quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Todos os Santos 1º de Novembro 2012










O Dia de Todos os Santos é um dos dias considerados de Preceito, de Guarda, dia Santo, em que todo católico é obrigado a participar da Santa Missa, sob pena de, não o fazendo, cometer um pecado mortal contra o Terceiro Mandamento da Lei de Deus e o Primeiro Mandamento da Igreja. Porém, aqui no Brasil, a CNBB, por autorização da Santa Sé, transferiu a comemoração desse dia para o domingo mais próximo, normalmente, o seguinte.
No princípio, a Bíblia reservou a Javé o título de "Santo", palavra que tinha então um significado muito próximo ao de "sagrado": Deus é o "Outro", tão transcendente e tão longínquo que o homem não pode pensar em participar da sua vida. Diante de sua santidade (cf Gn 28, 10-19; 1 Sm 6, 13-21; 2 Sm 6. 1-10) o homem não pode deixar de ter respeito e temor (cf Ex 3, 1-6, Gn 15,12).
Numa religião de salvação como a de Israel, Deus devia comunicar a sua santidade ao povo (cf Is 12, 6; 29, 19-23; 30, 11-15; 31, 1-3), o qual se torna também "outro", manifestando em sua vida cotidiana, e sobretudo em seu culto, um comportamento diferente do de outros povos (Lv 19, 1-37; 21, 1-23; Ap 4, 1-11). Mas para efetuar essa santidade a que Deus o chamava, o povo eleito tinha apenas meios legais e práticas de purificação exterior. Os homens mais esforçados tomaram logo consciência da insuficiência de tais meios e procuraram a "pureza de coração", capaz de fazê-los participantes da vida de Deus (cf Is 6, 1-7; Sl 14; Ez 36, 17-32; 1Pd 1, 14-16). Esses puseram sua esperança numa santidade que seria comunicada diretamente por Deus (Ez 36, 23-28). Esta aspiração se realiza no Cristo; ele irradia a santidade de Deus; sobre ele repousa "o Espírito de santidade"; ele reinvidica o título de "santo" (cf Jo 3, 1-15; 1Cor 3, 16-17; Gl 5, 16-25; Rm 8, 9-14). E, de fato, santifica toda a humanidade.
Jesus Cristo, tornado "Senhor", transmite a sua santidade à Igreja por meio dos sacramentos, que trazem ao homem a vida de Deus (cf Mt 13, 24-30; 25,2; Cl 1,22; 2Cor 1,12).
Esta doutrina era tão viva nos primeiros séculos que os membros da Igreja não hesitavam em se chamar "os santos" (2 Cor 11,12; Rm 15, 26-31; Ef 3, 5-8; 4,12), e a própria Igreja era chamada "comunhão dos santos". A santidade cristã manifesta-se, pois, como uma participação na vida de Deus, que se realiza com os meios que a Igreja nos oferece, particularmente com os sacramentos. A santidade não é fruto do esforço humano, que procura alcançar de Deus com suas forças, e até com heroísmo; ela é dom do amor de Deus e resposta do homem à iniciativa divina.

Ladainha de todos os Santos

A origem da Ladainha de Todos os Santos data do século III. O texto-base chamava-se Oração dos Fieis, onde constava os nomes dos santos mártires, cujas memórias eram celebradas durante a Missa. Com o passar dos anos, essa lista foi sendo ampliada e passou a ser chamada Ladainha ou Litania de Todos os Santos.
Hoje em dia, ela é rezada pelos fieis durante as celebrações batismais. E, nesta festa de Todos os Santos, propomos a sua reflexão, pedindo àqueles que já vivem em comunhão com o Senhor, que intercedam por toda a humanidade.

D- Deus, Pai do Céu,
T- Tende piedade de nós!
D- Deus Filho, redentor do mundo,
T- Tende piedade de nós!
D- Deus Espírito Santo,
T- Tende piedade de nós!
D- Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
T- Tende piedade de nós!
D- Santa Maria,
T- Rogai por nós.
D- Santa Mãe de Deus,
T- Rogai por nós.
Santa Virgem das virgens,
S. Miguel, S. Gabriel e S. Rafael,
Todos os santos Anjos e Arcanjos
Todos os patriarcas e profetas,
S. Abraão
S. Moisés
S. Elias
S. João Batista
S. José
Todos os santos Apóstolos e discípulos do Senhor
S. Pedro
S. Paulo
Santo André
S. João
S. Tiago
S. Mateus
S. Lucas
S. Marcos
S. Barnabé
S. Maria Madalena
Todos os santos mártires
S. Estevão, S. Lourenço
S. Inácio de Antioquia
S. Justino
S. Tomás Becket
S. Tomás Morus
S. João Fischer
S. Pedro Chanel
S. Carlos Lwanga
S. Perpétua
S. Felicidade
S. Inês
S. Maria Goretti
Todos os santos bispos e doutores,
S. Silvestre
S. Gregório
S. Agostinho
S. Atanásio
S. Basílio
S. Gregório Nazianzeno
S. João Crisóstomo
S. Carlos Borromeu
S. Pio X.
Todos os santos presbíteros e religiosos,
S. Antonio
S. Bento
S. Bernardo
S. Francisco
S. Domingos
S. Tomás de Aquino
S. Inácio de Loyola
S. Francisco Xavier
S. Vicente de Paulo
S. João Maria Vianney
S. João Bosco
S. Catarina de Sena
S. Teresa d’Ávila
S. Rosa de Lima
S. Mônica
S. Ludovico
S. Isabel da Hungria.
D- Sede-nos propício,
T- Ouvi-nos, Senhor!
Para que nos livreis de todo mal,
para que nos livreis de todo pecado
para que nos livreis da morte eterna
Pela vossa Encarnação
Pela vossa morte e ressurreição
Pela vossa admirável ascensão
Pela efusão do Espírito Santo
Pela vossa gloriosa vinda
Apesar de nossos pecados,
Para que nos digneis conduzir e proteger a vossa Igreja
Para que vos digneis conservar no vosso santo serviço o papa, os bispos e todo o clero,
Para que vos digneis conceder a todos os povos a paz e a verdadeira concórdia
Para que vos digneis conservar-nos e confortar-nos no vosso santo serviço
Para que vos digneis conceder os bens eternos a todos os nossos benfeitores
Para que vos digneis dar e conservar os frutos da terra
Para que vos digneis conceder o descanso eterno a todos os irmãos falecidos
Para que vos digneis livrar o mundo da fome, das doenças e das guerras
Para que vos digneis conceder a unidade aos cristãos
Para que a luz do Evangelho chegue a todos os povos.
D- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T- perdoai-nos, Senhor!
D- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T- ouvi-nos, Senhor!
D- Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
T- tende piedade de nós.



