sexta-feira, 21 de setembro de 2012

São Mateus Evangelista 21/09/2012














Banhada pelas águas do lago Genezaré, cortada pelas principais estradas do país, sede das casas comerciais as mais importantes, era Cafarnaum, uma das cidades mais florescentes da Palestina. No tempo de Jesus Cristo a Palestina era província romana, e onerosos eram os impostos e direitos aduaneiros que pesavam sobre os judeus. A cobrança destas contribuições obrigatórias, era feita geralmente por rendeiros públicos, homens conhecidamente especuladores, verdadeiros esfoladores e sanguessugas do povo, e por isto todos mal vistos e odiados. Já o apelido de Publicano, isto é, pecador público, excomungado, que se lhes dava, não deixava dúvida sobre a má fama de que tais homens gozavam.

Rendeiro de Cafarnaum era Levi, filho de Alfeu, que mais tarde mudou o nome em Mateus, dom de Deus. Cafarnaum era a cidade pela qual Jesus Cristo mostrava grande simpatia, tanto que os santos Evangelhos a chamam sua cidade. Na sinagoga ou na praia do lago, doutrinou freqüentemente e curou muitos doentes.
Foi numa dessas ocasiões que Jesus, tendo pregado na praia, passou perto do telônio de Levi, parou e disse a este: "Segue-me". Levi levantou-se imediatamente, abandonou o rendoso negócio, mudou de nome e de vida. Não é provável que esta mudança tão radical tenha sido fruto de um entusiasmo espontâneo. É antes, de se supor, que Levi tenha tomado essa resolução devido ao que vira e ouvira, de modo que o convite positivo do divino Mestre lhe tenha pôsto têrmo às últimas dúvidas sobre a orientação da sua vida futura. Diz São Jerônimo que Levi, vendo Nosso Senhor, ficou atraído pela divina majestade que fulgurava nos olhos de Jesus Cristo. Converteu-se Levi, diz Beda o Venerável, porque aquele que o chamou pela palavra, lhe dispôs o coração pela graça divina.
Mateus deu em seguida um grande banquete de despedida aos amigos e colegas, e convidou também Jesus e os discípulos. Os fariseus e escribas que, com olhos de lince observavam todos os gestos do Mestre, vendo que este aceitara o convite, acusaram-no dizendo: "Este homem anda com publicanos e pecadores e banqueteia-se com eles!". Também os discípulos de Jesus tiveram de ouvir repreensões: "Como é que o vosso Mestre se senta à mesa com os pecadores?". Jesus, porém, respondeu-lhes: "Não são os sãos, mas sim os doentes, que necessitam do médico. Não vim para chamar os justos, senão os pecadores". Daí em diante Mateus foi um dos discípulos mais dedicados ao divino Mestre, e seguiu-o por toda a parte.
Logo depois da Ascensão de Jesus Cristo e da vinda do Espírito Santo, Mateus, junto com os outros Apóstolos, pregou o Santo Evangelho nas províncias da Palestina e, com os demais Apóstolos, julgou-se feliz em poder sofrer injúria por amor de Jesus. Foi São Mateus entre os Apóstolos o primeiro que escreveu um relatório da vida e morte de Jesus Cristo, dando a este livro o título de "Evangelho", que significa: "boa nova". Este Evangelho era escrito em sírio-caldaico, para o uso dos primeiros cristãos da Palestina. São Bartolomeu levou consigo uma cópia para as Índias.
Quando os Apóstolos se espalharam por todo o mundo, São Mateus dirigiu-se para a Arábia e Pérsia, onde sofreu cruéis perseguições pelos sacerdotes indígenas. São Clemente de Alexandria diz que São Mateus era homem de mortificação e penitência, e alimentava-se só de ervas, raízes e frutas. Sofreu maus tratos na cidade de Mirmene.
Os pagãos arrancaram-lhe os olhos e, preso com algemas, esperou no cárcere o dia em que devia ser sacrificado aos deuses, por ocasião da grande festa idólatra. Deus, porém, não abandonou seu servo; mandou-lhe um Anjo que lhe curou a vista e o libertou da prisão. São Mateus seguiu então para a Etiópia. Também lá o demônio quis tolher-lhe os passos. Dois feiticeiros de grande fama opuseram-se-lhe, mas São Mateus venceu-os pela força esmagadora dos argumentos e pelos milagres que fazia, em nome de Jesus Cristo. Removido este obstáculo, o povo aceitou a religião de Deus humanado.
Foi por intermédio do eunuco da rainha Candace, o mesmo a quem São Felipe batizou, que São Mateus obteve entrada no palácio real. Lá havIa grande luto pela morte do jovem príncipe herdeiro Eufranon. São Mateus, tendo sido chamado ao palácio, fez o defunto ressurgir, milagre este que encheu a todos de admiração. O rei, em sinal de alegria e gratidão, mandou arautos por todo o país deitarem pregão da seguinte ordem: "Súditos! Vinde todos à capital ver um Deus, que apareceu entre nós, em forma humana!".
Afluíram aos milhares os súditos de todas as partes do reino, trazendo perfumes e insenso, para serem oferecidos ao Deus que tinha aparecido. Mateus, porém, esclareceu-os dizendo: "Eu não sou Deus, como julgais que seja, mas servo de Jesus Cristo, FIlho de Deus vivo; foi em seu nome que fiz o filho de vosso rei ressuscitar; foi Ele que me enviou a vós, para vos pregar sua doutrina e vos trazer sua graça e salvação". Essas palavras tiveram bom acolhimento e a maior parte do povo converteu-se à religião de Jesus Cristo. A Igreja da Etiópia chegou a ser uma das mais florescentes dos tempos apostólicos. O rei Egipo e família eram cristãos fervorosíssimos, tanto que Efigênia, a filha mais velha, fez voto de castidade perpétua e a seu exemplo, muitas filhas das famílias mais ilustres consagraram-se a Deus, numa vida de perfeição cristã.
Pela morte do rei subiu ao trono seu sobrinho Hírtaco, o qual, para estabelecer o governo sobre bases mais sólidas, pediu a Efigênia em casamento. Esta recusou, alegando o voto feito a Deus. Hírtaco, não se conformando com esta resposta, exigiu que São Mateus fizesse valer a autoridade de Bispo, para que se realizasse o enlace desejado. São Mateus declarou ao príncipe não ter competência Para envolver-se no caso.
Vendo-se assim, profundamente contrariado nos seus planos, Hírtaco deu ordem aos soldados de fazer desaparecer o Apóstolo. Esta ordem foi executada na igreja onde São Mateus celebrava a Missa. Pondo de lado o respeito devido ao lugar e à pessoa do santo Apóstolo, os sicários do rei mataram-no no próprio altar.
O corpo do Santo Mártir foi por muito tempo objeto de grata veneração do povo cristão da capital. No ano de 930, foi transportado para Salerno, na Itália, onde São Mateus até hoje é festejado como padroeiro da cidade e do bispado. relíquias para a cidade.



