segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

São Silvestre Papa 31/12/2012












São Silvestre Papa


Embora seu nome se confunda com a própria história da corrida de rua mais famosa do País, poucas pessoas sabem quem foi o santo, cuja festa acontece no último dia do ano. Natural de Roma, São Silvestre foi papa e governou a Igreja de 314 a 355 d.C, ano em que morreu, exatamente no dia 31 de dezembro. A Igreja Católica escolheu esta data para canonizá-lo.
Em seu pontificado, São Silvestre estabeleceu novas bases doutrinais e disciplinares colocando a Igreja em um novo contexto social e político. Ocorreu o entrosamento entre o clero e o Estado. Com o Edito de Milão, o cristianismo passou a ser a religião oficial do Império Romano, na época governado por Constantino Magno. Com essa aliança, os cristãos puderam professar abertamente sua crença e a Igreja saiu de um período de perseguição que já se arrastava por 300 anos.
Uma das grandes realizações do papa Silvestre foi o concílio ecumênico de Nicéia, em 325, que definiu a divindade de Cristo. O curioso é que a assembléia foi convocado pelo próprio Constantino, o que mostra sua influência nos assuntos eclesiásticos. Foram elaborados ainda os de Arles e Ancira. São Silvestre foi um dos primeiros santos não mártires cultuados pela Igreja. Ele é lembrado por promover a renovação do espírito e como protetor dos seguidores mais fiéis de Cristo.
Os feitos do santo do último dia do ano em defesa da fé não param por aí. Com a ajuda do imperador, São Silvestre construiu as basílicas de São Pedro sobre o túmulo do apóstolo, a Lateranense _ que se tornou a residência dos papas _ e a de São Paulo.
Existem apenas três paróquias dedicadas a São Silvestre no Brasil. A maior delas está localizada no distrito de São Silvestre, que faz parte de Jacareí, no Vale do Paraíba (SP); as outras ficam em Viçosa (MG) e Maringá (PR).

Prece da esperança pela vida nova

Deus, nosso Pai, hoje é o último dia do ano. Nós vos agradecemos todas as graças que nos concedestes através dos vossos santos. E hoje pedimos a São Silvestre que interceda a vós por nós! Perdoai as nossas faltas, o nosso pecado e dai-nos a graça da contínua conversão.
Renovai as nossas esperanças, fortalecei a nossa fé, abri a nossa mente e os nossos corações, não nos deixeis acomodar em nossas posições conquistadas, mas, como povo peregrino, caminhemos sem cessar rumo aos Novos Céus e à Nova Terra a nós prometidos. Senhor, Deus nosso Pai, que o Vosso Espírito Santo, o Dom de Jesus Ressuscitado, nos mova e nos faça clamar hoje e sempre "Abba! Pai!"

Venha a nós o vosso Reino de paz e de justiça. Renovai a face da Terra, criai no homem um coração novo!


Fonte: internet

Feliz 2013...  Muita alegria, paz e muito amor. Q Jesus Cristo renasça em nossos Corações

domingo, 30 de dezembro de 2012

Domingo da Sagrada Familia Ano C 30/12/2012










Aprender as Lições de Nazaré

No Domingo após o Natal celebra-se a festa da Sagrada Família Jesus, Maria e José. Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que hoje celebramos o verdadeiro Dia da Família!
A Palavra de Deus em (Eclo. 3, 3 – 7. 14 – 17) lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter piedade, isto é, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da vontade de Deus.
São Paulo, em Cl 3, 12 – 21, enumera as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportar-se uns aos outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.
A Sagrada Família é proposta pela Igreja como modelo de todas as famílias cristãs: na casinha de Nazaré, Deus ocupa sempre o primeiro lugar e tudo Lhe está subordinado.
Os lares cristãos, se imitarem o da Sagrada Família de Nazaré, serão lares luminosos e alegres, porque cada membro da família se esforçará em primeiro lugar por aprimorar o seu relacionamento pessoal com o Senhor e, com espírito de sacrifício, procurará ao mesmo tempo chegar a uma convivência cada dia mais amável com todos os da casa.
A família é escola de virtudes e o lugar habitual onde devemos encontrar a Deus.
Cada lar cristão tem na Sagrada Família o seu exemplo mais cabal; nela, a família cristã pode descobrir o que deve fazer e como deve comportar-se, para a santificação e a plenitude humana de cada um dos seus membros. Diz o Papa Paulo VI: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa muito simples, muito humilde e muito bela manifestação do Filho de Deus entre os homens. Aqui se aprende até, talvez insensivelmente, a imitar essa vida”.
A família é a forma básica e mais simples da sociedade. É a principal escola de todas as virtudes sociais. É a sementeira da vida social, pois é na família que se pratica a obediência, a preocupação pelos outros, o sentido de responsabilidade, a compreensão e a ajuda mútua, a coordenação amorosa entre os diversos modos de ser. Está comprovado que a saúde de uma sociedade se mede pela saúde das famílias. Esta é a razão pela qual os ataques diretos à família (como divórcio, aborto, união de pessoas do mesmo sexo) são ataques diretos à própria sociedade, cujos resultados não tardam a manifestar-se.
O Messias quis começar a sua tarefa redentora no seio de uma família simples, normal. O lar onde nasceu foi a primeira realidade humana que Jesus santificou com a sua presença.
Hoje, de modo muito especial, pedimos à Sagrada Família por cada um dos membros da nossa família e pelo mais necessitado dentre eles.

Maria, Rainha da Família, rogai por nós!

Mons. José Maria Pereira




sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Santos Inocentes Martires 28/12/2012












Ainda não falam e já proclamam Cristo

Nasceu um pequenino que é o grande Rei. Os magos chegam de longe e vêm adorar, ainda deitado no presépio, aquele que reina no céu e na terra. Ao anunciarem os magos o nascimento de um Rei, Herodes se perturba e, para não perder o seu reino, quer matar o recém-nascido. No entanto, se tivesse acreditado nele, poderia reinar com segurança nesta terra e para sempre na outra vida.
Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isso, tu te perturbas e te enfureces; e, para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros.
Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças porque o medo matou o teu coração; e julgas que, se conseguires teu propósito, poderás viver muito tempo, quando precisamente é a própria Vida que queres matar.
Aquele que é a fonte da graça, pequenino e grande ao mesmo tempo, reclinado num presépio, apavora o teu trono. Por meio de ti, e sem que saibas, realiza os seus desígnios e liberta as almas do cativeiro do demônio. Recebe como filhos adotivos os filhos dos que eram seus inimigos.
Essas crianças morrem pelo Cristo, sem saberem, enquanto seus pais choram os mártires que morrem. Cristo faz suas legítimas testemunhas aqueles que ainda não falam. Eis como reina aquele que veio para reinar. Eis como já começa a conceder a liberdade aquele que veio para libertar, e a dar a salvação aquele que veio para salvar.
Tu, porém, Herodes, ignorando tudo isto, te perturbas e te enfureces; e enquanto te enfureces contra o Menino, já lhe prestas homenagem, sem o saberes. Ó imenso dom da graça! Que méritos tinham aquelas crianças para obterem tal vitória? Ainda não falam e já proclamam o Cristo. Não podem ainda mover os membros para a luta e já ostentam a palma da vitória.

Oração

Ó Deus, hoje os santos Inocentes proclamam vossa glória, não por palavras, mas pela própria morte; dai-nos também testemunhar com a nossa vida o que os nossos lábios professam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém



Fonte: Liturgia das Horas; Dos Sermões de São Quodvultdeus, bispo














quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

São João Evangelista 27/12/2012











João, na última Ceia reclinou sua cabeça sobre o peito do Senhor.Quão feliz é este Apóstolo,
a quem foram revelados os mistérios celestiais!Bebeu da própria fonte do lado do Senhor
as torrentes do Evangelho.

