domingo, 8 de maio de 2011

3º Domingo da Páscoa








Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado, chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém” (Lc 24,13).







Os dois discípulos, ao afastarem-se de Jerusalém naquela triste tarde, carregavam sobre seus ombros a dor, a decepção e a inquietação de todos os demais, já que tinham perdido, com a ignominiosa morte de Jesus, o amigo, o mestre, o messias sonhado: “Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas estas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto.... A ele, porém, ninguém o viu” (Lc 24, 21-24). Os dois discípulos exprimem bem a situação do homem e da mulher do nosso tempo: desiludidos pelas falsas seguranças da modernidade, às vezes até mesmo pelo próprio rosto da Igreja, ferido por fraquezas e pecados; à procura de um sentido da vida, de ideais pelos quais lutar, crer, esperar. Jesus primeiro se faz encontro, chegando-se a eles; se faz companheiro de viagem, se interessa pela vida e pelos os problemas deles; os provoca a se manifestarem e a sair do pequeno mundo em que estão fechados. E caminha com eles. ). Mais uma vez, somos surpreendidos pela gratuidade e fantasia com a qual Deus toma a iniciativa; já que ele nos procura para curar nossas feridas, nos reanimar com sua própria vida, a fim que possamos alcançar a felicidade pela qual nos criou. Jesus que se faz companheiro solidário com os dois, cura a sua cegueira (24,16), quebra a máscara das ilusões (Lc 24, 21), os tira fora do sepulcro lacrado pelas falsas esperanças messiânicas, e os coloca definitivamente no caminho certo (Lc 24,31-32). Jesus os ressuscita da morte interior, que estava corroendo as felizes experiências partilhadas com ele no passado e tornadas, de repente, sem sentido e sem perspectivas, pela obscuridade dos últimos acontecimentos (Lc 24, 21.24). O atento e partícipe companheiro desconhecido de viagem os transforma em mensageiros sagazes e corajosos da ressurreição de Jesus e da própria pessoal. Ou melhor, abrindo-lhes os olhos da inteligência interior a novos rumos de vida, os faz testemunhas críveis que Jesus, o crucificado, é o Vivente que doa a vida, pois, ao encontrá-lo e ao vê-lo com os olhos da fé, por ele suscitada, eles mesmos voltaram a viver. Jesus muda radicalmente o horizonte existencial dos discípulos. O assume com generosa solidariedade, e o reinterpreta, porém, à luz autêntica das escrituras e da sua própria experiência pessoal pascal. Revelando seu mistério, Jesus revela aos discípulos a verdade escondida que eles não podiam alcançar por si mesmos: são homens que tem uma visão distorcida do projeto de Deus; estão mortos à esperança, mas ele vai ressuscitá-los. Abre o mesquinho mundo em que estão sepultados e os coloca no vasto horizonte do desígnio de Deus. O dinamismo deste encontro transformador faz os antes cansados e desconfiados viandantes, levantarem-se e voltarem para Jerusalém, agora percebida como o lugar da glória do messias de Deus e o berço da nova humanidade renascida em Jesus e no próprio coração. De fugitivos a testemunhas: eis a radical transformação operada pelo encontro com Jesus através da sua Palavra e do seu Pão da vida! Com uma nova surpresa, Jerusalém não será só o lugar onde fazer brilhar a própria alegria e ressoar o próprio testemunho de Cristo, o Ressuscitado, mas o lugar da recíproca confirmação do mesmo testemunho e da mesma fé, entre todos os membros da comunidade:


Realmente o Senhor ressuscitou!”







Fonte: Zenit



















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