REFLEXÕES



São Mateus, dos Apóstolos talvez o mais inteligente, o mais rico, antes de sua vocação não era santo. Pelo contrário, das acusações que os judeus levantavam contra Nosso Senhor, era esta uma das mais graves: "Ele come com os pecadores", aludindo ao gabeleiro. No entanto a prontidão com que seguiu o convite, a ordem do divino Mestre, não foi menor que a dos outros Apóstolos, que apenas deixaram umas redes velhas, quando a resolução de Mateus exigiu o sacrifício dum bom emprego, de uma avultada fortuna. A São Mateus devemos o belíssimo Evangelho, que tantos e tantos episódios da vida de Jesus Cristo nos relata. A São Mateus é devida a transmissão dos mais belos discursos do divino Mestre. São Mateus, de publicano e de Pecador, tornou-se grande amigo, Apóstolo do Salvador, e glorioso é o trono que possui no reino de Deus. Estes traços da vida de São Mateus são muito de molde a animar os pobres pecadores que, conscientes de sua miséria, facilmente se entregam ao desânimo, senão ao desespero. Deus não quer a perdição de ninguém. Também o pecador mais monstruoso tem acesso ao trono da misericórdia divina, desde que se resolva a quebrar as cadeias do pecado, a fazer penitência e a entregar-se a Deus. Se é grande a maldade dos homens, maior é a Misericórdia divina, que acolhe benignamente a todos que se lhe dirigem, tendo o coração contrito e humilhado.



Fonte: Página Oriente

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O milagre de São Januário (San Gennaro) 19/09/2012