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

São Paulo da Cruz 19/10/2012










Fundador da Ordem dos Passionistas
Congregação da Paixão de Jesus Cristo - CP

O Papa Pio IX, assinalado pelo honroso epíteto "Cruz da Cruz", teve a satisfação de inscrever no catálogo dos santos Paulo da Cruz, o grande devoto à Sagrada Paixão de Jesus, o benemérito fundador dos Passionistas.
Este santo, nasceu em 1694, na Itália setentrional e recebeu no batismo o nome de Paulo Francisco. Os piedosos pais souberam dar a seu filho uma educação ótima cristã, e em suas instruções, muitas vezes relataram-lhe fatos da vida de penitência que levaram os santos eremitas. Foi neste ambiente de piedade e amor de Deus, que Paulo Francisco nasceu e cresceu. Não podia, pois, faltar, que também ele fosse do mesmo espírito e, menino ainda de poucos anos, se entregasse aos exercícios de oração e penitência também. Seu lugar predileto era a igreja, ou para acolitar o sacerdote no altar ou para visitar Nosso Senhor no SS. Sacramento. Este terno amor a Maria Santíssima, teve-o recompensado uma vez com a aparição de Nossa Senhora com o Menino Jesus, e outra vez pela salvação miraculosa de um grande perigo de morte.
Nas sextas-feiras se flagelava e seu alimento era um pedaço de pão embebido em vinagre e fel.
Fez estudos em Cremolino, localidade vizinha. Não só revelou bonitos talentos, como entre os condiscípulos se distinguiu pela pureza de costumes, que o fez ser por todos respeitado e amado. Com alguns de seus companheiros fez uma santa aliança, com o fim de se solidificarem no amor de Deus e se familiarizarem com a meditação sobre a Sagrada Paixão e Morte do Salvador. Entrou com eles na Irmandade de Santo Antônio, sendo ele nomeado seu chefe. Nesta qualidade, muitas vezes dirigia a palavra à numerosa assistência dos Irmãos, que muito apreciavam suas alocuções, cheias de sentimento e piedade.
Quis seu tio sacerdote que, por interesse puramente materiais, tomasse estado, a que o sobrinho teve esta bela resposta: "Meu Salvador crucificado, eu vos asseguro, em que vós vejo o meu sumo Bem e que, possuindo-vos a vós, me basta". Esta vitória sobre sua própria natureza Deus lhe recompensou com um forte desejo, que lhe deu ao martírio.
Quis se alistar entre os soldados de Veneza, para com eles ir ir combater com os turcos, mas Deus lhe revelou, ser a sua vontade que fundasse uma Congregação de homens que, como missionários, trabalhassem para a salvação das almas. Paulo confiou este segredo ao bispo de Alexandria, o qual, após madura reflexão, aprovou o plano, e em 22 de novembro de 1720, lhe deu o hábito preto com uma cruz branca sobre o peito, encimada esta do Santo Nome de Jesus, e impôs-lhe o nome de Paulo da Cruz. Na mesma ocasião, autorizou-o a ensinar a doutrina cristã ao povo de Castelazzo.
Paulo obedeceu; com o crucifixo na mão, andou pelas ruas da cidade, chamando o povo para dar atenção às verdades divinas. Suas prédicas sobvre a Sagrada Paixão, causaram profunda impressão. Os ouvintes choravam, velhas inimizades acabaram de vez; não mais se ouvia falar de orgias no Carnaval e por toda a parte apareceram dignos frutos de penitência. Ali mesmos, restringindo a sua alimentação a pão e água, escreveu a Regra da sua futura Ordem, fez uma romaria a Roma, e com seu irmão João, se retirou para o monte Argentano, perto de Orbitello. A fama do seu zelo apostólico, de sua vida mortificada e santa, fizeram com que o bispo de Toja os chamasse para sua diocese, lhes conferisse as ordens sacerdotais e do Papa Benedito XIII alcançasse a licença para aceitar candidatos em seu noviciado.
Depois de alguns anos de abençoada atividade, os Irmãos voltaram para o monte Argentano, para proceder à fundação da Ordem. Em breve, aliaram-se-lhes discípulos. A cidade de Orbitello se encarregou de os dotar de grande convento, de que tomara posse em 1737.
A finalidade da Ordem, fundada por São Paulo da Cruz é pela pregação de missões implantar e firmar, nos corações, o amor de Deus por meio de meditação da Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Todos os seus religiosos, aos três votos comuns, acrescentam o quarto, pelo qual se obrigam a trabalhar pela propagação entre os fiéis da devoção à Sagrada Paixão.
A Ordem foi aprovada pelo Papa Bento XIV, em 1741. Deste mesmo Papa é o conceito: "Esta Ordem, que ao nosso ver, devia antes de todas ser a primeira, acaba de ser aprovada por último". Paulo foi nomeado seu primeiro superior geral.
Com o estabelecimento oficial da Ordem, as suas obrigações começaram a vigorar. Não é possível enumerar as Missões que foram pregadas nas cidades e nas aldeias; e muito menos haverá quem possa contar as conversões nelas efetuadas. As prédicas de São Paulo da Cruz sobre a Paixão de Cristo operaram milagres nas almas dos mais empedernidos pecadores. "Padre, disse-lhe certa vez um oficial militar, eu estive no tumulto da batalha; presenciei terrível canhoneio sem estremecer; mas as suas práticas fazem-me tremer da cabeça aos pés". Paulo, pregando, parecia ser tomado todo do amor divino; falando do amor de Jesus na Eucaristia, dos tesouros insondáveis do sacrifício da Missa, ou tratando da devoção da Mãe de Deus dolorosa, seu rosto se transfigurava, e o ardor com que falava, se comunicava aos ouvintes.
A santa Missa celebrada por ele, era um espetáculo de piedade e de concentração para todos, a quem era dado lhe assistir.
Os seis Papas, em cujo governo Paulo da Cruz viveu, tinham-no em alta consideração. Clemente XIV deu à sua Ordem o Convento de São João e Paulo no monte Céio, onde tinham pregado as últimas Missões.
Quando, muito doente, desenganado pelos médicos, mandou ao Santo Padre pedir a bênção para a hora da morte, Pio VI deu ao mensageiro esta resposta: "Não queremos que o vosso Superior morra agora; dizei-lhe que esperamos a sua visita aqui, depois de três dias". Paulo, ao receber esta ordem, apertou o crucifixo ao coração e disse, em abafado gemido: "Oh, meu Senhor crucificado, quero obedecer ao vosso representante". O perigo da morte desapareceu imediatamente e três dias depois esteve no Vaticano, cordialmente recebido pelo Papa.
Viveu mais três anos, cheios de sofrimentos, mas sempre unido a Jesus na Sagrada Paixão e a Maria a Mãe dolorosa, de quem favores especiais recebeu na hora da morte, em 18 de outubro de 1775. Paulo da Cruz despediu-se do mundo na idade de 81 anos. Sua Ordem chamada a dos "Passionistas", continua florescente, no vigor e no espírito do seu fundador, espalhada em diversos lugares do mundo. No Brasil, ela se estabeleceu em 1911, com Casa Provincial em São Paulo.

Reflexões

A Ordem dos Passionistas foi fundada no século dezoito, numa época em que a maçonaria cantava vitórias sobre a Igreja Católica, das quais uma foi a supressão da Companhia de Jesus, que sua nefanda política conseguiu extorquir do Papa Clemente XIV. Na França ela preparou uma revolução; as chamas da revolução subiram ao céu e toldavam os horizontes; na Alemanha e na Áustria ela favoreceu o pernicioso Josefinismo, que muito prejuízo trouxe ao Reino de Cristo naqueles países. Para tempos tão tristes, não podia haver remédio melhor, senão a união mais estreita com Jesus crucificado, e a meditação da sua Sagrada Paixão e Morte.
A importância desta devoção ressalta da história da Igreja e do seu exemplo. Simão Pedro era um Apóstolo zeloso e não menos priviliegiado. Tinha ouvido as pregações de Jesus, presenciou todos os milagres operados por seu Mestre, esteve presente na Transfiguração do monte Tabor, recebeu da mão de Jesus a santa comunhão. Não obstante, deu sinais de fraqueza, já no Horto das Oliveiras e mais tarde no pátio do palácio do sumo pontífice. Chegou a negar seu divino Mestre, só para não dar a conhecer a uma empregada. Bastou, entretanto, um só olhar para Jesus, ao vê-lo na sua humilhação e miséria, para romper em amargo pranto e se converter.
Dimas, o bom Ladrão, criminoso inveterado, e até a última hora impenitente, quando viu Nosso Senhor na Cruz, um raio de luz penetrou sua alma e, arrependido dos seus malfeitos e ao mesmo tempo confiante na misericórdia divina, a Jesus dirigiu esta súplica: "Senhor, lembrai-vos de mim, ao entrardes no vosso reino". Jesus recompensou imediatamente esta expressão da fé e da comiseração, dizendo-lhe: "Ainda hoje estarás comigo no Paraíso". (Lc. 23)
O capitão romano de que fala São Mateus, morava em Jerusalém. Pouco se lhe dava a doutrina e os milagres de Jesus. Da boca de Pilatos tinha ouvido a declaração da inocência deste, o que não interessou. Comandante da corte, deu suas ordens, assistiu impassível à crucificação. Nada de compaixão, nada de sentimento superior em sua alma movia. Mas quando fixou seu olhar "no homem das dores", pregado na cruz, seu orgulho experimentou um choque irreprimível e em voz alta, para todos ouvirem, declarou: "Verdadeiramente este era o Filho de Deus", no que concordaram todos os que com ele estavam guardando a Jesus. (Mt 27)
A firmeza dos Mártires, o heroísmo dos defensores da fé, não tiveram outra fonte, senão a Santa Paixão e Morte de Jesus. Os grandes penitentes encontraram - todos eles - a sua paz, a sua tranquilidade, a sua felicidade ao pé da cruz.
Por tudo isso é que a Igreja não cessa de chamar os seus filhos para junto da Cruz do Filho de Deus crucificado. Sem haver uma obra de interrupção, o santo sacrifício da missa é celebrado no mundo inteiro. Todos os católicos são obrigados a assistir este sacrifício nos domingos e dias santos.
A devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus é a garantia da salvação para quem a pratica com fé e amor.

