terça-feira, 28 de agosto de 2012
Santo Agostinho, bispo 28/08/2012
Ó eterna verdade e verdadeira caridade
e cara eternidade!
Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te
fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da
alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terena e evidente para todo
ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais
brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas
outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente
como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu,
mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e
noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda
não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a
força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que
ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me
mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava
até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é
Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o
caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à
minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua
sabedoria, pela qual tudo criaste.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E
aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não
contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti.
Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha
cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede.
Tocaste-me e ardi por tua paz.
Oração
Renovai, ó Deus, na vossa Igreja aquele espírito com o qual cumulastes o bispo Santo
Agostinho para que, repletos do mesmo espírito, só de vós tenhamos sede, fonte da verdadeira
sabedoria, e só a vós busquemos, autor do amor eterno. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte Liturgia das Horas: Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Santa Mônica e Santo Agostinho 27 e 28/08/2012
Santa Mônica
Mônica nasceu em 331 na cidade de Tagaste norte da África. Hoje em dia sua cidade natal se situaria na atual Argélia. Mônica nasceu no seio de uma família cristã e, contrariamente ao costume de sua época, foi-lhe permitido estudar, o que ela
aproveitou para ler e meditar a Sagrada Escritura. Desde muito cedo dedicou sua vida a ajudar os pobres. Ela os visitava com freqüência, levando conforto por meio da Palavra de Deus. Sua vida de esposa foi muito difícil. O marido era um jovem pagão muito rude, de nome Patrício, que a maltratava.
Mônica suportou tudo em silêncio e mansidão. Encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo. E Deus recompensou sua dedicação pois ela pôde assistir ao batismo do marido, que se converteu sinceramente um ano antes de morrer.Tiveram dois filhos, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Agostinho foi sua grande preocupação, motivo de amarguras e muitas lágrimas.
Mesmo dando bons conselhos e educando os filhos nos princípios da religião cristã, a vivacidade, inconstância e o espírito de insubordinação de Agostinho fizeram com que a sábia mãe adiasse o seu batismo, com receio que ele profanasse o sacramento.Isso provavelmente teria acontecido porque Agostinho, aos dezesseis anos, saindo de casa para continuar os estudos, tomou o caminho dos vícios.
O coração de Mônica sofria muito com as notícias dos desmandos do filho e por isso redobrava as orações e penitências. Certa vez ela foi pedir os conselhos de um bispo. Este a consolou dizendo:
“Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”.
Agostinho tornou-se um brilhante professor de retórica em Cartago. Mas, procurando fugir da vigilância da mãe aflita, às escondidas embarcou em um navio para Roma e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica. Mônica, desejando a todo custo ver a recuperação do filho, viajou também para Milão, onde, finalmente e aos poucos, terminou seu sofrimento.Isso porque Agostinho - no início por curiosidade e retórica, depois por interesse espiritual - tinha se tornado frequentador dos envolventes sermões de santo Ambrósio. Foi assim que Agostinho se converteu e recebeu o batismo, junto com seu filho Adeodato. Assim, Mônica colhia os frutos de suas orações e de suas lágrimas.
Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu. Era 27 de agosto de 387 e ela tinha cinqüenta e seis anos. Forte de ânimo, ardente na fé, firme na esperança, de inteligência brilhante, sensibilíssima às exigências da convivência, assídua na oração e na meditação da Sagrada Escritura, ela encarna o modelo de esposa ideal e mãe cristã.
As “Confissões” - uma das grandes obras escritas pelo Filho de Tantas Lágrimas - descrevem sua figura de mãe cristã e contemplativa, atenta aos desejos dos humildes e pobres. Agostinho converte-se, assim, no autêntico biógrafo de sua vida, dando-nos verdadeiras revelações de sua mãe. Ela é apresentada como uma boa mãe, eficaz sempre com todos e com uma profunda educação cristã. Mônica é uma mulher de grandes intuições e de extraordinária virtude natural e sobrenatural, admirável por sua particular fortaleza de ânimo, inteligência aguda, grande sensibilidade, respeitosa e paciente com todos.