A vida se manifestou em nossa carne

O que era desde o princípio, o que nós ouvimos, o que vimos com os nossos olhos e as nossas mãos tocaram da Palavra da Vida (1Jo 1,1). Quem poderia tocar a Palavra com suas mãos, a não ser porque a Palavra se fez carne e habitou entre nós? (Jo 1,14).
A Palavra que se fez carne para ser tocada com as mãos, começou a ser carne no seio da Virgem Maria; mas não foi então que a Palavra começou a existir porque, diz João, ela era desde o princípio. Vede como sua Carta é confirmada pelas palavras do seu Evangelho, que acabais de escutar: No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus (Jo 1,1).
Alguns talvez julguem que a expressão Palavra da Vida designe de modo geral a Cristo e não o próprio Corpo de Cristo que foi tocado pelas mãos. Reparai no que vem em seguida: E a Vida manifestou-se (1Jo 1,2). Por conseguinte, Cristo é a Palavra da Vida.
E como se manifestou esta Vida? Ela existia desde o início, mas não tinha se manifestado aos homens; manifestara-se aos anjos que a contemplavam e se alimentavam dela como de seu pão. E o que diz a Escritura? O homem se nutriu do pão dos anjos (Sl 77,25).
Portanto, a Vida se manifestou na carne, para que, nesta manifestação, aquilo que só o coração podia ver, fosse visto também com os olhos, e desta forma curasse os corações. De fato, o Verbo só pode ser visto com o coração, ao passo que a carne pode ser vista também com os olhos corporais. Éramos capazes de ver a carne, mas não éramos capazes de ver a Palavra. Por isso, a Palavra se fez carne que nós podemos ver, para curar em nós o que nos torna capazes de vê-la.
E somos testemunhas, diz João, e vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e que se tornou visível para nós (1Jo 1,2), isto é, que se manifestou entre nós ou, falando mais claramente, nos foi manifestada.
Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos (1Jo 1,3). Prestai atenção: Isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos. Eles viram o próprio Senhor presente na carne, ouviram da boca do Senhor suas palavras e no-las anunciaram. E nós ouvimos certamente, mas não vimos.
Somos, por isso, menos felizes do que eles que viram e ouviram? Por que então acrescenta: Para que estejais em comunhão conosco? (1Jo 1,3). Eles viram, nós não vimos e, contudo, estamos em comunhão com eles porque temos uma fé comum.
E a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos estas coisas, diz João, para que a vossa alegria fique completa (1Jo 1,4). Essa alegria completa encontra-se na mesma comunhão, na mesma caridade, na mesma unidade.



Dos Tratados sobre a Primeira Carta de São João, de Santo Agostinho, bispo



Oração



Ó Deus, que pelo apóstolo São João nos revelastes os mistérios do vosso Filho, tornai-nos capazes de conhecer e amar o que ele nos ensinou de modo incomparável. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Santo Estevão Martir 26/12/2012









As armas da caridade


Ontem, celebrávamos o nascimento temporal de nosso Rei eterno; hoje
celebramos o martírio triunfal do seu soldado.
Ontem o nosso Rei, revestido de nossa carne e saindo da morada de um seio
virginal, dignou-se visitar o mundo; hoje o soldado, deixando a tenda de seu
corpo, parte vitorioso para o céu.
O nosso Rei, o Altíssimo, veio por nós na humildade, mas não pôde vir de
mãos vazias. Trouxe para seus soldado  um grande dom, que não apenas os
enriqueceu imensamente, mas deu-lhes uma força invencível no combate:
trouxe o dom da caridade que leva os homens à comunhão com Deus.
Ao repartir tão liberalmente o que trouxera, nem por isso ficou mais pobre:
enriquecendo do modo admirável a pobreza dos seus fiéis, ele conservou a
plenitude dos seus tesouros inesgotáveis.
Assim, a caridade que fez Cristo descer do céu à terra, elevou Estevão da
terra ao céu. A caridade de que o Rei dera o exemplo logo refulgiu no
soldado.
Estêvão, para alcançar a coroa que seu nome significa, tinha por arma a
caridade e com ela vencia em toda parte. Por amor a Deus não recuou
perante a hostilidade dos judeus, por amor ao próximo intercedeu por
aqueles que o apedrejavam. Por esta caridade, repreendia os que estavam no
erro para que se emendassem, por caridade orava pelos que o apedrejavam
para que não fossem punidos.
Fortificado pela caridade, venceu Saulo, enfurecido e cruel, e mereceu ter
como companheiro no céu aquele que tivera como perseguidor na terra. Sua
santa e incansável caridade queria conquistar pela oração, a quem não
pudera converter pelas admoestações.
E agora Paulo se alegra com Estêvão, com Estêvão frui da glória de Cristo,
com Estêvão exulta, com Estêvão reina. Aonde Estêvão chegou primeiro,
martirizado pelas pedras de Paulo, chegou depois Paulo, ajudado pelas
orações de Estevão.
É esta a verdadeira vida, meus irmãos, em que Paulo não se envergonha mais
da morte de Estêvão, mas Estevão se alegra pela companhia de Paulo, porque
em ambos triunfa a caridade. Em Estêvão, a caridade venceu a crueldade
dos perseguidores, em Paulo, cobriu uma multidão de pecados; em ambos, a
caridade mereceu a posse do reino dos céus.
A caridade é a fonte e origem de todos os bens, é a mais poderosa defesa, o
caminho que conduz ao céu. Quem caminha na caridade não pode errar nem
temer. Ela dirige, protege, leva a bom termo.
Portanto, meus irmãos, já que o Cristo nos deu a escada da caridade pela
qual todo cristão pode subir ao céu, conservai fielmente a caridade
verdadeira, exercitai-a uns para com os outros e, subindo por ela, progredi
sempre mais no caminho da perfeição.

Fonte: Liturgia das Horas,
Dos sermões de São Fulgêncio de Ruspe, bispo

Oração



Ensinai-nos, ó Deus, a imitar o que celebramos, amando os nossos próprios inimigos, pois
festejamos Santo Estêvão, nosso primeiro mártir, que soube rezar por seus perseguidores.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.







domingo, 23 de dezembro de 2012

A visitação da Virgem Maria 23/12/2012












O Anjo anunciara à Virgem Maria coisas misteriosas. Para fortalecer sua fé com um exemplo, anunciou-lhe a maternidade de uma mulher idosa e estéril, como prova de que é possível a Deus tudo que ele quer.
Logo ao ouvir a notícia, Maria dirigiu-se às montanhas, não por falta de fé na profecia ou falta de confiança na mensagem, nem por duvidar do exemplo dado, mas guiada pela felicidade de ver cumprida a promessa, levada pela vontade de prestar um serviço, movida pelo impulso interior de sua alegria. Já plena de Deus, aonde ir depressa senão às alturas? A graça do Espírito Santo ignora a lentidão. Manifestam-se imediatamente os benefícios da chegada de Maria e da presença do Senhor, pois quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança exultou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo (Lc 1,41). Notai como cada palavra está escolhida com perfeita precisão e propriedade: Isabel foi a primeira a ouvir a voz, mas João foi o primeiro a pressentir a graça; aquela ouviu segundo a ordem da natureza, este exultou em virtude do mistério. Ela percebeu a chegada de Maria, ele, a do Senhor; a mulher ouviu a voz da mulher, o menino sentiu a presença do Filho; elas proclamam a graça de Deus, eles realizam-na interiormente, iniciando no seio de suas mães o mistério de misericórdia; e, por um duplo milagre, as mães profetizam sob a inspiração de seus filhos. A criança exultou, a mãe ficou cheia do Espírito Santo. A mãe não se antecipou ao filho; mas estando o filho cheio do Espírito Santo, comunicou-o a sua mãe. João exultou; o espírito de Maria também exultou. A alegria de João se comunica a Isabel; quanto a Maria, porém, não nos é dito que recebesse então o Espírito, mas que seu espírito exultou. – Aquele que é incompreensível agia em sua mãe de modo incompreensível – Isabel recebe o Espírito Santo depois de conceber; Maria recebeu antes. Por isso, Isabel diz a Maria: Feliz és tu que acreditaste (cf. Lc 1,45). Felizes sois também vós, que ouvistes e acreditastes, pois toda alma que possui a fé concebe e dá à luz a Palavra de Deus e conhece suas obras. Esteja em cada um de vós a alma de Maria para engrandecer o Senhor: em cada um esteja o espírito de Maria para exultar em Deus. Embora segundo a natureza haja uma só Mãe do Cristo, segundo a fé o Cristo é o fruto de todos; pois toda alma recebe o Verbo de Deus desde que, sem mancha e libertada do pecado, guarda a castidade com inteira pureza.
Toda alma que alcança esta perfeição, engrandece o Senhor como a alma de Maria o engrandeceu e seu espírito exultou em Deus, seu Salvador.
Na verdade, o Senhor é engrandecido, como lemos noutro lugar: Comigo engrandecei ao Senhor Deus (Sl 33,4). Não que a palavra humana possa acrescentar algo ao Senhor, mas porque ele é engrandecido em nós: a imagem de Deus é o Cristo e assim, quando alguém age com piedade e justiça, engrandece essa imagem de Deus, a cuja semelhança foi criado; e, engrandecendo-a, participa cada vez mais da grandeza divina.