 Congregação da Paixão de Jesus Cristo

 Página Oriente




quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Inacio de Antioquia 17/10/2012












No centro do Coliseu romano, o bispo cristão aguarda ser trucidado pelas feras, enquanto a multidão exulta em gritos de prazer com o espetáculo sangrento que vai começar. Por sua vez, no estádio, cristãos incógnitos, misturados entre os pagãos, esperam, horrorizados, que um milagre salve o religioso. Os leões estão famintos e excitados com o sangue já derramado na arena. O bispo Inácio de Antioquia, sereno, esperava sua hora pronunciando com fervor o nome do Cristo.
Foi graças a Inácio que as palavras cristianismo e Igreja Católica surgiram. Era o início dos tempos que mudaram o mundo, próximo do ano 35 da era cristã, quando ele nasceu. Segundo os estudiosos, não era judeu e teria sido convertido pela primeira geração de cristãos, os apóstolos escolhidos pelo próprio Jesus. Cresceu e foi educado entre eles, depois sucedeu Pedro no posto de bispo de Antioquia, na Síria, considerada a terceira cidade mais importante do Império Romano, depois de Roma e Alexandria, no Egito. Gostava de ser chamado Inácio Nurono. Inácio deriva do grego "ignis", fogo, e Nurono era nome que ele mesmo dera a si, significando "o portador Deus". Desse modo viveu toda a sua vida: portador de Deus que incendiava a fé.
Mas sua atuação logo chamou a atenção do imperador Trajano, que decretou sua prisão e ordenou sua morte. Como cristão, deveria ser devorado pelas feras para diversão do povo ávido de sangue. O palco seria o recém-construído Coliseu.
A viagem de Inácio, acorrentado, de Antioquia até Roma, por terra e mar, foi o apogeu de sua vida e de sua fé. Feliz por poder ser imolado em nome do Salvador da humanidade, pregou por todos os lugares por onde passou, até no local do martírio. Sua prisão e condenação à morte atraiu todos os bispos, clérigos e cristãos em geral, de todas as terras que atravessou. Multidões juntavam-se para ouvir suas palavras. Durante a viagem final, escreveu sete cartas que figuram entre os escritos mais notáveis da Igreja, concorrendo em importância com as do apóstolo Paulo. Em todas faz profissão de sua fé, e contêm ensinamentos e orientações até hoje adotados e seguidos pelos católicos, como ele tão bem nomeou os seguidores de Jesus.
Numa dessas cartas, estava o seu especial pedido: "Deixai-me ser alimento das feras. Sou trigo de Deus. É necessário que eu seja triturado pelos dentes dos leões para tornar-me um pão digno de Cristo". Fazia-o sabendo que muitos de seus companheiros poderiam influenciar e conseguir seu perdão junto ao imperador. Queria que o deixassem ser martirizado. Sabia que seu sangue frutificaria em novas conversões e que seu exemplo tocaria o coração dos que, mesmo já convertidos, ainda temiam assumir e propagar sua religião.
Em Roma, uma festa que duraria cento e vinte dias tinha prosseguimento. Mais de dez mil gladiadores dariam sua vida como diversão popular naquela comemoração pela vitória em uma batalha. Chegada a vez de Inácio, seus seguidores e discípulos esperavam, ainda, o milagre.
Que não viria, porque assim desejava o bispo mártir. Era o dia 17 de outubro de 107, sua trajetória terrena entrava para a história da humanidade e da Igreja.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Santa Margarida Maria Alacoque 16/10/2012








Santa Margarida Maria Alacoque, nasceu em 22 de agosto de 1647, na diocese de Autun (França). Desde a mais tenra idade, até a sua adolescência, sofreu as mais duras provações. Já com saúde frágil, não tinha completado ainda oito anos quando perdeu o pai e logo em seguida a irmã. A mãe e os irmãos, eram vítimas das perseguições diárias de tias rabugentas com as quais habitavam. Sua mãe, sofrendo de longa e dolorosa doença, foi carinhosamente amparada pela pequena Margarida, apesar da repulsa que certos cuidados exigiam à sua extrema sensibilidade.

A sua mudança para o convento das Irmãs clarissas, que cuidariam dela e de seu aprimoramento religioso, representou um período difícil pela separação da vista da mãe. A decisão de enviá-la para as clarissas não foi tanto pelas incoveniências em cuidar da mãe, mas principalmente pela luta diária diante da falta de amabilidade e incompreensão dos que a rodeavam. Permaneceu no convento das clarissas, porém, ligada à vida secular até atingir a juventude.
Certo dia, quando participava de uma missa, mesmo sem conhecer o sentido exato, pronunciou inspiradas palavras de consagração ao Senhor: "Ó meu Deus", disse, "consagro-vos a minha pureza e faço-vos voto perpétuo de castidade". Uma doença, porém, passou a lhe atormentar por um período de quatro anos, de modo que o sofrimento tornou-se constante, já que nenhum medicamento era eficaz para abrandar as intensas dores no organismo. Foi quando, milagrosamente, a doença regrediu até a cura, e por este motivo consagrou-se à Virgem Maria, prometendo entrar no serviço religioso. Estava decidida a ingressar na Congregação das Ursulinas, quando uma voz secreta disse-lhe: "Não a quero lá, mas em Santa Maria...! Estava claro que o Senhor destinara ela para a Congregação das Irmãs da Visitação e isto já era prefigurativo de como ela iria glorificar o Senhor na propagação do Coração de Jesus. As palavras do fundador da Ordem da Visitação, São Francisco de Sales, quando escreveu a São Jeanne de Chantal em 10/06/1611, demonstravam já a devoção da congregação aos Corações de Jesus e Maria: "Realmente, a nossa pequena congregação é uma obra do Coração de Jesus e de Maria". Devoção correlatada por São Jeanne de Chantal: "As Irmãs da Visitação são bem humildes e fiéis a Deus, e terão o Coração de Jesus como residência e estada neste mundo".
Santa Margarida foi acolhida no convento das Irmãs da Visitação de Paray-le-Monial. Ali mesmo o Senhor se manifestaria a ela em revelações distintas, relativas à difusão da consagração e amor ao Seu Coração. Apareceu-lhe por numerosas vezes, e deu a conhecer que seria ela o instrumento para arrebanhar o maior número de pessoas ao Amor de Seu Coração. A essência da mensagem, porém, agrupa-se em três revelações. A primeira ocorreu em 27 de dezembro de 1673, conforme relatou Santa Margarida: "Diversas vezes, diante do Santíssimo Sacramento... "encontrei-me inteiramente investida desta divina presença... eu abandonei-me ao Seu Divino Espírito, por força do Amor o Seu divino Coração... Ele me fez repousar de forma extrema e por um longo tempo sobre o Seu divino peito, onde pude descobrir as maravilhas do Seu amor, e os segredos mais profundos e inexplicáveis do Sagrado Coração... Ele me disse: "O Meu divino Coração transborda de amor para os homens, de modo especial por você, que não poderá mais conter para si a luz das chamas da brilhante caridade; é necessário que seja difundida aos homens, e que lhes seja manifesto para enriquecê-los dos preciosos tesouros que te revelei..." A segunda, situa-se provavelmente deu-se em uma das primeiras sextas-feiras do ano 1674: "E numa das vezes, entre tantas outras, em que o Santíssimo Sacramento estava exposto, após ser eu retirada do interior de mim mesma... Jesus Cristo, Meu suave Mestre, apresentou a mim, repleto da sua glória, suas cinco chagas, brilhantes como cinco sóis, e desta sagrada Humanidade saíam chamas de todas as partes, sobretudo do Seu adorável peito, semelhante à uma fornalha; neste instante revelou-me todo o amor e todo o seu amável Coração e o estado da fonte viva destas chamas. Ele revelou-me as maravilhas inexplicáveis de seu Puro Amor, excessivamente entregue aos homens, dos quais recebia apenas frieza e ingratidão..." Na terceira, ocorrida durante o mês de junho de 1675, Jesus exigiu que fosse feita uma festa especial ao Seu Sagrado Coração: "Numa das tantas vezes em que encontrava-me diante do Santíssimo Sacramento, revelou-me Deus as graças excessivas de Seu Amor... Então, mostrando-me Seu divino Coração, disse: "Aí está o Coração que tanto tem amado os homens, a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor; ... eu te exijo mais, que na primeira Sexta-feira de acordo com a oitava do Santíssimo Sacramento, seja dedicada e junte-se à esta festa por honra ao Meu Sagrado Coração, fazendo que seja de igual honra àquele dia, a fim de reparar as indignidades e ultrajes durante o tempo em que o viram exposto sobre os altares.
Santa Margarida , porém, enfrentaria diversos obstáculos na propagação das revelações feitas a ela por Nosso Senhor. Não tardou que fossem levantadas críticas e colocadas em dúvida as suas experiências místicas. Submetida às mais duras provações e intensas humilhações, Deus enviou ao mosteiro um santo sacerdote que, a princípio passou a estudar minuciosamente os fenômenos relatados. Posteriormente, tornaria-se ele propagador e apóstolo do Sagrado Coração de Jesus: Padre Cláudio de La Colombiere.
No último ano da sua vida, Santa Margarida teve a oportunidade de ver a propagação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus; viu também um grande número de críticos e opositores tornarem-se fervorosíssimos propagadores da santa devoção. Deus revelou-lhe o mistério da Santíssima Trindade, durante uma das suas aparições.
Jesus deixou grandes promessas às pessoas que, aproveitando-se da Sua divina misericórdia, participassem das comunhões reparadoras das primeiras sextas-feiras: "Prometo-te, pela Minha excessiva misericórdia e pelo amor todo-poderoso do meu Coração, conceder a todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, a graça da penitência final; não morrerão em minha inimizade, nem sem receberem os sacramentos, e meu divino Coração lhes será seguro asilo nesta última hora". (Clique aqui para ver os detalhes da devoção ao Sagrado Coração de Jesus)
Tais manifestações divinas, sucederam num período em que a heresia jansenista, retratava um braço do protestantismo a propagar seus erros no seio da Igreja, tentando aniquilar a concepção da misericórdia de Deus e da confiança dos fiéis em relação ao Pai Celeste. A mensagem misericordiosa de Cristo, que aos poucos foi se impondo no convento da Visitação, acabou espalhando-se rapidamente entre as nações e em seguida instituída a sua prática em toda a Igreja Universal.
Santa Maria Margarida Alacoque morreu jovem, aos 43 anos de idade, em 17 de outubro de 1690 e foi canonizada em 1920, pontificado do Papa Bento XV.


