segunda-feira, 30 de julho de 2012

São Pedro Crisólogo 30/07/2012






Pedro Crisólogo, Pedro “das palavras de ouro”, pois, é exatamente este o significado do seu sobrenome, dado sabiamente pelo povo e pelo qual se tornou conhecido para sempre. Ele nasceu em Ímola, uma província de Ravena, não muito distante de Roma, no ano 380. E mereceu este título, assim como os outros que a Igreja lhe concedeu.


Filho de pais cristãos, foi educado na fé e cedo ordenado diácono. Considerado um dos maiores pregadores da história da Igreja, era assistido, frequentemente, pela imperatriz romana Galla Plácida e seus filhos. Ela o fez seu conselheiro pessoal e, em 424, influenciou para que ele se tornasse o arcediácono de Ravena. Numa época em que a cidade era a capital do Império Romano no Ocidente e, também, a metrópole eclesiástica.

Mais tarde, o próprio imperador romano, Valentiniano III, filho de Galla Plácida, indicou-o para ser o bispo de Ravena. Em 433, Pedro Crisólogo tornou-se o primeiro bispo ocidental a ocupar essa diocese, sendo consagrado pessoalmente pelo papa Xisto III.

Pedro Crisólogo escreveu, no total, cento e setenta e seis homilias de cunho popular, pelas quais dogmas e liturgias foram explicados de forma simples, direta, objetiva e muito atrativa, proporcionando incontáveis conversões.

Em 448, recebeu a importante visita de um ilustre bispo do seu tempo, Germano de Auxerre, que fatidicamente adoeceu e, assistido por ele, morreu em Ravena. Também defendeu a autoridade do papa, então Leão I, o Grande, sobre a questão monofisita, que pregava Cristo em uma só natureza. Essa heresia, vinda do Oriente, propagava-se perigosamente, mas foi resolvida nos concílios de Éfeso e Calcedônia.

Pedro Crisólogo morreu na sua cidade natal, numa data incerta. Alguns historiadores dizem que foi em 31 de julho de 451, mas ele é venerado pela Igreja no dia 30 de julho de 450, data mais provável do seu falecimento.

A autoria dos seus célebres sermões, ricos em doutrina, conferiu-lhe outro título, o de doutor da Igreja, concedido em 1729 pelo papa Bento XIII. São Pedro Crisólogo, ainda hoje, é considerado um modelo de contato com o povo e um exemplo de amor à pregação do Evangelho, o ideal de pastor para a Igreja.



Fonte:

sábado, 28 de julho de 2012

Santa Marta 29/07/2012








Santa Marta


Marta, irmã de São Lazarus e Maria de Bethany,( no oeste também chamada de Margareth), perto de Jerusalém e é a padroeira da cozinheiras e donas de casa. Ela era a anfitriã e a dona da casa por ser a irmã mais velha. Quando Jesus se hospedava em sua casa, em Bethany, Marta era solícita e cuidava do seu bem estar. Em uma visita, recorda Lucas no seu evangelho, Marta reclamou que Maria ficava sentada ouvindo Jesus, deixando-a com todo o trabalho. Jesus respondeu em tom de brincadeira, " foi Maria que escolheu a melhor parte". Assim Marta tornou-se o protótipo da ativista Cristã e Maria o símbolo da vida contemplativa. Assim Marta foi a única que foi procurar Jesus, quando Lázaro morreu, enquanto Maria ficou em casa .A tradição diz ainda que, para aqueles que diziam que já era tarde e que Lázaro já estava morto, Marta retrucou energicamente "que não tinha a menor importância e que Jesus iria cura-lo". E de fato quando Jesus chegou Lázaro já estava enterrado e seu corpo já apresentava sinais de putrefação, mas Marta não se abalou, e com enorme fé, pediu a Jesus para cura-lo e este foi o maior dos milagres de Jesus.
Mais ainda: Ela disse a Jesus que acreditava que o Senhor Pai daria a ele o que pedisse. Em resposta aquela fé inabalável, ela foi a primeira a ouvir de Jesus a sua mais profunda revelação. Quando Marta disse que ela acreditava que seu irmão iria se levantar de novo, Jesus disse a Marta: "Eu sou a ressurreição e a vida, aquele que crê em mim viverá mesmo que ele morra, e todos que vivem e crêem em mim, nunca morrerão."
"Voce acredita nisto ?" perguntou Jesus a Marta, e ela respondeu: "Sim meu Senhor, eu acredito que Voce é o Messias e o Filho de Deus."
A tradição diz ainda que Marta foi com Maria e Lázaro para a França servindo de missionária em Provence.
Em outra versão Lázaro e suas irmãs vão para Chipre onde ele se torna bispo de Kition ou Lanarka. As suas supostas relíquias teriam sido transladadas para Constantinopla e varias igrejas e capelas foram erigidas em sua honra na Síria. A Basílica de São Lázaro, santo padroeiro de Lanarka, construída em 890 DC era um templo cristão do quinto século no qual existia um sarcófago com a com a inscrição: "Lazarus, o amigo de Cristo". Isto reforça a tradição que ele viveu sua "segunda vida ressuscitado" em Kition, Lanarka.
A tradição diz ainda que Santa Marta é protetora das falsas preocupações e superstições.
Isto no Brasil, significaria proteção contra: mau olhado, inveja, pragas, bruxarias, descarrego e outras superstições para as quais ela oferece um escudo impenetrável.

Ela é a padroeira das donas de casa.

Sua festa é celebrada no dia 29 de julho.



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Fruto do Espírito Santo IIº 27/07/2012






Fruto do Espírito Santo II


Paciência, Afabilidade, Bondade



“Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos” (Jo 15,8), acrescentando logo a seguir: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça”(Jo 15,16). “...Quem permanecer em Mim e eu nele, esse dá muito fruto” (Jo 15,5). Esse fruto será tanto mais abundante e saboroso quanto mais docilmente o ramo se deixar podar e limpar pelo Vinhateiro, aceitando generosa e amorosamente as provações e humilhações que ele enviar. “E podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto (Jo 15,2).” “A Paciência é uma disposição da alma que nos permite suportar com serenidade, por amor a Deus e em união com o Senhor, os sofrimentos físicos e morais. São Paulo em Col 3,12 nos diz: “Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.” “Paciência significa “ser fiel até o fim. Virtude que consiste em suportar dores, infortúnios, amolações com resignação.” Pela paciência vamos aprendendo a ver as coisas como Deus as vê. “Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra.” (Cl 3,1-2)”. “O fruto espiritual da Afabilidade nos ajuda a ver, no outro, um outro Cristo. “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles.” A afabilidade, produzida em nós pelo operar discreto do Espírito Santo é a execução generosa desse desejo, desse propósito interior de fazermos o bem a todos.” “O fruto da afabilidade nos ajuda a ver, no outro, um outro Cristo. E isso desperta em nós a Misericórdia, cria em nós um coração compassivo, interessado em amar esse “outro Cristo”, e fazer-lhe o bem.” “A Bondade é uma maneira de amar que se mostra em uma maneira gentil e delicada de comportamento. É ser como Deus. Tornamo-nos gentis quando nos abandonamos ao amor de Deus por nós, quando procuramos crescer no nosso relacionamento com ele.” “A alma inteiramente entregue à ação do Espírito Santo, e particularmente dos dons, sabe-se amada. Então, encontra-se inteiramente submersa no amor e transborda ela própria de amor a Deus e ao próximo. Converte-se de certa forma em amor.” “Feliz a alma que é transformada assim pelo Amor divino! Já não pode senão amar, amar com um amor profundo e absolutamente sobrenatural, que a leva a desejar o bem dos seus irmãos, o bem espiritual das suas almas, e a estar disposta, como o próprio Jesus, a derramar todo o seu sangue por eles, a dar por eles mil vidas.” É necessário darmos espaço à ação do Espírito Santo em nós para que ele ordene a nossa vida ativa da fé e o fruto do seu Espírito flua em nós com abundância e plenitude.



Texto – Revistas Brasil Cristão - 2008; A Ação do Espírito Santo na Alma – Alexis Riaud; Comunidade Cristã e Adoração – J. Lange – A. Cushing

Pesquisa - Graziela


Continua no próximo sábado














quinta-feira, 26 de julho de 2012

San'tana e São Joaquim 26/07/2012 Avós de Jesus







Vós os conhecereis pelos seus frutos




Estava determinado que a Virgem Mãe de Deus iria nascer de Ana. Por isso, a natureza
não ousou antecipar o germe da graça, mas permaneceu sem dar o próprio fruto até que
a graça produzisse o seu. De fato, convinha que fosse primogênita aquela de quem
nasceria o primogênito de toda a criação, no qual todas as coisas têm a sua consistência
(cf. Cl 1,17).
Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente devedora. Pois foi por vosso
intermédio que a criatura ofereceu ao Criador o mais valioso de todos os dons, isto é, a
mãe pura, a única que era digna do Criador.
Alegra-te, Ana estéril, que nunca foste mãe, exulta e regozija-te, tu que nunca deste à
luz (Is 54,1). Rejubila-te, Joaquim, porque de tua filha nasceu para nós um menino, foi-
nos dado um filho; o nome que lhe foi dado é: Anjo do grande conselho, salvação do
mundo inteiro, Deus forte (Cf. Is 9,5). Este menino é Deus.
Ó casal feliz, Joaquim e Ana, sem qualquer mancha! Sereis conhecidos pelo fruto de
vossas entranhas, como disse o Senhor certa vez: Vós os conhecereis pelos seus frutos
(Mt 7,16). Estabelecestes o vosso modo de viver da maneira mais agradável a Deus e
digno daquela que de vós nasceu. Na vossa casta e santa convivência educastes a pérola
da virgindade, aquela que havia de ser virgem antes do parto, virgem no parto e
continuaria virgem depois do parto; aquela que, de maneira única, conservaria sempre a
virgindade, tanto em seu corpo como em seu coração.
Ó castíssimo casal, Joaquim e Ana! Conservando a castidade prescrita pela lei natural,
alcançastes de Deus aquilo que supera a natureza: gerastes para o mundo a mãe de
Deus, que foi mãe sem a participação de homem algum. Levando, ao longo de vossa
existência, uma vida santa e piedosa, gerastes uma filha que é superior aos anjos e agora
é rainha dos anjos.
Ó formosíssima e dulcíssima jovem! Ó filha de Adão e Mãe de Deus! Felizes o pai e a
mãe que te geraram! Felizes os braços que te carregaram e os lábios que te beijaram
castamente, ou seja, unicamente os lábios de teus pais, para que sempre e em tudo
conservasses a perfeita virgindade! Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos,
exultai e cantai salmos (cf. Sl 97,4-5). Levantai vossa voz; clamai e não tenhais medo.