São Januário nasceu em Nápoles, no ano 270 d.C. Nada se sabe ao certo sobre os primeiros anos de sua vida. Em 302 foi ordenado sacerdote, e por sua piedade e virtude foi escolhido, pouco depois, para Bispo de Benevento. Sua caridade, infatigável zelo e solicitude pastoral desterraram de sua diocese a indigência, tendo ele socorrido a todos os necessitados e aflitos.
Quando em 304, o imperador romano Diocleciano desencadeou em todo o Império cruel perseguição contra o Cristianismo, obrigando os fiéis a oferecer sacrifícios às divindades pagãs, nosso santo teve muitas ocasiões de manifestar o valor de seu zelo, socorrendo os cristãos, não só nos limites de sua diocese, mas em todas as cidades circunvizinhas. Penetrava nos cárceres, estimulando seus irmãos na fé e perseverança final, alcançando também, naquela ocasião. grande número de conversões. O êxito de seu apostolado não tardou a despertar atenção de Dracônio, governador da Campânia, que o mandou prender.
Diante do tribunal, São Januário foi reprovado pelo pró-consul Timóteo, que lhe apresentou a seguinte alternativa:
— “Ou ofereces incenso aos deuses, ou renuncias à vida”.
— “Não posso imolar ao inimigo, pois tenho a honra de sacrificar todos os dias ao verdadeiro Deus” - respondeu com altaneria o santo, referindo-se à celebração eucarística.
Irado, o pró-consul ordenou que o santo Bispo fosse lançado imediatamente numa fornalha ardente. Mas Deus quis renovar em favor de seu fiel servo o milagre dos três jovens israelitas, atirados também nas chamas, de que fala o Antigo Testamento. São Januário saiu desta prova do fogo ileso, para grande surpresa dos pagãos.
O tirano, atribuindo o prodígio a artes mágicas, ordenou que São Januário e mais seis outros cristãos fossem conduzidos a Puzzoles, onde seriam lançados às feras na arena.
No dia marcado para o suplicio, o povo lotou o anfiteatro da cidade. No centro da arena. São Januário encorajava os companheiros: “Ânimo, irmãos, este é o dia do nosso triunfo, combatamos com valor nosso sangue por Aquele Senhor, a quem devemos a vida”.
Mal terminara de falar foram libertados leões, tigres e leopardos famintos, que correram em direção às vítimas. Mas, em lugar de despedaçá-las, prostraram-se diante do Bispo de Benevento e começaram a lamber-lhes os pés. Ouviu-se então um grande murmúrio no anfiteatro, que reconhecia não existir outro verdadeiro Deus senão o dos cristãos. Muitos pediram clemência. Mas o pró-consul, cego de ódio, mandou decapitar aqueles cristãos, sendo executada a ordem na praça Vulcânia, no dia 19 de setembro de 305.
Os corpos dos mártires foram conduzidos pelos fiéis às suas respectivas cidades. Segundo relataram as crônicas, uma piedosa mulher recolheu em duas ampolas o sangue que escorria do corpo de São Januário, quando este era transportado para Benavento.
Os restos mortais do Bispo mártir foram transladados para sua cidade nata — Nápoles — em 432. No ano 820 voltaram para Benavento. Em 1497 retornaram definitivamente para Nápoles, onde repousam até hoje, em majestosa Catedral gótica. Aí se realiza o perpétuo sangue, que se dá duas vezes por ano, no sábado que antecede o primeiro domingo de maio aniversário da primeira transladação, e a 19 de setembro, festa do martírio do santo e no dia 16 de dezembro (dia em que Nápoles foi protegido da erupção do Vesúvio). As datas da liquefação do sangue de São Januário são celebradas com grande pompa e esplendor.
As relíquias são expostas ao público, e se a liquefação não se verifica imediatamente. iniciam-se preces coletivas. Se o milagre tarda, os fiéis compenetram-se de que a demora se deve a seus pecados. Rezam então orações penitenciais, como o salmo “Miserere”, composto pelo Santo Rei Davi.
Quando o milagre ocorre, o Clero entoa solene Te Deum, a multidão prorrompe em vivas. os sinos repicam e toda a cidade se rejubila.
Entretanto, sempre que nas datas costumeiras o sangue não se liquefaz, Isso significa o aviso de tristes acontecimentos vindouros, segundo uma antiga tradição nunca desmentida.
O sangue de São Januário está recolhido em duas ampolas de vidro, hermeticamente fechadas, protegido por duas lâminas de cristal transparente. A ampola maior possui 60 cm cúbicos de volume; a menor tem capacidade de 25 cm cúbicos. Em geral, o sangue endurecido ocupa até a metade da ampola maior; na menor, encontra-se disperso em fragmentos.
A liquefação do sangue produz-se espontaneamente, sob as mais variadas circunstâncias, independentemente da temperatura ou do movimento, o sangue passa do estado pastoso ao fluido e, até, fluidíssimo. A liquefação ocorre da periferia para o centro e vice-versa. Algumas vezes, o sangue liquefaz-se instantânea e inteiramente, ou, por vezes, permanece um denso coágulo em meio ao resto liquefeito. Alterar-se o colorido: desde o vermelho mais escuro até o rubro mais vivo. Não poucas vezes surgem bolhas e sangue fresco e espumante sobe rapidamente até o topo da ampola maior.
Trata-se verdadeiramente de sangue humano, comprovado por análises espectroscópicas.
Há algumas peculiaridades, que constituem outros milagres dentro do milagre liquefação, há uma variação do volume: algumas vezes diminui e outras vezes aumenta até o dobro. Varia também quanto à massa e quanto ao peso.
Em janeiro de 1991, o prof. G. Sperindeo utilizando-se, com o máximo cuidado, de aparelhos de alta precisão, encontrou uma variação de cerca de 25 gramas. O peso aumentava enquanto o volume diminuía. Esse acréscimo de peso contraria frontalmente o princípio da conservação da massa (uma das leis fundamentais da Física) e é absolutamente inexplicável, pois as ampolas encontram-se hermeticamente fechadas, sem possibilidade de receber acréscimo de substâncias do exterior.
A notícia escrita mais antiga e segura do milagre consta de uma crônica do século XIV. Desde 1659, estão rigorosamente anotadas todas as liquefações, que já perfazem mais de dez mil!
A relíquia de São Januário tem protegido Nápoles eficazmente contra a peste e as erupções do Vesúvio, distante da cidade apenas duas léguas e meia. Por ocasião de uma erupção em 1707, que ameaçava destruir Nápoles, o povo levou as ampolas em solene procissão até o sopé do vulcão; imediatamente a erupção cessou!
Em 1944, o Vesúvio expeliu lavas, cinzas, pedras e uma poeira arenosa, que alcançou grande altura. Foi sua última erupção. O vento levou essa poeira através do Mediterrâneo, a qual chegou a atingir a Grécia, a Turquia, a Espanha e o Marrocos. Nápoles permaneceu imune.
Supliquemos na data de hoje a este grande Santo Protetor, que salve não apenas Nápoles, mas a Itália e o mundo inteiro de um incêndio mil vezes pior do que o produzido por erupções vulcânicas: o comunismo, a seita atéia, antinatural e igualitária, que visa varrer da face da terra o nome cristão.

