sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA 05/10/2012














SANTA IRMÃ MARIA FAUSTINA KOWALSKA

Beatificada a 18 de abril de 1993 pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a "Apóstola da Divina Misericórdia", foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.


(1905-1938)
1. Dados biográficos

A Irmã Faustina Kowalski, apóstola da Misericórdia de Deus, é considerada pelos teólogos como fazendo parte dos grandes místicos da Igreja.
Nasceu no dia 25 de agosto de 1905, como a terceira dos dez filhos de uma pobre – mas piedosa – família de aldeões estabelecidos em Glogowiec (Polônia). No batismo, realizado na igreja paroquial de Swinice Warskie, recebeu o nome de Helena. Desde a infância distinguiu-se pela piedade, pelo amor à oração, pela diligência e obediência, e também por uma grande sensibilidade à miséria humana.
Freqüentou a escola, mas não chegou a concluir a terceira séria. Ainda jovem, aos dezesseis anos deixou a casa paterna para ir trabalhar como empregada doméstica em Aleksandrów e Lodz, a fim de angariar meios para sua própria subsistência e ajudar os seus pais.
O chamado da vocação religiosa fez-se sentir desde os sete anos de idade (dois anos antes da Primeira Comunhão), embora seus pais não concordassem com a idéia de que a filha entrasse num convento. Nessa situação, Helena procurava ocultar o chamado divino. Mas foi interpelada pela visão de Cristo sofredor e suas palavras de repreensão. Anos depois escreveria em seu Diário:
"Numa ocasião, eu estava com uma de minhas irmãs num baile. Enquanto todos se divertiam a valer, a minha alma sentia tormentos interiores.
No momento em que comecei a dançar, de repente vi Jesus ao meu lado, Jesus sofredor, despojado de suas vestes, todo coberto de chagas. E que me disse estas palavras: Até quando hei de ter paciência contigo, e até quando tu me decepcionarás?
Nesse momento para mim cessou a música animada. Não vi mais as pessoas que estavam comigo: somente Jesus e eu ali permanecíamos.
Sentei-me, depois, ao lado de minha irmã, disfarcei o que tinha se passado comigo, dando a entender que estava com uma forte dor de cabeça.
Em seguida, afastei-me discretamente dos que me acompanhavam e fui à catedral de S. Estanislau Kostka. Já começava a anoitecer e havia poucas pessoas na catedral. Sem prestar atenção a nada do que ocorria à minha volta, caí de bruços diante do Santíssimo Sacramento e pedi ao Senhor que me desse a conhecer o que devia fazer a seguir.
Então, ouvi estas palavras: Vai imediatamente a Varsóvia e lá entrarás no convento.
Terminada a oração, levantei-me, fui para casa e arrumei as coisas indispensáveis. Da maneira como pude, relatei para a minha irmã o que havia acontecido na minha alma. Pedi que se despedisse por mim de meus pais. E assim, só com a roupa do corpo, sem mais nada, vim para Varsóvia" (Diário, 9).
No interior desta catedral Nosso Senhor chamou Irmã Faustina à vida religiosa.
Bateu em muitas portas de casas religiosas. Todavia, em nenhuma foi admitida. Finalmente, no dia 1º de agosto de 1925, transpôs o limiar da clausura no convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora Mãe da Misericórdia, na Rua Zytnia, em Varsóvia. No seu Diário escreveu,
"Sentia-me imensamente feliz, parecia que havia entrado na vida do paraíso. O meu coração só era capaz de uma contínua oração de ação de graças" (Diário, 17).
Na Congregação recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Realizou o noviciado em Cracóvia. Foi ali que, na presença do bispo Estanislau Rospond, professou tanto os primeiros votos religiosos como, passados cinco anos, os votos perpétuos de castidade, pobreza e obediência. Trabalhou em diversas casas da Congregação, porém permaneceu mais tempo em Cracóvia, Vilnius (capital da Lituânia) e Plock, exercendo as funções de cozinheira, jardineira e porteira.
Não deixava transparecer exteriormente a sua profunda vida mística. Cumpria assiduamente as suas funções, guardando com zelo a regra religiosa. Era recolhida e silenciosa, embora ao mesmo tempo fosse natural, serena, cheia de amor benevolente e desinteressado para com o próximo.
