segunda-feira, 28 de outubro de 2013

São Simão e São Judas Tadeu 28/10/2013


 
 
 
 
 
 
 
 
São Simão e São Judas Tadeu

Celebramos na alegria da fé os apóstolos São Simão e São Judas Tadeu. Os apóstolos foram colunas e fundamento da verdade do Reino.

 São Simão:

 Simão tinha o cognome de Cananeu, palavra hebraica que significa “zeloso”.
Nicéforo Calisto diz que Simão pregou na África e na Grã-Bretanha. São Fortunato, Bispo de Poitiers no fim do século VI, indica estarem Simão e Judas enterrados na Pérsia.
Isto vem das histórias apócrifas dos apóstolos; segundo elas, foram martirizados em Suanir, na Pérsia, a mando de sacerdotes pagãos que instigaram as autoridades locais e o povo, tendo sido ambos decapitados. É o que rege o martirológio jeronimita.
Outros dizem que Simão foi sepultado perto do Mar Negro; na Caucásia foi elevada em sua honra uma igreja entre o VI e o VIII séculos. Beda, pelo ano de 735, colocou os dois santos no martirológio a 28 de outubro; assim ainda hoje os celebramos.
Na antiga basílica de São Pedro do Vaticano havia uma capela dos dois santos, Simão e Judas, e nela se conservava o Santíssimo Sacramento.

 São Judas Tadeu:

 Judas, um dos doze, era chamado também Tadeu ou Lebeu, que São Jerônimo interpreta como homem de senso prudente. Judas Tadeu foi quem, na Última Ceia, perguntou ao Senhor: “Senhor, como é possível que tenhas de te manifestar a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22).
Temos uma epístola de Judas “irmão de Tiago”, que foi classificada como uma das epístolas católicas. Parece ter em vista convertidos, e combate seitas corrompidas na doutrina e nos costumes. Começa com estas palavras: “Judas, servo de Jesus Cristo, e irmão de Tiago, aos chamados e amados por Deus Pai, e conservados para Jesus Cristo: misericórdia, paz e amor vos sejam concedidos abundantemente”. Orígenes achava esta epístola “cheia de força e de graça do céu”.
Segundo São Jerônimo, Judas terá pregado em Osroene (região de Edessa), sendo rei Abgar. Terá evangelizado a Mesopotâmia, segundo Nicéforo Calisto. São Paulino de Nola tinha-o como apóstolo da Líbia.
Conta-se que Nosso Senhor, em revelações particulares, teria declarado que atenderá os pedidos daqueles que, nas suas maiores aflições, recorrerem a São Judas Tadeu.
Santa Brígida refere que Jesus lhe disse que recorresse a este apóstolo, pois ele lhe valeria nas suas necessidades. Tantos e tão extraordinários são os favores que São Judas Tadeu concede aos seus devotos, que se tornou conhecido em todo o mundo com o título de Patrono dos aflitos e Padroeiro das causas desesperadas.
São Judas é representado segurando um machado, uma clava, uma espada ou uma alabarda, por sua morte ter ocorrido por uma dessas armas.

 
São Simão e São Judas Tadeu, rogai por nós!

 

 

 

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

São João de Capistrano 23/10/2013

 
 
 
 
João nasceu no ano de 1385 em Capistrano, pequena cidade dos Abruzos no reino de Nápoles. Seu pai era um fidalgo angevino que tinha ido para a região na comitiva do duque de Anjou, e lá se havia fixado. Nada se sabe da infância e adolescência de João, a não ser que estudou humanidades em sua terra natal, indo depois para Perúsia estudar direito civil e canônico. Doutorou-se nestes com sucesso. Assinalou-se tanto, por sua honestidade e prudência e por seus costumes puros, que lhe foi oferecido um posto na magistratura na própria Perúsia. Naqueles felizes tempos, ao contrário de hoje, a virtude era premiada. Um dos principais personagens da cidade lhe ofereceu a mão de sua filha única. O que mais poderia desejar João? Tudo para ele eram flores e louvores. Mas essa felicidade sem nuvens não duraria muito, pois a Divina Providência tinha altos desígnios em relação ao jovem jurista.
Nesse tempo a orgulhosa Perúsia levantou-se em armas contra o rei Ladislau, da Sicília. Na batalha que se seguiu, os perusinos foram vitoriosos. João, que tentara ser moderador entre as duas forças, teve sua atitude mal interpretada –– foi acusado de favorecer o partido de Ladislau e de estar em comunicação com o exército inimigo. Isso bastou para pô-lo no cárcere. Defendeu-se brilhantemente, mas os homens eram surdos aos seus argumentos. Ele esperava que o rei Ladislau se interessasse por sua sorte; ou que o fizesse algum dos magistrados de Perúsia, que tão devotados tinham se mostrado antes. Mas ninguém se interessou por ele, que ficou esquecido na prisão. Para ele, era a hora da Providência.
Nas longas e monótonas horas de recolhimento forçado, João começou a considerar a inconstância da amizade humana, o falacioso das glórias deste mundo, e como não se podia fiar senão em Deus. A graça começou a trabalhar sua alma. Aos poucos começou a pensar em entregar-se a Deus.
E Deus secundava seus planos: nesse tempo faleceu sua jovem esposa, com quem não tivera filhos. Esse fato determinou-o a romper radical e totalmente com o mundo. Por sua ordem, seus bens foram vendidos e seu resgate pago, sendo ele posto em liberdade. Liquidou suas dívidas e doou o resto de sua boa fortuna aos pobres. Dirigiu-se depois ao convento franciscano do Monte, perto de Perúsia, da estrita observância, e pediu admissão. Tinha ele 30 anos de idade.
Humilhações para formar um santo
Ruínas de um castelo próximo a Capistrano, cidade onde nasceu o Santo