Santo Ambrósio, Bispo

sábado, 22 de dezembro de 2012

Beda Venerável, presbítero, explica assim o Magnificat: 22/12/2012











O Natal está Perto, vem Senhor Jesus

Maria glorifica o Senhor que n’Ela atua. “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”. Com estas palavras Maria reconhecem, em primeiro lugar, os dons singulares que Lhe foram concedidos e enumera depois os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano. Glorifica o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e serviço de Deus e, pela observância dos mandamentos, mostra que está a pensar sempre no poder da majestade divina.
Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas em meditar no seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem, contudo a sua ressonância mais perfeita ao serem proferidas pela Bem-Aventurada Mãe de Deus, que, por singular privilégio, amava com perfeito amor espiritual Aquele cuja concepção corporal no seu seio era a causa da sua alegria. Com razão pôde Ela exultar, mais que todos os outros santos, em Jesus, seu Salvador, porque sabia que o eterno Autor da salvação havia de nascer da sua carne com nascimento temporal, e, sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.
“Porque fez em mim grandes coisas o Todo-poderoso, e santo é o seu nome”. Maria nada atribui aos seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom d”Aquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis, pequenos e fracos, em fortes e grandes”.
Logo acrescentou: “E santo é o seu nome”, para fazer notar aos que a ouviam e mesmo para ensinar a quantos viessem a conhecer as suas palavras, que, pela fé em Deus e pela invocação do seu nome, também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação. Segundo a palavra do Profeta: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. É precisamente o nome a que Maria se refere ao dizer: “E o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Por isso se introduziu na Liturgia da Santa Igreja o costume, belo e salutar, de cantarem todos estes hinos de Maria, na salmodia vespertina, para que o espírito dos fiéis, ao recordarem assiduamente o mistério da Encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirmem na verdadeira santidade.
E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora de Vésperas, para que a nossa mente, fatigada e distraída ao longo do dia com pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo de descanso.



O Magnificat explicado por São Beda, o Venerável







sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O mundo inteiro espera a resposta de Maria 21/12/2012










O mundo inteiro espera a resposta de Maria


Ouviste ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem – tu ouviste – mas do Espírito Santo. O Anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia.
Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida.
Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulso do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. O mundo inteiro a espera, prostrado aos teus pés.
E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça.
Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao Anjo, ou melhor, responde ao Senhor por meio do Anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna.
Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, Virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra.
Abre ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! Se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (cf. Lc 1,38).

São Bernardo, abade e doutor da Igreja, séc. XII.

(Das Homilias em louvor da Virgem Mãe, Hom. 4,8-9: Opera omnia, Edit. Cisterc. 4 [1966], 53-54).

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nossa Senhora Grávida ou Nossa Senhora do Ó 16/12/2012














Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro.
Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria.
Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. (in: SILVA, Pe. Martinho da. Flores de Maria)

A EXPECTAÇÃO DO PARTO DE NOSSA SENHORA

É uma festa católica de origem claramente espanhola, a festa é conhecida na liturgia com o nome de "Expectação do parto de Nossa Senhora", e entre o povo com o título de "Nossa Senhora do Ó".
Os dois nomes têm o mesmo significado e objetivo: os anelos santos da Mãe de Deus por ver o seu Filho nascido.
Anelos de milhares e milhares de gerações que suspiraram pela vinda do Salvador do mundo, desde Adão e Eva, e que se recolhem e concentram no Coração de Maria, como no mais puro e limpo dos espelhos.
A Expectação (expectativa) do parto não é simplesmente a ansiedade, natural na mãe jovem que espera o seu primogênito; é o desejo inspirado e sobrenatural da "bendita entre as mulheres", que foi escolhida para Mãe Virgem do Redentor dos homens, para Corredentora da humanidade.
Ao esperar o seu Filho, Nossa Senhora ultrapassa os ímpetos afetivos de uma mãe comum e eleva-se ao plano universal da Economia Divina da Salvação do mundo.

Origem do nome Nossa Senhora do Ó

O nome teria surgido do sete vezes repetido nas evocações das antífonas do Breviário Romano.
Desde o século XVII, há referência ao nome de Nossa Senhora do Ó como sendo a padroeira da capela construída por Manuel Preto.
Monsenhor Paulo Florêncio de Camargo justifica a mudança do nome de Nossa Senhora da Esperança, em virtude das celebrações pré-natalinas que se faziam. Na novena dedicada a Nossa Senhora da Esperança recitava-se as antífonas do Breviário Romano que eram as seguintes:

"Ó Sabedoria, que saíste da boca do Altíssimo Atingindo de uma à outra extremidade,
E dispondo, todas as coisas forte e suavemente,
vinde para nos ensinar o caminho da prudência.

Ó, Adonai, senhor e condutor da casa de Israel
que apareceste a Moisés nas chamas da sarça ardente,
E lhe deste, sobre o Monte Sinai, a Lei Eterna;
vinde para nos resgatar pela potência de vosso braço.

Ó Raiz de Jessé que sois como o estandarte dos povos,
Diante do qual os reis fecharão a boca,
Não tardeis mais um momento.

Ó Chave de Davi, centro da casa de Israel,
Que abris e ninguém pode fechar,
Fechais e ninguém pode abrir,
Vinde e tira da prisão o cativo
Que está sentado nas trevas e nas sombras da morte.

Ó Sol Nascente, esplendor da luz eterna e sol da justiça:
vinde e iluminai aqueles que se sentam nas trevas da morte.

Ó Rei das gentes, e objeto de seus desejos,
Pedra angular, que reunis em vós os dois povos
Vinde e salvai o homem que formaste do limo da terra

Ó Emanuel, Rei e Legislador nosso esperado
Das nações e seu Salvador vinde,
Salvai-nos senhor nosso Deus,
Que os céus chovam das alturas
E as nuvens nos tragam o Salvador.


Fonte Internet

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Santa Luzia 13/12/2012









Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz.
Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.
Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.
Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.
Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.
Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.
Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

Fonte Internet

Nossa Senhora de Guadalupe 12/12/2012









A voz da rola se escuta em nossa terra

Num sábado de mil e quinhentos e trinta e um, perto do mês de dezembro,
um índio de nome Juan Diego, mal raiava a madrugada, ia do seu povoado a
Tlatelolco, para participar do culto divino e escutar os mandamentos de Deus.
Já amanhecia, quando chegou ao cerrito chamado Tepeyac e escutou que do
alto o chamavam:
Juanito! Juan Dieguito!
Subiu até o cimo e viu uma senhora de sobre-humana grandeza, cujo vestido
brilhava como o sol, e que, com voz muito branda e suave, lhe disse:
 Juanito, menor dos meus filhos, fica sabendo que sou Maria sempre Virgem,
Mãe do verdadeiro Deus, por quem vivemos. Desejo muito que se erga aqui
um templo para mim, onde mostrarei e prodigalizarei todo o meu amor,
compaixão, auxílio e proteção a todos os moradores desta terra e também
a outros devotos que me invoquem confiantes. Vai ao Bispo do México e
manifesta-lhe o que tanto desejo. Vai e põe nisto todo o teu empenho.
Chegando Juan Diego à presença do Bispo Dom Frei Juan de Zumárraga,
frade de São Francisco, este pareceu não dar crédito e respondeu:
Vem outro dia, e te ouvirei com mais calma.
Juan Diego voltou ao cimo do cerro, onde a Senhora do céu o esperava,
e lhe disse:
Senhora, menorzinha de minhas filhas, minha menina, expus a tua mensagem
ao Bispo, mas parece que não acreditou. Assim, rogo-te que encarregues alguém
mais importante de levar tua mensagem com mais crédito, porque não passo de
um joão-ninguém.
Ela respondeu-lhe:
Menor dos meus filhos, rogo-te encarecidamente que tornes a procurar o Bispo
Amanhã dizendo-lhe que eu própria, Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, é que
te envio.
Porém no dia seguinte, domingo, o Bispo de novo não lhe deu crédito e disse ser
Indispensável algum sinal para poder-se acreditar que era Nossa Senhora mesma
que o enviara. E o despediu sem mais aquela.
Segunda-feira, Juan Diego não voltou. Seu tio Juan Bernardino adoecera
gravemente e à noite pediu-lhe que fosse a Tlatelolco de madrugada, para
chamar um sacerdote que o ouvisse em confissão.
Juan Diego saiu na terça-feira, contornando o cerro e passando pelo outro lado,
em direção ao Oriente, para chegar logo à Cidade do México, a fim de que
Nossa Senhora não o detivesse. Porém ela veio a seu encontro e lhe disse:
Ouve e entende bem uma coisa, tu que és o menorzinho dos meus filhos:
o que agora te assusta e aflige não é nada. Não se perturbe o teu coração nem
te inquiete coisa alguma. Não estou aqui, eu, tua mãe? Não estás sob a minha
sombra? Não estás porventura sob a minha proteção? Não te aflija a doença
do teu tio. Fica sabendo que ele já sarou. Sobe agora, meu filho, ao cimo do
cerro, onde acharás um punhado de flores que deves colher e trazer-mo.
Quando Juan Diego chegou ao cimo, ficou assombrado com a quantidade de
belas rosas de Castela que ali haviam brotado em pleno inverno; envolvendo-as
em sua manta, levou-as para Nossa Senhora. Ela lhe disse:
Meu filho, eis a prova, o sinal que apresentarás ao Bispo, para que nele veja
a minha vontade. Tu é o meu embaixador, digno de toda a confiança.
Juan Diego pôs-se a caminho, agora contente e confiante em sair-se bem de
sua missão. Ao chegar à presença do Bispo, lhe disse:
Senhor, fiz o que me ordenaste. Nossa senhora consentiu em atender o teu
pedido. Despachou-me ao cimo do cerro, para colher ali várias rosas de Castela,
trazê-las a ti, entregando-as pessoalmente. Assim o faço, para que reconheças
o sinal que pediste e assim cumpras a sua vontade. Ei-las aqui: recebe-as.
Desdobrou em seguida a sua branca manta. À medida em que as várias rosas
de Castela espalhavam-se pelo chão desenhava-se no pano e aparecia de repente
a preciosa imagem de Maria sempre Virgem, Mãe de Deus, como até hoje se
conserva no seu templo de Tepeyac.
A cidade inteira, em tumulto, vinha ver e admirar a sua santa imagem e
dirigir-lhe suas preces. Obedecendo à ordem que a própria Nossa Senhora dera
ao tio Juan Bernardino, quando devolveu-lhe a saúde, ficou sendo chamada como
ela queria: "Santa Maria sempre Virgem de Guadalupe
Do "Nicán Mopohua", relato do escritor indígena do




século dezesseis Dom Antônio Valeriano
"Nican Mopohua", 12ª edición, Buena
Prensa, México, D.F., 1971, p. 3-19.21)(Séc. XVI)




segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Nossa Senhora de Loreto 10/12/2012










O título Nossa Senhora de Loreto tem como referencial a casa de Nazaré, onde viveu a Santíssima Virgem. Por um misterioso prodígio esta casa atravessou oceanos até fixar-se na Itália, em um bosque de loureiros, próximo à vila de Recanati.