Página Oriente



Santa Edwiges 16/10/2012








Santa Edwiges nasceu em 1174 na Alemanha. Filha de nobres, foi criada em ambiente de luxo e riqueza, o que não a impediu de ser simples e viver com humildade. O seu bem maior era o amor total a Deus e ao próximo.

Aos 12 anos ela se casou com Henrique, príncipe da Silésia (atual região da Polônia), com quem teve seis filhos, sendo que dois deles morreram precocemente. Culta, inteligente e esposa dedicada, ela cuidou da formação religiosa dos filhos e do marido.
Mulher de oração, vivia em profunda intimidade com o Senhor. Submetia-se ao sacrifício de jejuns diários, limitando-se a comer alguns legumes secos nos Domingos, Terças, Quintas e Sábado. Nas Quartas e Sextas-feiras somente pão e água. Isto sempre em quantidade limitada, somente para atender as necessidades do corpo.
No tempo do Advento e da Quaresma, Edwiges se alimentava só para não cair sem sentidos. O esposo não aceitava aquela austeridade. Numa Quarta-feira de Quaresma ele esbravejou por haver tão somente água na mesa sendo que ele só bebia vinho. Edwiges então ofereceu-lhe uma taça, cujo líquido se apresentou como vinho. Foi um dos muitos sinais ou milagres que ela realizou.
Algum tempo depois Edwiges caiu vítima de uma grave enfermidade. Foi preciso que Guilherme, Bispo de Módena, representante do Papa para aquelas regiões, exigisse com uma severa ordem a interrupção de seu jejum. A Santa dizia que isto era mais mortificante do que a sua própria doença.
Dedicou toda sua vida na construção do Reino de Deus. Exerceu fortes influências nas decisões políticas tomadas pelo marido, interferindo na elaboração de leis mais justas para o povo. Junto com o marido construiu Igrejas, Mosteiros, Hospitais, Conventos e Escolas. Por isto, em algumas representações a Santa aparece com uma Igreja entre as mãos.
Aos 32 anos, fez votos de castidade, o que foi respeitado pelo marido. Quando ficou viúva, foi morar no Mosteiro de Trebnitz, na Polônia, onde sua filha Gertrudes era superiora. Foi lá que Edwiges deu largos passos rumo à santidade. Vivia com o mínimo de sua renda, para dispor o restante em socorro dos necessitados. Ela tinha um carinho especial pelas mulheres e crianças abandonadas. Encaminhava as viúvas para os conventos onde estariam abrigadas em casos de guerra e as crianças para escolas, onde aprendiam um ofício. Era misericordiosa e socorria também os endividados. Em certa ocasião, quando visitava um presídio, ela descobriu que muitos ali se encontravam porque não tinham como pagar as suas dívidas. Desde então, Edwiges saldava as dívidas de muitos e devolvia-lhes a liberdade. Procurava também para eles um emprego. Com isto eles recomeçavam a vida com dignidade, evitando a destruição as famílias em uma época tão difícil como era aquela do século 13. E ainda mantinha as famílias unidas.
Assim, Santa Edwiges, é considerada a Padroeira dos pobres e endividados e protetora das famílias. Sua morte ocorreu no dia 15 de outubro de 1243. E foi canonizada no dia 26 de março de 1267, pelo papa Clemente 4º. Como no dia 15 de Outubro celebra-se Santa Tereza de Ávila, a comemoração de Santa Edwiges passou para o dia 16 de Outubro. Modelo de esposa, celibatária e viúva, a Santa não faltava à Missa aos Domingos, e isto ela pede aos seus devotos: mais amor a Jesus na Eucaristia e auxílio aos necessitados

ORAÇÃO

A vós, Santa Edwiges, que fostes na terra o amparo dos pobres e desvalidos e socorro dos endividados, no céu onde gozais o eterno prêmio da caridade que praticastes, confiante vo-lo peço: sede minha advogada para que eu obtenha a graça de Deus que necessito (faz seu pedido) e por fim a graça suprema da salvação eterna, Assim seja! Santa Edwiges rogai por nós, pelos nossos irmãos prisioneiros e por todos os que passam dificuldades financeiras. Amém!

(reza um pai-nosso e uma ave-maria)

Oremos

Nós vos pedimos, ò Deus onipotente que a intercessão de Santa Edwiges nos obtenha a graça de imitar o que nela admiramos, pois a humildade de sua vida serve de exemplo para todos nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina por todos os séculos. Amém!

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

SANTA TERESA DE ÁVILA 15/10/2012











SANTA TERESA DE ÁVILA (1515-1582)

Teresa de Cepeda y Ahumada ou Santa Teresa de Jesus nasceu em Ávila, na Espanha, em 1515. Teresa foi mulher de grande inteligência e sabedoria. Seus pais, Alonso Sanchez de Cepeda e Beatriz d'Ávila y Ahumada, a educaram, junto com os irmãos, dentro do exemplo e dos princípios cristãos. Quando criança, se encantou tanto com a leitura da vida dos santos mártires, que combinou fugir com o irmão para uma região onde muitos cristãos eram martirizados e, se não fossem os parentes terem-na encontrado por acaso, teria fugido, levando consigo o irmão Rodrigo. Desde então, Teresa amava a solidão. Em seu quarto tinha um quadro que representava Jesus falando à Samaritana. Ela gostava de repetir diante do quadro: "Senhor, dá-me de beber para que eu não volte a ter sede".
Órfã de mãe aos quatorze anos, Teresa assumiu Nossa Senhora como sua mãe adotiva. Mas o despertar da adolescência a levou a ter experiências excessivas ao lado dos primos e primas, tornando-se uma grande preocupação para seu pai. Aos dezesseis anos, sua atração pelas vaidades humanas era muito acentuada. Por isso, seu pai a colocou para estudar no colégio das agostinianas em Ávila. Após dezoito meses, uma doença grave a fez voltar para receber tratamento na casa de seu pai, o qual se culpou pelo acontecido.
A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraia por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. Temendo fraquejar em seu propósito, a santa foi visitar escondidamente sua amiga Joana Suárez, que era religiosa no convento Carmelita da Encarnação, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.
Aos vinte anos, ingressou no Carmelo de Àvila, onde viveu no relaxamento, pois muito se apegou às criaturas, parentes e conversas destrutivas, assim como conta em seu livro da vida. Teresa sempre foi amiga de boas leituras, e certa vez leu um livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: "O terceiro alfabeto espiritual", do Pe. Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções dapequena obra e começou a praticar a oração mental. Mas a grande conversão de Teresa foi assim: Certo dia, olhando uma imagem de Cristo muito sofrido e ensanguentado perguntou: "Senhor, quem vos ,colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade. Assumiu a partir desta experiência a sua conversão e voltou ao fervor da espiritualidade carmelita, a ponto de criar uma espiritualidade modelo.
Teresa viveu 27 anos nesse mosteiro da Encarnação. Em 1562, com 47 anos, Teresa deu início à reforma dos Carmelos tão numerosos na Espanha. Obra gigantesca que exigiu de sua vocação para a contemplação e doação total à ação e suas lutas e experiências místicas, produziram obras imortais, como o caminho da perfeição, as moradas, a autobiografia que são ainda hoje, fontes de perene vida e seta que aponta a finalidade da via carmelita: União absoluta com Deus até se formar uma espécie de matrimônio espiritual entre a alma e Deus. Realizou uma grande reforma no Carmelo e fundou outros, inclusive dois de frades. Santa Teresa conseguiu fundar mais de trinta e dois mosteiros, além de recuperar o fervor primitivo de muitas carmelitas, juntamente com São João da Cruz.
A pedido de seus superiores, registrou toda a sua vida atribulada de tentações e espiritualidade mística em livros como "Caminho da perfeição", “Castelo Interior ou Moradas” e “Livro da vida” e outros. Neles, ela própria narra como um anjo transpassou seu coração com uma seta de fogo. Escreveu poemas famosos e de grande valor espiritual como "Nada te perturbe", "Alma, busca-te em Mim", "Morro porque não morro". e outros.
Teve sofrimentos físicos e morais antes de morrer. Doente, morreu no dia 4 de outubro de 1582, aos sessenta e sete anos, no Convento de Alba de Torres, Espanha. Uma de suas últimas palavras foram: "Senhor, sou filha de vossa Igreja. Morro como filha da Igreja" e por fim: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!".