João vinha precedido da sua boa fama no mundo. O mestre de noviços quis então experimentar sua vocação por meio das humilhações. Para começar, fê-lo desfilar pela cidade onde antes triunfara, montado num burrico, vestido com um velho hábito, tendo na cabeça uma mitra de papel na qual estavam escritos alguns pecados. Suportou com espírito sobrenatural não só essa humilhação, mas todas que Deus Nosso Senhor permitiu que sofresse, a fim de fazê-lo caminhar mais rapidamente no caminho da perfeição. Por duas vezes foi expulso do convento como inapto para a vida religiosa, e por duas vezes foi readmitido. Enfim, fez a profissão religiosa e foi ordenado sacerdote.
Para controlar seus impulsos ardentes e sua natureza viva, entregou-se com empenho à mortificação, flagelando-se duramente, reduzindo as horas de sono para três por noite e alimentando-se uma só vez por dia. Rezava diariamente inúmeras preces, entre elas o Ofício de Nossa Senhora, o Ofício dos Mortos, os Sete Salmos Penitenciais. Dedicava-se com empenho à meditação das verdades eternas e à leitura espiritual. Durante a celebração do santo sacrifício da Missa, chamava atenção sua profunda piedade.
João de Capistrano, como ficou seu nome depois da profissão religiosa, foi designado para trabalhar nos hospitais da cidade e para a pregação.
Devoto de Nossa Senhora e prodigioso pregador
Os santos se atraem entre si, assim como acontece com os maus. Estreita amizade logo uniu Frei João com São Bernardino de Siena, do qual se fez discípulo. E quando se levantou uma campanha de calúnias contra o mestre –– por causa da reforma da Ordem, que levava a efeito, e da propagação da devoção ao nome de Jesus, que empreendia –– João de Capistrano foi a Roma defendê-lo diante do Papa e da Corte romana. Foi tal o brilho com que o fez, chamando sobre si a atenção da Santa Sé, que esta passou então a empregá-lo em várias missões difíceis, tornando-lhe impossível entregar-se à vida retirada e contemplativa que pretendia. Frei João manteve também profunda amizade em relação a São Lourenço Justiniano, outro reformador.
Sua devoção para com a Virgem Maria era terna e profunda. Quando pregava sobre Ela, o auditório chorava de emoção. Certo dia em que aludiu num sermão às palavras do Apocalipse signum magnum apparuit in coelo (um sinal admirável apareceu no céu), os assistentes puderam contemplar brilhante estrela que apareceu sobre o auditório, lançando raios sobre a face do pregador. Em outra ocasião, fez parar no ar a chuva que prejudicava seu sermão e silenciarem os passarinhos que chilreavam muito forte. Com ele repetiu-se o milagre ocorrido com alguns outros santos: negando-se um barqueiro a levá-lo à outra margem do rio Pó, atravessou-o a pé enxuto sobre seu manto, que lhe serviu de barco. No fim de um sermão sobre as vaidades e perigos do mundo, em Áquila, as mulheres da cidade trouxeram seus ornamentos e os queimaram em grande fogueira na praça pública. O mesmo sucedeu em vários outros lugares. Em Praga, depois de um sermão que fez sobre o Juízo Final, mais de cem jovens abraçaram a vida religiosa. Na Moravia, converteu quatro mil hussitas e deixou um livro no qual refutava ponto por ponto a doutrina dessa seita herética. Também converteu bom número de judeus.
Inquisidor, diplomata e reformador
No final do século XIII, surgira na comarca de Ancona, na Itália, uma seita religiosa muito perniciosa de monges vagabundos, quase todos apóstatas, com o nome de Fraticelli, que escandalizavam a Igreja e a Cristandade. Apesar de condenada várias vezes a seita, restos dela ainda existiam na Itália no tempo do santo. O papa Eugênio IV nomeou então Frei João de Capistrano inquisidor contra a seita, para exterminá-la de vez. Ele agiu com decisão e sucesso, logrando livrar a Itália do flagelo e confirmando que faz parte da caridade combater o mal. O papa Eugênio IV nomeou-o seu núncio na Sicília e enviado especial no Concílio de Florença, para procurar estabelecer a união entre gregos e latinos. Enviou-o depois para afastar os duques de Bolonha e Milão de sua adesão ao antipapa Félix V. Em missão junto ao rei da França, Carlos VII, desempenhou-se também Frei João a contento do Papa. Os sucessores do Pontífice continuaram a servir-se dos bons ofícios do santo, que desse modo tornou-se enviado apostólico na Alemanha, Boêmia, Caríntia, Saxônia, Morávia, Polônia e Hungria.
Frei João de Capistrano tinha uma graça particular para reconciliar inimigos. Apaziguou uma sedição em Riete, ressuscitando um homem que tinha tido a cabeça partida em dois durante o tumulto. Reconciliou também a cidade de Áquila com Afonso de Aragão, e várias famílias divididas entre si.
Contrário a toda forma de relaxamento, ao mesmo tempo trabalhava para a reforma de sua Ordem, da qual foi Geral duas vezes, vendo-se florescer a disciplina e o fervor em todos os conventos por onde ele passava.
Na Batalha de Belgrado, salva a Cristandade
São João de Capistrano, em meio à batalha de Belgrado contra os muçulmanos, anima os cristãos. Ao final, estes vencem e 40 mil turcos são mortos, enquanto foram relativamente pequenas as perdas dos cristãos