Uma explicação plausível seria a seguinte: a fim de poupar a Santa Casa de Nazaré de invasões, onde templos e monumentos eram violados e destruídos, o Senhor ordenou a seus anjos que a transportassem pelos ares à cidade de Tersatz, na Dalmácia, em 10 de maio de 1291 e daí para um bosque de loureiros, em Loreto, na Itália, em 10 de dezembro de 1294.
Por causa dos constantes assaltos que sofriam os peregrinos, a Casa mudou-se para o alto de uma colina e, como aí houve discórdias entre os irmãos proprietários da terra, esta fixou-se, finalmente, no meio da estrada que liga Recanati ao litoral, onde permanece intacta até hoje, protegida por uma imensa igreja construída ao seu redor.
Buscando a verdade dos fatos, autoridades governamentais, eclesiásticas e técnicas da época, nada constataram de fictício ao analisarem as fundações que permaneceram em Nazaré ou a própria casa em Tersatz, apoiada apenas em suas paredes, desafiando explicações técnicas e científicas.
O inexplicável fenômeno da fé, do milagre da "Casa Voadora", sensibilizou os profissionais aviadores que se identificaram com a missão cumprida pelos anjos que transportaram, pelos ares, tão preciosa carga, adotando Nossa Senhora de Loreto como sua Protetora.
No dia 10 de dezembro de 1995, dia de Nossa Senhora de Loreto, como parte dos festejos dos 700 anos de devoção à Virgem, foi lançado pelos Correios o carimbo comemorativo desse acontecimento.

Santuário de Loreto na Itália.

Prece dos Aviadores

Ó Maria, Rainha do Céu, gloriosa Padroeira da Aviação, ergue-se até vós a nossa súplica. Somos pilotos e aviadores do mundo inteiro; e, arrojados aos caminhos do espaço, unindo em laços de solidariedade as nações e os continentes, queremos ser instrumentos vigilantes e responsáveis da paz e do progresso para as nossas pátrias. Em vós depositamos a nossa confiança. Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida; velai por nós, Mãe piedosa, durante os nossos voos.
Protegei-nos no cumprimento do árduo dever cotidiano, inspirai-nos os vigorosos pensamentos da virtude e fazei com que nos mantenhamos fiéis aos nossos compromissos de homens e de cristãos. Reacendei em nossos coração o anelo dos bens celestiais, vós que sois a Porta do Céu; e guiai-nos, agora e sempre, nas asas da fé, da esperança e do amor. Amém.

(Oração oficial à Padroeira dos Aviadores, Nossa Senhora de Loreto, mandada compor por Sua Santidade o Papa Paulo VI, a pedido pessoal do Brigadeiro Eduardo Gomes, quando de sua visita ao Vaticano (Maio de 1967).

Oração a Nossa Senhora de Loreto

Ó Virgem Imaculada, é com viva fé que meditamos nos grandes mistérios que se realizaram nesta tua casa de Nazaré, tão pobrezinha, transportada depois pelos anjos para as colinas de Loreto.
Entre estas sagradas paredes, onde tu foste concebida sem pecado, e, adolescente, viveste de oração e de amor, o anjo te saudou chamando-te: Cheia de graça. Tu respondeste com as milagrosas palavras que abriram o céu e fizeram descer o Salvador do mundo.
Junto a São José, na contemplação da palavra encarnada, na humildade e no trabalho, aqui serviste o Senhor preparando teu espírito ao grande sacrifício: com teu filho terias oferecido, no Calvário, a ti mesma, para te transformar em mãe de todos os homens, remidos pelo sangue de Jesus.
Depois de termos vivido em nossas casas na graça de Deus como tu o fizeste na tua, longe do pecado, obedientes à lei e vontade divina, concede-nos, ó Maria, que possamos um dia, morar na casa do Senhor, contigo, por toda a eternidade.