O severo estilo de vida e os extenuantes jejuns que ela se impunha desde antes de ingressar na Congregação, enfraqueceram tão severamente seu organismo que, já no postulado, teve de ser enviada a Skolimow, perto de Varsóvia, para tratamento de saúde. Após o primeiro ano do noviciado vieram as experiências místicas extremamente dolorosas – a chamada noite escura – e depois os sofrimentos espirituais e morais relacionados com o cumprimento da missão que havia recebido de Jesus Cristo.
Irmã Faustina ofereceu a sua vida a Deus em sacrifício pelos pecadores, a fim de salvar as suas almas, e por essa razão foi submetida a numerosos sofrimentos. Nos últimos anos de vida intensificaram-se os sofrimentos interiores da "noite passiva do espírito", bem como os problemas físicos de saúde. Desenvolveu-se a tuberculose, que atacou os pulmões e o estômago. Em razão disso, por duas vezes, e por um período de vários meses, permaneceu em tratamento no hospital de Pradnik, em Cracóvia.
Completamente esgotada fisicamente, mas em plena maturidade espiritual e misticamente unida a Deus, faleceu no dia 5 de outubro de 1938 com fama de santidade, tendo apenas 33 anos de idade, dos quais 13 anos de vida religiosa.
Seu corpo foi sepultado em um túmulo no cemitério do convento, em Cracóvia – Lagiewniki. No período do processo informativo para a sua canonização, em 1966, foi transferido à capela do mesmo convento.
À noite, quando me encontrava na minha cela, vi Nosso Senhor vestido de branco.
Uma das mãos estava erguida para a bênção, e a outra tocava-lhe a túnica, sobre o peito. Da túnica entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um era vermelho e o outro branco.
Em silêncio, eu contemplava o Senhor. A minha alma estava cheia de temor, mas também de grande alegria.
Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós. ... Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte.
... Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benta solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia.
Desejo que os sacerdotes anunciem essa minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim.
Certa vez, cansada das diversas dificuldades que tinha por causa de Jesus falar-me e cobrar-me a pintura da Imagem, decidi firmemente, antes dos votos perpétuos, pedir ao Frei Andrasz que me dispensasse daquelas inspirações interiores e da obrigação de pintar a Imagem.
Depois de me ouvir em confissão, Frei Andrasz deu-me esta resposta: "Não dispenso a Irmã de nada. E a Irmã não pode esquivar-se dessas inspirações interiores. Mas deve, necessariamente, relatar tudo ao confessor, sem falta, porque de outra forma incorrerá em erro, apesar dessas grandes graças de Deus. Neste momento, a Irmã está se confessando comigo, mas saiba que devia ter um confessor permanente, isto é, um diretor espiritual."
Fiquei imensamente preocupada com isso. Pensei que me livraria de tudo, e aconteceu o contrário: uma ordem explícita para atender aos pedidos de Jesus. E agora, um novo tormento, o de ainda não ter um confessor permanente.
Contudo, a bondade de Jesus é infinita e Ele prometeu-me ajuda visível na Terra. Recebi-a em breve, em Vilnius (Lituânia). Reconheci no padre Sopocko essa ajuda de Deus. Antes de chegar a Vilnius, conheci-o por uma visão interior. Certo dia, vi-o na nossa capela entre o altar e o confessionário. Então ouvi uma voz interior: Eis a tua ajuda visível na Terra. Ele te ajudará a cumprir a minha vontade. (Diário, 47-53).
Para Irmã Faustina, a tarefa imposta por Nosso Senhor era simplesmente irrealizável, visto que ela não possuía as aptidões artísticas necessárias para isso. Não obstante, ela procurava ser obediente à vontade de Jesus e tentava pintar o quadro da forma como podia, mas sem resultado.
Por um lado, a insistência de Nosso Senhor para que ela realizasse essa tarefa; e, por outro lado, a descrença dos confessores e dos superiores, tornaram-se para Irmã Faustina um grande sofrimento pessoal.