Pode-se dizer que a grande missão da vida de São João Capistrano foi a luta contra o temível Maomé II. Este sultão, tendo se apoderado de Constantinopla no ano de 1453, havia jurado hastear o estandarte otomano no Capitólio, de Roma, ameaçando assim toda a Cristandade. Era necessária uma reação imediata e eficaz. O Papa Nicolau V convocou então uma Cruzada e nomeou São João de Capistrano seu pregador e chefe religioso.
Por suas exortações cheias de fogo, animou os presentes a pegarem as armas contra os turcos, que ameaçavam o nome cristão. Essa guerra, entretanto, foi adiada devido à morte do Papa Nicolau V. Subindo ao trono pontifício, Calixto III fez voto de empregar todas suas forças e até a última gota de seu sangue nessa guerra.
Como todo verdadeiro santo, João de Capistrano era também um combatente. Em 1455, participou da Dieta que se realizava em Neustadt. Com o fervor de suas pregações e dom de persuasão, conseguiu ele reunir um exército de quarenta mil homens, entre franceses, italianos, alemães, boêmios, poloneses e húngaros. Chefiados por Ladislau, rei da Hungria, João Uniade, senhor da Transilvânia, e George, príncipe da Rússia, tiveram que enfrentar o exército muito maior e mais bem armado dos muçulmanos, que cercava Belgrado.
Conta-se que, quando estava a caminho de Belgrado, o santo foi alertado por uma flecha caída do céu, que revelava a vitória cristã. O Céu queria aquela guerra santa. Nessa flecha estava escrito: “Não temas; triunfarás sobre os turcos pela virtude de meu Nome e da santa cruz, que tu portas”.
Armado assim com a cruz, João de Capistrano animava a todos, aparecendo nos lugares em que os cristãos pareciam fraquejar, animando-os em nome de Jesus Cristo. O exército cristão, tomado por um fervor sobrenatural, avançou irresistivelmente contra as linhas islâmicas, rompendo o cerco. Foi tal o ímpeto, que o próprio Maomé foi ferido, e seu exército desbaratado. A Cristandade estava salva. Diz-se que na batalha morreram mais de 40 mil turcos, sendo relativamente pequenas as perdas dos cristãos. Apesar de São João de Capistrano estar sempre no local mais perigoso da batalha, não sofreu o mais leve arranhão, o que foi considerado como fato milagroso.
Toda a Cristandade reconheceu que a vitória fora concedida pelo Céu, devido às orações e ação de presença do santo. Apenas três meses depois da vitória ele falecia, em 1456, na Hungria, aos 71 anos de idade.
Seu corpo, que se livrara da barbárie dos turcos, foi vítima da impiedade dos luteranos. Esses inimigos da verdadeira fé, tomando a cidade, desenterraram seus restos mortais e os lançaram no rio Danúbio. Felizmente os católicos os reencontraram e levaram para Elloc, perto de Viena, onde até hoje são venerados pelos fiéis, enquanto aguardam o dia da ressurreição final.

sábado, 19 de outubro de 2013

São Paulo da Cruz 19/10/2013


 
 
 
 
 
 
Fundador da Ordem dos Passionistas 

 