Dos Sermões de São João Damasceno, bispo

(Orat. 6, in Nativitatem B. Mariae V., 2.4.5.6:PG 96, 663.667.670)

(Séc.VIII)

São Tiago Maior (Apóstolo) 25/07/2012








Nascido em Betsaida, este apóstolo do Senhor era filho de Zebedeu e de Salomé e irmão do apóstolo João, o Evangelista.

Pescador juntamente com seu irmão João, foi chamado por Jesus a ser discípulo d'Ele. Aceitou o chamado do Mestre e, deixando tudo, seguiu os passos do Senhor.
Dentre os doze apóstolos, São Tiago foi um grande amigo de Nosso Senhor fazendo parte daquele grupo mais íntimo de Jesus (formado por Pedro, Tiago e João) testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
Procurou viver com fidelidade o seu discipulado. No entanto, foi somente após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes que São Tiago correspondeu concretamente aos desígnios de Deus. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o belo testemunho de São Tiago, o primeiro dentre os doze apóstolos a derramar o próprio sangue pela causa do Evangelho:
"Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João" (At 12,1-2).
Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro desejando-lhe "a Paz de Cristo". Este gesto converteu o carcereiro que, assumindo a fé em Jesus, foi martirizado juntamente com o apóstolo.
Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.





São Tiago Maior, rogai por nós!













segunda-feira, 23 de julho de 2012

Santa Brígida, copadroeira da Europa, viveu entre os anos 1303 e 1373, no século XIV 23/07/2012











Queridos irmãos e irmãs,


Na fervorosa vigília do Grande Jubileu do Ano 2000, o Venerável Servo de Deus João Paulo II proclamou Santa Brígida da Suécia copadroeira de toda a Europa. Nesta manhã, desejo apresentar a figura, a mensagem, e as razões pelas quais essa santa mulher tem muito a ensinar – ainda hoje – à Igreja e ao mundo.

Conhecemos bem os acontecimentos da vida de Santa Brígida, porque os seus pais espirituais redigiram a sua biografia para promover o processo de canonização logo após sua morte, ocorrida em 1373. Brígida nasceu setenta anos antes, em 1303, em Finster, na Suécia, uma nação do Norte europeu que, já fazia três séculos, havia acolhido a fé cristã com o mesmo entusiasmo com que a santa a tinha recebido de seus pais, pessoas muito piedosas, pertencentes a nobres famílias próximas à Casa real.

Podemos distinguir dois períodos na vida desta santa.

O primeiro é caracterizado pela sua condição de mulher alegremente casada. O marido chamava-se Ulf e era governador de um importante distrito do reino da Suécia. O matrimônio durou 28 anos, até a morte de Ulf. Nasceram oito filhos, dos quais a segunda, Karin (Catarina), é venerada como santa. Isso é um sinal eloquente do compromisso educativo de Brígida em relação a seus próprios filhos. Além disso, a sua sabedoria pedagógica foi apreciada a tal ponto que o rei da Suécia, Magnus, chamou-a à corte durante um certo período, com a missão de introduzir a sua jovem esposa, Bianca de Namur, na cultura sueca.
Brígida, espiritualmente conduzida por um douto religioso que a iniciou no estudo das escrituras, exerceu uma influência muito positiva sobre a sua família que, graças à sua presença, tornou-se uma verdadeira "igreja doméstica". Juntamente com o marido, adotou a Regra dos Terciários franciscanos. Praticava com generosidade obras de caridade em favor dos indigentes; fundou também um hospital. Próximo à sua esposa, Ulf aprendeu a melhorar o seu caráter e a progredir na vida cristã. Ao retornar de uma longa peregrinação a Santiago de Compostela, feita em 1341 juntamente com outros membros da família, os esposos amadureceram o projeto de viver em continência; mas, pouco tempo depois, na paz de um mosteiro ao qual havia se retirado, Ulf concluiu a sua vida terrena.
Esse primeiro período da vida de Brígida ajuda-nos a apreciar aquela que hoje podemos definir como uma autêntica "espiritualidade conjugal": unidos, os esposos cristãos podem percorrer um caminho de santidade, sustentados pela graça do Sacramento do Matrimônio. Não poucas vezes, exatamente como aconteceu na vida de Santa Brígida e Ulf, é a mulher que, com a sua sensibilidade religiosa, com a delicadeza e a doçura pode fazer o marido percorrer um caminho de fé. Penso com reconhecimento em tantas mulheres que, dia após dia, ainda hoje iluminam as próprias famílias com o seu testemunho de vida cristã. Possa o Espírito do Senhor suscitar também hoje a santidade dos esposos cristãos, para mostrar ao mundo a beleza do matrimônio vivido segundo os valores do Evangelho: o amor, a ternura, o auxílio recíproco, a fecundidade na geração e na educação dos filhos, a abertura e a solidariedade com relação ao mundo, a participação na vida da Igreja.
Quando Brígida torna-se viúva, inicia-se o segundo período da sua vida. Renunciou a outras núpcias para aprofundar a união com o Senhor através da oração, penitência e obras de caridade. Também as viúvas cristãs, portanto, podem encontrar nessa santa um modelo a seguir. Com efeito, Brígida, com a morte do marido, após ter distribuído os seus bens aos pobres, mesmo sem ter feito a consagração religiosa, estabeleceu-se junto ao mosteiro cisterciense de Alvastra. Ali começaram as revelações divinas, que a acompanharam durante todo o resto de sua vida. Essas foram ditadas por Brígida a seus secretários-confessores, que as traduziram do sueco para o italiano em uma edição de oito livros, intitulados Revelationes (Revelações). A esses livros, une-se também um suplemento, que é intitulado precisamente Revelationes extravagantes (Revelações suplementares).
As Revelações de Santa Brígida apresentam um conteúdo e um estilo muito variado. Às vezes, a revelação apresenta-se sob a forma de diálogos entre as Pessoas divinas, a Virgem, os santos e também os demônios; diálogos nos quais também Brígida intervém. Outra vezes, ao contrário, trata-se do relato de uma visão particular; e, em outras, é narrado ainda aquilo que a Virgem Maria lhe revela acerca da vida e dos mistérios do Filho. O valor das Revelações de Santa Brígida, por vezes objeto de algumas dúvidas, foi precisado pelo Venerável João Paulo II na Carta Spes Aedificandi: "Não há dúvida que a Igreja, ao reconhecer a santidade de Brígida, mesmo sem se pronunciar sobre cada uma das revelações, acolheu a autenticidade do conjunto da sua experiência interior" (n. 5).
De fato, lendo as Revelações, somos interpelados sobre muitos temas importantes. Por exemplo, retornam frequentemente as descrições, com detalhes bastante realistas, da paixão de Cristo, pela qual Brígida teve sempre uma devoção privilegiada, contemplando nessa o amor infinito de Deus pelos homens. Na boca do Senhor que fala, ela coloca com audácia estas comoventes palavras: "Ó meus amigos, amo tão ternamente as minhas ovelhas que, se fosse possível, desejaria morrer tantas outras vez, por cada uma dessas, por aquela mesma morte que sofri para a redenção de todas" (Revelationes, Livro I, c. 59). Também a dolorosa maternidade de Maria, que a tornou Mediadora e Mãe de misericórdia, é um argumento que aparece frequentemente nas Revelações.
Recebendo esses carismas, Brígida era consciente de ser destinatária de um grande dom de predileção da parte do Senhor: "Filha minha – lemos no primeiro livro das Revelações –, escolhi a ti para mim, ama-me com todo o teu coração [...] mais do que tudo o que existe no mundo" (c. 1). De resto, Brígida bem sabia, e estava firmemente convencida, de que todo o carisma é destinado a edificar a Igreja. Exatamente por esse motivo, não poucas das suas revelações eram destinadas, sob a forma de admoestações também severas, aos fiéis de seu tempo, incluídas as Autoridades religiosas e políticas, para que vivessem coerentemente a sua vida cristã; mas fazia isso sempre com uma abordagem respeitosa e de fidelidade plena ao Magistério da Igreja, em particular ao Sucessor do Apóstolo Pedro.
Em 1349, Brígida deixou para sempre a Suécia e foi em peregrinação a Roma. Não somente buscava participar do Jubileu de 1350, mas desejava também obter do Papa a aprovação da Regra de uma Ordem Religiosa que pretendia fundar, em honra ao Santo Salvador, e composta por monges e monjas sob a autoridade da abadessa. Esse é um elemento que não deve surpreender-nos: na Idade Média, existiam fundações monásticas com um ramo masculino e um ramo feminino, mas com a prática da mesma regra monástica, que previa a direção da Abadessa. De fato, na grande tradição cristã, à mulher é reconhecida uma dignidade própria, e – sempre sob o exemplo de Maria, Rainha dos Apóstolos – um lugar próprio na Igreja, que, sem coincidir com o sacerdócio ordenado, é igualmente importante para o crescimento espiritual da Comunidade. Além disso, a colaboração dos consagrados e consagradas, sempre no respeito da sua específica vocação, reveste-se de grande importância no mundo de hoje.
Em Roma, na companhia da filha Karin (Catarina), Brígida dedicou-se a uma vida de intenso apostolado e de oração. E, de Roma, partiu em peregrinação a diversos santuários italianos, em particular a Assis, pátria de São Francisco, pelo qual Brígida nutriu sempre grande devoção. Finalmente, em 1371, coroou o seu maior desejo: a viagem à Terra Santa, para onde foi em companhia dos seus filhos espirituais, um grupo que Brígida chamava de "os amigos de Deus".
Durante aqueles anos, os Pontífices encontravam-se em Avignon, distante de Roma: Brígida dirigiu-se severamente a eles, a fim de que voltassem à sé de Pedro, na Cidade Eterna.
Morreu em 1373, antes que o Papa Gregório XI retornasse definitivamente para Roma. Foi sepultada provisoriamente na igreja romana de San Lorenzo in Panisperna, mas, em 1374, os seus filhos Birger e Karin a levaram de volta para a pátria, ao mosteiro de Vadstena, sede da Ordem religiosa fundada por Santa Brígida, que teve subitamente uma notável expansão. Em 1391, o Papa Bonifácio IX canonizou-a solenemente.
A santidade de Brígida, caracterizada pela multiplicidade dos dons e das experiências que desejei recordar nesse breve perfil biográfico-espiritual, tornam-na uma figura eminente na história da Europa. Proveniente da Escandinávia, Santa Brígida testemunha como o cristianismo havia profundamente permeado a vida de todos os povos deste Continente. Declarando-a copadroeira da Europa, o Papa João Paulo II desejou que Santa Brígida – que viveu no século XIV, quando a cristandade ocidental não era ainda ferida pela divisão – pudesse interceder eficazmente junto a Deus para obter a graça tão desejada da plena unidade de todos os cristãos. Por essa mesma intenção, que tanto está presente em nossos corações, e para que a Europa saiba sempre alimentar-se das próprias raízes cristãs, desejamos rezar, queridos irmãos e irmãs, invocando a poderosa intercessão de Santa Brígida da Suécia, fiel discípula de Deus e copadroeira da Europa.