Após três anos de permanência em Plock, ela foi transferida a Varsóvia, Polônia. No entanto, também ali continuou preocupada com a incumbência que Jesus lhe deu, ainda não realizada. Nosso Senhor lhe fez sentir como nos planos divinos era importante a realização da tarefa que dela estava esperando:
"De repente vi o Senhor, que me disse: Fica sabendo que, se negligenciares a tarefa da pintura dessa Imagem, e de toda a obra da misericórdia, serás responsável por um grande número de almas no dia do Juízo." (Diário, 154).
Depois de professar os votos perpétuos, Irmã Faustina foi transferida para Vilnius (Lituânia). Lá se encontrou com o seu diretor espiritual, o Pe. Sopocko, que previamente lhe havia sido anunciado por uma visão interior, o qual empreenderá a tentativa de concretizar os pedidos de Nosso Senhor.
"Levado mais pela curiosidade de ver que Imagem seria essa, do que pela crença na veracidade dessas visões, pedi ao pintor Eugênio Kazimirowski que pintasse esse quadro" (Pe. Sopocko, Memórias).
O Pe. Miguel Sopocko informou parcialmente o pintor a respeito da missão de Irmã Faustina. Exigiu dele, entretanto, o compromisso de manter segredo a esse respeito.
Eugênio Kazimirowski, famoso e hábil pintor, mostrou-se digno de pintar a Imagem de Jesus Misericordioso. Concluiu seus estudos artísticos em Cracóvia, sob a orientação de Luszczakiewicz, Axentowicz e Wyczólkowski. Como bolsista, esteve em Lvov, Munique e Paris. Aprofundou também as suas aptidões na Academia S. Lucas em Roma.
Pintar sob orientação significava renunciar à própria visão artística, em prol de uma execução fiel do que lhe era relatado por Irmã Faustina, que vinha ao ateliê do pintor ao menos uma vez por semana, durante seis meses, a fim de sugerir detalhes e apontar os erros.
Ela estava buscando uma execução fiel da imagem de Jesus Misericordioso, de acordo com a vontade divina, e segundo o modelo que lhe havia sido revelado na visão.
Da pintura da Imagem participou ativamente o Pe. Sopocko, que, a pedido do pintor, posou vestindo uma alva. O tempo da pintura serviu de ocasião para uma interpretação mais profunda do seu conteúdo. As questões controvertidas eram decididas pelo próprio Jesus Cristo (Diário 299; 326; 327; 344). Foi muito eloqüente um diálogo de Irmã Faustina com Nosso Senhor a respeito do quadro pintado:
"Quando fui à casa daquele pintor que estava pintando a Imagem, e vi que ela não era tão bela, como o é Jesus, fiquei muito triste com isso, mas escondi essa mágoa no fundo do meu coração. … A Madre Superiora ficou na cidade para resolver diversos assuntos e eu voltei para casa sozinha. Imediatamente dirigi-me à capela e chorei muito. Eu disse ao Senhor: Quem vos pintará tão belo como sois? Então ouvi estas palavras: O valor da Imagem não está na beleza da tinta, nem na habilidade do pintor, mas na minha graça." (Diário, 313).[1]
Desse diálogo emana a sinceridade de Irmã Faustina, agraciada com dons sobrenaturais, que em suas vivências místicas via a beleza do Salvador ressuscitado. Por diversas vezes Nosso Senhor lhe apareceu da forma como se encontra na Imagem (Diário 473; 500; 851; 1046; 1565). E também pediu várias vezes que essa Imagem ficasse acessível para o culto público. Isso confirma que Ele aceitou a Imagem, conforme estava pintada no quadro, aprovando-a, ao aparecer para Irmã Faustina nessa mesma forma.
Nos dias 26 a 28 de abril de 1935, graças ao empenho do Pe. Sopocko, a efígie do Salvador Misericordioso recebeu, pela primeira vez, a veneração dos numerosos fiéis, que rezavam durante as solenidades do encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo. Essa solenidade coincidiu com o primeiro domingo depois da Páscoa, como havia pedido Nosso Senhor. Irmã Faustina participou dela. O sermão sobre a Misericórdia Divina foi pregado pelo Pe. Sopocko.
Ao fundo, o grande vitral de Ostra Brama. Sobre ele, em 1935, foi exposta a Imagem de Jesus Misericordioso.