(parte do texto, oriundo de www.sangennaro.org.br, com pequenas modificações

gai por nós!

sábado, 15 de setembro de 2012

Nossa Senhora das Dores 15/09/2012













Beata Maria Virgo Perdolens ou Mater Dolorosa, a Nossa Senhora das Dores é venerada sob diversos nomes como: Nossa Senhora da Piedade, Nossa Senhora da Soledade, Nossa Senhora das Angústias,

Nossa Senhora das Lágrimas, Nossa Senhora das Sete Dores, Nossa Senhora do Calvário ou ainda Nossa Senhora do Pranto. Em 1233, sete mercadores da classe média emergente de Florença, Itália, devotos de Nossa Senhora, pertenciam a uma confraria chamada Associação-mor de Santa Maria. Estes mesmos homens fundaram a Ordem dos Servos de Maria e por iniciativa deles, em 1239 foi promulgado e incluído na Liturgia, pelo papa Bento XIII, o dia 15 de setembro como dia de Nossa Senhora das Dores. A veneração de Maria como Senhora das Dores se deve às dores que ela sofreu durante sua vida terrena, e é representada com sete espadas transpassando seu coração, para lembrar não somente suas dores, mas também as infinitas dores da humanidade. A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentação bíblica, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu coração; a fuga para o Egito; a perda do menino Jesus no templo; a paixão de Jesus; a crucifixão e morte e o sepultamento de Jesus Cristo. Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Vida Nova, que não significa ausência de sofrimentos, mas, sim, de entrega de Si para uma civilização de Amor.


Oração a Nossa Senhora das Dores

Ó Mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores, nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho. Uma espada de dor transpassou vossa alma como predissera o velho Simeão. Vós sois a Mãe das dores. E continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária. Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade. Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio, para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias. Rogai por nós, ó Mãe, porque não sois apenas a Mãe das dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém !

Ordem dos Servos de Maria Província do Brasil



sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Exaltação da Santa Cruz 14/0912012











A Festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos hoje, 14 de setembro, é a Festa da Exaltação do Cristo vencedor. Para nós cristãos, a cruz é o maior símbolo de nossa fé, cujos traços nós nos persignamos desde o início do dia, quando levantamos, até o fim da noite ao deitarmos. Quando somos apresentados à comunidade cristã, na cerimônia batismal, o primeiro sinal de acolhida é o sinal da cruz traçado em nossa fronte pelo padre, pais e padrinhos, sinalando-nos para sempre com Cristo.
A Cruz recorda o Cristo crucificado, o seu sacrifício, o seu martírio que nos trouxe a salvação. Assim sendo, a Igreja há muito tempo passou a celebrar, exaltar e venerar a Cruz, inclusive como símbolo da árvore da vida que se contrapõe à árvore do pecado no paraíso, quando a serpente do paraíso trouxe a morte, a infelicidade a este mundo, incitando os pais a provarem o fruto da árvore proibida. (Gn 3,17-19)
No deserto, a serpente também provocou a morte dos filhos de Israel, que reclamavam contra Deus e contra Moisés (Nm 21,4-6). Arrependendo-se do seu pecado, o povo pediu a Moisés que intercedesse junto ao Senhor para livrá-los das serpentes. Assim, o Senhor, com sua bondade infinita, ordenou a Moisés que erguesse no centro do acampamento um poste de madeira com uma serpente de bronze pendurada no alto, dizendo que todo aquele que dirigisse seu olhar para a serpente de bronze se curaria. (Nm 21,8-9)
Esses símbolos do passado, muito conhecidos pelo povo (serpente, árvore, pecado, morte), nos dizem que na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no lugar da serpente de bronze pendurado no alto de um poste de madeira, encontramos o próprio Jesus levantado no lenho da Cruz. Se o pecado e a morte tiveram sua entrada neste mundo através do demônio (serpente do paraíso) e do deserto, a bênção, a salvação e a vida eterna vêm do Cristo levantado no alto da Cruz, de onde Ele atrai para si os olhares de toda a humanidade. Assim, a Igreja canta na Liturgia Eucarística de Festa: “Santa Cruz adorável, de onde a vida brotou, nós, por Ti redimidos, te cantamos louvor!”
A Cruz não é uma divindade, um ídolo feito de madeira, barro ou bronze, mas sim, santa e sagrada, onde pendeu o Salvador do mundo. Traçando o sinal da cruz em nossa fronte, a todo o momento nós louvamos e bendizemos a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, agradecendo o tão grande bem e amor que, pela CRUZ, o Senhor continua a derramar sobre nós.