Fonte: Papa Bento XVI

sábado, 21 de julho de 2012

Frutos do Espírito Santo Iº 21/07/2012







O Espírito Santo nos guia para as alturas de Deus, para que possamos viver já nesta terra a semente da vida divina que está em nós.”

O fruto do Espírito são perfeições que o Espírito Santo forma em nós como primícias da glória eterna. A Igreja enumera: "caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança.” (Gl 5,22-23

CARIDADE

Refere-se ao interesse e a busca do bem maior de outra pessoa, sem nada querer em troca. Em (Rm 5,5) "E a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". Também em (Ef 5,2) “Progredi na caridade, segundo o exemplo de Cristo, que nos amou e por nós se entregou a Deus como oferenda e sacrifício de agradável odor.” Ainda em (Cl 3,14) “Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição."
O Apóstolo S. Paulo traçou um quadro incomparável da caridade: "A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (l Cor 13,4-7).
"A caridade nunca acabará. As profecias cessarão, as línguas também cessarão e a ciência findará. Por ora subsistem estas três: a fé, a esperança e a caridade, mas a maior delas é a caridade." (1 Cor 13, 8.13)

Alegria

É exuberância e sensação de bem-estar. É termos uma canção dentro de nós. A Sagrada Escritura nos exorta frequentemente a cantar. Os cristãos cheios do Espírito Santo sempre irrompem em exclamações de alegria. Seja alegre porque o reino de Deus está em sua vida. A alegria é estarmos eternamente felizes causada por todas as experiências de amor em Jesus. A profunda alegria da vida vem de amarmos e sermos amados. “Amar a Jesus e ser amado por ele é fonte de toda a alegria.”

PAZ

É o primeiro fruto do Espírito Santo que notamos em nós, é a consequência lógica de nosso relacionamento com Deus. Ela faz parte de nossa vida quando temos a certeza que estamos realizando a Vontade de Deus. Foi a herança que Jesus ressuscitado deixou para nós (Jo 14, 27: “Deixo-vos a paz”).
Para o homem comum só é possível conhecer a paz na ausência de guerra. Mas a verdadeira paz é possível, ainda que o homem esteja cercado de inimigos, pois ela se origina em Deus, e está firmada pela declaração de vitória de Cristo: “No mundo tereis aflições... Coragem! eu venci o mundo.” (Jo. 16:33)
Os inimigos não representam ameaça real para quem está em segurança. Ter a paz não é estar passivo, mas confiante. Quem tem a paz está sempre tranquilo, conhece a sua força; não precisa andar armado nem construir um muro ao seu redor para autodefesa. A paz permite que o homem não se torne suscetível, medroso.
Quem tem a paz não faz inimigos, não anda irado, e é tranquilizador, estando sempre preparado para as adversidades e até mesmo para ser odiado.”
Jesus diz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo dá. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração (Jo 14,27).
“A paz que vem de Cristo é algo totalmente distinto. É a paz em nossos corações que vem da plenitude de nossa vida com Deus. A paz vem da aceitação primária do amor de Jesus. A paz é fruto do amor que Jesus tem por nós.”
Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constitui para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça" (Jo 15,16). Esse fruto será tanto mais abundante e saboroso quanto mais docilmente o ramo se deixar podar e limpar pelo Vinhateiro Divino (Jesus), aceitando generosamente os pedidos que Ele nos fizer.

Fonte: Texto – Catecismo da Igreja Católica, Bíblia, Comunidade Cristã e Adoração (J. Lange – A. Cushing)

Imagem – Arquivo particular e Google






Pesquisa - Graziela


Continua no próximo sábado

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Nossa Senhora do Carmo 16/07/2012






Neste dia se comemora a Festa de Nossa Senhora do Carmo, ou do Monte Carmelo. A Ordem carmelitana considera seus fundadores o Profeta Santo Elias - que viveu no Monte Carmelo, na Terra Santa, e que séculos antes da vinda ao mundo de Nosso Senhor já vira sua Santa Mãe simbolizada numa nuvenzinha - e seu discípulo Santo Eliseu. O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, dado pela Santíssima Virgem a São Simão Stock no século XIII da Era Cristã, é ao mesmo tempo o privilégio maior e o sinal distintivo da espiritualidade carmelitana.
Pelo ano de 1222, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra, alguns Carmelitas que habitavam o Monte Carmelo.
Um homem penitente, austero, logo se uniu a eles. Era Simão Stock.
Consta que tivesse ele recebido um aviso de Nossa Senhora que viriam da Palestina Monges devotos de Maria e que deveria unir-se a eles.
Vieram depois tantos Carmelitas para a Europa que foi preciso nomear um Superior Geral para os mesmos.
Em 1245, foi ele eleito para desempenhar este cargo. Encontrou ele dificuldades quase insuperáveis. Mandou que os Carmelitas estudassem: isto gerou uma discórdia interna, pois não queriam os mais velhos que contemplativos estudassem.
O clero secular revoltou-se contra eles e pediu a Roma sua supressão.
Diante de tanta oposição, Simão Stock, com seus 90 anos, retirou-se para o mosteiro de Cambridge, no Ducado de Kent, e pedia a proteção de Maria. Orava ele em sua cela, quando viu um clarão, na noite de 16 de julho de 1251. Rodeada de anjos, Maria Santíssima entregou-lhe o Escapulário, dizendo-lhe: "Recebe, filho queridíssimo, este Escapulário de tua Ordem: isto será para ti e todos os Carmelitas um privilégio.
Quem morrer revestido dele não sofrerá o fogo eterno".
Desde aquele 16 de julho de 1251, Nossa Senhora do Carmo jamais deixou de amparar seus devotos, revestidos do Escapulário.
O maior inimigo do Escapulário do Carmo foi o Galicano Launoy, dizendo que é uma lenda.
O livro de Launoy foi colocado no Índice dos Livros Proibidos.
O papa Bento XIV, um dos mais sábios teólogos de todos os tempos, não se limitou apenas a condenar Launoy, mas disse claramente que só um desprezador da Religião podia negar a autenticidade da Visão do Escapulário.
São Simão Stock morreu em Bordeus, na França, quando visitava a Província de Vascônia em 1261. Um carmelita contemporâneo de São Simão Stock, que vivia na Palestina, escreveu um livro intitulado:."De multiplicatione Religionis Carmelitarum per Provinciais Syriae et Europae; et de perditione Monasteriorum Terrae Sanctae".
Nesta obra, contava as terríveis perseguições e dissensões que arruinavam a Ordem do Carmo, antes da aparição de Nossa Senhora .
Opinava ele que eram fomentadas por Satanás.
Declarava ele que a Santíssima Virgem apareceu ao Prior Geral, São Simão Stock e que, após a Visão de Nossa Senhora do Carmo, o Papa não só aprovara a Ordem, mas ordenara que se empregassem censuras eclesiásticas contra todo aquele que, daí em diante, fosse contra os Carmelitas.
O Papa mandou cartas a todos os Arcebispos e Bispos, exortando-os a tratar com mais caridade e consideração os seus amados irmãos Carmelitas e permitissem a construção de mosteiros adequados.
Quinze anos depois da morte de S. Simão Stock, ocorrida em 1261, foi sepultado em Arezzo, a 10 de janeiro de 1276, o Papa Gregório X, que governou a Igreja, desde 1271.
Consta que antes de ser Papa usava o Escapulário.
Em 1830 quando foi exumado seu corpo para ser colocado num relicário de prata, foi encontrado intacto o Escapulário de Nossa Senhora do Carmo.
Encontra-se, hoje, no museu de Arezzo, como um dos tesouros.
Este é o primeiro Escapulário conhecido na História.



