sábado, 17 de novembro de 2012

Isabel da Hungria 17/11/2012






Isabel da Hungria, conheceu e amou Cristo nos pobres


Muito cedo começou Isabel a possuir grandes virtudes. Do mesmo modo como a vida inteira foi
a consoladora dos pobres, era também desde então a providência dos famintos. Determinou a
construção de um hospital, perto de um castelo de sua propriedade, onde recolheu muitos
enfermos e enfraquecidos. A todos que ali iam pedir esmola, distribuiu liberalmente suas
dádivas; e não só ali, mas em todo o território sob a jurisdição de seu marido. Destinou para isto
a renda de quatro dos principados do esposo, e foi ao ponto de mandar vender seus adornos e
vestes preciosas em benefício dos pobres.
Tinha o costume de, duas vezes ao dia, pela manhã e à tarde, visitar pessoalmente seus doentes,
e chegava mesmo a tratar com as próprias mãos os mais repelentes. A alguns deles alimentava,
a outros preparava o leito, a outros até carregava nos ombros. Assim realizava muitas obras de
bondade. Em tudo isto seu marido, de feliz memória, não se mostrava contrariado. Contudo,
após a morte deste, tendendo para a máxima perfeição, rogou-me com lágrimas que lhe
permitisse ir mendigar de porta em porta.
Numa Sexta-feira Santa, desnudados todos os altares, em uma capela de seu castelo onde
acolhera os frades franciscanos, colocou as mãos sobre o altar e, na presença de umas poucas
pessoas, renunciou à própria vontade e a todas as pompas mundanas e a tudo quanto o Salvador
no evangelho aconselhara abandonar. Feito isto, vendo que poderia deixar-se absorver pelo
tumulto do século e glória mundana, naquela terra onde vivera com esplendor em vida do
esposo, seguiu-me contra minha vontade a Marburgo. Nesta cidade construiu um hospital para
doentes e necessitados, chamando à sua mesa os mais miseráveis e desprezados.
Além desta atuação operosa, digo-o diante de Deus, raramente vi mulher mais contemplativa.
Algumas pessoas e mesmo religiosos, na hora de sua oração particular, viram muitas vezes seu
rosto brilhar maravilhosamente e como que raios de sol jorrarem de seus olhos.
Antes da morte ouvi-a em confissão. Indagando-lhe, então, qual o seu desejo em relação ao que
possuía e a seus móveis, respondeu que tudo quanto parecia possuir já pertencia aos pobres e
pediu-me distribuir-lhes tudo, reservando apenas a túnica vulgar que vestia e coma qual queria
ser sepultada. Depois, recebeu o corpo do Senhor e, em seguida, até à hora de Vésperas falou
bastante sobre as ótimas coisas que ouvira no sermão. Finalmente, com toda devoção,
recomendando a Deus todos os presentes, expirou como se adormecesse suavemente.




Oração

Ó Deus, que destes a Santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres,
concedei-nos, por sua intercessão, servir os pobres e aflitos com incansável caridade. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.



Da Carta escrita por Conrado de Marburgo, diretor espiritual de Santa Isabel
(Ad pontificem anno 1232: A. Wys, Hesisches Urkunden-
buch I, Leipzig 1879,31-35)

(Séc.XIII)



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