Por: Pe. Candido Ap. Mariano


Pároco da Paróquia Santa Cruz e São Dimas - Piracicaba Sp







quinta-feira, 13 de setembro de 2012

São João Crisótomo 13/09/2012









Crisóstomo, descendente de família distinta, nasceu em 348 em Antioquia, na Síria. O pai Segundo, que era comandante das tropas imperiais no Oriente, morreu cedo, deixando a educação do filhinho aos cuidados da excelente esposa, Antusa. Mestres de fama mundial, como Libânio e Antragácio, introduziram o menino talentoso nos arcanos da ciência, e Diodoro de Tarso foi seu instrutor em matéria de religião. O Bispo Melécio batizou-o em 368 conferindo-lhe na mesma ocasião as ordens menores. Já neste tempo Crisóstomo manifestou grande inclinação para a vida de asceta, e se não fosse a resistência enérgica da mãe, teria se associado aos eremitas do deserto.

Quando em 373, sendo-lhe já bastante conhecidos o talento e a santidade, e o povo, exigindo sua elevação à dignidade episcopal, João fugiu para junto dum monge, em cuja companhia viveu quatro anos, e depois para uma gruta, onde ficou dois anos, dedicando-se exclusivamente às práticas da vida religiosa, com suas austeridades, e aos estudos dos Sagrados Livros.
Como a saúde se lhes abalasse, com a rudeza da vida no deserto, voltou para Antioquia, onde se ordenou em 386. Em Antioquia desenvolveu logo uma atividade muito grande, como escritor e orador sacro, de onde lhe foi dado o apelido de Crisóstomo (boca de ouro) pelos bizantinos.
Esta sua estada em Antioquia coincidiu com uma grave revolta que houve contra o imperador, por causa de impostos. O povo despedaçou estátuas do imperador, do irmão, de dois filhos e da falecida imperatriz Flavila e deixou-se arrastar a outros atos de vandalismo. Era para temer uma terrível represália da parte do imperador Teodósio I, cujo gênio irascível era bastante conhecido. O bispo Flaviano dirigiu-se para Constantinopla, para aplacar a ira do monarca. Em Antioquia reinava o pavor. Muitas famílias tinham fugido; os membros do senado estavam na prisão e o povo tremia, na expectativa de medidas ainda mais rigorosas. Foi a época em que a arte retórica de Crisóstomo celebrou os mais belos triunfos. Dia por dia via-se as multidões do povo desesperado ao redor do púlpito, ávidos de ouvir-lhes as práticas e ensinamentos que as consolavam. A palavra de João Crisóstomo sugestionava, continha as massas e levava-as por onde quisesse. O entusiasmo dos ouvintes chegou ao auge, quando lhes transmitiu a notícia do perdão e anistia, que o imperador tinha concedido à cidade, em atenção ao pedido do Bispo e à petição que o mesmo tinha apresentado, em nome de Crisóstomo e da população arrependida.
A fama da grande eloqüência de Crisóstomo tinha-se espalhado em todo o Oriente e quando, em 397, morreu o patriarca de Constantinopla, Nectário, o imperador Arcádio, filho de Teodósio, chamou Crisóstomo para ocupar-lhe o lugar. Foi preciso toda a habilidade e prudência da parte do imperador, para conseguir o consentimento do seu candidato. A nomeação de João Crisóstomo para Constantinopla causou grande descontentamento em Alexandria, cujo patriarca, Teófilo, levantou enérgico protesto contra a decisão imperial. Não obstante, impôs as mãos ao novo Patriarca.
Da vida simples e pacata de Antioquia, viu-se João Crisóstomo transportado para a cidade da riqueza, do luxo, para a grande metrópole, a sede da alta política, com suas intrigas e paixões, para Constantinopla, a rainha do Oriente que, com seus palácios magníficos e Igrejas majestosas, dominava dois continentes. O novo Patriarca teve um acolhimento simpático da parte do clero, da aristocracia e da população inteira. Antes de tomar efetivamente as rédeas do governo da diocese, Crisóstomo procurou conhecer bem o terreno em que pisava. Em condições tão diferentes das de Antioquia, diferente se lhe afigurou o novo campo de atividade. O clero de Constantinopla, em sua maioria, estava pouco compenetrado da sublimidade de sua missão. Ambicioso, avarento e político, pouco tinha do espírito de Cristo, que é o espírito da humildade, de caridade e de sacrifício. Em rente de tais circunstâncias, Crisóstomo compreendeu, que sua atividade não mais se imitaria à pregação da palavra de Deus, mas haveria de encetar a obra da reforma em base larga e inevitável: seria a luta e talvez a perseguição.
Fiel ao seu costume, pregava as homilias dominicais e explicava a Sagrada Escritura. A majestosa “Hagia Sophia”, aquele grandioso monumento da fé católica em Constantinopla, enchia-se de fiéis de todas as classes, para ouvir a palavra arrebatadora e apostólica do novo Antístite.
Mais importante, mais penosa e desagradável impunha-se-lhe a obra da reforma. Esta começou em casa. O antecessor, Nectário, de espírito pouco evangélico, tinha feito do palácio episcopal um reduto do luxo, com todas as futilidades e comodidades. João Crisóstomo estabeleceu nele a vida evangélica, com toda simplicidade e decência. O segundo passo na reforma interessou a vida do clero e das religiosas, as quais em grande parte conviviam com os sacerdotes, o que mereceu a crítica do povo, e a censura e proibição do Patriarca. O zeloso pastor verberou outrossim os excessos da moda, principalmente o luto “chic” das viúvas, e procurou implantar no povo a simplicidade dos costumes e o espírito de fé. As obras da caridade, a administração dos bens eclesiásticos, a elevação do clero na roça, a contra-propaganda contra os arianos residentes na cidade enfileirados no exército, eram coisas mui importantes, a que o Patriarca dedicou todas as energias. Todas estas reformas criaram-lhe muita inimizade. Mormente entre o clero. Era inevitável o choque.
O primeiro veio-lhe da parte de Eutrópio, eunuco e grande protegido do imperador Arcádio. Eutrópio, na sua sede insaciável de ouro e para poder apoderar-se das suas vítimas, tinha obrogado o direito de asilo. Crisóstomo protestou contra esta arbitrariedade, tendo pouco tempo depois a grande satisfação de ver o mesmo Eutrópio invocar em seu favor o direito do asilo, quando numa revolta militar viu sua vida em perigo.