http://www.carmo.org.br/



domingo, 15 de julho de 2012

O Poder do Escapulário 16/07/2012





O Monte Carmelo, na Palestina, é o lugar sagrado do Antigo e Novo Testamento. É o Monte em que o Profeta Elias evidencia a existência e a presença do Deus verdadeiro, vendo os 450 sacerdotes pagãos do Baal e os 400 profetas dos bosques, fazendo descer do céu o fogo devorador que lhes extinguiu a vida. (III Livro dos Reis, XVIII, 19 seg.).
É ainda o Profeta Elias que implora do Senhor chuva benfazeja, depois de uma seca de três anos e três meses (III Livro dos Reis, XVIII, 45).
É no Monte Carmelo que a tradição colocou a origem da Ordem Carmelitana.
Alí, viviam eremitas entregues à oração e à penitência.
Há quem afirme que o primeiro oratório em louvor à Virgem Maria foi levantado no Monte Carmelo. Sempre foi transmitida a crença que aquela nuvem branca que surgiu do mar e se transformou em chuva benéfica é símbolo da Imaculada Conceição de Maria.
São Luis IX, rei da França, sobe ao Monte Carmelo. Encontra-se com aqueles eremitas e fica encantado, quando lhe contam que sua origem remonta ao Profeta Elias, levando uma vida austera de oração e penitência, cultivando ardente devoção à Nossa Senhora.
Trinta anos, antes de São Luis IX subir ao Monte Carmelo, dois cruzados ingleses levaram para a Inglaterra alguns monges.
Na Inglaterra, vivia um homem penitente, como o Profeta Elias, austero como João Batista. Chamava-se Simeão. Mas, diante de sua vida solitária na convacidade de uma árvore no seio da floresta, deram-lhe o apelido de Stock. Dizem os historiadores que Nossa Senhora lhe apareceu, exortando-o a unir-se aos Monges Carmelitas.
Os Carmelitas transferiram-se do Oriente para a Europa, por causa das perseguições sofridas, com seus conventos destruídos, queimados, seus religiosos presos, mortos e os sobreviventes dispersos. Diferente porém não foi sua sorte na Europa.
São Simão Stock, unindo-se aos Carmelitas, tanto se distinguiu por sua piedade, austeridade, visão e liderança, acabando sendo eleito Superior de todos os Carmelitas da Europa, em 1245. Teve coragem de adaptar a vida dos Carmelitas, que devia ser um misto de contemplação e de atividade apostólica e pastoral. Preparou os Religiosos, mandando-os às Universidades. Isto desagradou aos mais velhos. Se não bastassem as dificuldades internas, o clero diocesano que não aceitava os frades mendigantes Franciscanos e Dominicanos, fez guerra também aos Carmelitas. São Simão Stock até pensou em mudar o hábito que tanto chamava a atenção na Europa.
Sentindo ele sempre mais a oposição interna e externa e sendo já nonagenário, reconhecia que as provações eram superiores a suas forças.
Foi então que recorreu com muita confiança à proteção de Nossa Senhora. Na noite de 16 de julho de 1251, no Convento de Cambridge, no condado de Kent, Inglaterra, assim rezava São Simão Stock na sua cela: "Flor do Carmelo, Vinha florífera, Esplendor do céu, Virgem fecunda, singular. Ó Mãe benigna, sem conhecer varão, aos Carmelitas dá privilégio, Estrela do Mar!".
Terminada estre prece, levanta os olhos marejados de lágrimas, vê a cela encher-se, subitamente, de luz. Rodeada de anjos, apareceu-lhe a Virgem Santíssima, revestida de esplendor, trazendo nas mãos o Escapulário dizendo a São Simão Stock, com inexprimível ternura maternal: "Recebe, filho queridíssimo, este Escapulário de tua Ordem, como sinal peculiar de minha fraternidade, como privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Quem morrer revestido dele não sofrerá o fogo eterno. Eis um sinal de salvação, de proteçao nos perigos, eis uma aliança de paz e de eterna amizade".
Nossa Senhora voltou ao céu e o Escapulário permaneceu como sinal de Maria.
Na última aparição de Lourdes e de Fátima, Nossa Senhora traz o Escapulário.
São passados 733 anos, desde o dia 16 de julho de 1251. Todos os que trouxeram o Escapulário, com verdadeira piedade, com sincero desejo de perfeição cristã, com sinais de conversão, sempre foram protegidos na alma e no corpo contra tantos perigos que ameaçam a vida espiritual e corporal. É só ler os anais carmelitanos para provar a proteção e a assistência de Maria Santíssima.
O Escapulário é a devoção de papas e reis, de pobres e plebeus, de homens cultos e analfabetos. É a devoção de todos. Foi a devoção de São Luis IX, de Luis XIII, Luis XIV da França, Carlos VII, Filipe I e Filipe III da Espanha, Leopoldo I da Alemanha, Dom João I, de Portugal.
E a devoção dos Papas: Bento XV o pontífice da paz, chamou o Escapulário a "arma dos cristãos" e aconselhava aos seminaristas que o usassem. Pio IX gravou em seu cálice a seguinte inscrição:"Pio IX, confrade Carmelita". Leão XVIII, pouco antes de morrer, disse aos que o cercavam: "Façamos agora a Novena da Virgem do Carmo e depois morreremos".
Pio XI escrevia, em 1262, ao Geral dos Carmelitas: "Aprendi a conhecer e a amar a Virgem do Carmo nos braços de minha mãe, nos primeiros dias de minha infância". Pio XII afirmava: "É certamente o Sagrado Escapulário do Carmo, como veste Mariana, sinal e garantia da proteção e salvação ao Escapulário com que estavam revestidos. Quantos nos perigos do corpo e da alma sentiram a proteção Materna de Maria".
O Papa João XXIII assim se pronunciou: "Por meio do Escapulário do Carmo, pertenço à família Carmelitana e aprecio muito esta graça com a certeza de uma especialíssima proteção de Maria. A devoção a Nossa Senhora do Carmo torna-se uma necessidade e direi mais uma violência dulcíssima para os que trazem o Escapulário do Carmo"
Paulo VI afirmava que entre os exercícios de piedade devem ser recordados o Rosário de Maria e o Escapulário do Carmo.
O Papa João Paulo II era devotíssimo de Nossa Senhora e coloca a recitação do Rosário entre suas orações prediletas. Ele quis ser Carmelita. Defendeu sua tese sobre São João da Cruz, o grande Carmelita renovador da Ordem.
John Mathias Haffert, autor do livro "Maria na sua Promessa do Escapulário", entrevistou a Irmã Carmelita Lúcia, a vidente de Fátima ainda viva e perguntou, por que na última aparição Nossa Senhora segurava o escapulário na mão?
Irmã Lúcia respondeu simplesmente: "É que Nossa Senhora quer que todos usem o Escapulário".
O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo é um sinal de Maternidade Divina de Maria. Como tal, representa o compromisso de seguir Jesus como Maria, o modelo perfeito de todos os discípulos de Cristo.

O uso do Escapulário a Virgem nos ensina a:

* Viver abertos a Deus e à sua vontade;

* Escutar e praticar a palavra de Deus;

* Orar em todo momento, descobrindo Deus presente em todas as circunstâncias;

* Estar aberto a caridade e as necessidades da Igreja;

* Alimentar a esperança do encontro com Deus na vida eterna pela proteção e intercessão de Maria.

O Escapulário do Carmo não é:

* Um sinal de proteção mágica ou amuleto;

* Uma garantia automática de salvação;

* Uma dispensa de viver as exigências da vida Cristã.

O Escapulário em suas normas práticas:

* O Escapulário é imposto só uma vez por um sacerdote ou pessoa autorizada;

* O uso do Escapulário exige no mínimo a oração de três Ave-Marias em honra a Nossa Senhora do Carmo;

* O Escapulário compromete com uma vida autêntica de Cristãos que se conformam com as exigências evangélicas, recebem os sacramentos e professam uma especial devoção à Santíssima Virgem.



Artigo escrito pelo Pároco Luiz Alberto Kleina.



sábado, 14 de julho de 2012

São Camilo de Léllis 14/07/2012






São Camilo de Lellis

Religioso italiano

Biografia de São Camilo de Lellis:

São Camilo de Lellis (1550-1614) foi um religioso italiano. Criou a Ordem São Camilo. É o padroeiro dos enfermos e dos hospitais. Foi declarado santo no dia 29 de junho de 1746, pelo Papa Bento XIV.
São Camilo de Lellis (1550-1614) nasceu em Bacchianico, cidade do reino de Nápoles, Itália, no dia 25 de maio. Na idade de 6 anos perdeu o pai, oficial do exército. Mal sabia ler e escrever alistou-se no exército e, aos 18 anos apenas, tomou parte numa campanha contra os turcos.
Gravemente doente, voltou a Roma, onde foi internado no hospital dos incuráveis. A paixão, porém, pelo jogo fez com que o demitissem daquele estabelecimento. Posto na rua, doente, pobre, procurou serviço como servente de pedreiro, trabalhando em seguida numa casa que os capuchinhos estavam construindo. Uma conversa que teve com o guardião do convento, abriu-lhe os olhos. Largou do jogo, fez penitência e invocou a misericórdia divina. Camilo tinha então 25 anos.
Entrou na Ordem dos Capuchinhos, onde fez o noviciado e passou depois para os Franciscanos. Estes, porém, não lhe consentiram a permanência na Ordem, por causa de uma úlcera que tinha no pé, e que pelos médicos fora declarada incurável. Dirigiu-se ao hospital Santiago, em Roma, onde foi aceito e como não tinha dinheiro ofereceu-se para trabalhar como servente e enfermeiro. Dedicou exclusivamente ao serviço dos enfermos.
Observando que os pobres doentes sofriam muitas privações, em 1582 Camilo começou a procurar pessoas que aceitassem socorrer os pobres e doentes e criou uma Irmandade que teve o apoio do Papa Sisto V. Os primeiros irmãos eram leigos, mais em seguida alguns sacerdotes se juntaram à Irmandade. Adquiriram uma casa, onde moravam em comunidade. A Irmandade deu tão certo que em pouco tempo, Camilo teve que abrir novos Institutos na Itália, Sicília e outras partes da Europa. Seguindo ainda o conselho de São Filipe Nery e o exemplo de Santo Inácio, apesar de seus 32 anos, voltou ao estudo foi ordenado Sacerdote.
Por ocasião da peste em Roma, embora doente e sofrendo dores horríveis no pé, ia de casa em casa, procurando, socorrendo e consolando os pobres doentes. Numerosos são os casos, em que foi visto levando nas costas os doentes ao hospital, onde os tratava com a maior dedicação. Quando a peste chegou em Milão e Nola, Camilo acompanhou-a levando consigo a caridade e zelo apostólico. Muitos doentes recuperaram a saúde só pela palavra e oração do Sacerdote. Em 1591 o Papa Gregorio XIV reconheceu a Irmandade como uma Ordem Religiosa.
Camilo era humilde e, por causa da humildade era muito querido em Roma. Chorando sempre os pecados da mocidade, dizia-se indigno de morar entre os homens e merecedor do inferno. Palavras de elogios entristeciam e irritavam-no. Não permitia que o chamassem fundador duma Ordem e depois de 27 anos de Superior, pediu que lhe tirassem este fardo, e o pusessem debaixo da obediência. Camilo era caridoso para com os outros e severo para consigo.
Muito doente e desenganado pelos médicos, Camilo recebeu o Santo Viático das mãos do Cardeal Ginnásio, protetor da Irmandade. Vendo a sagrada Hóstia disse, com as lágrimas nos olhos: "Alegro-me por me terem dito que entrarei na casa do Senhor. Reconheço, Senhor, que sou dos pecadores o mais indigno de receber vossa graça".
Camilo de Lellis faleceu em Roma no dia 14 de 7 de 1614. Enquanto os médicos preparavam seu corpo para o sepultamento, perceberam que a úlcera de seu pé havia desaparecido. Em 1746 foi canonizado por Bento XIV. São Camilo é padroeiro dos enfermos e dos hospitais.