Fonte Internet

Santa Joana Francisca de Chantal 10/12/2012










Co-fundadora da Ordem da Visitação de Nossa Senhora


No século XVI, a heresia protestante devorara como um câncer quase toda a Alemanha. Lançando metástases pela Europa, penetrou tão perigosamente na França, que em breve seu poderio foi o de um Estado dentro do Estado.
Aproveitando-se da fraqueza e omissão da dinastia francesa dos Valois, dirigida efetivamente pela inescrupulosa Catarina de Medicis e do apoio de membros da mais alta nobreza, seduzidos pela nova heresia, esta ameaçava a própria existência da única e verdadeira religião, a Católica.
Diante do perigo, os católicos, liderados pela família dos duques de Guise, formaram uma Liga Santa para a defesa de sua Religião. Dissolvida por Henrique III, a referida Liga renasceu em 1587, quando o Tratado de Beaulieu favoreceu demasiadamente os huguenotes, como eram chamados os protestantes na França. Da Liga fazia parte o enérgico e ardente católico Benigno Fremyot, Presidente do Parlamento da Borgonha, casado com Margarida de Berbisey. Foi nesse ambiente, carregado das guerras de religião, que nasceu Joana, segunda filha deste casal.
Não há dúvida de que o amor materno é insubstituível na formação moral e religiosa da prole. O caso do Presidente Fremyot foi uma das notáveis e raras exceções a essa regra. Joana tinha apenas 18 meses quando faleceu a mãe, no parto do terceiro filho, André. Benigno Fremyot supriu a falta da esposa dando aos filhos uma educação ao mesmo tempo afetuosa e viril. Dos três que teve, a primeira faleceria piedosamente poucos anos depois de casada; a segunda seria elevada à honra dos altares; e o último, por sua virtude e qualidades morais, tornar-se-ia, aos 21 anos, Arcebispo de Bourges e amicíssimo de São Francisco de Sales.
O Presidente Fremyot os reunia de manhã e à noite para ensinar-lhes a rezar, conhecer e amar a verdadeira Igreja e o Papa. Quando seus filhos foram crescendo, o Presidente Fremyot contratou mestres escolhidos para reforçarem sua formação. "Joana aprendia com grande facilidade e viveza de imaginação. E, dado seu bom talento e a posição que ocupava no mundo, foi-lhe ensinado tudo o que deveria saber uma jovem de sua classe: ler, escrever, dançar, tocar instrumentos de música, canto, os labores próprios ao seu sexo etc."
Ao receber a Confirmação, por devoção ao Poverello de Assis, Joana acrescentou ao seu o nome de Francisca.
Aos 20 anos, Joana Francisca foi dada pelo pai em casamento ao Barão de Chantal, valoroso oficial do exército francês e católico, embora desde a morte da mãe ele levasse uma vida um tanto dissipada.
O primeiro cuidado de Joana foi conquistar o coração do marido para levá-lo inteiramente a Deus. Isso não foi difícil, pois o Barão, além das boas predisposições que possuía, percebeu logo que Deus lhe tinha dado por esposa uma santa. A união entre eles foi tão grande que se dizia que tinham um só coração. Ao mesmo tempo a baronesa estabeleceu, com bondade e firmeza, a ordem e a disciplina no seio da numerosa criadagem do castelo.
O casal foi abençoado com seis filhos, dos quais os dois primeiros faleceram apenas nascidos. Sucederam-lhes outro filho e três filhas, tendo a última nascido poucas semanas antes da morte do Barão.
Mortalmente ferido por seu melhor amigo num acidente de caça, recebeu os últimos Sacramentos, perdoou seu homicida e recomendou à Baronesa que se resignasse à vontade de Deus.
Joana ficava assim viúva aos 28 anos, com quatro filhos para educar e o baronato para dirigir. Foram-lhe necessárias toda sua fé e energia para aceitar o rude golpe. Mas recebeu muitas graças nessa época, o que a levou a afirmar mais tarde que, não fossem os filhos tão pequenos, teria tudo abandonado para ir terminar seus dias em Jerusalém, consagrada inteiramente a Deus.
Essa alma forte e generosa foi submetida na viuvez a novas provações! O Barão de Chantal , sogro de Joana, cujo caráter orgulhoso, vaidoso e extravagante ela conhecia, sentindo-se muito só em sua velhice, queria que a jovem viúva, com os filhos, fosse lhe fazer companhia.
No novo domicílio, cuja desordem era igualmente de seu conhecimento, Joana entregou-se a todas as obras de apostolado e misericórdia por ela desenvolvidas no anterior. Mas sentindo a necessidade de encontrar um bom diretor espiritual, pediu insistentemente a Deus essa graça.
Em 1604, o já merecidamente célebre Bispo de Genebra, São Francisco de Sales, foi pregar a quaresma em Dijon, cidade natal de Joana. Esta convenceu o sogro a trasladarem-se para a casa de seu pai para seguirem os sermões.
O grande pregador, a quem Deus mostrara em sonhos sua futura penitente, imediatamente a reconheceu, atenta e recolhida, em meio aos fiéis. Esta também reconheceu com emoção aquele que Deus designara para seu pai espiritual. Começou assim um dos mais belos parentescos espirituais da História da Igreja, que tantos e tão belos frutos produziria.
São Francisco de Sales traçou-lhe uma minuciosa regra de vida. Sob sua direção, Santa Joana de Chantal progrediu tão rapidamente, que o santo se admirava, dando graças a Deus.
Aos poucos maturava na mente do Bispo de Genebra o projeto de uma nova congregação religiosa, com regras adaptadas a virgens e viúvas que, desejando servir a Deus, não se sentiam atraídas pelas grandes austeridades das famílias religiosas já existentes. Teriam como oração em comum somente o Ofício Parvo de Nossa Senhora; deveriam dedicar-se também à assistência dos pobres e enfermos.
Joana pôs-se à sua disposição para a realização da obra assim que seus filhos estivessem encaminhados. A mão de Deus fez-se então sentir para abreviar o tempo de espera. A Baronesa de Chantal tornara-se amicíssima da Baronesa de Boissy, mãe de São Francisco de Sales, senhora virtuosíssima, viúva e mãe de 13 filhos. Tal era a confiança que esta tinha em Joana que, a conselho de São Francisco, confiou à jovem viúva a educação de sua caçula, de nove anos. Esta veio a falecer poucos anos depois nos braços de Santa Joana.
Para unir por laços mais fortes que os da amizade as duas famílias, a Senhora de Boissy propôs o casamento de seu filho, Barão de Thorens, de 14 anos, com Maria Amada, filha mais velha de Santa Joana, então com 12. O casamento foi oficiado por São Francisco de Sales e como era costume na época, a jovem esposa foi viver com a família do marido até atingir a idade núbil.
Santa Joana confiou o filho, Celso Benigno, ao avô, Presidente Fremyot, que com a ajuda de um virtuoso preceptor completaria a educação do adolescente. Levando as duas filhas para terminar sua educação no convento, a Baronesa de Chantal ficava assim livre para a realização da grande obra.
Antes de partir, renunciou a todos seus bens em favor dos filhos e embarcou para Annecy, que fazia parte então do Ducado da Sabóia. Pouco depois, Deus chamou a Si a filha caçula de Joana, aquela a quem ela mais amava por sua inocência e docilidade.
Em Annecy já a esperavam três donzelas virtuosas, dirigidas de São Francisco de Sales, que com ela principiariam a obra. A Congregação idealizada pelo Bispo de Genebra era uma inovação. Até então só havia conventos de reclusas. Na recém-fundada Congregação – denominada da Visitação – as religiosas não guardariam clausura, pois deveriam cuidar dos pobres, o que suscitou muitas controvérsias.
Apesar da pobreza e das críticas recebidas, novas postulantes foram ingressando na Congregação e três jovens viúvas de Lyon pediram licença para lá fundar uma casa. Nessa ocasião, interveio o Cardeal Arcebispo local, convencendo São Francisco de Sales a erigir e transformar a Congregação em Ordem religiosa e aceitar a obrigação da clausura perpétua. O Fundador, tendo aceito a proposta, estipulou contudo que em seus conventos se pudessem receber senhoras e donzelas que quisessem retirar-se temporariamente para pôr em ordem sua consciência.
Embora muito atenuada em relação às regras existentes, no que se refere a penitências, jejuns e longos ofícios em comum, São Francisco de Sales reforçou a pobreza e a obediência da nova instituição. Nenhuma religiosa poderia ter nada seu, nem mesmo o hábito ou o rosário que usava. Cada ano havia uma rotação de tudo, inclusive livros e objetos de piedade.
A finalidade visada por São Francisco de Sales para sua Congregação seria levada avante pouco depois por seu grande amigo, São Vicente de Paulo, mediante a criação das Filhas da Caridade.
Foi cedendo a instâncias da Madre Chantal e dedicando-o a suas filhas da Visitação, que São Francisco de Sales escreveu seu famoso Tratado do Amor de Deus. "Minha filha, disse-lhe o santo Bispo, o Tratado do Amor de Deus está escrito para vós". No prefácio da obra, ele diz: "Como Deus sabe o muito que estimo essa alma, não foi pouco o que ela influiu nesta ocasião ... o que mais me moveu a levar avante meu projeto foram as reiteradas instâncias desta alma".
Àqueles a quem ama, Nosso Senhor presenteia com sua Cruz. Como alma eleita e muito sensível ao afeto, a Providência foi tirando de Santa Joana suas mais caras afeições para que se desapegasse inteiramente das criaturas.
Às provações já sofridas no transcurso da vida, somaram-se as espirituais, como tentações terríveis, algumas vezes contra a fé. Conheceu a noite escura e a secura espiritual para chegar a um grau sublime de contemplação. São Vicente de Paulo afirmou que, embora aparentando paz e tranqüilidade, Santa Joana "sofria terríveis provas interiores. Via-se tão assediada de tentações abomináveis, que tinha que apartar os olhos de si mesma com horror para não contemplar esse espetáculo insuportável .... Em meio a tão grandes sofrimentos, jamais perdeu a serenidade nem esmoreceu na plena fidelidade que Deus lhe exigia. Por isso a considero como uma das almas mais santas que encontrei sobre a terra".
Após a morte de São Francisco de Sales, não só consolidou a obra nascente, mas a fez expandir. Durante sua vida, os mosteiros da Visitação elevaram-se a 65. A todos visitou para satisfazer o desejo que muitas de suas filhas espirituais tinham de conhecê-la.
Em 1641, a rainha Ana d’Áustria convidou-a para ir a Paris, cumulando-a de honras e distinções. Era a exaltação que a Realeza prestava à Santa que foi, em vida, comparável à própria Mulher forte do Antigo Testamento. Meses depois, foi ela receber, no Céu, a recompensa demasiadamente grande que Deus reserva a seus eleitos.
Entregou sua alma a Deus em Moulins, a 13 de dezembro de 1641. Foi beatificada por Bento XIV a 13 de novembro de 1751 e canonizada por Clemente XIII em 16 julho de 1767.



Fonte: Página Oriente



sábado, 8 de dezembro de 2012

Solenidade da Imaculada Conceição 08/12/2012










Maria, simplesmente Imaculada


Uma judia, uma mulher, uma piedosa de Israel: Maria de Nazaré. Jovem, quase menina, nada solene. Simplesmente uma mulher com sua graça feminina e sua vocação inata para a maternidade. Vivia a vida de todas as meninas e moças de sua terra: cuidado das coisas da casa, trabalho na terra em volta da casa, uma piedade para as coisas de Deus, provavelmente uma amante dos salmos, membro daquele grupo que era conhecido como os pobres de Javé, resto fiel de Israel que esperava a chegada do Messias. Frequentava a sinagoga e provavelmente, na prática cotidiana de sua vida. inspirava-se em Abraão, aquele que creu. Uma menina-moça que estava prometida em casamento a José, o Justo.
Uma visita do Alto. Um mensageiro divino. Havia um projeto de Deus. O Altíssimo Pai, Filho e Espírito tem o sonho de conviver e viver com os homens. Ama-os com amor sem limites. Esse Deus, eterna fornalha de amor que fazer com que os homens experimentem seu amor. Quer olhar dentro dos olhos dos homens, a graça de seu caminhar, morar com eles, ser um Deus perto do seus. Quis ser Emanuel, Deus perto de nós.
Para que pudesse ter carne, olhos, ouvido, corpo, coração, pernas, voz, para poder ser visto quis nascer homem, tomar nossa carne. Precisava se uma porta de entrada na terra dos homens. Escolhe o caminho comum: nasce como uma criança.
Nesse momento o mensageiro do Alto chega perto da escolhida, Maria de Nazaré. Pede seu assentimento, sua colaboração. Ela não é passiva. Não é obrigada a responder. Depois, porém, de dar voltas em seu coração ela diz o sim. Que nela se faça a vontade do Senhor. Estava tudo decidido.
Essa Maria de Nazaré seria tabernáculo do Altíssimo, Mãe do desejado das colinas eternas. Toda simplicidade e humildade ela hesita. O mensageiro dá a entender que Deus a cumulara de todas as graças. Seu nome verdadeiro é Maria das Graças, Maria de todas as Graças, cheia de Graças. Desde o primeiro momento de sua conceição ela havia sido preservada do mal, da desarmonia, do pecado. O Filho do Altíssimo só poderia nascer de vaso transparente e translucido. A Mãe do Redentor seria a Imaculada em sua Conceição.
“Ó Deus que preparaste uma digna habitação para o vosso Filho pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão”.