Terrível inimiga, com que Crisóstomo teve de terçar armas, surgiu-lhe na própria pessoa da imperatriz Eudóxia, que depois do afastamento de Eutrópio, governava o imperador. Dum despotismo sem par, era Eudóxia ainda muito avarenta, e esta paixão que inteiramente a dominava, fê-la cometer clamorosas injustiças. Todos conheciam o modo de pensar de João Crisóstomo. Como não faltassem elementos vis, cujo maior interesse era semear cizânia e incitar os espíritos um contra o outro, puseram no ouvido do imperador muitas coisas, que o inimizaram com o Patriarca. Disseram-lhe que, numa prática contra as modas escandalosas, João Crisóstomo se tinha referido ao mau exemplo de Eudóxia; em oura ocasião a tinha apelidado de Jezabel, para apostrofar-lhe a crueldade e a ambição. As relações portanto entre a família imperial, em particular entre Eudóxia e o Patriarca, não eram menos que cordiais. O rompimento, porém, se realizou quando João Crisóstomo deu agasalho (aliás com a necessária cautela) a monges que o Patriarca Teófilo de Alexandria tinha expulso de sua diocese, por suspeitar de sua ortodoxia. Eudóxia alcançou de Arcádio que convocasse um concílio em Constantinopla, perante o qual Teófilo havia de justificar as medidas tomadas contra os monges em questão. Clandestinamente, porém, mandou convidar a Teófilo para que viesse com a maior brevidade, e declarasse vaga a sede patriarcal de Constantinopla. Teófilo chegou a Constantinopla, em companhia de vários bispos, desafetos de João Crisóstomo, não, porém, como acusado, mas como acusador e juiz. O concílio realizou-se em Chalcedon, estando presentes 36 bispos. João Crisóstomo, sendo citado perante aquele tribunal, exigiu por sua vez a exclusão de 4 bispos, notadamente seus inimigos. O concílio reconheceu nesta exigência um ato de insubordinação da parte do acusado, e declarou-o deposto da dignidade de Patriarca. Característico em todo este processo foi, que nem de leve se tocou na questão dos monges, expulsos de Alexandria e aceitos em Constantinopla; mas tanto mais se tratou de supostas ofensas, que João Crisóstomo teria dirigido ao imperador e à imperatriz. O Santo não se opôs à injustiça que lhe fizeram, e entregou-se ao agente executivo, que o devia levar ao exílio. No caminho do Bósforo o povo lhe fez delirantes manifestações, tomando assim a sua saída da capital o caráter dum triunfo nunca visto. Na noite que seguiu a partida, a população de Constantinopla foi atemorizada por um forte terremoto. A própria imperatriz, profundamente impressionada com este fenômeno, pediu ao imperador revogação do edito contra João Crisóstomo. A atitude do povo contra o imperador tornou-se tão ameaçadora, que João Crisóstomo pode voltar, sem esperar nova determinação dos bispos.
De pouca duração, porém, foi a paz. No mesmo ano se inaugurou perto da Igreja um monumento, que apresentava uma estátua de Eudóxia. Por esta ocasião a aglomeração do povo foi tamanha, que chegou a perturbar a celebração dos atos litúrgicos no templo. O Patriarca pediu providências ao prefeito, reclamando contra os abusos que se praticavam. A reclamação foi interpretada maliciosamente, como se o Patriarca tivesse protestado contra a existência do monumento. Mal Eudóxia teve conhecimento do fato, logo se dirigiu de novo a Teófilo, pedindo-lhe a intervenção. Este, dispensando triunfos pessoais em Constantinopla, limitou-se a citar as determinações ainda em vigor do concílio de Chalcedon. Embora este concílio nenhum valor tivesse, o imperador proibiu ao Patriarca o uso de ordens e mandou fechar o palácio episcopal.
Não obstante – João Crisóstomo entrou pela Páscoa na Catedral, para administrar o batismo aos catecúmenos, que ele mesmo tinha preparado. Força armada penetrou no templo e dispersou a multidão dos fiéis. Chegou o dia de Pentecostes, e com ele o decreto imperial que condenava o Patriarca ao exílio. João Crisóstomo, despedindo-se dos fiéis e dedicados amigos, abandonou secretamente a capital, para evitar um segundo levantamento do povo. Sua saída de Constantinopla desta vez foi definitiva. Escoltado por soldados da força pública, João Crisóstomo foi para o exílio, sem saber para onde o levariam. Algum tempo ficou em Nicéia, onde desenvolveu uma atividade considerável na conversão de pagãos. Comunicaram-lhe que Cucusu era o lugar terminal do seu desterro, e para lá havia de ser deportado.
A viagem foi penosíssima e chegou a ser um verdadeiro martírio para o pobre exilado. Chegando a Cesaréia na Capadócia, os próprios bispos negaram-lhe agasalho, e monges fantasiados atacaram-lhe a casa. Não havia quem lhe quisesse dar hospedagem, de modo que é verdade o que João queixa numa carta , dizendo, que sofre mais que os criminosos nas minas e nas prisões. Finalmente, após uma viagem de 70 dias, cheia de peripécias, e perigos, chegou a Cucusu, na Armênia. Apesar de ser o “lugar mais ermo do mundo” (expressão de João Crisóstomo), a permanência lá não lhe foi tão desconfortada como se podia supor. Tendo sempre comunicação com os amigos de Constantinopla, estes o beneficiaram também no exílio. Até de Antioquia recebia cartas e visitas. Sofrimentos e grandes provações não lhe faltaram. A saúde ressentiu-se muito, com o clima áspero e irregular de Cucusu. Bandos isáuricos devastaram diversas vezes aquela região e obrigaram os habitantes a refugiar-se nas grutas e montanhas. Fugindo destes inimigos, João Crisóstomo procurou abrigo num castelo fortificado em Arabisso.
Os amigos do Santo em Constantinopla passaram por um grande vexame, e tornou-se-lhes bem crítica a situação. Logo depois da saída de João Crisóstomo, houve dois grandes incêndios, que destruíram a grande catedral, algumas casas contíguas e o palácio do Senado. Os inimigos do Patriarca inculparam os partidários de João Crisóstomo de terem sido eles os causadores destes desastres, e abriram forte campanha contra eles. Ambas as partes apelaram para o Papa Inocêncio I. A sentença do sumo Pontífice desagradou profundamente aos adversários de João Crisóstomo, pois Inocêncio I declarou-se em favor destes contra o concílio de Chalcedon, e fez a proposta, de apresentar a questão a outro concílio, o qual, porém, não se realizou, devido à má vontade de Arcádio.
Tendo conhecimento das comunicações que havia entre João Crisóstomo e Constantinopla e Antioquia, o imperador ordenou-lhe a transferência para Pitio na margem oriental do Mar Negro. O organismo do Santo, já bastante depauperado e combalido, não mais resistiu às fadigas desta forçada viagem de três meses. Quase sem forças chegou a Comana, onde pernoitou na igreja de São Basílio. Em sonho ouviu o Santo dizer-lhe as seguintes palavras: “tenha ânimo, irmão, o dia de amanhã nos unirá”. No dia seguinte, 14 de setembro de 407, entrou no eterno descanso. As últimas palavras que disse foram: “Louvado seja Deus por tudo. Amém”.
O cisma terminou só com a morte de Arcádio, Eudóxia e Teófilo. Teodósio II, filho e sucessor de Arcádio, cumpriu a ordem do Papa, de restabelecer a honra do Patriarca injustamente exilado. A transladação do corpo de São João Crisóstomo para Constantinopla em 27 de janeiro de 438 revestiu-se de uma pompa, como igual a cidade não tinha visto ainda. As relíquias de São João Crisóstomo acham-se hoje em Roma, na igreja do Vaticano.