 Congregação da Paixão de Jesus Cristo - CP 

 
O Papa Pio IX, assinalado pelo honroso epíteto "Cruz da Cruz", teve a satisfação de  inscrever no catálogo dos santos Paulo da Cruz, o grande devoto à Sagrada Paixão de Jesus, o benemérito fundador dos Passionistas. 
Este santo, nasceu em 1694, na Itália setentrional e recebeu no batismo o nome de Paulo Francisco.  Os piedosos pais souberam dar a  seu filho uma educação ótima cristã, e em suas instruções, muitas vezes relataram-lhe fatos da vida de penitência que levaram os santos eremitas. Foi neste ambiente de piedade e amor de Deus, que Paulo Francisco nasceu e cresceu. Não podia, pois, faltar, que também ele fosse do mesmo espírito e, menino ainda de poucos anos, se  entregasse aos exercícios de oração e penitência também. Seu lugar predileto era a igreja, ou para acolitar o sacerdote no altar ou para visitar Nosso Senhor no SS. Sacramento.  Este terno amor a Maria Santíssima, teve-o recompensado uma vez com a aparição de Nossa Senhora com o Menino Jesus, e outra vez pela salvação miraculosa de um grande perigo de morte. 
Nas sextas-feiras se flagelava e seu alimento era um pedaço de pão embebido em vinagre e fel.  
Fez estudos em Cremolino, localidade vizinha. Não só revelou bonitos talentos, como entre os condiscípulos se distinguiu pela pureza de costumes, que o fez ser por todos respeitado e amado.  Com alguns de seus  companheiros fez uma santa aliança, com o fim de se solidificarem no amor de Deus  e se familiarizarem com a meditação sobre a Sagrada Paixão e Morte do Salvador.  Entrou com eles na Irmandade de Santo Antônio, sendo ele  nomeado seu chefe. Nesta qualidade, muitas vezes dirigia a  palavra à numerosa assistência dos Irmãos, que muito apreciavam suas alocuções, cheias de sentimento e piedade. 
Quis seu tio sacerdote que,  por interesse puramente materiais, tomasse estado, a que o sobrinho teve esta bela resposta:  "Meu Salvador crucificado, eu vos asseguro, em que vós vejo o meu sumo Bem  e que, possuindo-vos a vós, me basta". Esta vitória sobre sua própria natureza Deus lhe recompensou com um forte desejo, que lhe deu ao martírio. 
Quis  se alistar  entre os soldados de Veneza, para com eles ir ir combater com os turcos, mas Deus lhe revelou, ser a sua vontade que fundasse uma Congregação de homens que, como missionários, trabalhassem para a salvação das almas. Paulo confiou este segredo ao bispo de Alexandria, o qual, após madura reflexão, aprovou o plano, e em 22 de novembro de 1720, lhe deu o hábito preto com uma cruz branca sobre o peito, encimada esta do Santo Nome de Jesus, e impôs-lhe o nome de Paulo da Cruz. Na mesma ocasião, autorizou-o a ensinar a  doutrina cristã ao povo de Castelazzo. 
Paulo obedeceu;  com o crucifixo na mão, andou pelas  ruas da cidade, chamando o povo para dar atenção às verdades  divinas.  Suas prédicas sobvre a Sagrada Paixão, causaram profunda impressão. Os ouvintes choravam, velhas inimizades acabaram de vez;  não mais se ouvia falar de orgias no Carnaval e por toda a parte apareceram dignos frutos de penitência. Ali mesmos,  restringindo a  sua alimentação a pão e água, escreveu a Regra da sua futura Ordem, fez uma romaria a Roma, e com seu irmão João, se retirou para o monte Argentano, perto de Orbitello. A fama do seu zelo apostólico, de sua vida mortificada e santa, fizeram com que o bispo de Toja os chamasse para sua diocese, lhes conferisse as ordens sacerdotais e do Papa Benedito XIII alcançasse a licença para aceitar candidatos em seu noviciado.  
Depois  de alguns anos de abençoada atividade, os Irmãos voltaram para o monte Argentano, para proceder à fundação da Ordem. Em breve, aliaram-se-lhes discípulos. A cidade de Orbitello se encarregou de os dotar de grande convento, de que tomara posse em 1737. 
A finalidade da Ordem, fundada por São Paulo da Cruz é pela  pregação de missões implantar e  firmar, nos corações, o amor de Deus por meio de meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo.  Todos os  seus religiosos, aos três votos comuns, acrescentam o quarto,  pelo qual se obrigam a trabalhar pela propagação entre os fiéis da  devoção à Sagrada Paixão.  
A Ordem foi aprovada pelo Papa Bento XIV, em 1741. Deste mesmo Papa é o conceito: "Esta Ordem, que ao nosso ver, devia antes de todas ser a primeira, acaba de  ser aprovada por último". Paulo foi nomeado seu primeiro superior geral.  
Com o estabelecimento oficial da Ordem, as suas obrigações começaram a vigorar. Não é possível enumerar  as Missões que foram pregadas nas cidades e nas aldeias;  e muito menos haverá quem possa contar as  conversões nelas  efetuadas. As prédicas de São Paulo da Cruz sobre a Paixão de Cristo operaram milagres nas almas dos mais empedernidos pecadores. "Padre,  disse-lhe certa vez um oficial militar, eu estive no tumulto da batalha; presenciei terrível canhoneio sem estremecer; mas as suas práticas fazem-me tremer da cabeça aos pés".  Paulo, pregando, parecia ser tomado todo do amor divino;  falando do amor de Jesus na Eucaristia, dos tesouros insondáveis do sacrifício da Missa, ou tratando da devoção da Mãe de Deus dolorosa, seu rosto se transfigurava, e o ardor com que falava, se comunicava aos ouvintes.  
A santa Missa celebrada por ele, era um espetáculo de piedade e de concentração para todos, a quem era dado lhe assistir.  
Os seis Papas, em cujo governo Paulo da Cruz viveu, tinham-no em alta consideração.  Clemente XIV deu à sua Ordem o Convento de São João e Paulo no monte Céio, onde tinham pregado as últimas Missões.
Quando, muito doente, desenganado pelos médicos, mandou ao Santo Padre pedir a bênção para a hora da morte, Pio VI deu ao mensageiro esta resposta:  "Não queremos que o vosso Superior morra agora;  dizei-lhe que esperamos a  sua visita aqui, depois de três dias".  Paulo, ao receber esta ordem, apertou o crucifixo ao coração e disse, em abafado gemido: "Oh, meu Senhor crucificado, quero obedecer ao vosso representante".  O perigo da morte desapareceu imediatamente e  três dias depois esteve no Vaticano, cordialmente recebido pelo Papa. 
Viveu mais três anos, cheios de  sofrimentos, mas sempre unido a  Jesus na Sagrada Paixão e a Maria a  Mãe dolorosa, de quem favores especiais recebeu na hora da morte, em 18 de outubro de 1775.  Paulo da Cruz despediu-se do mundo na idade de 81 anos. Sua Ordem chamada a  dos "Passionistas", continua florescente, no vigor e no espírito do seu fundador,  espalhada em  diversos  lugares do mundo.  No Brasil, ela se estabeleceu em 1911, com Casa Provincial em São Paulo.      

Reflexões

A Ordem dos Passionistas foi fundada no século dezoito, numa época em que a maçonaria cantava vitórias sobre a Igreja Católica, das quais uma foi a supressão da Companhia de Jesus, que sua nefanda política conseguiu extorquir do Papa Clemente XIV.  Na França ela preparou uma revolução;  as chamas da revolução subiram ao céu e toldavam os horizontes; na Alemanha e na Áustria ela favoreceu o pernicioso Josefinismo, que muito prejuízo trouxe ao Reino de Cristo naqueles países. Para tempos tão tristes, não podia haver remédio melhor, senão a união mais estreita com Jesus crucificado, e a meditação da sua Sagrada Paixão e Morte. 