Frei Almir Ribeiro Guimarães

www.franciscanos.org.br

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Santo Ambrosio 07/12/2012









O encanto de tuas palavras inspire confiança ao povo.
Recebestes o múnus sacerdotal e, sentado à popa da Igreja, governas a barca em meio
às ondas. Segura bem o leme da fé, para que as fortes procelas do mundo não te
perturbem. O mar é, na verdade, grande e vasto, mas não temas: ele a tornou
firme sobre os mares e sobre as águas a mantém inabalável (Sl 23,2).
Por isso, não é sem razão que, entre tantas agitações do mundo, a Igreja do Senhor,
edificada sobre a pedra apostólica, permanece firme e, contra o ímpeto das águas
te apóias sobre inabalável fundamento. É batida pelas ondas, mas não abalada; e embora
muitas vezes os elementos deste mundo a sacudam com grande fragor, ela oferece aos
navegantes cansados o mais seguro porto de salvação. Ela flutua no mar, mas também corre
pelos rios, sobretudo aqueles rios dos quais se diz: Levantaram os rios a sua voz (Sl 92,3).
São os rios que brotam do coração daqueles que beberam da água de Cristo e receberam
o Espírito de Deus. Quando transbordaram de graça espiritual, esses rios levantam a sua voz.
Há também um rio que corre para os seus santos como uma torrente. Existe ainda o ímpeto
do rio que alegra a alma tranqüila e pacífica. Quem receber da plenitude desse rio, como João
Evangelista, Pedro e Paulo, levanta a sua voz. É do mesmo modo que os apóstolos difundiram
Até os confins da terra, como num canto harmonioso, a voz da pregação evangélica, assim o que
receber da plenitude desse rio começa anunciar o Evangelho do Senhor Jesus.
Recebe, portanto, da plenitude de Cristo para que tua voz também se manifeste. Apanha
a água de Cristo, essa água que louva o Senhor. Apanha de muitos lugares a água que as
nuvens dos profetas deixam cair.
Quem apanha a água dos montes ou a retira e bebe das fontes, também começam a orvalhar
como as nuvens. Enche, pois, o íntimo do teu espírito com esta água, para que a terra da tua
alma seja regada e tenhas a fonte em tua própria casa.
Quem muito lê e compreende, fica repleto; e quem está repleto pode regar os demais, por
isso, diz a Escritura: se as nuvens estiverem carregadas farão cair a chuva sobre a terra (Eclo 11,3).
As tuas pregações sejam fluentes, puras e claras, de modo que o teu ensinamento moral
penetrem suavemente nos que te escutam e o encanto de tuas palavras inspire confiança
ao povo, deste modo ele te seguirá, de boa vontade, para onde conduzires. Os teus
discursos sejam repletos de inteligência. Por isso, diz Salomão: os lábios do sábio são
as armas da sabedoria (cf. Prov. 15,7); e noutra passagem: o pensamento dirige teus lábios,
isto é, os teus sermões brilhem pela tua clareza, e teus discursos e explicações dispensem
as opiniões alheias. Que tua palavra seja capaz de se defender por si mesma. Em si, não saia
de tua boca nenhuma palavra inútil e sem sentido.





Oração

Ó Deus, que fizestes o bispo Santo Ambrósio doutor da fé católica e exemplo
de intrépido pastor, despertai na vossa Igreja homens segundo o vosso coração,
que a governem com força e sabedoria. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade
do Espírito Santo.


Das cartas de Santo Ambrósio, bispo


(Epist. 2,1-2,4-5.7: PL 16 edit. 1845,847-881)(Sec. IV)




sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SANTO ANDRÉ, APÓSTOLO 30/11/2012









Festa

André, nascido em Betsaida, foi primeiramente discípulo de João Batista; seguiu depois a Cristo e levou
à presença deste seu irmão Pedro. Junto com Filipe, apresentou a Cristo os pagãos e indicou o rapaz que levava
pães e peixes. Narra-se que,depois de Pentecostes, pregou o Evangelho em muitas regiões e foi
crucificado na Acaia. Das Homilias sobre o Evangelho de João, de São João Crisóstomo, bispo

Encontramos o Messias

André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com ele muitas coisas, não escondeu o
tesouro só para si mas correu depressa à procura de seu irmão, para fazê-lo participar da sua
descoberta. Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias (que quer dizer Cristo) (Jo 1,41).
Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre
que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam
atentos. Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a sua vinda, espera aquele
que deveria vir do céu, exulta de alegria quando ele se manifestou, e se apresa em comunicar
aos outros a grande notícia. Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que, não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado
pormenorizadamente mais coisas. Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas
resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E
conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), e a ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas.
Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.
Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29.33),
deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez
André. Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz,
tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento.

Oração

Nós vos suplicamos, ó Deus onipotente, que o apóstolo Santo André, pregador do Evangelho e
pastor da vossa Igreja, não cesse no céu de interceder por nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.







terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nossa Senhora das Graças 27/11/2012










Em uma tarde de sábado, no dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, Santa Catarina Labouré teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de anéis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções e, num gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor. Santa Catarina Labouré relatou assim sua visão: "A Virgem Santíssima baixou para mim os olhos e me disse no íntimo de meu coração: 'Este globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular. Eis o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem.' Desapareceu, então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas palavras que cercavam a mesma Senhora: Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Ouvi, então, uma voz que me dizia: 'Faça cunhar uma medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes, especialmente para aqueles que a usarem com confiança.' "
Então o quadro se virou, e no verso apareceu a letra M, monograma de Maria, com uma cruz em cima, tendo um terço na base; por baixo da letra M estavam os corações de Jesus e sua Mãe Santíssima. O primeiro cercado por uma coroa de espinhos, e o segundo atravessado por uma espada. Contornando o quadro havia uma coroa de doze estrelas.
A mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
O Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a cunhagem da medalha e instaurou um inquérito oficial sobre a origem e os efeitos da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de Medalha Milagrosa, ou Medalha de Nossa Senhora das Graças. A conclusão do inquérito foi a seguinte: "A rápida propagação, o grande número de medalhas cunhadas e distribuídas, os admiráveis benefícios e graças singulares obtidos, parecem sinais do céu que confirmam a realidade das aparições, a verdade das narrativas da vidente e a difusão da Medalha". Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é a mesma Nossa Senhora das Graças, por ter Santa Catarina Labouré ouvido, no princípio da visão, as palavras: "Estes raios são o símbolo das Graças que Maria Santíssima alcança para os homens."

Oração à Nossa Senhora das Graças

Ó Imaculada Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, ao contemplar-vos de braços abertos derramando graças sobre os que vo-las pedem, cheios de confiança na vossa poderosa intercessão, inúmeras vezes manifestada pela Medalha Milagrosa, embora reconhecendo a nossa indignidade por causa de nossas inúmeras culpas, acercamo-nos de vossos pés para vos expôr, durante esta oração, as nossas mais prementes necessidades (momento de silêncio e de pedir a graça desejada).
Concedei, pois, ó Virgem da Medalha Milagrosa, este favor que confiantes vos solicitamos, para maior Glória de Deus, engrandecimento do vosso nome, e o bem de nossas almas. E para melhor servirmos ao vosso Divino Filho, inspirai-nos profundo ódio ao pecado e dai-nos coragem de nos afirmar sempre como verdadeiros cristãos. Amém.

Rezar 3 Ave Marias. Depois: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós.









sábado, 24 de novembro de 2012

Santo André Dung-Lac e companheiros "Mártires do Vietnã" 24/11/2012











De acordo com o Martirológico Romano-Monástico, eram cristãos convertidos no século XVI pelos missionários dominicanos que começaram a difundir o Evangelho no Vietnã, e foram martirizados porque eram acusados de estarem introduzindo no país uma religião estranha.
A evangelização do Vietnã teve seu início no século XVI, através dos missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. Foram quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões de pouca luminosidade. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio.
Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.
Neste dia, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, sendo um exemplo maior destes mártires da Igreja Católica no Vietnã. Foi ordenado sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio. Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer". Acabou sendo decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.  Após um período de calma, que durou cerca de setenta anos, à Igreja conseguiu se reorganizar em numerosas dioceses, que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo a aquele País. Em 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo e matando bispos, sacerdotes e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, à morte. No entanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto maior a perseguição maior se tornou o fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.