Informações biográficas de São Camilo de Lellis:

Data do Nascimento: 17/01/1706

Data da Morte: 17/04/1790

Nasceu há 306 anos

Morreu aos 84 anos

Morreu há 222 anos



Última atualização do biografia de São Camilo de Lellis: 14/04/2012.


quinta-feira, 12 de julho de 2012

Jesus bate à porta de nossas vidas, esperando nela fazer morada 12/07/2012








Jesus bate à porta de nossas vidas, esperando nela fazer morada


"Eu e o Pai viremos e faremos nele nossa morada". Fraqueja tua porta ao que vem, abre tua alma, alarga o íntimo de tua mente para veres as riquezas da simplicidade, os tesouros da paz, a doçura da graça. Dilata o coração, corre ao encontro do sol da eterna luz, "que ilumina a todo homem". Esta luz verdadeira brilha para todos; mas se alguém fecha as janelas, priva-se da eterna luz. Assim também Cristo é repelido se fechas a porta de teu espírito. Embora possa entrar, não quer ser importuno, não quer entrar à força: coação nenhuma!
Nascido da Virgem, saiu do seio, irradiando luz sobre o mundo inteiro, refulgindo para todos. Os que de¬sejam acolhem a claridade inextinguível que noite alguma interrompe. Pois à do sol que vemos diariamente, sucede a noite escura; mas o sol da justiça jamais se põe, porque à sabedoria não sucede a maldade.
Feliz aquele a cuja porta Cristo bate. Nossa porta é a fé, que, quando sólida, defende a casa toda. Por esta porta Cristo entra. Daí dizer a Igreja no Cântico: "A voz de meu irmão bate à porta". Escuta o que bate, escuta o que deseja entrar: "abre para mim, minha irmã esposa, minha pomba, minha perfeita, porque tenho a cabeça coberta de orvalho e meus cabelos das gotas da noite".
Observa que o Deus Verbo bate à porta principalmente quando sua cabeça está coberta de orvalho noturno. Digna-se visitar os atribulados e tentados, para que não sucumbam às amarguras. A cabeça cobra-se de orvalho e de gotas quando o corpo sofre. Importa, portanto, vigi¬ar para não ficar excluído à chegada do Esposo. Se dormes e teu co¬ração está vigilante, bate e pede ser-lhe aberta a porta.
Possuímos a porta de nossa alma, possuímos também portais sobre os quais se diz: "Levantai, príncipes, vossos portais, erguei-¬vos portas eternas e entrará o Rei da glória". Se quiseres levantar os portais de tua fé, entrará em ti o Rei da glória, trazendo a vitória de sua paixão. Tem também portas a justiça. Delas lemos o que disse o Senhor Jesus por meio de seu profeta: "Abri-me as portas da justiça".
Há quem tenha portas, há quem tenha portais. A essas portas Cristo bate, bate aos portais. Abre, então, para ele; quer entrar, quer encontrar vigilante a Esposa.



por Santo Ambrósio



quarta-feira, 11 de julho de 2012

São Bento 11/07/2012







São Bento de Núrsia, patriarca dos monges do ocidente nasceu em 480, em Itália, na província de Núrsia. Nasceu numa família da alta nobreza.

É o monge fundador da Ordem dos Beneditinos, uma das maiores ordens monásticas do mundo.
O seu lema era “ora e labora”, e São Bento foi assim o criador da “Regra de São Bento”, sendo esta a mais utilizada regra de vida monástica existente, e inspiradora de outras comunidades religiosas.
São Bento foi agraciado com vários dons, nomeadamente o dom da profecia: tinha a capacidade de anunciar com grande precisão acontecimentos futuros.
A graça da compunção e o Dom das lágrimas fazia de São Bento um homem compassivo e profundamente orante. Como que associado ao Dom da profecia, as lágrimas lhe desciam pelos olhos diante das revelações que Deus lhe permitia receber.
São Bento previu a sua morte, sendo que 6 dias antes mandou preparar o seu túmulo, doente e com o corpo abatido devido ás penitências dirigiu-se á celebração Eucarística, comungou e morreu de pé, sustentado pelos seus disciplos.
São Bento servia-se do sinal da cruz para fazer milagres e vencer as tentações. Daí, veio o costume muito antigo, de representá-lo com uma cruz na mão.
São Bento foi designado Santo Padroeiro da Europa pelo Papa Paulo VI em 1964, sendo venerado tanto por católicos como por ortodoxos.
São Bento foi o fundador da Abadia do Monte Cassino, na Itália, destruída durante a 2º Guerra Mundial, posteriomente restaurada.
São numerosos os fatos maravilhosos atribuídos a esta medalha. Contudo, a medalha não age automaticamente contra todas as adversidades, como se fosse um talismã ou vara mágica. Todo cristão, a exemplo de Jesus Cristo, deve carregar a sua cruz. Pois, é necessário que nossas faltas sejam expiadas; nossa fé seja provada; e nossa caridade purificada, para que aumentem nossos méritos.
O símbolo da nossa redenção, a Cruz, gravada na medalha, não tem por fim nos livrar da prova; no entanto, a virtude da Cruz de Jesus e a intercessão de São Bento produzirão efeitos salutares em muitas circunstâncias. A medalha concede, também, graças especiais para a hora da morte, pois São Bento com São José são padroeiros da boa morte.
Para se ficar livre das ciladas do demônio, é preciso, acima de tudo, estar na graça e amizade com Deus. Portanto, é preciso servi-lo e amá-lo, cumprindo todos os deveres religiosos: oração, Missa dominical, recepção dos Sacramentos, cumprimento dos deveres de justiça; em uma palavra, cumprimento de todos os mandamentos da Lei de Deus e da Igreja. Nem o demônio, nem alguma criatura, tem o poder de prejudicar verdadeiramente uma alma unida a Deus.
Em resumo, o efeito da medalha de São Bento depende em grande parte das disposições da pessoa para com Deus e da observância dos requisitos acima mencionados.



Fonte: Internet

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus 09/07/2012








Madre Paulina (1865-1942) foi uma religiosa ítalo-brasileira. Primeira santa brasileira, foi canonizada em 2002, recebendo o nome de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Foi beatificada pelo papa João Paulo II, quando de sua visita à Florianópolis, Santa Catarina.

Madre Paulina (1865-1942) nasceu no dia 16 de dezembro em Vígolo Vattaro, Trento na Itália. Filha de Antonio Napoleone Visintainer e Anna Pianezer. Com apenas 10 anos emigrou com seus pais e irmãos para o Brasil, se estabelecendo em Santa Catarina. Vários padres italianos já estavam na região, integrantes da Companhia de Jesus. Várias vilas foram surgindo com nomes das cidades italianas, como Nova Trento, Vigolo, Bezenello, Valsugana, entre outras. Em 1887 ficou órfã de mãe e cuidou da família até seu pai casar novamente.
Madre Paulina participou da vida paroquial na Capela de Nova Trento e foi encarregada de dar aulas de catecismo para as crianças. Dedicava parte do seu tempo para cuidar de pessoas enfermas. Em 12 de julho 1890, já formava um grupo que lhe ajudava a cumprir essa missão. Com a aprovação do Bispo de Curitiba, D. José de Camargo Barros, a congregação recebeu o nome de Filhas da Imaculada Conceição. Essa data é considerada como o dia da fundação da obra de Madre paulina.
Em dezembro do mesmo ano fizeram os votos religiosos e Amabile Lucia Visintainer, recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. O Instituto começou na extrema pobreza, as primeiras Irmãs, além do cuidado dos doentes, dos órfãos e dos trabalhos da paróquia, para sobreviver deveriam trabalhar na roça e na pequena indústria de seda, muito conhecida, segundo a tradição trentinas.
Em 1903 foi eleita Superiora Geral. Depois da fundação das Casas de Nova Trento e Vígolo, vai trabalhar em São Paulo, seguindo o conselho do padre Luigi Maria Rossi, que era Pároco de Nova Trento desde 1895 e naquele ano nomeado Superior da Residência de São Paulo. Pouco tempo depois, na colina do Ipiranga junto a uma Capela ali existente, iniciou a obra da "Sagrada Família" para abrigar os filhos de ex-escravo, órfãos e velhos.
De 1909 deixa o cargo de Superiora Geral e passa a viver na casa por ela fundada em Bragança Paulista. Foram 9 anos difíceis. Em 1918, Madre Paulina foi chamada à Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da Congregação, que desde 1909 assumira o nome de "Irmãzinhas da Imaculada Conceição". Viveu 33 anos como simples religiosa.
Amábile Lucia Visintainer morreu no dia 9 de julho de 1942, na Casa Geral, em São Paulo. Em sua homenagem foi erguido o Santuário de Santa Paulina, em Vígolo, Nova Trento, Santa Catarina.