Reflexões:

São João Crisóstomo repreendia e castigava os defeitos, faltas e vícios, que reinavam entre os cristãos, embora esse rigor lhe importasse inimizades e perseguições. Era a caridade para com o próximo que o levava a profligar o pecado e implantar bons costumes no seio da família cristã. Quem é superior, deve empenhar sua autoridade, para que sejam eliminados pecados, abusos e vícios. O superior que finge não ver os súditos pecarem, quando facilmente os poderia corrigir, faz-se cúmplice do pecado dos mesmos. O amor ao próximo amor próprio, a responsabilidade perante Deus impõem ao superior o dever de fazer com que os súditos não se entreguem ao pecado e ao vício.
“Eu temo só o pecado”, dizia São João Crisóstomo. Na verdade, outro mal maior que o pecado não há e não pode haver. São João Crisóstomo preferia ser perseguido, caluniado e maltratado a cometer um pecado. Sá tinha medo, horror do pecado, que é uma ofensa a Deus. Como é diferente a opinião do mundo! O pecado para ele não é nada, quando muito apenas, uma fraqueza. Qual é a qualificação que dás ao pecado? “O pecado, sem dúvida, é o causador de todos os males. Do pecado vem as guerras, as epidemias, perseguições e todos os sofrimentos”, dizia São João Crisóstomo. Como ele, devemos também nós ter medo, só de uma coisa – do pecado.

Fonte: Página Oriente

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A festa do Santíssimo Nome de Maria 12/09/2012








A festa do Santíssimo Nome de Maria foi instituída pelo Bem-aventurado Papa Inocêncio XI em lembrança da insigne vitória contra os turcos em Viena, no século XVII.