"Por admirável desígnio, aconteceu tudo como o Senhor pedira: a primeira veneração que a Imagem recebeu das multidões foi no primeiro Domingo depois da Páscoa. Durante três dias ficou exposta publicamente. Recebeu o culto dos fiéis em Ostra Brama (Ausros Vartai), exposta na parte superior do grande vitral; por isso, podia ser vista de muito longe."
Na capela-santuário de Ostra Brama,[2] em Vilnius, Lituânia, foi comemorado solenemente, durante esses três dias, o encerramento do Jubileu da Redenção do Mundo – os 1900 anos da Paixão do Salvador.
"Agora vejo que a obra da Redenção está ligada com a obra da misericórdia, que o Senhor está exigindo" (Diário, 89).
"Quando a Imagem foi exposta, vi o braço de Jesus fazer um movimento e traçar um grande sinal da cruz. Nesse mesmo dia, (...) vi como essa Imagem pairava sobre uma cidade, e essa cidade estava coberta de fios e de redes. À medida que Jesus ia passando, cortava todas essas redes e, no fim, traçou um grande sinal da cruz e desapareceu..." (Diário, 416).
"Quando estava em Ostra Brama, durante as solenidades em que a Imagem foi exposta, assisti o sermão que foi pronunciado por meu confessor (Pe. Sopocko). O sermão tratava da misericórdia de Deus, sobre a qual Jesus insistia há tanto tempo. Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do Senhor, a Imagem tornou-se como que viva, e os raios penetravam no coração das pessoas ali reunidas, embora não na mesma medida. Uns recebiam mais, outros menos. Uma grande alegria inundou minha alma ao ver a graça de Deus" (Diário, 417).
"Quando estava se encerrando a celebração e o sacerdote segurou o Santíssimo Sacramento para dar a bênção, então vi Jesus tal como está pintado na Imagem. O Senhor deu a Sua bênção e os dois raios espalharam-se pelo mundo inteiro. Então, vi uma claridade impenetrável, sob a forma de uma casa de cristal, tecida de ondas de claridade inacessível a nenhuma criatura, nem espírito. A essa claridade conduziam três portas – e nesse momento Jesus, como aparece na Imagem, entrou nessa claridade pela segunda porta – no interior da Unidade" (Diário, 420). [3]
"Os dois raios (na Imagem) representam o Sangue e a Água: o raio branco significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da minha misericórdia, quando na Cruz o meu Coração agonizante foi aberto pela lança (...). Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299).
"Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário, 570).
As solenidades de Ostra Brama foram a manifestação pública do poder da Divina Misericórdia. Para Irmã Faustina, representaram o sinal e a concessão das graças previamente prometidas.
Em sua correspondência posterior com o Pe. Sopocko, Irmã Faustina escreve: "Deus me deu a conhecer que está satisfeito com o que já foi feito. Mergulhando na oração e na proximidade de Deus, senti em minha alma uma profunda paz quanto ao conjunto dessa obra. (...) E agora, no que diz respeito a essas imagens (pequenas cópias), (...) aos poucos as pessoas as vão comprando, e muitas almas já alcançaram a graça divina que brotou dessa fonte. Como tudo, também esta obra vai progredir aos poucos. Esses santinhos não são tão bonitos como aquela imagem grande, mas são comprados por aqueles que se sentem atraídos pela graça divina..." (Carta, Cracóvia, 21 de fevereiro de 1938).
No dia 4 de abril de 1937, com a autorização do metropolita de Vilnius, o arcebispo Romualdo Jalbrzykowski, e após uma opinião positiva dos peritos, a Imagem de Jesus Misericordioso foi benta e exposta na igreja de São Miguel, em Vilnius, onde começou a ser alvo de veneração cada vez maior. Em 1941 uma comissão de peritos, convocada a pedido do metropolita, declarou que ”essa imagem foi executada artisticamente e constitui um precioso patrimônio da arte religiosa contemporânea”. (Protocolo da Comissão relacionado com a avaliação e a preservação da imagem do Salvador Misericordiosíssimo na igreja de São Miguel em Vilnius, do dia 27 de maio de 1941, assinado pelos peritos: professor de História da Arte, Dr. M. Morelowski; professor de Teologia Dogmática, Pe. Dr. L. Puchaty; e o conservador, Pe. Dr. P. Sledziewski).
”Ofereço aos homens um vaso,
com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia.
Esse vaso é a Imagem com a inscrição Jezu, ufam tobie –Jesus, eu confio em Vós”
(Diário, 327).