Fonte: Internet

Quem quizer saber mais entre no: www,tesouroescondido.com

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Santa Maria Gorete 06/07/2012







Amor e Perdão

Maria nasceu em 16 de outubro de 1890, em Corinaldo, província de Ancona, Itália. Filha de Luigi Goretti e Assunta Carlini, terceira de sete filhos de uma família pobre de bens terrenos mas rica em fé e virtudes, cultivadas por meio da oração em comum, terço todos os dias e aos domingos Missa e sagrada Comunhão. No dia seguinte a seu nascimento, foi batizada e consagrada à Virgem. Aos seis anos recebeu o sacramento da Confirmação.
Depois do nascimento de seu quarto filho, Luigi Goretti, pela dura crise econômica que enfrentava, decidiu emigrar com sua família às grandes planícies dos campos romanos, ainda insalubres naquela época.
Instalou-se em Ferriere di Conca, colocando-se a serviço do conde Mazzoleni, neste lugar Maria mostra claramente uma inteligência e uma maturidade precoce, onde não existia nenhum pingo de capricho, nem de desobediência, nem de mentira. É realmente o anjo da família.
Após um ano de trabalho esgotante, Luigi contraiu uma doença fulminante, a malária, que o levou à morte depois de padecer por dez dias. Como conseqüência da morte de Luigi, Assunta teve que trabalhar deixando a casa a cargo dos irmãos mais velhos. Maria freqüentemente chorava a morte de seu pai, e aproveita qualquer ocasião para ajoelhar-se diante de sua tumba, para elevar a Deus suas preces para que seu pai goze da glória divina.
Junto com a tarefa de cuidar de seus irmãos menores, Maria seguia rezando e assistindo a seu curso de catecismo. Posteriormente, sua mãe contará que o terço lhe era necessário e, de fato, o levava sempre enrolado em volta do pulso. Assim como a contemplação do crucifixo, que foi para Maria uma fonte onde se nutria de um intenso amor de Deus e de um profundo horror pelo pecado.

Amor intenso ao Senhor

Maria desde muito pequena ansiava receber a Sagrada Eucaristia. Segundo era costume na época, deveria esperar até os onze anos, mas um dia perguntou a sua mãe: -Mamãe, quando tomarei a Comunhão?. Quero Jesus. –Como vai tomá-la, se não sabes o catecismo? Além disso, não sabes ler, não temos dinheiro para comprar o vestido, os sapatos e o véu, e não temos nem um momento livre. –Pois assim nunca tomarei a Comunhão, mamãe! E eu não posso estar sem Jesus! -E, o que queres que eu faça? Não posso deixar que comungues como uma pequena ignorante.
Diante destas condições, Maria começou a se preparar com ajuda de uma pessoa do lugar, e todo o povo a ajudar dando-lhe a roupa da comunhão. Desta maneira, recebeu a Eucaristia em 29 de maio de 1902.
A comunhão constante acrescenta nela o amor pela pureza e a anima a tomar a resolução de conservar essa angélica virtude a todo custo. Um dia, após ter escutado um intercâmbio de frases desonestas entre um rapaz e uma de suas companheiras, diz com indignação à sua mãe -Mamãe, que mal havia essa menina! -Procura não tomar parte nunca nestas conversações – Não quero nem pensar, mamãe; antes que fazê-lo, preferiria...E a palavra morrer fica entre seus lábios. Um mês depois, ocorre o que ela sentenciou.

Pureza eterna

Ao entrar a serviço do conde Mazzoleni, Luigi Goretti havia se associado com Giovanni Serenelli e seu filho Alessandro. As duas famílias vivem em quartos separados, mas a cozinha é comum. Luigi se arrependeu em seguida daquela união com Giovanni Serenelli, pessoa muito diferente dos seus, bebedor e carente de discrição em suas palavras.
Depois da morte de Luigi, Assunta e seus filhos haviam caído sob o jugo despótico dos Serenelli, Maria, que compreendeu a situação, esforça-se para apoiar sua mãe:
-Ânimo, mamãe, não tenhas medo, que já estamos crescendo. Basta com que o Senhor nos conceda saúde. A Providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!
Desde a morte de seu marido, Assunta sempre esteve no campo e nem sequer tem tempo de ocupar-se da casa, nem da instrução religiosa dos mais pequenos.
Maria se encarrega de tudo, na medida do possível. Durante as refeições, não se senta à mesa até que todos estejam servidos, e para ela serve as sobras. Sua obsequiosidade se estende igualmente aos Serenelli. Por sua vez, Giovanni, cuja esposa havia falecido no hospital psiquiátrico de Ancona, não se preocupa em nada com seu filho Alessandro, jovem robusto de dezenove anos, grosseiro e vicioso, que gostava de cobrir seu quarto com imagens obscenas e ler livros indecentes. Em seu leito de morte, Luigi Goretti havia pressentido o perigo que a companhia dos Serenelli representava para seus filhos, e havia repetido sem cessar à sua esposa:
-Assunta, volte para Corinaldo! Infelizmente Assunta está endividada e comprometida por um contrato de arrendamento.
Depois de ter maior contato com a família Goretti, Alessandro começou a fazer proposições desonestas à inocente Maria, que em um princípio não compreende.
Mais tarde, ao adivinhar as intenções perversas do rapaz, a jovem está sobre aviso e rejeita a adulação e as ameaças. Suplica à sua mãe que não deixe sozinha na casa, mas não se atreve a explicar-lhe claramente as causas de seu pânico, pois Alessandro a havia ameaçado –Se contar algo a tua mãe, te mato. Seu único recurso é a oração. Na véspera de sua morte, Maria pede novamente chorando à sua mãe que não a deixe sozinha, mas, ao não receber mais explicações, esta o considera um capricho e não dá nenhuma importância àquela reiterada súplica.
No dia 5 de julho, a uns quarenta metros da casa, estão debulhando as favas na terra. Alessandro leva um carro puxado por bois. O faz girar uma e outra vez sobre as favas estendidas no chão. Às três da tarde, no momento em que Maria se encontra sozinha em casa, Alessandro diz:
-"Assunta, quer fazer o favor de levar um momento os bois para mim?" Sem suspeitar nada, a mulher o faz, Maria, sentada na soleira da cozinha, remenda uma camisa que Alessandro lhe entregou depois de comer, enquanto vigia sua irmãzinha Teresinha, que dorme a seu lado.
-"Maria!, grita Alessandro. -Quer queres? -Quero que me sigas. -Para quê? –segue-me!
-Se não me dizes o que queres, não te sigo".
Perante a resistência, o rapaz a agarra violentamente pelo braço e a arrasta até a cozinha, trancando a porta. A menina grita, o ruído não chega ao lado de fora. Ao não conseguir que a vítima se submeta, Alessandro a amordaça e esgrime um punhal. Maria põe-se a tremer, mas não sucumbe. Furioso, o jovem tenta com violência arrancar-lhe a roupa, mas Maria se desata da mordaça e grita:
-Não faças isso, que é pecado... Irás para o inferno.
Pouco cuidadoso com o juízo de Deus, o desgraçado levanta a arma:
-Se não deixar, te mato.
Frente àquela resistência, a atravessa com facadas. A menina se põe a gritar:
-Meu Deus! Mamãe!, e cai no chão.
Pensando que estava morta, o assassino atira a faca e abre a porta para fugir, mas ao escutá-la gemer de novo, volta sobre seus passos, pega a arma e a atravessa outra vez de parte a parte; depois, sobe e se tranca em seu quarto.
Maria recebeu catorze feridas graves e ficou inconsciente. Ao recobrar a consciência, chama o senhor Serenelli: Giovanni! Alessandro me matou... Venha. Quase ao mesmo tempo, despertada pelo ruído, Teresinha lança um grito estridente, que sua mãe escuta. Assustada, diz a seu filho Mariano: -Corre a buscar a Maria; diga-lhe que Teresinha a chama.
Naquele momento, Giovanni Serenelli sobe as escadas e, ao ver o horrível espetáculo que se apresenta diante seus olhos, exclama: -Assunta, e tu também, Mário, vem!. Mario Cimarelli, um trabalhador da granja, sobe as escadas à toda pressa. A mãe chega também: -Mamãe!, geme Maria. -É Alessandro, que queria me fazer mal! Chamam o médico e os guardas, que chegam a tempo para impedir que os vizinhos, muito exaltados, matassem Alessandro no ato.

Sofrimento redentor

Ao chegar ao hospital, os médicos se surpreenderam de que a menina ainda não havia sucumbido a seus ferimentos, pois alcançou o pericárdio, o coração, o pulmão esquerdo, o diafragma e o intestino. Ao diagnosticar que não tem cura, chamaram o capelão. Maria se confessa com toda clareza. Em seguida, durante duas horas, os médicos cuidaram dela sem adormecê-la.
Maria não se lamenta, e não deixa de rezar e de oferecer seus sofrimentos à santíssima Virgem, Mãe das Dores. Sua mãe conseguiu que lhe permitam permanecer à cabeceira da cama. Maria ainda tem forças para consolá-la : -Mamãe, querida mamãe, agora estou bem... Como estão meus irmãos e irmãs?
Em um momento, Maria diz à sua mãe: -Mamãe, dê-me uma gota de água. –Minha pobre Maria, o médico não quer, porque seria pior para ti. Estranhada, Maria continua dizendo:
-Como é possível que não possa beber nem uma gota de água? Em seguida, dirige o olhar sobre Jesus crucificado, que também havia dito Tenho sede!, e entendeu.
O sacerdote também está a seu lado, assistindo-a paternalmente. No momento de lhe dar a Sagrada Comunhão, perguntou-lhe: -Maria, perdoa de todo coração teu assassino? Ela respondeu: -Sim, perdôo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao paraíso. Quero que esteja a meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei.
Passando por momentos análogos pelos quais passou o Senhor Jesus na Cruz, Maria recebeu a Eucaristia e a Extrema unção, serena, tranqüila, humilde no heroísmo de sua vitória.
Depois de breves momentos, escutam-na dizer: "Papai". Finalmente, Maria entra na glória da Comunhão com Deus amor. É o dia 6 de julho de 1902, às três horas da tardes.

