir a idade núbil.
Santa Joana confiou o filho, Celso Benigno, ao avô, Presidente Fremyot, que com a ajuda de um virtuoso preceptor completaria a educação do adolescente. Levando as duas filhas para terminar sua educação no convento, a Baronesa de Chantal ficava assim livre para a realização da grande obra.
Antes de partir, renunciou a todos seus bens em favor dos filhos e embarcou para Annecy, que fazia parte então do Ducado da Sabóia. Pouco depois, Deus chamou a Si a filha caçula de Joana, aquela a quem ela mais amava por sua inocência e docilidade.
Em Annecy já a esperavam três donzelas virtuosas, dirigidas de São Francisco de Sales, que com ela principiariam a obra. A Congregação idealizada pelo Bispo de Genebra era uma inovação. Até então só havia conventos de reclusas. Na recém-fundada Congregação – denominada da Visitação – as religiosas não guardariam clausura, pois deveriam cuidar dos pobres, o que suscitou muitas controvérsias.
Apesar da pobreza e das críticas recebidas, novas postulantes foram ingressando na Congregação e três jovens viúvas de Lyon pediram licença para lá fundar uma casa. Nessa ocasião, interveio o Cardeal Arcebispo local, convencendo São Francisco de Sales a erigir e transformar a Congregação em Ordem religiosa e aceitar a obrigação da clausura perpétua. O Fundador, tendo aceito a proposta, estipulou contudo que em seus conventos se pudessem receber senhoras e donzelas que quisessem retirar-se temporariamente para pôr em ordem sua consciência.
Embora muito atenuada em relação às regras existentes, no que se refere a penitências, jejuns e longos ofícios em comum, São Francisco de Sales reforçou a pobreza e a obediência da nova instituição. Nenhuma religiosa poderia ter nada seu, nem mesmo o hábito ou o rosário que usava. Cada ano havia uma rotação de tudo, inclusive livros e objetos de piedade.
A finalidade visada por São Francisco de Sales para sua Congregação seria levada avante pouco depois por seu grande amigo, São Vicente de Paulo, mediante a criação das Filhas da Caridade.
Foi cedendo a instâncias da Madre Chantal e dedicando-o a suas filhas da Visitação, que São Francisco de Sales escreveu seu famoso Tratado do Amor de Deus. "Minha filha, disse-lhe o santo Bispo, o Tratado do Amor de Deus está escrito para vós". No prefácio da obra, ele diz: "Como Deus sabe o muito que estimo essa alma, não foi pouco o que ela influiu nesta ocasião ... o que mais me moveu a levar avante meu projeto foram as reiteradas instâncias desta alma".
Àqueles a quem ama, Nosso Senhor presenteia com sua Cruz. Como alma eleita e muito sensível ao afeto, a Providência foi tirando de Santa Joana suas mais caras afeições para que se desapegasse inteiramente das criaturas.
Às provações já sofridas no transcurso da vida, somaram-se as espirituais, como tentações terríveis, algumas vezes contra a fé. Conheceu a noite escura e a secura espiritual para chegar a um grau sublime de contemplação. São Vicente de Paulo afirmou que, embora aparentando paz e tranqüilidade, Santa Joana "sofria terríveis provas interiores. Via-se tão assediada de tentações abomináveis, que tinha que apartar os olhos de si mesma com horror para não contemplar esse espetáculo insuportável .... Em meio a tão grandes sofrimentos, jamais perdeu a serenidade nem esmoreceu na plena fidelidade que Deus lhe exigia. Por isso a considero como uma das almas mais santas que encontrei sobre a terra".
Após a morte de São Francisco de Sales, não só consolidou a obra nascente, mas a fez expandir. Durante sua vida, os mosteiros da Visitação elevaram-se a 65. A todos visitou para satisfazer o desejo que muitas de suas filhas espirituais tinham de conhecê-la.
Em 1641, a rainha Ana d’Áustria convidou-a para ir a Paris, cumulando-a de honras e distinções. Era a exaltação que a Realeza prestava à Santa que foi, em vida, comparável à própria Mulher forte do Antigo Testamento. Meses depois, foi ela receber, no Céu, a recompensa demasiadamente grande que Deus reserva a seus eleitos.
Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767.