A importância desta devoção ressalta da história da Igreja e do seu exemplo.  Simão Pedro era um Apóstolo zeloso e não menos priviliegiado. Tinha ouvido as pregações de Jesus, presenciou todos os milagres operados por seu Mestre, esteve presente na Transfiguração do monte Tabor, recebeu da mão de Jesus a  santa comunhão.  Não obstante, deu sinais de fraqueza,  já no Horto das Oliveiras e mais tarde no pátio do palácio do sumo pontífice. Chegou a negar seu divino Mestre, só para não dar a  conhecer a uma empregada.  Bastou, entretanto, um só olhar para Jesus, ao vê-lo na sua humilhação e miséria, para romper em amargo pranto e  se converter. 

Dimas, o bom Ladrão, criminoso inveterado, e até a  última hora impenitente, quando viu Nosso Senhor na Cruz, um raio de luz penetrou sua alma e, arrependido dos seus malfeitos e ao mesmo tempo confiante na misericórdia divina, a Jesus dirigiu esta súplica: "Senhor, lembrai-vos de mim, ao entrardes no vosso reino". Jesus recompensou imediatamente esta expressão da fé e da comiseração, dizendo-lhe: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". (Lc. 23) 

O capitão romano de que fala São Mateus, morava em Jerusalém. Pouco se lhe dava a doutrina e os milagres de Jesus. Da boca de Pilatos tinha ouvido a declaração da inocência deste, o que não interessou. Comandante da corte, deu suas ordens, assistiu impassível à crucificação. Nada de compaixão, nada de  sentimento superior em sua alma movia. Mas quando fixou seu olhar "no homem das dores", pregado na cruz, seu orgulho experimentou um choque irreprimível e  em voz alta, para todos ouvirem, declarou: "Verdadeiramente este era o Filho de Deus", no que concordaram todos os que com ele estavam guardando a Jesus. (Mt 27)

A firmeza dos Mártires, o heroísmo dos defensores da fé, não tiveram outra fonte, senão a Santa Paixão e Morte de Jesus. Os grandes penitentes encontraram - todos eles - a sua paz, a sua tranquilidade, a sua felicidade ao pé da cruz. 

Por tudo isso é que a Igreja não cessa de chamar os seus filhos para junto da Cruz do Filho de Deus crucificado. Sem haver uma obra de interrupção, o santo sacrifício da missa é celebrado no mundo inteiro. Todos os católicos são obrigados a assistir este sacrifício nos domingos e dias santos.  

A devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus é a garantia da salvação para quem a pratica com fé e amor.     

São Paulo da Cruz, rogai por nós!

 Fonte: Página Oriente

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

São Lucas Evangelista 18/10/2013


 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUCAS


Nasceu em Antioquia da Síria, médico de profissão foi convertido pelo apóstolo São Paulo, do qual ficou inseparável e fiel companheiro, colaborador no apostolado, de fato o apóstolo dos gentios em diversos lugares externa a alta consideração em que tinha São Lucas como portador de zelo e fidelidade no coração. Juntamente com São Paulo, Lucas fez várias viagens apostólicas, tornando-se um dos primeiros missionários do mundo greco - romano. Tornou-se porém, excepcional para a vida da Igreja, por ter sido dócil ao Espírito Santo, que capacitou com o Carisma da inspiração e com uma vivência comunitária, que resultaram no Evangelho segundo Lucas e na primeira história da Igreja, conhecida como Atos dos Apóstolos. No Evangelho, encontramos o Cristo que sendo amor universal se revela a todos, e chama Zaqueu, Maria Madalena, garante o Céu para o "bom" ladrão e conta as lindas parábolas do filho pródigo, ou do pai misericordioso, e do bom samaritano. Nos Atos dos apóstolos, que poderia também chamar Atos do Espírito Santo, a deparamo-nos com a ascensão do Cristo que promete o batismo no Espírito Santo, cumpre no dia de Pentecostes e inaugurando assim sua Igreja que evangeliza com coragem a todos os povos. Uma tradição que recolheu no século XIV Nicéfono Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do século VI diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos de uma imagem de Nossa Senhora saída do pincel e coração daquele que mais relatou o singular papel de Maria na Encarnação, até Pentecostes. O historiador São Jerônimo diz que Lucas viveu a missão até a idade de 84 anos, terminando sua vida com o martírio. Por isso, no hino das Laudes rezamos: "Cantamos hoje, Lucas, teu martírio, teu sangue derramado por Jesus, os dois livros que trazes nos teus braços e o teu halo de luz".

 

 

Oração do Médico

Vós sois o Grande Médico, Senhor!

Humildemente,
antes de iniciar o meu trabalho,
ajoelho-me diante de Vós
e Vos peço para que a Vossa inspiração
se faça presente em mim!

Dai habilidade às minhas mãos,
lucidez ao meu espírito e
compreensão ao meu coração!

Dai-me discernimento para corrigir meus erros
 e força para poder aliviar, ao menos em parte,
a carga de sofrimentos dos meus semelhantes.

Concedei-me hoje e sempre,
as graças de poder continuar sendo Vosso instrumento
e levar a bom termo a sagrada missão que me confiastes,
e de ser sempre digno dela, em honra do Vosso Santo Nome!

Que nos momentos da minha limitação humana,
eu possa contar sempre com a Vossa misericórdia
e com o consôlo da certeza do dever cumprido.

Que a luz das Vossas Mãos 
esteja sempre sobre as minhas!