A conversão de Alessandro

No julgamento, Alessandro, aconselhado por seu advogado, confessou: -"Gostava dela. A provoquei duas vezes ao mal, mas não pude conseguir nada. Despeitado, preparei o punhal que devia utilizar". Por isso, foi condenado a 30 anos de trabalhos forçados. Aparentava não sentir nenhum arrependimento do crime tanto assim que às vezes o escutavam gritar:
-"Aníma-te, Serenelli, dentro de vinte e nove anos e seis meses serás um burguês!". Entretanto, alguns anos mais tarde, Dom Blandini, Bispo da diocese onde está a prisão, decide visitar o assassino para encaminhá-lo ao arrependimento. -"Está perdendo o tempo, monsenhor -afirma o carcereiro-, ele é um duro!"
Alessandro recebeu o bispo resmungando, mas perante a lembrança de Maria, de seu heróico perdão, da bondade e da misericórdia infinita de Deus, deixa-se alcançar pela graça. Depois do Prelado sair, chora na solidão da cela, perante a estupefação dos carcereiro.
Depois de ter um sonho onde Maria lhe apareceu, vestida de branco nos jardins do paraíso, Alessandro, muito questionado, escreveu a Dom Blandino: "Lamento pelo crime que cometi porque sou consciente de ter tirado a vida de uma pobre menina inocente que, até o último momento, quis salvar sua honra, sacrificando-se antes de ceder a minha criminal vontade. Peço perdão a Deus publicamente, e à pobre família, pelo enorme crime que cometi. Confio obter também eu o perdão, como tantos outros na terra". Seu sincero arrependimento e sua boa conduta na prisão lhe devolvem a liberdade quatro anos antes da expiração da pena. Depois, ocupará o posto de hortelão em um convento de capuchinhos, mostrando uma conduta exemplar, e será admitido na ordem terceira de São Francisco.
Graças à sua boa disposição, Alessandro foi chamado com testemunha no processo de beatificação de Maria. Foi algo muito delicado e penoso para ele, mas confessou: "Devo reparação, e devo fazer tudo o que esteja a meu alcance para sua glorificação. Toda a culpa é minha. Deixei-me levar pela brutal paixão. Ela é uma santa, uma verdadeira mártir. É uma das primeiras no paraíso, depois do que teve que sofrer por minha causa".
No Natal de 1937, Alessandro dirigiu-se a Corinaldo, lugar onde Assunta Goretti havia se retirado com seus filhos. E vai simplesmente para fazer reparação e pedir perdão à mãe de sua vítima. Nada mais chegar diante dela, pergunta-lhe chorando. -"Assunta, pode me perdoar? -Se Maria te perdoou -balbucia-, como eu não vou te perdoar?" No mesmo dia de Natal, os habitantes de Corinaldo ficam surpresos e emocionados ao ver aproximar-se à mesa da Eucaristia, um ao lado do outro, Alessandro e Assunta.

Fonte Acidigital

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Santa Isabel de Portugal 04/07/2012





Rainha dá um grande impulso a Portugal

Isabel pensava em consagrar a Deus sua virgindade, mas por iluminação divina e recomendação do confessor compreendeu que, como princesa, deveria aceitar um esposo e fazer brilhar no trono as virtudes evangélicas. Por isso, aos 12 anos contraiu matrimônio com Dom Dinis, rei de Portugal.
Na corte portuguesa ela continuou a ser um modelo de virtude, como fora na de Aragão. Seu bom exemplo levou muitas damas da nobreza a viver tão cristãmente como a rainha. A fama desse bom exemplo chegou rapidamente a todos os rincões de Portugal, excitando em toda parte uma santa emulação.
Quando Isabel chegou, Portugal já havia varrido de seu território o jugo maometano e ampliado suas fronteiras até os limites atuais, entrando numa nova era de paz e prosperidade. Dom Dinis reconstruiu cidades devastadas pela guerra, fundou hospitais e escolas, entre elas a célebre Universidade de Coimbra. Restaurou e construiu igrejas, orfanatos para os filhos dos mortos na guerra, e sobretudo dedicou-se à agricultura com tal afinco, que recebeu da posteridade os títulos de Rei Lavrador e Pai da Pátria. Evidentemente, Santa Isabel exerceu grande papel em tudo isso, o que lhe valeu na época o epíteto de Rainha dos Agricultores.

Dor e paciência ante infidelidades conjugais

Isabel foi um exemplo de respeito, amor e obediência ao marido. Este, embora dotado de muitas qualidades que o tornavam amigo da justiça e da verdade, deixou-se levar, quando jovem, por maus exemplos, mantendo muitas ligações ilícitas das quais nasceram vários filhos bastardos. Pesando-lhe mais a ofensa feita a Deus que a si própria e o escândalo público que representava tal procedimento, a rainha sofria e praticava a virtude da paciência para com as misérias morais do marido, rezando e sacrificando-se por ele, e procurando atraí-lo para uma vida virtuosa. A bem da verdade, é necessário dizer que D. Dinis soube compreender a grandeza de alma da esposa, concedendo-lhe inteira liberdade tanto para suas devoções quanto para a prática da caridade. Tal paciência levou-o finalmente a reconhecer seus erros, emendar-se de sua depravação e fazer penitência por seus pecados.

Quem não sofria com a mesma resignação os pecados do rei era o Infante Afonso, seu filho, que desejava nobremente fazer cessar o ultraje feito à sua mãe. Certo dia, declarou-se em aberta revolta contra o pai. Este resolveu aprisionar de surpresa o filho e encerrá-lo numa torre até o fim de seus dias. A rainha descobriu o plano do marido e mandou alertar o filho do perigo que corria. Alguns cortesãos mal-intencionados acusaram-na perante o rei de ser partidária do filho rebelde e auxiliá-lo até com armas. Demasiado crédulo, o monarca expulsou Isabel do palácio, privou-a de todas as rendas e desterrou-a para a cidade de Alenquer.

Afonso solicitou o auxílio de Aragão e de Castela contra o pai. A guerra civil era inevitável. Tendo conhecimento do perigo desse conflito, Isabel abandonou Alenquer contra a ordem do marido e dirigiu-se a Coimbra, onde estava o rei. Lançando-se a seus pés, suplicou que perdoasse o filho. Dom Dinis recebeu-a com bondade e autorizou-a a tentar estabelecer a paz com o filho. A rainha foi a Pombal, onde o Príncipe se encontrava à frente de suas tropas, e assegurando-lhe o perdão do rei, conseguiu restabelecer a paz.

Impressionante exemplo da justiça de Deus

A rainha tinha um pajem muito virtuoso e prudente, digno de toda confiança, a quem incumbia de conceder aos pobres grande parte de suas esmolas. Outro pajem, invejando-o, foi dizer ao monarca que a confiança da rainha por aquele pajem era fruto de uma inclinação pecaminosa. O rei, que naquele tempo estava entregue a uma vida irregular, acreditou na calúnia, e planejou matar secretamente o referido pajem. Certo dia, passando pelo local onde havia uma usina de cal, chamou os operários e ordenou-lhes que, quando alguém viesse, de sua parte, perguntar se eles haviam feito o que o rei ordenara, que o pegassem e o lançassem ao grande forno para aí perecer.
No dia seguinte, D. Dinis mandou o pajem da rainha ir à usina perguntar se o que ele havia ordenado havia sido feito. Entretanto, a Providência velava pelo virtuoso jovem. Passando no caminho por uma igreja, o pajem entrou para rezar. E vendo que ia começar uma Missa, permaneceu algum tempo para assisti-la. Terminada a primeira missa, começou uma segunda, depois uma terceira, e o piedoso pajem ficou também na igreja para rezar no transcorrer delas.
Enquanto isso o rei, levado pela impaciência, chamou outro pajem —providencialmente, o mesmo caluniador — e enviou-o à usina, a fim de se inteirar se sua ordem havia sido cumprida. Imediatamente os operários apoderaram-se do infeliz e lançaram-no ao forno.
O primeiro pajem chegou depois àquele local e perguntou se o que o rei ordenara fora executado, recebendo a resposta afirmativa. De volta ao palácio, foi dar conta de sua missão ao soberano, que ficou muito surpreso de vê-lo vivo e quis saber o que acontecera. O pajem contou-lhe então que, quando ia a caminho da usina, passou pela igreja para uma rápida oração. E que seu pai, ao morrer, havia lhe recomendado assistir a todas as missas que visse em andamento. Por isso ele assistira a três missas sucessivas, e só depois fora executar o que o rei ordenara.
O monarca reconheceu no fato um julgamento de Deus, testificando a inocência da rainha, a virtude de seu pajem e a malícia do caluniador.

Numerosos milagres operados ainda em vida

A Rainha Isabel operou vários milagres ainda em vida. Certa vez em que ela por devoção lavava os pés de pobres, havia uma mulher com uma úlcera que exalava insuportável mau odor. Lavou e tratou da ferida, e para vencer sua repugnância, osculou-a. Ao contato com os lábios da rainha, a ferida desapareceu.
Numa noite, durante o sono, Isabel teve uma inspiração do Divino Espírito Santo para edificar uma igreja em seu louvor. Mandou alguns arquitetos ao local que lhe parecia mais conveniente, para estudarem a edificação. Eles voltaram dizendo que os fundamentos já haviam sido lançados, e que se podia, portanto, dar início à construção. Todos se espantaram com esse fato surpreendente, pois até a véspera não havia vestígio desses fundamentos. O rei, tendo em vista constar para a posteridade tal prodígio, mandou que se lavrasse uma ata do sucedido. Tendo a rainha ido ao local para ver o milagre, entrou em êxtase à vista de muitas testemunhas.
É dos mais conhecidos o milagre das rosas. Quando levava no avental dinheiro para socorrer os pobres, encontrou-se com o marido, que perguntou-lhe o que guardava ali. Isabel respondeu-lhe que eram rosas. Ora, estava-se no inverno europeu, quando toda a natureza parece morta, e portanto não vicejam flores. O rei quis então ver o que ela realmente levava no avental. A rainha abriu-o, e surgiram belas e odoríferas rosas.