Fonte: Internet



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

São Columbano 23/11/2012










São Columbano desde tenra idade mostrou clara inclinação para a vida consagrada. Tendo abraçado a vida monástica, partiu para a França, onde fundou muitos mosteiros que governou com austera disciplina. Ao sair da Irlanda em companhia do monge e Santo Gall, percorreu a Europa Ocidental. Algumas vezes era rechaçado, outras acolhido. Deixou rastro de fundação de mosteiros e abadias, dos quais resultaram em resplendor cultural e religioso dignos de toda loa. Esses mosteiros foram o foco da cultura cristã francesa na época. Seu estilo de vida foi austero e assim o exigia aos monges. Graças a isso, a Igreja enumera como seus contemporâneos grandes santos que formaram-se na escola doutrinária de São Columbano. O mosteiro mais célebre foi o de Luxeuil, ao que confluíram francos e gauleses. Foi durante séculos o centro da vida monástica mais importante em todo o Ocidente. Enfrentou, no inicio do século VII fortes perseguições na França e por isso, no ano de 610 teve de sair do país em decorrência das investidas da soberana, a então rainha Brunehaut, que teve o ego ferido porque o santo abade lancara-lhe em rosto todos os seus vícios e crimes.Pensou em retornar à Irlanda, mas acabou permanecendo em Nantes. Lá também teve que fugir aos Alpes até que finalmente encontrou acolhida e refúgio seguro em Bobbio, situada ao norte da Itália, na região da Emilia Romana, província de Piacenza. Lá fundou seu último mosteiro e nele morreu no ano de 615. A regra monástica original que deu a seus monges serviu de referência e influenciou sobremaneira toda a Europa por mais de dois séculos. Muitos povos, regiões e lugares estão sob sua proteção e o invocam como padroeiro. Nos quatro últimos anos de sua vida, experimentou certa tranquilidade, já que o rei Aguilulfo lhe concedeu tratamento digno e respeitoso.


Oração:

Ó Deus, que reunistes admiravelmente em São Columbano a solicitude pela pregação do Evangelho e o zelo pela vida monástica, concedei que, por sua intercessão e exemplo, vos procuremos acima de tudo e nos empenhemos no crescimento espiritual. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!



Página Oriente

São Clemente 1º 23/12/2012













São Clemente, natural de Roma, era discípulo de São Pedro e São Paulo. Acompanhando a este nas viagens evangelizadoras, com ele dividiu as fadigas, sofrimentos e perseguições da vida apostólica. É a ele que o Apóstolo dos Gentios se refere, quando na Epístola aos Filipenses (4,3) diz: "Peço-vos que auxilieis aqueles também que, como Clemente e outros, comigo trabalharam, cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida". Estas palavras lhe documentaram a dedicação e fé, o zelo pelas causas de Deus e das almas. Se a mansidão e caridade lhe mereceram o nome de clemente, foi sem dúvida pela atividade apostólica, que São Pedro lhe conferiu a dignidade episcopal.
Os primeiros sucessores de São Pedro, na Sé apostólica e no martírio, foram São Lino e Anacleto (São Cleto). Na quase certeza de perder a vida por Jesus Cristo e a Igreja, São Clemente assumiu o governo da Barca de São Pedro em 92. Eram tempos cheios de apreensões para a jovem Igreja. A Autoridade romana ameaçava com uma nova perseguição e no seio da Igreja mesma reinavam dissenções, que prometiam degenerar em cisma. Era principalmente a Igreja dede Corinto o teatro de graves perturbações. Os ânimos estavam irritadíssimos e tudo indicava a iminência de uma cisão, provocada - assim se acreditava geralmente - pelas paixões que predominavam numa eleição episcopal. São Clemente dirigiu aos Coríntios uma carta apostólica em que documenta ao mesmo tempo grande circunspecção, prudência, caridade e firmeza. Tão boa aceitação teve esta carta, que não só em Corinto, mas também em todas as Igrejas era lida durante muitos anos, juntamente com as epístolas dos Apóstolos.
Dividindo a cidade de Roma em sete distritos, determinou para cada distrito um advogado, com a incumbência de ativar conscienciosamente tudo que se relacionava aos cristãos, suas virtudes, os processos judiciários a que haviam de responder, o modo como se haviam perante a autoridade perseguidora, declarações públicas que faziam, o martírio e a morte. Estes protocolos, chamados atos dos mártires, eram lidos nas reuniões dos fiéis. Ao zelo apostólico do Santo Papa abriram-se as portas do próprio palácio imperial. Domitila, irmã do imperador Domiciano, cuja ferocidade contra os cristãos era conhecida, se converteu à Religião de Jesus Cristo. Ainda mais: exemplo foi de todas as virtudes e para os cristãos perseguidos, um anjo de caridade, naqueles tempos aflitivos.
O imperador Trajano, vendo na propagação da religião cristã um perigo social e religioso para o império e reconhecendo no Papa rival temível, citou-o perante o tribunal e com ameaças de morte exigiu-lhe a abjuração da fé e o culto dos deuses nacionais. São Clemente não hesitou nem um momento e na presença da suprema autoridade romana, fez uma profissão de fé belíssima, que não deixou o imperador em dúvida sobre a improficuidade do seu tentâmem. Aconteceu o que era de esperar: O Papa foi condenado à morte. O Breviário Romano, diz que o santo Papa foi, com muitos cristãos, desterrado para a península da Criméia, onde haviam de trabalhar nas pedreiras e minas. Se para Clemente era um consolo poder partilhar a escravidão com seus filhos em Cristo, estes mais facilmente se conformavam com a triste sorte, vendo junto de si o Pai querido, o representante de Deus na Terra.
O que mais atormentava os pobres cristãos, era a falta absoluta de água, no lugar onde trabalhavam. Muito penoso era o transporte deste precioso líquido, que só se achava na distância de seis milhas. Clemente pediu a Deus que se compadecesse do povo, como se compadecera dos israelitas no deserto. Terminada a oração, viu no alto duma montanha um cordeirinho que, com a pata direita levantada, parecia indicar um determinado lugar. O santo Papa dirigiu-se imediatamente ao lugar onde lhe aparecera o cordeirinho e com uma enxada pôs-se a cavar a terra. Qual não lhe foi a alegria, quando logo ao primeiro golpe, viu brotar água, água deliciosa e tão abundante que, desde aquele dia teve termo a aflição dos cristãos. Estes milagre não só contentou a estes; também os pagãos que, vendo em Clemente um enviado do Céu, a ele se dirigiram pedindo fossem aceitos como catecúmenos. Assim muitos idólatras se tornaram adoradores de Jesus Cristo e os templos pagãos, antes antros do mais abjeto culto diabólico, transformaram-se em igrejas cristãs. Este espetáculo grandioso perante Anjos e homens despertou naturalmente o ódio nos corações dos sacerdotes pagãos, que se apressaram em denunciar Clemente.
A resposta imperial não se deixou esperar. O governador Aufidiano, autorizado por Trajano a pôr um dique à propaganda cristã, custasse o que custasse, condenou à morte Clemente e intimou os cristãos a que abandonassem a religião de Cristo. Algemado, foi Clemente levado a um navio, que o transportou ao alto mar. Lá chegado, puseram-lhe uma âncora de ferro ao pescoço e precipitaram-no na água. Isto aconteceu a 23 de novembro do seu último ano apostólico. Os cristãos consternados pela perda do seu Pastor, pediram a Deus que não deixasse o corpo do mártir entregue ao jogo das ondas, mas que restituísse ao carinho e à veneração dos filhos espirituais.
Aufidiano e sua gente mal se tinham afastado, quando o mar espontaneamente, retrocedeu a uma distância de três milhas, até o lugar onde tinha sido mergulhado o corpo do santo Papa-Mártir. O mais que aconteceu, foi de todo extraordinário. Aos olhos pasmados dos cristãos apresentou-se um pequeno templo de mármore branco. Pressurosos correram para lá e, chegando ao templo, nele encontraram o corpo de São Clemente, colocado num ataúde, tendo ao lado a âncora pesada. Quando se dispuseram a retirar suas santas relíquias, Deus manifestou sua vontade, que não o fizessem; que o deixassem repousar no mesmo lugar e que o mar, anualmente, durante sete dias, franqueasse o acesso ao túmulo. Assim aconteceu. As relíquias de São Clemente ficaram no fundo do mar, guardadas por santos Anjos, até o século IX, quando, sob o governo do Papa Nicolau I, os santos missionários Cirilo e Metódio as trouxeram para Roma, onde foram depositadas na Igreja de São Clemente, onde se acham até agora.