Abençoai-me Senhor,
e a todos os que estão comigo nessa jornada.
Permiti, Pai de bondade,
que ao fim de mais este dia de trabalho,
eu possa novamente ajoelhar-me diante de Vós e dizer:
Obrigado, Senhor!

 

18 de Outubro - Dia do Médico

 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Santo Inácio de Antioquia 17/10/2013









Santo Inácio de Antioquia
35-107


No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo.

Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé.

Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu.

A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus.

Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião.

Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre.

Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Santa Margarida Maria Alacoque 16/10/2013



                                                
















Santa Margarida Maria Alacoque,  nasceu em 22 de agosto de 1647,  na diocese de Autun (França).  Desde a mais tenra idade, até a  sua adolescência, sofreu as mais duras  provações.  Já com saúde frágil,  não tinha completado ainda oito anos quando perdeu o pai e logo em seguida a irmã. A mãe e  os irmãos, eram  vítimas  das  perseguições diárias de tias rabugentas com as quais habitavam.  Sua mãe,  sofrendo de longa e dolorosa doença,  foi carinhosamente amparada pela pequena Margarida, apesar da repulsa que certos cuidados exigiam à sua extrema sensibilidade.  
                                                A sua mudança para o convento das Irmãs clarissas, que cuidariam dela e  de seu aprimoramento religioso, representou um período difícil pela separação da vista da mãe. A decisão de enviá-la para as clarissas não foi tanto pelas incoveniências em cuidar da mãe, mas principalmente pela luta diária diante da  falta de amabilidade e incompreensão dos que a rodeavam.  Permaneceu no convento das clarissas, porém, ligada à vida secular até atingir a juventude.  
                                                Certo dia, quando participava de uma missa, mesmo sem conhecer o sentido exato, pronunciou inspiradas palavras de consagração ao Senhor: "Ó meu Deus", disse, "consagro-vos a minha pureza e faço-vos voto perpétuo de castidade".   Uma doença, porém, passou a lhe atormentar por um período de quatro anos,  de modo que o sofrimento tornou-se constante, já que nenhum medicamento era eficaz para abrandar as intensas dores no organismo.   Foi quando, milagrosamente, a doença regrediu até a cura, e por este motivo consagrou-se à Virgem Maria, prometendo entrar no serviço religioso.  Estava decidida a  ingressar na Congregação das Ursulinas, quando uma voz secreta disse-lhe: "Não a quero lá, mas  em Santa Maria...!   Estava claro que o Senhor destinara ela para a Congregação das  Irmãs  da  Visitação e isto já era prefigurativo de como ela iria glorificar o Senhor na propagação do Coração de Jesus. As palavras do fundador da Ordem da Visitação, São Francisco de Sales,  quando escreveu a  São Jeanne de Chantal em 10/06/1611, demonstravam já a devoção da congregação aos Corações de Jesus e Maria:  "Realmente, a nossa  pequena congregação é uma obra do Coração de Jesus e de Maria".   Devoção correlatada por São Jeanne de  Chantal:  "As Irmãs da Visitação são bem  humildes e  fiéis a  Deus, e terão o Coração de Jesus como residência e estada neste mundo".   
                                                 Santa Margarida foi acolhida no convento das Irmãs da Visitação de Paray-le-Monial.  Ali mesmo o Senhor se  manifestaria a ela em  revelações distintas, relativas à difusão da consagração e amor ao Seu Coração.  Apareceu-lhe por numerosas vezes,  e deu a conhecer que seria ela o instrumento para arrebanhar o maior número de pessoas ao Amor de Seu Coração.    A essência da mensagem, porém,  agrupa-se em três  revelações.  A primeira ocorreu em  27 de dezembro de 1673, conforme relatou Santa Margarida: "Diversas vezes, diante do Santíssimo Sacramento... "encontrei-me inteiramente investida desta divina presença...  eu abandonei-me ao Seu Divino Espírito, por força do Amor o Seu divino Coração... Ele me fez repousar de forma extrema e por um longo tempo sobre o Seu divino peito, onde pude descobrir as  maravilhas do Seu amor, e os segredos mais profundos e  inexplicáveis do Sagrado Coração... Ele me disse: "O Meu divino Coração transborda de amor para os homens, de modo especial por você, que não poderá mais conter para si a luz das chamas da brilhante caridade;  é necessário que seja difundida aos homens, e que lhes seja manifesto para enriquecê-los dos preciosos tesouros que te revelei..."  A segunda,  situa-se  provavelmente deu-se em uma das primeiras sextas-feiras do ano 1674:  "E numa das vezes,  entre tantas outras,  em que o Santíssimo Sacramento estava exposto,  após ser eu retirada do interior de mim mesma... Jesus Cristo,  Meu suave Mestre, apresentou a mim,  repleto da sua glória, suas cinco chagas, brilhantes como cinco sóis,  e  desta sagrada Humanidade  saíam chamas de todas as partes, sobretudo do Seu adorável peito, semelhante à uma fornalha;  neste instante revelou-me todo o amor e todo o  seu amável Coração e o estado da fonte viva destas chamas. Ele  revelou-me as  maravilhas inexplicáveis de seu Puro Amor,  excessivamente entregue aos homens,  dos quais recebia apenas frieza e ingratidão..."  Na terceira, ocorrida durante o mês de junho de 1675, Jesus exigiu que fosse feita uma festa especial ao Seu Sagrado Coração: "Numa das tantas vezes em que encontrava-me diante do Santíssimo Sacramento, revelou-me Deus as  graças excessivas de Seu Amor... Então, mostrando-me Seu divino Coração, disse:  "Aí está o Coração que tanto tem amado os homens, a ponto de nada poupar até exaurir-se e  consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor;  ... eu te exijo mais,  que  na primeira Sexta-feira de acordo com a oitava do Santíssimo Sacramento, seja dedicada e junte-se à esta festa por honra ao Meu Sagrado Coração, fazendo que seja de igual honra  àquele dia, a fim de reparar as indignidades e ultrajes durante o tempo em que o viram exposto sobre os altares. 
                                                 Santa Margarida , porém,  enfrentaria  diversos  obstáculos na propagação das revelações feitas a ela por Nosso Senhor.  Não tardou que fossem levantadas  críticas e  colocadas  em dúvida as suas experiências místicas. Submetida às mais duras provações e intensas humilhações, Deus enviou ao mosteiro um santo sacerdote que, a princípio passou a estudar minuciosamente os  fenômenos relatados. Posteriormente, tornaria-se ele propagador e  apóstolo do Sagrado Coração de Jesus: Padre Cláudio de La Colombiere. 
                                                 No último ano da sua vida, Santa Margarida  teve a oportunidade de ver a propagação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus;  viu também um grande número de críticos e opositores tornarem-se fervorosíssimos propagadores da santa devoção. Deus revelou-lhe o mistério da Santíssima Trindade, durante uma das suas aparições. 
                                                 Jesus deixou grandes promessas às pessoas que,  aproveitando-se da Sua divina misericórdia, participassem das comunhões reparadoras das primeiras sextas-feiras: "Prometo-te, pela Minha excessiva misericórdia e pelo amor todo-poderoso do meu Coração, conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final;  não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos, e meu divino Coração lhes será seguro asilo nesta última hora". (Clique aqui para ver os detalhes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus)
                                                 Tais manifestações divinas, sucederam num período em que a heresia jansenista,  retratava um braço do protestantismo a propagar seus erros no seio da Igreja, tentando aniquilar a  concepção da misericórdia de Deus e  da confiança dos fiéis em relação ao Pai Celeste.  A mensagem misericordiosa de Cristo, que aos poucos foi se impondo no convento da Visitação, acabou espalhando-se rapidamente entre as nações e em seguida instituída a sua prática em  toda a Igreja Universal. 
                                                 Santa Maria Margarida Alacoque morreu jovem,  aos 43 anos de idade, em 17 de outubro de 1690 e foi canonizada em 1920, pontificado do Papa Bento XV. 
Reflexões

