sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Nossa Senhora do Ó 18/12/2009




O historiador mineiro Augusto de Lima Júnior encontrou no livro "Flores de Maria", do padre Martinho da Silva, sacerdote português, as seguintes informações sobre este título mariano: "Celebrando-se em Toledo, o Concílio Décimo, em que presidiu Santo Eugênio, arcebispo daquela igreja, se determinou que a festa da anunciação se celebrasse e se transferisse para o dia 18 de dezembro, oito dias antes do Natal; depois sucedendo no Arcebispado Santo Ildefonso, sobrinho de Santo Eugênio, e havendo disputado e convencido os hereges que queriam macular a virgindade puríssima da Mãe de Deus, ordenou que a mesma festa se celebrasse nesse dia com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria, e como nas suas vésperas se começam a dizer as Antífonas maiores que principiam pela exclamação ou suspiro - Oh! por isso se chama a esta solenidade de Nossa Senhora do Ó".
Em Portugal, segundo o citado historiador, fonte de nossas origens religiosas o culto de Nossa Senhora do Ó teve início em Torre Vedras, conforme narra Frei Agostinho de Santa Maria em sua obra "Santuário Mariano": "Os egípcios para mostrarem a eternidade pintavam em seus hieróglifos um O".
O mesmo fizeram antes deles os Caldeus; porque a figura rotunda e circular não tem princípio nem fim e não ter princípio nem fim é ser eterno. Esta é a mais perfeita figura que inventou a natureza e conheceu a Arte, porque o globo da terra é circular por isso se chama orbe... Por ser esta figura tão excelente e misteriosa, instituiu a Igreja que a forma da HÓSTIA consagrada fosse de figura circular.
Começou a celebrar a Igreja de Toledo a Expectação do Parto de Nossa Senhora, desejando imitá-la nos imensos e eternos desejos com que suspirava por ver e regalar já em seus braços ao Divino Verbo, e aproveitando-se das saudosas vozes com que o rogavam por tantos séculos os Santos Patriarcas e Profetas (como vemos naquelas sete misteriosas antífonas que começam pela letra O e de que a Igreja usa nas vésperas dos sete dias antes do nascimento de Cristo), concluía o Ofício Divino com umas vozes sem concerto nem harmonia, dizendo todo o clero e todo o povo a gritos - Ó Ó Ó... roda do tempo é pequena e breve; a roda da eternidade é grandiosa, grandíssima e dilatadíssima, e ainda assim a roda do tempo encerra e revolve dentro em si a roda da eternidade porque qual for a vida temporal de cada um, (diz Ambrósio) tal será a eterna.
De modo que a maravilha destas rodas era que sendo a eternidade tão grande e tão imensa, a roda da eternidade se encerrava dentro da roda do tempo. E qual era a carroça de Deus que sobre estas rodas se movia? Não só era Maria Santíssima, como explicam os Santos Padres, mas era a mesma Virgem sinaladamente, no espaço dos nove meses que teve a Deus em seu ventre, assim como o que vai, ou é levado em alguma carroça, não dá passo nem tem outro movimento senão o da carroça. Assim o filho enquanto está nas entranhas da Mãe, não se move de um lugar senão quando se move a mesma mãe. E deste modo se houve ou andou o Cristo em todos os noves meses que se contaram desde a sua Conceição até o seu nascimento.
Destes Ó Ó, teve princípio o intitular-se esta festa, a festa do Ó.


Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.






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