Em conseqüência das operações de guerra (1939-1945), a imagem de Jesus Misericordioso permaneceu na Lituânia, que foi dominada pela URSS, e por algumas dezenas de anos tornou-se inacessível aos romeiros. Apesar das muitas ameaças – por muitos anos a imagem permaneceu escondida num sótão, enrolada, guardada num ambiente úmido e frio, e diversas vezes foi restaurada sem o uso da técnica especializada –, por uma milagrosa intervenção divina nada sofreu durante os tempos do comunismo.
Sabe-se através dos depoimentos pessoais do Pe. Sopocko (conservados em fitas cassete), que ele concedeu à Irmã Faustina total liberdade para dirigir o trabalho do pintor.
Ao mesmo tempo, em seus depoimentos ele confirma que a imagem foi pintada exatamente de acordo com as orientações dela. O extraordinário cuidado na execução da Santa Efígie do Salvador, gravada na memória de Irmã Faustina, é confirmado pelo fato de que a efígie pintada corresponde perfeitamente às proporções e à figura estampada no Sudário de Turim.
Tiveram influência negativa na aparência da Imagem os trabalhos de conservação, que por diversas vezes foram realizados de maneira não profissional. A camada de parafina imposta então na Imagem, ainda que tivesse diminuído sensivelmente os efeitos da umidade, provocou a mudança nos matizes das suas cores originais. Essas intervenções por muitos anos encobriram os valores artísticos da Imagem.
Após um grande trabalho de primorosa restauração realizado em 2003, a Imagem recuperou a eloqüência visível da mensagem. A bela figura do Salvador Misericordioso, que se apresenta no espaço escuro, conduz a atenção das pessoas para a luz dos raios de misericórdia, que brotam do Coração aberto na Cruz.
Entretanto, esta primeira Imagem de Jesus Misericordioso, exposta a partir de 1987 na igreja do Espírito Santo em Vilnius, não despertou especial interesse, tanto dos peregrinos como das autoridades eclesiásticas. A falta de condições adequadas da exposição da Imagem contribuiu para novas mudanças desfavoráveis em sua matéria. Somente a partir de julho de 2001, com o consentimento do Pe. Miroslau Grabowski, pároco da igreja do Espírito Santo, a Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso pôde envolver com a sua proteção essa singular e valiosa Imagem.
Há algumas dezenas de anos, esta Congregação se empenha pela propagação da primeira Imagem de Jesus Misericordioso, daquela que surgiu na atmosfera do milagre divino, da oração e do sofrimento de Irmã Faustina, da sua presença e co-participação.
Graças aos empenhos e à dedicação das Irmãs, em abril de 2003 foi realizada a restauração geral da Imagem, que se realizou na casa da Congregação em Vilnius. Dela foram retirados todos os acréscimos pintados, foram consertadas as partes danificadas e removidas as manchas que haviam surgido em conseqüência de umidade e de tentativas de removê-las com produtos químicos. Em conseqüência da restauração realizada, devolveu-se à Imagem o seu aspecto primitivo.
Apesar de ter sido realizada uma restauração geral, o estado do seu material ficou sensivelmente prejudicado, razão pela qual deve ser exposta em condições adequadas e de acordo com as recomendações dos técnicos. A restauração foi realizada pela Sra. Edite Hankowski-Czerwinski, de Wloclawek (Polônia), restauradora de obras de arte, formada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Nicolau Copérnico, de Torun (Polônia).
Desde 2005 a Imagem é venerada na mesma capela-santuário de Ostra Brama, hoje Santuário da Misericórdia Divina, em Vilnius. A primitiva Imagem, pintada pelo pintor Eugênio Kazimirowski, e feita segundo a orientação direta da Irmã Faustina, não deve ser confundida com a pintura feita em 1944 pelo artista Adolfo Hyla, que pintou segundo a sua própria concepção; essa obra encontra-se exposta em Cracóvia, Polônia. O simples cotejo entre ambas revela a autenticidade e superioridade da pintura feita por Eugênio Kazimirowski conforme as indicações de Irmã Faustina.
Eugênio Kazimirowski, Vilnius, Lituânia, 1934.


Santa Faustina, rogai por nós!













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