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Santa Tereza de Ávila – Tereza de Jesus, Doutora da Igreja, reformadora do Carmelo.15/102013


 
 

 
 
 
Infância e estudos

Tereza de Cepeda e Ahumada, nasceu em Ávila, Espanha, no ano de 1515. Filha de Alonso Sanches de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teve educação esmerada e muito cuidada pelos pais. Gostava de ler histórias de santos, chegando a fugir de casa com seu irmão para dar a vida por Cristo tentando evangelizar os mouros.

Sua mãe faleceu quando Tereza tinha 14 anos. Então, seu pai a levou para estudar no Convento das Agostinianas de Ávila. Quando leu as "Cartas" de São Jerônimo, disse  a seu pai que iria se tornar religiosa. Seu pai não queria, mas com 20 anos ela "fugiu" para o Convento Carmelita de Encarnacíon, em Ávila.

 
Vida religiosa

Viveu no Convento da Encarnação, ficando muito doente por 3 anos, seu pai a tirou do convento para ser tratada.
Praticando a oração mental seguida pelo livro, "O terceiro alfabeto espiritual", do padre Francisco de Osuna, recuperou sua saúde e retornou ao Carmelo.
Com muita amabilidade e caridade, conquistava a todos conversando no locutório do Carmelo.
Após 25 anos no Carmelo pede permissão ao provincial, padre Gregório Fernandez para fundar novas casas, com uma vida mais austera e com menos irmãs, visto que onde ela morava haviam mais de 200 freiras.
Apesar da maioria ter ido contra, Santa Tereza continuou com sua missão fundando várias casas, com o apoio de 2 frades carmelitas, o superior Antonio de Jesus de Heredia, e Juan de Yepes, (São João da Cruz).
Conseguiu depois de muita luta,  a autorização de Roma para separar a ordem das carmelitas descalças, (por usarem roupas rasgadas e sandálias ao invés de sapatos e hábitos), das carmelitas calçadas, ordem a que pertenciam.
Deixou para São João da Cruz a missão de continuar fundando novos conventos, escrevendo também a pedido de Santa Tereza, as regras para os mosteiros masculinos.

 Legado para a humanidade

Realizou uma grande reforma na Ordem das Carmelitas Descalças.
Fundou vários conventos, (32 mosteiros, 17 femininos e 15 masculinos), com uma rígida forma de vida, trabalho e silêncio.

Santa Tereza foi considerada muito inteligente, e deixou vária obras escritas, como o Livro da Vida, o Caminho da Perfeição, Moradas e Fundações entre outros.

Com uma forte doutrina que dirige a alma até uma espiritualidade com Deus, no centro do Castelo Interior, com base na espiritualidade carmelita, que são os quatro degraus da  oração: o recolhimento, a quietação, a união e o arrebatamento.

Um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo, fato este que é comemorado pelo Carmelo com a festa da Transverberação do coração de Santa Tereza, no dia 27 de agosto.

Tinha o dom de predizer o futuro e de ler as consciências das pessoas.

 Falecimento

Oito anos antes de morrer, foi lhe revelado a hora de sua morte, aumentando mais ainda o seu amor a Deus e as orações.

Santa Tereza morreu no dia 4 de outubro de 1582, com 67 anos.