PENSAMENTOS DE SANTA TERESA DE ÁVILA

"Compararei a Divindade com um polido diamante muito maior que o universo. Todas as nossas ações refletem-se nele, por que Ele encerra todas as coisas, tanto que fora da sua amplitude nada existe"
"Ó Senhor, experimento tanta alegria ao pensar que as minhas infidelidades fazem com que melhor conheça a vossa misericórdia, que sinto suavizar-se a dor pelas graves ofensas que vos fiz"
"A oração consiste em tratar a Deus como um pai, um irmão, um Senhor e um Esposo"
"A oração é onde o Senhor ilumina para entender as verdades"
"Jamais creiais que adquiristes uma virtude, enquanto não a tiverdes provado com aquilo que lhe é contrario"
"Tão logo Sua Majestade o quer, Deus e a alma se compreendem, como dois amigos que não precisam de palavras para manifestar-se a grande afeição que os une"
"No nosso próximo, procuremos ver tão somente as virtuides e as boas obras e cubramos os seus defeitos considerando os nossos pecados"
"Diante da Sabedoria infinita, mais vale um breve desejo de humildade com algum ato da mesma, do que toda a ciência do mundo"
"Tenho como certo que uma alma de oração, que se entretenha com homens doutos, jamais será enganada pelo demônio, a não ser que deseje enganar-se a si mesma. O demônio tem muito medo da força interior humilde e virtuosa, por que sabe que seria descoberto e levaria a pior"
"Deus tem cuidado dos nossos interesses muito mais do que nós mesmos, sabendo o que convém a cada um"
"O edifício da oração deve sempre alicerçar-se na humildade: quanto mais uma alma se mostra humilde na oração, tanto mais Deus a exalta"
"A todos que tudo abandonam por amor de Deus, Ele se entrega totalmente"
"Só porque derramamos muitas lágrimas, não devemos pensar que já alcançamos a perfeição. Antes, pratiquemos muitas obras e exercitemos a virtude, pois estas são as coisas que mais convém para o nosso caso"
"A oração não é senão um fato de amor, e é insensato pensar que só se faz oração quando se dispõe de tempo e solidão"
"Ó Senhor, experimento tanta alegria ao pensar que as minhas infidelidades fazem com que melhor conheça a vossa misericórdia, que sinto suavizar-se a dor pelas graves ofensas que vos fiz"
"No nosso próximo, procuremos ver tão somente as virtuides e as boas obras e cubramos os seus defeitos considerando os nossos pecados"
"Tenho como certo que uma alma de oração, que se entretenha com homens doutos, jamais será enganada pelo demônio, a não ser que deseje enganar-se a si mesma. O demôniotem muito medo da força interior humilde e virtuosa, por que sabe que seria descoberto e levaria a pior"
"Deus tem cuidado dos nossos interesses muito mais do que nós mesmos, sabendo o que convém a cada um"
"A todos que tudo abandonam por amor de Deus, Ele se entrega totalmente"


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Nossa Senhora Aparecida 12/10/2012












A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda
“Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora
Aparecida!”
Desde que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico.
Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação, uma
invocação cheia de filial devoção e confiança para com aquela que, sendo verdadeira Mãe de
Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da sua vida para ser nossa Mãe.
Sim, amados irmãos e filhos, Maria, a Mãe de Deus, é modelo para a Igreja, é Mãe para os
remidos. Por sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que lhe foi revelada, torna-se
Mãe do Redentor, com uma participação íntima e toda especial na história da salvação. Pelos
méritos de seu Filho, é Imaculada em sua Conceição, concebida sem a mancha original,
preservada do pecado e cheia de graça.
Ao confessar-se serva do Senhor (Lc 1,38) e ao pronunciar o seu sim, acolhendo “em seu
coração e em seu seio” o mistério de Cristo Redentor, Maria não foi instrumento meramente
passivo nas mãos de Deus, mas cooperou na salvação dos homens com fé livre e inteira
obediência. Sem nada tirar ou diminuir e nada acrescentar à ação daquele que é o único
Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, Maria nos aponta as vias da salvação, vias que
convergem todas para Cristo, seu Filho, e para a sua obra redentora.
Maria nos leva a Cristo, como afirma com precisão o Concílio Vaticano II: “A função maternal
de Maria, em relação aos homens, de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de
Cristo; antes, manifesta a sua eficácia. E de nenhum modo impede o contato imediato dos fiéis
com Cristo, antes o favorece”.
Mãe da Igreja, a Virgem Santíssima tem uma presença singular na vida e na ação desta mesma
Igreja. Por isso mesmo, a Igreja tem os olhos sempre voltados para aquela que, permanecendo
virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Qual é a missão da Igreja senão
a de fazer nascer o Cristo no coração dos fiéis, pela ação do mesmo Espírito Santo, através da
evangelização? Assim, a “Estrela da Evangelização”, como a chamou o meu Predecessor Paulo
VI, aponta e ilumina os caminhos do anúncio do Evangelho. Este anúncio de Cristo Redentor,
de sua mensagem de salvação, não pode ser reduzido a um mero projeto humano de bem-estar e
felicidade temporal. Tem certamente incidências na história humana coletiva e individual, mas
é fundamentalmente um anúncio de libertação do pecado para a comunhão com Deus, em Jesus
Cristo. De resto, esta comunhão com Deus não prescinde de uma comunhão dos homens uns
com os outros, pois os que se convertem a Cristo, autor da salvação e princípio de unidade, são
chamados a congregar-se em Igreja, sacramento visível desta unidade humana salvífica.
Por tudo isto, nós todos, os que formamos a geração hodierna dos discípulos de Cristo, com
total aderência à tradição antiga e com pleno respeito e amor pelos membros de todas as
comunidades cristãs, desejamos unir-nos a Maria, impelidos por uma profunda necessidade da
fé, da esperança e da caridade. Discípulos de Jesus Cristo neste momento crucial da história
humana, em plena adesão à ininterrupta Tradição e ao sentimento constante da Igreja, impelidos
por um íntimo imperativo de fé, esperança e caridade, nós desejamos unir-nos a Maria. E
queremos fazê-lo através das expressões da piedade mariana da Igreja de todos os tempos.
A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os
irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz,segui os seus exemplos. Como
ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: Fazei o que ele vos disser (Jo 2,5). E, como
outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dele as
graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria: ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.




Da Homilia na Dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, do papa João Paulo II

(Pronunciamentos do Papa no Brasil, Edit.
Vozes, Petrópolis 1980, 125. 128. 129. 130)
(Séc.XX)



Liturgia das Horas



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA 05/10/2012














SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA

Beatificada a 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a "Apóstola da Divina Misericórdia", foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.