Reflexões:

Se queres venerar dignamente São Clemente, procura imitar-lhe os belos exemplos e observar-lhe os sábios ensinamentos que depositou nos seus escritos. Os trechos seguintes são tirados de sua epístola aos Coríntios: "Abandonemos os cuidados vãos e passageiros! Sigamos a regra gloriosa e venerável da nossa santa vocação! Atendamos ao que é belo, agradável diante do Senhor, que nos deu a vida! Fixemos o olhar sobre o sangue de Cristo e poderemos seu alto valor na apreciação de Deus; pois este sangue foi derramado pela salvação do mundo inteiro. Os astros movem-se no espaço por ordem de Deus e obedecem-lhe. Dia e noite surgem no horizonte e seguem o curso, sem jamais se embaraçarem uns aos outros. O sol, a lua, as estrelas, na mais perfeita harmonia percorrem seus círculos, sem ultrapassar a órbita. A terra produz alimento para o homem, para os animais e os outros seres viventes, tudo em perfeita obediência ao Criador. As profundidades dos abismos e o interior do globo seguem-lhe as determinações. As ondas do mar respeitam os limites que a vontade divina lhes traçou. O vasto oceano, ainda não atravessado por embarcação humana, os continentes além ainda recebem as ordens do Senhor. As estações, a primavera, o verão, o outono e o inverno seguem-se na maior regularidade. Os ventos e as tempestades não se perturbam em suas funções. Fontes inesgotáveis, criadas para nossa saúde e nosso uso, fornecem as águas, para o sustento da vida humana. Os animaizinhos quase imperceptíveis realizam reuniões na maior paz, na mais perfeita ordem. Todas estas coisas o grande arquiteto e Senhor do Universo chamou-as à existência. A todos faz bem, principalmente a nós, que recorremos às suas misericórdias por Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem sejam dados honra e louvor nos séculos dos séculos. Vossos filhos devem participar da disciplina de Cristo; devem aprender quanto vale perante Deus o sentimento humilde, como é apreciado o amor casto e como é sublime e belo o temor de Deus, que santifica a todos os que andam em reta intenção. Ele é o perscrutador dos pensamentos e planos íntimos. Seu sopro está em nós; ele o retira, quando lhe apraz."

Pontificado - 92 a 101 d.C.







Página Oriente

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Santa Cecília. A padroeira dos músicos. 22/11/2012













Cecília nasceu no princípio do século 3º de uma ilustre família de Roma. Conhecida por Gens Cecília, cuja linhagem provém do tempo da república. Os nomes dos pais são desconhecidos, mas julga se cristãos. Cecília foi criada por uma aia cristã, que a educou somente no cristianismo e sempre amando a Jesus. Suas exclamações eram: Oh! Quão grande e bom é o senhor! Quero amá-lo sempre.
Cecília ouvia sempre a sagrada escritura, então seus olhos enchiam-se de lágrimas e com o coração enternecido propunha a não ofender a Jesus, antes consagrar-lhe a vida e jurando votos de virgindade perpétua. Uma de suas virtudes ensinava a amor o próximo, especialmente os pobres que são imagens de Jesus. Seu amor à eucaristia era tanta que no dia de sua comunhão consagrou-se novamente a sua vida a serviço e tornou-se esposa do mestre. Órfã Cecília ficou com parentes ainda pagãos. Que começavam a importuná-la e leva-la a festas não cristãs. Muitas vezes, declinava dos insistentes convites, temendo a distrações prejudicassem sua alma inocente. Julgando que não bastasse o afastamento de tantos perigos, a piedosa jovem para evitar que o espírito sucumbisse na luta com o demônio, submeteu seu corpo a rigorosos jejuns e penitenciais. Jesus não se deixou vencer em generosidade mandou custodiá-la por um anjo, que sua frequente aparição entretinha-a em doces conversações.
Em uma reunião de família estava presente um jovem nobre (Valentino) que a olhou Cecília e fitou seus olhos nela. No outro dia pediu a mão da jovem a seu tutor que não se negou a aceitar. Na mesma hora Cecília se recusou, pois tinha feito os votos ao mestre. Mas não adiantou o seu tutor já tinha aceitado. Cecília saiu e foi imediatamente falar com o pontífice dizendo que preferia a morte a faltar o juramento que fez a Jesus. O pontífice urbano disse:
“Tem confiança, se teu celeste Esposo te quiser inteira a seu serviço, nenhuma força humana poderá arrebatar-te. No entanto as orações essa noite são para que o senhor nos ilumine”. Passaram-se alguns dias Cecília procurasse evita-lo, não conseguia fugir a uma nova conversa com seu tutor. Recusou o pedido, mas seu tutor não desistiu de seus propósitos. Cecília na mesma hora lembrou-se das palavras de Urbano e aceitou.
A virgem de cristo tornara-se também esposa de Valentino. Nos cântico núpcias Cecília elevavam sua alma a Deus nas seguintes palavras; “Senhor, que sejam sempre imaculados meu corpo e m meu coração; protege tua serva para que não seja confundida”. Em seus aposentos em profunda oração e a espera de Valentino. O qual chegou feliz e correu para abraçá-la. Cecília se desviou e começou a contar o seu juramento. Valentim perturbado disse à esposa que tinha o traído jurando seu amor a outro. Cecília explicou novamente que se juramento foi feito a Deus. Vendo o desespero de Valentino, Cecília caiu de joelhos e começou a orar e uma forte luz saiu de sua face e sendo protegida por um anjo. Valentino caiu por terra e com os olhos em lágrimas contemplou o acontecimento.
E Cecília viu toda aquela luz fazendo a conversão em Valentino.
E que no outro dia pediu a Cecília que gostaria de ver o anjo que a protege. Cecília disse que teria que ir até o pontífice urbano e pedir o batismo.
Valentim se vestiu e foi no momento do batismo um anjo apareceu e colocou uma coroa de flores em Valentino e em Cecília, Com o acontecimento estava presente o irmão de Valentino (Tibúrcio) também se converteu. A partir deste dia a Família de Cecília foi perfeita e voltou a trabalhar com os pobres e pregar o evangelho. Até que teve a perseguição aos cristãos por Alexandre Severo no ano 232 os prenderam.
Perante o juiz que perguntou a jovem qual era sua religião. Cecília não hesitou em responder que era cristã. Disse o juiz: “não sabeis que nosso imperador ordenar punir todos os cristãos e de libertar os que renegam esta religião inimiga da Pátria?” Mesmo em meios a tantas acusações e perguntas Cecília se manteve firme a sua fé. Ordenou que levassem a jovem e fecharam no calidário para morrer sufocada com vapores. Algumas horas depois Cecília estava na sala de tortura em plena alegria. Logo a sala encheu-se de vapores e pegou fogo, mas nada atingiu Cecília. Viram contenta e em volta rodeada de ar puro. Apresentou o novo carrasco, Cecília ajoelhada ofereceu o pescoço. O carrasco por três vezes deixou o ferro cair no pescoço da jovem. Cecília caiu com os braços cruzados no peito, mas a cabeça prodigiosamente unida ao corpo. Na lei romana proibia insistir no terceiro golpe o carrasco saiu correndo ao ver aquilo. A multidão pasmou ao ver a jovem ainda viva. Cecília, sempre na mesma posição, quis aproveitar o pouco tempo que lhe restava para anunciar a verdade. Ouvindo suas fervorosas exortações, tocados pela graça, muitos se converteram. Ficou por muito tempo em doce contemplação de repente fez um sinal ao pontífice que se aproxima e diz: Padre, pedi ao senhor um momento para poder fazer meu ultimo desejo. Quero que transforme minha casa em um templo de oração; voltando-se para os que ali estavam a assistir mostrou-lhes o polegar de uma mão e três dedos da outra, querendo assim confessar pela ultima vez a \unidade e trindade de Deus. Urbano mesmo na presença de numerosos fiéis colocou o sarcófago junto aos túmulos dos Papas, fechando-o com tampo de mármore preciosismo.

Santa Terezinha escreve sobre Cecília.

Antes da viagem a Cidade eterna, não tinha devoção especial por Santa Cecília; mas ao visitar a casa, o lugar do martírio, ao ouvi-la proclamar tainha da harmonia, senti por ela mais que uma devoção, uma verdadeira ternura de amiga e tornou-se a minha santa predileta e minha confidente.

Cecília protetora do canto sacro.

Certamente pela pia tradição Cecília se deli cava cantando hinos a Deus, acompanhando-se na cítara que o anjo lhe apresentava. Sendo assim ficou sendo considerada santa dos músicos.
Confirmando nesta pia tradição, temos elementos positivos, nas revelações de Dulcem, a serva de Deus, Ana Catarian Emmerrich que muitas vezes viu a santa.
“Vi Cecília belíssima, com faces rosadas e traços finos e graciosos”. Junto dela esta um anjo sob forma de amável jovem, quer com ela falava. Vi-a sentada em uma cadeira e os anjos ensinando a tocar um instrumento. Outra vez, Cecília sentada tocando o instrumento e o anjo segura em sua frente o rolo de papel para o qual ela olhava. Fundados nestas revelações é que temos em Cecília a celeste protetora dos músicos.

Diva! Que tua voz sua uma luz no coração. Do ímpio, que contra a igreja faz cruéis perseguições.

Santa Cecília Rogai por nós.


Livro: Santa Cecília; Fernando Bastos. MIR Editora – Brasil