Dedicação heroica por ocasião da morte do rei

Estando o rei enfermo, desejou ir de Lisboa a Santarém, para mudar de clima. Na viagem, aumentou-lhe muito a febre. Isabel apressou-se em mandar avisar o filho. Ao chegar com o rei em Santarém, não o abandonou mais dia e noite, dele cuidando com suas próprias mãos. Estudava os momentos favoráveis para falar-lhe de Deus, do rigor do julgamento divino, do horror aos pecados, da compunção com que se deve detestá-los e da pureza de consciência com que se deve apresentar diante de Deus. Ao mesmo tempo, distribuía muitas esmolas na intenção do soberano e mandava rezar orações especiais em todo o reino por ele.
Após a morte de D. Dinis, a 6 de janeiro de 1325, a rainha depôs as vestes reais, cortou o cabelo e vestiu um simples hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Depois de procurar por todos os meios o sufrágio da alma do falecido rei, entregou-se de corpo e alma ao cuidado dos pobres e enfermos nos hospitais e demais obras de misericórdia. Sendo ela rainha, fazia-o com particular elevação de alma e eficácia.
Nesse mesmo ano, fez uma peregrinação a Santiago de Compostela pelo eterno repouso do marido, e lá deixou sua coroa, joias, vestes reais e muitos outros dons de grande valor.

A santa rainha faleceu no dia 4 de julho de 1336, aos 65 anos. Junto a seu túmulo multiplicaram-se os milagres. Entretanto Isabel só seria beatificada em 1516 e canonizada em 1625. Nessa ocasião, quando abriram o túmulo, encontraram seu corpo incorrupto, apesar de já terem transcorrido quase trezentos anos de sua morte.

Fonte: Catolicismo

terça-feira, 3 de julho de 2012

São Tomé 03/07/2012








Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Só este discípulo estava ausente; e, ao voltar e ouvir contar o que acontecera, negou-se a acreditar no que ouvia. Veio outra vez o Senhor e apresentou ao discípulo incrédulo o seu lado para que lhe pudesse tocar, mostrou-lhe as mãos e, mostrando-lhe também a cicatriz das suas chagas, curou a ferida daquela incredulidade. Que pensais, irmãos caríssimos, de tudo isto? Julgais porventura ter acontecido por acaso que aquele discípulo estivesse ausente naquela ocasião, que ao voltar ouvisse contar, que ao ouvir duvidasse, que ao duvidar tocasse e que ao tocar acreditasse?
Tudo isto não aconteceu por acaso, mas por disposição da providência divina. A bondade de Deus atuou de modo admirável, a fim de que aquele discípulo que duvidara, ao tocar as feridas do corpo do seu Mestre curasse as feridas da nossa incredulidade. Mais proveitosa foi para a nossa fé a incredulidade de Tomé do que a fé dos discípulos que não duvidaram; porque, enquanto ele é reconduzido à fé porque pôde tocar, a nossa alma põe de parte toda a dúvida e confirma-se na fé. Deste modo, o discípulo que duvidou e tocou, tornou-se testemunha da realidade da ressurreição. Tocou e exclamou: Meu Senhor e meu Deus. Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, acreditaste. Ora, como o apóstolo Paulo diz: A fé é o fundamento dos bens que se esperam, a prova das realidades que não se veem, torna-se claro que a fé é a prova da verdade daquelas coisas que não podemos ver. Pois aquilo que se vê já não é objecto de fé, mas de conhecimento direto. Então, se Tomé viu e tocou, porque é que lhe diz o Senhor: Porque me viste, acreditaste? É que ele viu uma coisa e acreditou noutra. A divindade não podia ser vista por um mortal. Ele viu a humanidade de Jesus e fez profissão de fé na sua divindade exclamando: Meu Senhor e meu Deus. Portanto, tendo visto acreditou, porque tendo à sua vista um homem verdadeiro, exclamou que era Deus, a quem não podia ver.
Muita alegria nos dá o que se segue: Felizes os que não viram e acreditaram. Por esta frase, não há dúvida que somos nós especialmente visados, pois não O vimos em sua carne, mas possuímo-lo no nosso espírito. Somos nós visados, desde que as obras acompanhem a nossa fé. Na verdade só acredita verdadeiramente aquele que procede segundo a fé que professa. Pelo contrário, daqueles que têm fé apenas de palavras, diz São Paulo: Professam conhecer a Deus, mas negam-n’O por obras. A este respeito diz São Tiago: A fé sem obras é morta.



(Hom. 26, 7-9: PL 76, 1201-1202) (Sec. VI)

Liturgia das Horas


Das Homilias de São Gregório Magno, papa, sobre os Evangelhos





domingo, 1 de julho de 2012

São Pedro e São Paulo 1º de Julho 2012










“Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. – Estas palavras que o missal propõe como antífona de entrada desta solenidade, resumem admiravelmente o significado de São Pedro e são Paulo. A Igreja chama a ambos de “corifeus”, isto é líderes, chefes, colunas. E eles o são.

Primeiramente, porque são apóstolos. Isto é, são testemunhas do Cristo morto e ressuscitado. Sua pregação plantou a Igreja, que vive do testemunho que eles deram. Pedro, discípulo da primeira hora, seguiu Jesus nos dias de sua pregação, recebeu do Senhor o nome de Pedra e foi colocado à frente do colégio dos Doze e de todos os discípulos de Cristo. Generoso e ao mesmo tempo frágil, chegou a negar o Mestre e, após a ressurreição, teve confirmada a missão de apascentar o rebanho de Cristo. Pregou o Evangelho e deu seu último testemunho em Roma, onde foi crucificado sob o Imperador Nero. Paulo não conhecera Jesus segundo a carne. Foi perseguidor ferrenho dos cristãos, até ser alcançado pelo Senhor ressuscitado na estrada de Damasco. Jesus o fez se apóstolo. Pregou o Evangelho incansavelmente pelas principais cidades do Império Romano e fundou inúmeras igrejas. Combateu ardentemente pela fidelidade à novidade cristã, separando a Igreja da Sinagoga. Por fim, foi preso e decapitado em Roma, sob o Imperador Nero.
O que nos encanta nestes gigantes da fé não é somente o fruto de sua obra, tão fecunda. Encanta-nos igualmente a fidelidade à missão. As palavras de Paulo servem também para Pedro: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé”. Ambos foram perseverantes e generosos na missão que o Senhor lhes confiara: entre provações e lágrimas, eles fielmente plantaram a Igreja de Cristo, como pastores solícitos pelo rebanho, buscando não o próprio interesse, mas o de Jesus Cristo. Não largaram o arado, não olharam para trás, não desanimaram no caminho… Ambos experimentaram também, dia após dia, a presença e o socorro do Senhor. Paulo, como Pedro, pôde dizer: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar…”
Ambos viveram profundamente o que pregaram: pregaram o Cristo com a palavra e a vida, tudo dando por Cristo. Pedro disse com acerto: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo”; Paulo exclamou com verdade: “Para mim, viver é Cristo. Minha vida presente na carne, eu a vivo na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Dois homens, um amor apaixonado: Jesus Cristo! Duas vidas, um só ideal: anunciar Jesus Cristo! Em Jesus eles apostaram tudo; por Jesus, gastaram a própria vida; da loucura da cruz e da esperança da ressurreição de Jesus, eles fizeram seu tesouro e seu critério de vida.
Finalmente, ambos derramaram o Sangue pelo Senhor: “Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Eis a maior de todas a honras e de todas as glórias de Pedro e de Paulo: beberam o cálice do Senhor, participando dos seus sofrimentos, unido a ele suas vidas até o martírio em Roma, para serem herdeiros de sua glória. Eis por que eles são modelo para todos os cristãos; eis por que celebramos hoje, com alegria e solenidade o seu glorioso martírio junto ao altar de Deus! Que eles intercedam por nós na glória de Cristo, para que sejamos fiéis como eles foram.
Hoje também, nossos olhos e corações voltam-se para a Igreja de Roma, aquela que foi regada com o sangue dos bem-aventurados Pedro e Paulo, aquela, que guarda seus túmulos, aquela, que é e será sempre a Igreja de Pedro. Alguns loucos, dizem, deturpando totalmente a Escritura, que ela é a Grande Prostituta, a Babilônia. Nós sabemos que ela é a Esposa do Cordeiro, imagem da Jerusalém celeste. Conhecemos e veneramos o ministério que o Senhor Jesus confiou a Pedro e seus sucessores em benefício de toda a Igreja: ser o pastor de todo o rebanho de Cristo e a primeira testemunha da verdadeira fé naquele que é o “Cristo, Filho do Deus vivo”. Sabemos com certeza de fé que a missão de Pedro perdura nos seus sucessores em Roma. Hoje, a missão de Pedro é exercida por Bento XVI. Ao Santo Padre, nossa adesão filial, por fidelidade a Jesus, que o constituiu pastor do rebanho. Não esqueçamos: o Papa será sempre, para nós, o referencial seguro da comunhão na verdadeira fé apostólica e na unidade da Igreja de Cristo. Quando surgem, como ervas daninhas, tantas e tantas seitas cristãs e pseudo-cristãs, nossa comunhão com Pedro é garantia de permanência seguríssima na verdadeira fé. Quando o mundo já não mais se constrói nem se regula pelos critérios do Evangelho, a palavra segura de Pedro é, para nós, uma referência segura daquilo que é ou não é conforme o Evangelho.
Rezemos, hoje, pelo nosso Santo Padre, Bento. Que Deus lhe conceda saúde de alma e de corpo, firmeza na fé, constância na caridade e uma esperança invencível. E a nós, o Senhor, por misericórdia, conceda permanecer fiéis até a morte na profissão da fé católica, a fé de Pedro e de Paulo, pala qual, em nome de Jesus, “Cristo Filho do Deus vivo”, os Santos Apóstolos derramaram o próprio sangue.
Ao Senhor, que é admirável nos seus santos e nos dá a força para o martírio, a glória pelos séculos dos séculos. Amém.


Dom Henrique Soares da Costa

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