(1905-1938)
1. Dados biográficos

A Irmã Faustina Kowalski, apóstola da Misericórdia de Deus, é considerada pelos teólogos como fazendo parte dos grandes místicos da Igreja.
Nasceu no dia 25 de agosto de 1905, como a terceira dos dez filhos de uma pobre – mas piedosa – família de aldeões estabelecidos em Glogowiec (Polônia). No batismo, realizado na igreja paroquial de Swinice Warskie, recebeu o nome de Helena. Desde a infância distinguiu-se pela piedade, pelo amor à oração, pela diligência e obediência, e também por uma grande sensibilidade à miséria humana.
Freqüentou a escola, mas não chegou a concluir a terceira séria. Ainda jovem, aos dezesseis anos deixou a casa paterna para ir trabalhar como empregada doméstica em Aleksandrów e Lodz, a fim de angariar meios para sua própria subsistência e ajudar os seus pais.
O chamado da vocação religiosa fez-se sentir desde os sete anos de idade (dois anos antes da Primeira Comunhão), embora seus pais não concordassem com a idéia de que a filha entrasse num convento. Nessa situação, Helena procurava ocultar o chamado divino. Mas foi interpelada pela visão de Cristo sofredor e suas palavras de repreensão. Anos depois escreveria em seu Diário:
"Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Enquanto todos se divertiam a valer, a minha alma sentia tormentos interiores.
No momento em que comecei a dançar, de repente vi Jesus ao meu lado, Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas. E que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo, e até quando tu me decepcionarás?
Nesse momento para mim cessou a música animada. Não vi mais as pessoas que estavam comigo: somente Jesus e eu ali permanecíamos.
Sentei-me, depois, ao lado de minha irmã, disfarcei o que tinha se passado comigo, dando a entender que estava com uma forte dor de cabeça.
Em seguida, afastei-me discretamente dos que me acompanhavam e fui à catedral de S. Estanislau Kostka. Já começava a anoitecer e havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir.
Então, ouvi estas palavras: Vai imediatamente a Varsóvia e lá entrarás no convento.
Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Da maneira como pude, relatei para a minha irmã o que havia acontecido na minha alma. Pedi que se despedisse por mim de meus pais. E assim, só com a roupa do corpo, sem mais nada, vim para Varsóvia" (Diário, 9).
No interior desta catedral Nosso Senhor chamou Irmã Faustina à vida religiosa.
Bateu em muitas portas de casas religiosas. Todavia, em nenhuma foi admitida. Finalmente, no dia 1º de agosto de 1925, transpôs o limiar da clausura no convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, na Rua Zytnia, em Varsóvia. No seu Diário escreveu,
"Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso. O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças" (Diário, 17).
Na Congregação recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Realizou o noviciado em Cracóvia. Foi ali que, na presença do bispo Estanislau Rospond, professou tanto os primeiros votos religiosos como, passados cinco anos, os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência. Trabalhou em diversas casas da Congregação, porém permaneceu mais tempo em Cracóvia, Vilnius (capital da Lituânia) e Plock, exercendo as funções de cozinheira, jardineira e porteira.
Não deixava transparecer exteriormente a sua profunda vida mística. Cumpria assiduamente as suas funções, guardando com zelo a regra religiosa. Era recolhida e silenciosa, embora ao mesmo tempo fosse natural, serena, cheia de amor benevolente e desinteressado para com o próximo.
O severo estilo de vida e os extenuantes jejuns que ela se impunha desde antes de ingressar na Congregação, enfraqueceram tão severamente seu organismo que, já no postulado, teve de ser enviada a Skolimow, perto de Varsóvia, para tratamento de saúde. Após o primeiro ano do noviciado vieram as experiências místicas extremamente dolorosas – a chamada noite escura – e depois os sofrimentos espirituais e morais relacionados com o cumprimento da missão que havia recebido de Jesus Cristo.
Irmã Faustina ofereceu a sua vida a Deus em sacrifício pelos pecadores, a fim de salvar as suas almas, e por essa razão foi submetida a numerosos sofrimentos. Nos últimos anos de vida intensificaram-se os sofrimentos interiores da "noite passiva do espírito", bem como os problemas físicos de saúde. Desenvolveu-se a tuberculose, que atacou os pulmões e o estômago. Em razão disso, por duas vezes, e por um período de vários meses, permaneceu em tratamento no hospital de Pradnik, em Cracóvia.
Completamente esgotada fisicamente, mas em plena maturidade espiritual e misticamente unida a Deus, faleceu no dia 5 de outubro de 1938 com fama de santidade, tendo apenas 33 anos de idade, dos quais 13 anos de vida religiosa.
Seu corpo foi sepultado em um túmulo no cemitério do convento, em Cracóvia – Lagiewniki. No período do processo informativo para a sua canonização, em 1966, foi transferido à capela do mesmo convento.
À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco.
Uma das mãos estava erguida para a bênção, e a outra tocava-lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um era vermelho e o outro branco.
Em silêncio, eu contemplava o Senhor. A minha alma estava cheia de temor, mas também de grande alegria.
Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. ... Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte.
... Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia.
Desejo que os sacerdotes anunciem essa minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim.
Certa vez, cansada das diversas dificuldades que tinha por causa de Jesus falar-me e cobrar-me a pintura da Imagem, decidi firmemente, antes dos votos perpétuos, pedir ao Frei Andrasz que me dispensasse daquelas inspirações interiores e da obrigação de pintar a Imagem.
Depois de me ouvir em confissão, Frei Andrasz deu-me esta resposta: "Não dispenso a Irmã de nada. E a Irmã não pode esquivar-se dessas inspirações interiores. Mas deve, necessariamente, relatar tudo ao confessor, sem falta, porque de outra forma incorrerá em erro, apesar dessas grandes graças de Deus. Neste momento, a Irmã está se confessando comigo, mas saiba que devia ter um confessor permanente, isto é, um diretor espiritual."
Fiquei imensamente preocupada com isso. Pensei que me livraria de tudo, e aconteceu o contrário: uma ordem explícita para atender aos pedidos de Jesus. E agora, um novo tormento, o de ainda não ter um confessor permanente.
Contudo, a bondade de Jesus é infinita e Ele prometeu-me ajuda visível na Terra. Recebi-a em breve, em Vilnius (Lituânia). Reconheci no padre Sopocko essa ajuda de Deus. Antes de chegar a Vilnius, conheci-o por uma visão interior. Certo dia, vi-o na nossa capela entre o altar e o confessionário. Então ouvi uma voz interior: Eis a tua ajuda visível na Terra. Ele te ajudará a cumprir a minha vontade. (Diário, 47-53).
Para Irmã Faustina, a tarefa imposta por Nosso Senhor era simplesmente irrealizável, visto que ela não possuía as aptidões artísticas necessárias para isso. Não obstante, ela procurava ser obediente à vontade de Jesus e tentava pintar o quadro da forma como podia, mas sem resultado.
Por um lado, a insistência de Nosso Senhor para que ela realizasse essa tarefa; e, por outro lado, a descrença dos confessores e dos superiores, tornaram-se para Irmã Faustina um grande sofrimento pessoal.
Após três anos de permanência em Plock, ela foi transferida a Varsóvia, Polônia. No entanto, também ali continuou preocupada com a incumbência que Jesus lhe deu, ainda não realizada. Nosso Senhor lhe fez sentir como nos planos divinos era importante a realização da tarefa que dela estava esperando:
"De repente vi o Senhor, que me disse: Fica sabendo que, se negligenciares a tarefa da pintura dessa Imagem, e de toda a obra da misericórdia, serás responsável por um grande número de almas no dia do Juízo." (Diário, 154).
Depois de professar os votos perpétuos, Irmã Faustina foi transferida para Vilnius (Lituânia). Lá se encontrou com o seu diretor espiritual, o Pe. Sopocko, que previamente lhe havia sido anunciado por uma visão interior, o qual empreenderá a tentativa de concretizar os pedidos de Nosso Senhor.
"Levado mais pela curiosidade de ver que Imagem seria essa, do que pela crença na veracidade dessas visões, pedi ao pintor Eugênio Kazimirowski que pintasse esse quadro" (Pe. Sopocko, Memórias).
O Pe. Miguel Sopocko informou parcialmente o pintor a respeito da missão de Irmã Faustina. Exigiu dele, entretanto, o compromisso de manter segredo a esse respeito.
Eugênio Kazimirowski, famoso e hábil pintor, mostrou-se digno de pintar a Imagem de Jesus Misericordioso. Concluiu seus estudos artísticos em Cracóvia, sob a orientação de Luszczakiewicz, Axentowicz e Wyczólkowski. Como bolsista, esteve em Lvov, Munique e Paris. Aprofundou também as suas aptidões na Academia S. Lucas em Roma.
Pintar sob orientação significava renunciar à própria visão artística, em prol de uma execução fiel do que lhe era relatado por Irmã Faustina, que vinha ao ateliê do pintor ao menos uma vez por semana, durante seis meses, a fim de sugerir detalhes e apontar os erros.
Ela estava buscando uma execução fiel da imagem de Jesus Misericordioso, de acordo com a vontade divina, e segundo o modelo que lhe havia sido revelado na visão.
Da pintura da Imagem participou ativamente o Pe. Sopocko, que, a pedido do pintor, posou vestindo uma alva. O tempo da pintura serviu de ocasião para uma interpretação mais profunda do seu conteúdo. As questões controvertidas eram decididas pelo próprio Jesus Cristo (Diário 299; 326; 327; 344). Foi muito eloqüente um diálogo de Irmã Faustina com Nosso Senhor a respeito do quadro pintado:
"Quando fui à casa daquele pintor que estava pintando a Imagem, e vi que ela não era tão bela, como o é Jesus, fiquei muito triste com isso, mas escondi essa mágoa no fundo do meu coração. … A Madre Superiora ficou na cidade para resolver diversos assuntos e eu voltei para casa sozinha. Imediatamente dirigi-me à capela e chorei muito. Eu disse ao Senhor: Quem vos pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: O valor da Imagem não está na beleza da tinta, nem na habilidade do pintor, mas na minha graça." (Diário, 313).[1]
Desse diálogo emana a sinceridade de Irmã Faustina, agraciada com dons sobrenaturais, que em suas vivências místicas via a beleza do Salvador ressuscitado. Por diversas vezes Nosso Senhor lhe apareceu da forma como se encontra na Imagem (Diário 473; 500; 851; 1046; 1565). E também pediu várias vezes que essa Imagem ficasse acessível para o culto público. Isso confirma que Ele aceitou a Imagem, conforme estava pintada no quadro, aprovando-a, ao aparecer para Irmã Faustina nessa mesma forma.
Nos dias 26 a 28 de abril de 1935, graças ao empenho do Pe. Sopocko, a efígie do Salvador Misericordioso recebeu, pela primeira vez, a veneração dos numerosos fiéis, que rezavam durante as solenidades do encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo. Essa solenidade coincidiu com o primeiro domingo depois da Páscoa, como havia pedido Nosso Senhor. Irmã Faustina participou dela. O sermão sobre a Misericórdia Divina foi pregado pelo Pe. Sopocko.
Ao fundo, o grande vitral de Ostra Brama. Sobre ele, em 1935, foi exposta a Imagem de Jesus Misericordioso.
"Por admirável desígnio, aconteceu tudo como o Senhor pedira: a primeira veneração que a Imagem recebeu das multidões foi no primeiro Domingo depois da Páscoa. Durante três dias ficou exposta publicamente. Recebeu o culto dos fiéis em Ostra Brama (Ausros Vartai), exposta na parte superior do grande vitral; por isso, podia ser vista de muito longe."
Na capela-santuário de Ostra Brama,[2] em Vilnius, Lituânia, foi comemorado solenemente, durante esses três dias, o encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo – os 1900 anos da Paixão do Salvador.
"Agora vejo que a obra da Redenção está ligada com a obra da misericórdia, que o Senhor está exigindo" (Diário, 89).
"Quando a Imagem foi exposta, vi o braço de Jesus fazer um movimento e traçar um grande sinal da cruz. Nesse mesmo dia, (...) vi como essa Imagem pairava sobre uma cidade, e essa cidade estava coberta de fios e de redes. À medida que Jesus ia passando, cortava todas essas redes e, no fim, traçou um grande sinal da cruz e desapareceu..." (Diário, 416).
"Quando estava em Ostra Brama, durante as solenidades em que a Imagem foi exposta, assisti o sermão que foi pronunciado por meu confessor (Pe. Sopocko). O sermão tratava da misericórdia de Deus, sobre a qual Jesus insistia há tanto tempo. Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do Senhor, a Imagem tornou-se como que viva, e os raios penetravam no coração das pessoas ali reunidas, embora não na mesma medida. Uns recebiam mais, outros menos. Uma grande alegria inundou minha alma ao ver a graça de Deus" (Diário, 417).
"Quando estava se encerrando a celebração e o sacerdote segurou o Santíssimo Sacramento para dar a bênção, então vi Jesus tal como está pintado na Imagem. O Senhor deu a Sua bênção e os dois raios espalharam-se pelo mundo inteiro. Então, vi uma claridade impenetrável, sob a forma de uma casa de cristal, tecida de ondas de claridade inacessível a nenhuma criatura, nem espírito. A essa claridade conduziam três portas – e nesse momento Jesus, como aparece na Imagem, entrou nessa claridade pela segunda porta – no interior da Unidade" (Diário, 420). [3]
"Os dois raios (na Imagem) representam o Sangue e a Água: o raio branco significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da minha misericórdia, quando na Cruz o meu Coração agonizante foi aberto pela lança (...). Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário, 570).
As solenidades de Ostra Brama foram a manifestação pública do poder da Divina Misericórdia. Para Irmã Faustina, representaram o sinal e a concessão das graças previamente prometidas.
Em sua correspondência posterior com o Pe. Sopocko, Irmã Faustina escreve: "Deus me deu a conhecer que está satisfeito com o que já foi feito. Mergulhando na oração e na proximidade de Deus, senti em minha alma uma profunda paz quanto ao conjunto dessa obra. (...) E agora, no que diz respeito a essas imagens (pequenas cópias), (...) aos poucos as pessoas as vão comprando, e muitas almas já alcançaram a graça divina que brotou dessa fonte. Como tudo, também esta obra vai progredir aos poucos. Esses santinhos não são tão bonitos como aquela imagem grande, mas são comprados por aqueles que se sentem atraídos pela graça divina..." (Carta, Cracóvia, 21 de fevereiro de 1938).
No dia 4 de abril de 1937, com a autorização do metropolita de Vilnius, o arcebispo Romualdo Jalbrzykowski, e após uma opinião positiva dos peritos, a Imagem de Jesus Misericordioso foi benta e exposta na igreja de São Miguel, em Vilnius, onde começou a ser alvo de veneração cada vez maior. Em 1941 uma comissão de peritos, convocada a pedido do metropolita, declarou que ”essa imagem foi executada artisticamente e constitui um precioso patrimônio da arte religiosa contemporânea”. (Protocolo da Comissão relacionado com a avaliação e a preservação da imagem do Salvador Misericordiosíssimo na igreja de São Miguel em Vilnius, do dia 27 de maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de História da Arte, Dr. M. Morelowski; professor de Teologia Dogmática, Pe. Dr. L. Puchaty; e o conservador, Pe. Dr. P. Sledziewski).
”Ofereço aos homens um vaso,
com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia.
Esse vaso é a Imagem com a inscrição Jezu, ufam tobie –Jesus, eu confio em Vós”
(Diário, 327).
Em conseqüência das operações de guerra (1939-1945), a imagem de Jesus Misericordioso permaneceu na Lituânia, que foi dominada pela URSS, e por algumas dezenas de anos tornou-se inacessível aos romeiros. Apesar das muitas ameaças – por muitos anos a imagem permaneceu escondida num sótão, enrolada, guardada num ambiente úmido e frio, e diversas vezes foi restaurada sem o uso da técnica especializada –, por uma milagrosa intervenção divina nada sofreu durante os tempos do comunismo.
Sabe-se através dos depoimentos pessoais do Pe. Sopocko (conservados em fitas cassete), que ele concedeu à Irmã Faustina total liberdade para dirigir o trabalho do pintor.
Ao mesmo tempo, em seus depoimentos ele confirma que a imagem foi pintada exatamente de acordo com as orientações dela. O extraordinário cuidado na execução da Santa Efígie do Salvador, gravada na memória de Irmã Faustina, é confirmado pelo fato de que a efígie pintada corresponde perfeitamente às proporções e à figura estampada no Sudário de Turim.
Tiveram influência negativa na aparência da Imagem os trabalhos de conservação, que por diversas vezes foram realizados de maneira não profissional. A camada de parafina imposta então na Imagem, ainda que tivesse diminuído sensivelmente os efeitos da umidade, provocou a mudança nos matizes das suas cores originais. Essas intervenções por muitos anos encobriram os valores artísticos da Imagem.
Após um grande trabalho de primorosa restauração realizado em 2003, a Imagem recuperou a eloqüência visível da mensagem. A bela figura do Salvador Misericordioso, que se apresenta no espaço escuro, conduz a atenção das pessoas para a luz dos raios de misericórdia, que brotam do Coração aberto na Cruz.
Entretanto, esta primeira Imagem de Jesus Misericordioso, exposta a partir de 1987 na igreja do Espírito Santo em Vilnius, não despertou especial interesse, tanto dos peregrinos como das autoridades eclesiásticas. A falta de condições adequadas da exposição da Imagem contribuiu para novas mudanças desfavoráveis em sua matéria. Somente a partir de julho de 2001, com o consentimento do Pe. Miroslau Grabowski, pároco da igreja do Espírito Santo, a Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso pôde envolver com a sua proteção essa singular e valiosa Imagem.
Há algumas dezenas de anos, esta Congregação se empenha pela propagação da primeira Imagem de Jesus Misericordioso, daquela que surgiu na atmosfera do milagre divino, da oração e do sofrimento de Irmã Faustina, da sua presença e co-participação.
Graças aos empenhos e à dedicação das Irmãs, em abril de 2003 foi realizada a restauração geral da Imagem, que se realizou na casa da Congregação em Vilnius. Dela foram retirados todos os acréscimos pintados, foram consertadas as partes danificadas e removidas as manchas que haviam surgido em conseqüência de umidade e de tentativas de removê-las com produtos químicos. Em conseqüência da restauração realizada, devolveu-se à Imagem o seu aspecto primitivo.
Apesar de ter sido realizada uma restauração geral, o estado do seu material ficou sensivelmente prejudicado, razão pela qual deve ser exposta em condições adequadas e de acordo com as recomendações dos técnicos. A restauração foi realizada pela Sra. Edite Hankowski-Czerwinski, de Wloclawek (Polônia), restauradora de obras de arte, formada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nicolau Copérnico, de Torun (Polônia).
Desde 2005 a Imagem é venerada na mesma capela-santuário de Ostra Brama, hoje Santuário da Misericórdia Divina, em Vilnius. A primitiva Imagem, pintada pelo pintor Eugênio Kazimirowski, e feita segundo a orientação direta da Irmã Faustina, não deve ser confundida com a pintura feita em 1944 pelo artista Adolfo Hyla, que pintou segundo a sua própria concepção; essa obra encontra-se exposta em Cracóvia, Polônia. O simples cotejo entre ambas revela a autenticidade e superioridade da pintura feita por Eugênio Kazimirowski conforme as indicações de Irmã Faustina.
Eugênio Kazimirowski, Vilnius, Lituânia, 1934.


