Hoje em toda a Igreja celebramos a Solenidade da Anunciação do Senhor. Hoje, são exatamente nove meses antecedendo o Nascimento do Senhor; por isso a Festa da Anunciação do Senhor. Deus, na Sua infinita misericórdia – mesmo o homem tendo rompido sua relação com Ele – desde sempre teve a iniciativa de buscar o homem, mesmo quando este se rebelava contra o seu Senhor. Com a própria criação, com os patriarcas, passando pelos profetas, acontece o que chamamos de economia da salvação. Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o Seu Filho nascido de uma mulher, sujeito à Lei, para que pudesse restaurar a humanidade. É Cristo Jesus que nasce da Virgem Maria, enviado pelo Pai para salvar a humanidade. É fundamental entendermos que a encarnação do Filho de Deus não é fruto de merecimento nosso, mas pura gratuidade, iniciativa e bondade de Deus. É o Pai que toma a iniciativa – como sempre – de ir ao encontro do homem. Para que a salvação acontecesse era fundamental que Cristo se encarnasse, pois – conforme vão dizer os Santos Padres da Igreja – o que não foi assumido, não pode ser redimido. Cristo assume a nossa humanidade e por isso a redime. Para que a encarnação do Filho de Deus viesse a acontecer, o Pai escolhe uma mulher para tal missão: Maria. Por causa dos méritos de Cristo, Maria é contemplada com todas as prerrogativas e graças especiais para o cumprimento da sua missão: gerar e educar o Filho de Deus, quanto a sua humanidade, para que na Sua divindade e humanidade, sendo uma única Pessoa, pudesse nos salvar. Para tal missão, mesmo Maria sendo cumulada de todas as graças para o cumprimento da sua missão, Deus e a humanidade inteira dependem do “sim” dela; na anunciação, o Anjo Gabriel anuncia-lhe sobre a missão que Deus confia a ela; Maria, com toda a docilidade, dá o seu “sim” para que o Filho de Deus venha. “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim a tua vontade”, diz ela.
É lindo percebermos que toda a Trindade concorre para a Encarnação do Filho: O Pai envia; o Filho assume a missão em obediência ao Pai; o Espírito Santo gera o Filho no seio de Maria. Toda esta maravilha é fruto do amor de Deus e da obediência de uma mulher: Maria, nossa Mãe. Nesta solenidade, somos convidados a um profundo reconhecimento da misericórdia de Deus por nós, assumindo nossa humanidade para nossa salvação, fruto da iniciativa do Pai e louvarmos e agradecermos a Nossa Senhora pelo seu “sim”. A maneira maravilhosa de agradecermos ao Todo-poderoso por tamanho amor é respondermos com amor ao chamado d’Ele em nossa vida. Que possamos responder ao Senhor, como Maria: “Eis aqui o (a) servo (a) do Senhor… Faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova.
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