Foi a famosa vitória de João Sobieski, rei da Polônia, obtida com ajudas milagrosas e foi comemorada no dia 12 de setembro.
Dom Guéranger no L’Anné Liturgique cita Santo Alberto Magno, professor de São Tomás de Aquino, sobre os vários sentidos do nome de Maria.
O nome de Maria, ensina Santo Alberto, o Grande, tem quatro sentidos. Ele significa Iluminação, Estrela do Mar, Mar Amargo, Senhora.
A variedade de sentidos distintos no nome de Maria está ligada à peculiaridade da língua hebraica em que uma mesma palavra pode ter dois sentidos, ora afins, ora bastante diversos.
Enquanto iluminadora, Ela é a Virgem Imaculada. A sombra do pecado jamais maculou o Santíssimo Nome de Maria. A mulher revestida de Sol, aquela cuja gloriosa vida iluminou toda a Igreja, aquela enfim, que deu ao mundo a verdadeira luz, a luz da vida.
Nossa Senhora é a verdadeira luz. A luz ilumina por natureza, é enquanto tal que Nossa Senhora recebeu o nome de Maria.
A vida dEla iluminou toda a Igreja Católica e, enfim, Ela deu ao mundo a única luz verdadeira que é Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ela é a Virgem Imaculada, sem mancha, é uma alma luminosa, sem nenhuma forma de pecado.
Ela é a mulher revestida de Sol que São João viu como diz no Apocalipse, e cujos vestidos brilhavam como o Sol.
Ainda se pode dizer que Nossa Senhora para nós é uma luz no sentido especial da palavra, que é a esperança, nossa alegria, a solução para todos os casos. Portanto, uma luz que brilha nas trevas.
Enquanto Estrela do Mar, a liturgia saúda Nossa Senhora num hino tão poético que é o “Ave Maris Stella”. A Estrela do Mar é a Estrela Polar, a mais brilhante, mais alta das estrelas.
Ela saúda-A com este belo nome na antífona do Advento no tempo do Natal: “Alma Redemptoris Mater”, ó doce Mãe do Redentor.
“Senhora” no sentido hebraico não se aplica a uma mulher comum, mas àquela que tem certa distinção, relevo, respeitabilidade especial, no sentido antigo da dona que era proprietária de escravos.
Isto lembra a perfeita devoção a Nossa Senhora ensinada por São Luís Grignion de Montfort: a da consagração à Mãe de Deus por meio de uma sagrada escravidão, em virtude da qual nós nos tornamos escravos de amor dEla.
Pronunciando o nome de Maria, Nosso Senhor e a Igreja saúdam Nossa Senhora como aquela que nos possui, e ao mesmo tempo é nossa Mãe.
Como aquela que nos ama particularmente porque somos escravos d’Ela por amor, e porque sendo escravos nos tornamos arqui-filhos dEla.

Igreja do Santíssimo Nome de Maria, Roma.

Este é o título mais grato para nós reverenciarmos Nossa Senhora para aqueles que se deram a Ela seguindo a fórmula da Consagração ditada por São Luís Grignion de Montfort.
No Nome Santíssimo Nome de Maria contido então, a idéia d’Ela enquanto Proprietária, Dona e a Senhora dos seus escravos de amor, que são seus arqui-filhos.


sábado, 8 de setembro de 2012

Festa da Natividade de Nossa Senhora 08/09/2012













A Natividade de Nossa Senhora é celebrada pelos cristãos do Oriente desde o início do cristianismo. Já no Ocidente, ela passou a constar do calendário litúrgico a partir do século VII. Neste ano, será celebrada no dia 08 de setembro.
Celebrar a natividade de Maria é, em um sentido bastante humano, celebrar a festa de seu aniversário. E como gostamos de celebrar o aniversário daqueles que nos são queridos!... Maria nasceu de uma forma humana como cada um de nós: fruto do amor entre um homem e uma mulher, viveu em família e como toda jovem de seu tempo, um dia sonhou em casar-se e constituir sua própria família.
Uma vida normal, que talvez seguisse anônima se não fosse a sua aceitação total à vontade de Seu Senhor. Maria, escolhida por Deus para ser mãe de seu Filho que encarnaria para a salvação da humanidade, recebe esta escolha, não sem antes questionar – o questionamento próprio da natureza humana – mas profundamente aberta ao caminho que o Pai passava a lhe mostrar.
Por isso tudo, celebrar a natividade de Nossa Senhora é celebrar um marco fundamental da história da salvação. Peça fundamental nessa história, Maria é a intercessão que ligará a Trindade à humanidade. Através de seu corpo, por Deus preparado livre do pecado, Jesus vem ao mundo e nele realiza seu mistério salvífico.
Que a Festa da Natividade nos faça relembrar essa história tão especial, com os olhos agradecidos diante daquela que soube dizer sim e, através disso, tornar-se mãe não somente de Jesus, mas de toda a humanidade.

Uma oração pelo nascimento de Maria:

Abri, ó Deus, para os vossos servos e servas os tesouros da vossa graça; e assim como a maternidade de Maria foi a aurora da salvação, a festa de seu nascimento aumente em nós a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Texto Bíblico sugerido: Mt 1, 1-16.18-23