Santa Faustina, rogai por nós!













quinta-feira, 4 de outubro de 2012

São Francisco de Assis 04/010/2012











4 de Outubro


CONVERSÃO

São Francisco nasceu em Assis, na Itália, no ano de 1182. Seu pai era um rico comerciante de tecidos, o que permitiu a Francisco uma infância e juventude de fartura e a possibilidade de continuar o comércio, como era desejo de seu pai. [Teve à sua disposição uma vida bem sucedida e de prestígio junto aos homens, mas preferiu a gloria de Deus]Quando jovem, Francisco sempre procurou a realização de grandes ideais, destacando-se junto aos amigos com muito entusiasmo. O dinheiro do pai ajudava em seus projetos - vestia as melhores roupas, dispunha de vinho e comida para promover festas entre amigos. Mas ainda assim buscava uma causa, um motivo forte que pudesse defender. [Idealistas como todos jovens;, insatisfação pessoal]Devido às desigualdades sociais ocorreu uma revolta do povo contra os nobres da cidade de Assis. Francisco, assim como muitos jovens da sua época tomaram partido na causa social do povo. Em socorro dos nobres, Perugia, uma cidade vizinha mandou um exercito bem preparado para defender os nobres. Na luta sangrenta, Francisco foi preso (assim como os companheiros jovens de Assis) e dessa forma, permaneceu no cárcere por um ano. Seu pai pagou pela sua libertação. [procura por Ideais sociais]De volta a Assis, doente, enfraquecido e sem projeto de vida, pouco tempo depois, Francisco se empenhou em outro ideal - a igreja buscava voluntários para as suas lutas em defesa dos territórios. Francisco, inspirado nas histórias de heróis e valentes cavaleiros, se inscreveu e se preparou com a melhor armadura de cavaleiro. [procura por Ideais de justiça]Após a partida, na primeira noite em que o exército se reuniu junto à cidade de Espoleto, Francisco, novamente com febre e doente ouviu a Deus que lhe perguntou - "Francisco, a quem deves servir, ao Senhor ou ao servo? Ao Senhor respondeu Francisco! Então, por que trocas o Senhor pelo Servo? Francisco, compreendeu que deveria servir a Deus, abandonou oseu ideal de cavaleiro e retornou a Assis humilhado, recebendo as zombarias. [Despertar de sua vocação]Francisco foi aos poucos se transformando. Passava muitas horas sozinho, buscava lugares isolados no campo e quando encontrava um mendigo, doava o que dispunha no momento. Aos poucos foi se habituando à oração. Na sua conversão, sofria as dúvidas e fraquezas humanas. Num momento difícil da sua vida, Francisco encontrou-se no caminho com um leproso, e diante do horror das feridas e do odor, pensou em fugir. Movido por um grande amor, venceu o obstáculo, voltou-se para o leproso, e o abraçou e beijou, reconhecendo nele um irmão. [Aprofundamento da sua vocação pela oração, e exercício da espiritualidade fraterna e do amor]Numa ocasião também importante, achava-se em oração na Igreja de São Damião - uma capelinha quase destruída - e olhando o crucifixo e examinando as paredes caídas ao redor, compreendeu o pedido de Deus. "Francisco, reconstrói a minha Igreja!" [resposta para uma missão]Para empreender o projeto de reconstruir a Igreja, Francisco retirou recursos do pai. Este, já enfurecido pelas atitudes de Francisco e prevendo o risco de perder o patrimônio nas mãos do filho maluco, abriu um processo perante o Bispo para deserdá-lo. Diante das acusações do pai, na frente do Bispo, e de todos, Francisco tirou as próprias vestes, e nu, as devolveu ao pai dizendo - "Daqui em diante tenho somente um pai, o pai nosso do céu! " [desapego às coisas do mundo, total dedicação a Deus]Francisco passou a reconstruir as igrejinhas caídas, com o seu próprio trabalho, assentando pedras, comendo do que lhe davam na mendicância da rua, e adotou como vestes trapos de eremita. [Conversão no modo de vida]

OS IRMÃOS / DEFINIÇÃO DOS CARISMAS

Depois que reconstruiu a Igreja de São Damião, restaurou também uma capela próxima aos muros de Assis e uma outra, a Igreja de Santa Maria dos Anjos, conhecida como porciúncula (que significa pequena porção de terra). Nesta, São Francisco decidiu permanecer, armando ao lado uma choupana para dormir. [Um simples "lugar" no mundo, sem constituir posses]Com o tempo São Francisco compreendeu que deveria reconstruir a Igreja dos fieis e não somente as Igrejas de pedra. Durante uma missa na leitura do Evangelho ouve e compreende que os discípulos de Jesus não devem possuir ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sandálias... que devem pregar a Paz e a conversão. No dia seguinte os habitantes de Assis viram-no chegar, não mais com roupas de eremita mas com uma túnica simples, uma corda amarrada à cintura e os pés descalços. A todos que encontrava na caminho dizia. A paz esteja com vocês! [Vida de apostolicidade, peregrino]São Francisco passou a falar da vida de Evangelho nos lugares públicos de Assis. Falava e agia com tamanha fé, que o povo que antes o zombara, agora o ouve com respeito e admiração. E assim, o bom Deus, quis que São Francisco tivesse irmãos de conversão. Aos poucos suas palavras foram tocando os corações - o primeiro foi Bernardo um nobre e rico amigo seu; depois Pedro Cattani. Estes, agindo conforme diz o evangelho, doaram tudo o que tinham aos pobres.. [Vida em Fraternidade, partilha, pobreza, desapego dos bens materiais]Quando o grupo chegou a 12 irmãos, São Francisco decidiu ir até Roma e pedir ao Papa autorização para viverem a forma mais pura do Evangelho, conforme o desejo e a escolha que fizeram. O Papa achou que seria muito duro para eles esse modo de vida, porém deu permissão e também autorizou que eles pudessem pregar. Durante esse período de visita, o Papa teve um sinal profético e reconheceu em Francisco, o homem que em seu sonho segurava a Igreja como uma coluna. [Uma regra de vida segundo o próprio Evangelho, Formação da ordem I, Adesão a Igreja]Muitos outros Irmãos foram se juntando ao grupo, desejando viver conforme Francisco. Os frades fizeram suas habitações em choupanas ao redor da Igrejinha da Porciúncula. Dividiam as atividades entre oração, ajuda aos pobres, cuidados aos leprosos, e pregações nas cidades, também se dedicavam às atividades missionários, indo 2 a 2 a lugares distantes e pagãos; eram alegres, pacíficos, amigo dos pobres .[Atividades e valores Franciscanos].Uma grande preciosidade para São Francisco e a Ordem dos Frades Menores veio de uma jovem, de família nobre de Assis, chamada Clara. Ela procurou Francisco pedindo para viver o mesmo modo de vida, segundo o Evangelho. São Francisco ponderou sobre as duras condições que ela estaria se submetendo, mas a recebeu com grande alegria. Clara, depois de se alojar temporariamente num convento Beneditino, foi morar no conventinho ao lado da Igreja de São Damião, (que Francisco havia reconstruído). Ela ajustou o modo de vida dos Frades, para mulheres e recebeu, por sua vez, muitas companheiras de conversão. [Ordem II, igualdade de diretos homens e mulheres]. Muitos Cristãos ouvindo São Francisco, decidiram seguir o seu exemplo e ensinamento, alguns pediam conselhos, e São Francisco os orientava conforme o estado de vida de cada um. Para uma mulher e seu marido, que o procuraram, São Francisco recomendou servir ao Senhor permanecendo em casa. [Pensamento de Francisco que justifica a posterior criação da OFS]

DE ASSIS PARA O MUNDO / FRANCISCANOS HOJE

São Francisco assistiu ao crescimento da Ordem, que se espalhou por diversas partes do mundo. Embora a velhice não tenha chegado, seu corpo frágil se debilitou, agravado por um problema nas vistas que o deixou quase cego. [Embora doente, São Francisco sempre esteve pronto para o trabalho, principalmente a Evangelização].Em certos períodos São Francisco se isolava para orações e jejum. Numa dessas ocasião, num monte chamado Alverne, de rochas gigantescas e escarpadas, o bom Deus quis que ele, que tanto buscou se assemelhar a Jesus, tivesse igualmente as feridas da crucifixão. Com muita dor mas intensa alegria, por ter as marcas de Jesus no próprio corpo, São Francisco recebeu as feridas que se mantiveram vivas até o fim de sua vida, 2 anos depois. [Coroamento de Deus, principalmente uma resposta pela sua fé]Quando desceu o monte, ele que sempre quis caminhar a pé, se permitiu montar num burrinho, tal era a sua debilidade. Quando ele se aproximava das cidades, uma multidão já o aguardava - o povo, principalmente os pobres e doentes, desejava ir ao encontro de São Francisco. [Misericórdia, vontade de estar junto ao povo]Pouco antes de morrer, de passagem por São Damião para despedir-se de Clara e suas irmãs, seu estado se agravou e ele teve que passar a noite ali, numa choupana, sob condições de intenso frio. Pela manhã São Francisco cantava um cântico que compôs em louvor a Deus, e que chamava de Irmão o sol, as estrelas, a lua, a terra, o vento e todas as criaturas. [Universalidade de São Francisco, visão do total, respeito a todas as criaturas]Numa choupana junto à Porciúncula, no anoitecer do dia 3 de outubro de 1226, São Francisco pede aos irmãos que o dispam e o coloquem nu no chão, sobre a terra. Recitando o Salmo 142, que os irmão acompanhavam lentamente, São Francisco morreu cantando.

Fonte: www.ciofs.org