Depois de uma viagem para encontrar com a Duqueza  Maria Henriques, ficou por 3 dias de cama pois estava bem debilitada, e disse a Beata Ana de São Bartolomeu : "Finalmente, minha filha, chegou a hora da minha morte." E na hora de sua morte ela disse: "Oh, senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face."

Foi sepultada em Alba de Tormes, onde estão suas relíquias.

Depois de sua morte e até os dias de hoje, seu corpo exala um perfume de rosas, e se conserva intacto,(incorruptível).

Seu coração conservado em um relicário, em Alba, na igreja das Carmelitas, tem uma profunda ferida, de quando foi marcado pelo anjo.

 Canonização

Santa Tereza foi canonizada  no dia 27 de setembro de 1970, pelo Papa Paulo Vl, que lhe conferiu o título de Doutora da Igreja, e sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.

 Oração
 
"Nada te perturbe, nada te amedronte, tudo passa, a paciência tudo alcança. A quem tem Deus nada falta. Só Deus basta." Ó Santa Tereza de Jesus, vós sóis a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus, Pai Filho e Espírito Santo. Ó Santa Tereza, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina. Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de vossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos. Ó Santa Tereza, fazei-nos fiéis a nossa oração da manhã e da noite, e a transformar em oração o cumprimento de nossas tarefas de cada dia. Que a oração seja para nós a porta de nossa conversão e santificação, a chave de ouro que nos abrirá as portas do Céu. Amém.  Santa Tereza de Jesus, Rogai por nós.
 
 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Santa Terezinha do Menino Jesus 01/10/2013

Santa Terezinha com 13 anos
Desde muito cedo Teresa Martin iniciou sua devoção ao Menino Jesus. Aos seis anos e meio,  começa a se preparar para a primeira comunhão, sendo catequizada por sua irmã Paulina. Graças a esta catequese, o amor ao Menino Jesus vai aumentando em seu coração.  Ao falar deste período, nossa santa afirma que "amava-o muito" (A 31v). Não é, pois, de se estranhar que à época de seu primeiro chamado à vida carmelitana, tenha aceitado com entusiasmo a proposta de Madre Gonzaga de se chamar "Teresa do Menino Jesus" quando ingressasse no Carmelo. Após prepará-la para a primeira comunhão, Paulina, já Irmã Inês de Jesus no Carmelo de Lisieux, convida a menina a considerar sua alma como um jardim de delícias no qual é preciso cultivar as flores de virtudes que Jesus virá colher em sua primeira visita.  

No ano de 1887 se oferece ao Menino Jesus para ser seu brinquedo (A 64r), desejando abandonar-se sem reservas à sua misericórdia. Isto ocorre por ocasião da célebre audiência com o papa Leão XIII. Teresa esperava que o papa autorizasse sua entrada imediata no Carmelo, apesar da pouca idade. Enorme decepção! Recebe palavras ternas e não a resposta desejada. Por isso não fica perturbada. Não havia se oferecido para ser a "bolinha" de Jesus e não dissera que ele poderia fazer o que quisesse com ela?
Santa Terezinha
A partir do dia 9 de abril de 1888, data de seu ingresso no Carmelo de Lisieux, Teresa pode, finalmente, realizar seu sonho de menina: assina suas cartas durante todo o postulantado como "Teresa do Menino Jesus" (Ct 46-79). No dia 10 de janeiro de 1889, dia em que recebe o hábito, assinará pela primeira vez "Irmã Teresa do Menino Jesus e da Santa Face", que será seu nome definitivo de Carmelita (Ct 80). Quando entra na clausura, a primeira coisa que lhe chama a atenção é o sorriso de seu "Menino cor de rosa" (A 72v), que a acolhe. Ela se encarregará de colocar-lhe flores desde a Natividade de Maria: "era a Virgenzinha recém-nascida que apresentava sua florzinha ao Menino Jesus". (A 77r).

Teresa dedica muitas poesias, recreações piedosas e orações ao Menino Jesus, ao mistério do Natal e aos primeiros anos da infância de Cristo. No dia 21 de janeiro de 1894 cria e oferece à Madre Inês, em sua primeira festa como priora, uma pintura a óleo do Menino Jesus, a que intitula como "O sonho do Menino Jesus". Este quadro mostra o Menino Jesus de olhos abaixados, brincando com as flores que lhe são oferecidas. Ao fundo aparece sob a claridade da lua a Sagrada Face debaixo da cruz e cerca dos instrumentos da paixão. Em uma carta enviada no mesmo dia (Ct 156), Teresa comenta seu quadro: longe de temer os sofrimentos futuros, o Menino Jesus conserva um olhar sereno e até sorri, pois sabe que sua esposa (Irmã Inês) permanecerá sempre ao seu lado para amá-lo e consolá-lo. Quanto aos olhos baixos, estes mostram sua atitude quanto à própria Teresa: "Ele está quase sempre dormindo". Neste último detalhe já vislumbramos uma prefiguração da grande prova de fé que irá acompanhá-la em seus últimos dias.
Nos finais de 1894, a jovem carmelita descobre sua "Pequena Via". A infância espiritual do cristão, feita de confiança e abandono, deverá se moldar na própria infância de Jesus, em seu caráter  de Filho, tão particularmente representado nos traços de sua infância. No dia 7 de junho de 1897, Teresa se deixa fotografar, tendo nas mãos as estampas do Menino Jesus e da Sagrada Face. Sobre a imagem do Menino Jesus, conhecido como "de Messina", Teresa copia o versículo de Pr 9,4: "Quem for pequenino, venha a mim".