Fonte: Página Oriente



sábado, 8 de dezembro de 2012

Solenidade da Imaculada Conceição 08/12/2012










Maria, simplesmente Imaculada


Uma judia, uma mulher, uma piedosa de Israel: Maria de Nazaré. Jovem, quase menina, nada solene. Simplesmente uma mulher com sua graça feminina e sua vocação inata para a maternidade. Vivia a vida de todas as meninas e moças de sua terra: cuidado das coisas da casa, trabalho na terra em volta da casa, uma piedade para as coisas de Deus, provavelmente uma amante dos salmos, membro daquele grupo que era conhecido como os pobres de Javé, resto fiel de Israel que esperava a chegada do Messias. Frequentava a sinagoga e provavelmente, na prática cotidiana de sua vida. inspirava-se em Abraão, aquele que creu. Uma menina-moça que estava prometida em casamento a José, o Justo.
Uma visita do Alto. Um mensageiro divino. Havia um projeto de Deus. O Altíssimo Pai, Filho e Espírito tem o sonho de conviver e viver com os homens. Ama-os com amor sem limites. Esse Deus, eterna fornalha de amor que fazer com que os homens experimentem seu amor. Quer olhar dentro dos olhos dos homens, a graça de seu caminhar, morar com eles, ser um Deus perto do seus. Quis ser Emanuel, Deus perto de nós.
Para que pudesse ter carne, olhos, ouvido, corpo, coração, pernas, voz, para poder ser visto quis nascer homem, tomar nossa carne. Precisava se uma porta de entrada na terra dos homens. Escolhe o caminho comum: nasce como uma criança.
Nesse momento o mensageiro do Alto chega perto da escolhida, Maria de Nazaré. Pede seu assentimento, sua colaboração. Ela não é passiva. Não é obrigada a responder. Depois, porém, de dar voltas em seu coração ela diz o sim. Que nela se faça a vontade do Senhor. Estava tudo decidido.
Essa Maria de Nazaré seria tabernáculo do Altíssimo, Mãe do desejado das colinas eternas. Toda simplicidade e humildade ela hesita. O mensageiro dá a entender que Deus a cumulara de todas as graças. Seu nome verdadeiro é Maria das Graças, Maria de todas as Graças, cheia de Graças. Desde o primeiro momento de sua conceição ela havia sido preservada do mal, da desarmonia, do pecado. O Filho do Altíssimo só poderia nascer de vaso transparente e translucido. A Mãe do Redentor seria a Imaculada em sua Conceição.
“Ó Deus que preparaste uma digna habitação para o vosso Filho pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão”.



Frei Almir Ribeiro Guimarães

www.franciscanos.org.br

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Santo Ambrosio 07/12/2012









O encanto de tuas palavras inspire confiança ao povo.
Recebestes o múnus sacerdotal e, sentado à popa da Igreja, governas a barca em meio
às ondas. Segura bem o leme da fé, para que as fortes procelas do mundo não te
perturbem. O mar é, na verdade, grande e vasto, mas não temas: ele a tornou
firme sobre os mares e sobre as águas a mantém inabalável (Sl 23,2).
Por isso, não é sem razão que, entre tantas agitações do mundo, a Igreja do Senhor,
edificada sobre a pedra apostólica, permanece firme e, contra o ímpeto das águas
te apóias sobre inabalável fundamento. É batida pelas ondas, mas não abalada; e embora
muitas vezes os elementos deste mundo a sacudam com grande fragor, ela oferece aos
navegantes cansados o mais seguro porto de salvação. Ela flutua no mar, mas também corre
pelos rios, sobretudo aqueles rios dos quais se diz: Levantaram os rios a sua voz (Sl 92,3).
São os rios que brotam do coração daqueles que beberam da água de Cristo e receberam
o Espírito de Deus. Quando transbordaram de graça espiritual, esses rios levantam a sua voz.
Há também um rio que corre para os seus santos como uma torrente. Existe ainda o ímpeto
do rio que alegra a alma tranqüila e pacífica. Quem receber da plenitude desse rio, como João
Evangelista, Pedro e Paulo, levanta a sua voz. É do mesmo modo que os apóstolos difundiram
Até os confins da terra, como num canto harmonioso, a voz da pregação evangélica, assim o que
receber da plenitude desse rio começa anunciar o Evangelho do Senhor Jesus.
Recebe, portanto, da plenitude de Cristo para que tua voz também se manifeste. Apanha
a água de Cristo, essa água que louva o Senhor. Apanha de muitos lugares a água que as
nuvens dos profetas deixam cair.
Quem apanha a água dos montes ou a retira e bebe das fontes, também começam a orvalhar
como as nuvens. Enche, pois, o íntimo do teu espírito com esta água, para que a terra da tua
alma seja regada e tenhas a fonte em tua própria casa.
Quem muito lê e compreende, fica repleto; e quem está repleto pode regar os demais, por
isso, diz a Escritura: se as nuvens estiverem carregadas farão cair a chuva sobre a terra (Eclo 11,3).
As tuas pregações sejam fluentes, puras e claras, de modo que o teu ensinamento moral
penetrem suavemente nos que te escutam e o encanto de tuas palavras inspire confiança
ao povo, deste modo ele te seguirá, de boa vontade, para onde conduzires. Os teus
discursos sejam repletos de inteligência. Por isso, diz Salomão: os lábios do sábio são
as armas da sabedoria (cf. Prov. 15,7); e noutra passagem: o pensamento dirige teus lábios,
isto é, os teus sermões brilhem pela tua clareza, e teus discursos e explicações dispensem
as opiniões alheias. Que tua palavra seja capaz de se defender por si mesma. Em si, não saia
de tua boca nenhuma palavra inútil e sem sentido.





Oração

Ó Deus, que fizestes o bispo Santo Ambrósio doutor da fé católica e exemplo
de intrépido pastor, despertai na vossa Igreja homens segundo o vosso coração,
que a governem com força e sabedoria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade
do Espírito Santo.


Das cartas de Santo Ambrósio, bispo


(Epist. 2,1-2,4-5.7: PL 16 edit. 1845,847-881)(Sec. IV)