O papa Alexandre III confirmou o tradicional culto a santa Mônica em 1153, quando a proclamou Padroeira das Mães Cristãs. A sua festa deve ser celebrada no mesmo dia em que morreu. O seu corpo, venerado durante séculos na igreja de Santa Áurea, em Óstia, em 1430 foi transladado para Roma e depositado na igreja de Santo Agostinho.
Santo Agostinho
Aurelius Augustinus, mais conhecido como SANTO AGOSTINHO nasce em TAGASTE DE NUMÍDIA, província romana ao norte da África em 13 de novembro de 354; primogênito do pagão Patrício e da fervorosa cristã Mônica. Criança alegre, buliçosa, entusiasta do jogo, travessa e amante da amizade, não gosta muito de estudar porque os mestres usam métodos agressivos e não são sinceros. Ante os adultos se revela como "um menino de grandes esperanças", com inteligência clara e coração inquieto.
Africano pela lei do solo, romano pela cultura e língua, e cristão por educação. AGOSTINHO, jovem, de temperamento impulsivo e veemente, se entrega com afinco ao estudo e aprende toda a ciência do seu tempo. Chega a ser brilhante professor de retórica em Cartago, Roma e Milão.
Sedento de Verdade e Felicidade
Em sua busca afanosa vive longos anos com ânimo disperso. Vazio de Deus e agarrado pelo pecado, a vontade "sequestrada", errante e peregrina, "enganado e enganador".
Mas, seu coração, sempre aberto à verdade, chega ao encontro da graça pelo caminho da interioridade, apoiado pelas orações de sua mãe, que na infância lhe havia marcado com o sinal da cruz.
Coração Sempre Jovem
Estando em Milão, no seu horto; uma voz infantil o anima - "TOMA E LÊ" - a ler as Escrituras, ficando de repente iluminada a sua inteligência com uma luz de segurança e satisfazendo o seu coração - CORAÇÃO HUMANO - coração grande de jovem; era o outono do ano 386.
Deixando a docência, retira-se a CASSICÍACO, recinto de paz e silêncio e põe em prática o Evangelho em profunda amizade compartilhada: vida de quietude, animada somente pela paixão à Verdade. Assim se prepara para ser batizado na Primavera de 387 por Santo Ambrósio.
Inspirador da Vida Religiosa
De novo em Tagaste - a mãe morre no porto de Roma - vende suas posses e projeta seu programa de vida comum: probreza, oração e trabalho. Por seus dotes naturais e títulos de graça, cresce em torno dele um grupo de amizade e funda para a história o Monacato Agostiniano.
No ano 391 é proclamado sacerdote pelo povo, e cinco anos mais tarde, os cristãos de Hipona o apresentam para o Episcopado. Consagrado BISPO DE HIPONA - título de serviço e não de honra - converte a sua residência em casa de oração e tribunal de causas. Inspirador da vida religiosa, pastor de almas, administrador de justiça, defensor da Fé e da Verdade. Prega e escreve de forma infatigável e condensa o pensamento do seu tempo.
O Primeiro Homem Moderno
Em 429 os vândalos, guiados por Genserico atravessam o Estreito de Gibraltar e atacam o norte africano. AGOSTINHO "cercado com o seu povo" sente amargura e luto, alenta o ânimo de seus fiéis e os convida à defesa. No terceiro mês do assédio, aos 76 anos de vida, em 28 de agosto de 430, começa a viver na Cidade de Deus uma vida mais nobre.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
São Bartolomeu, apóstolo 24/08/2012
Neste dia, festejamos a santidade de vida de São Bartolomeu, apóstolo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que na Bíblia é citado com o nome de Natanael (que significa dom de Deus). Os três Evangelhos sinópticos chamam-lhe sempre Bartolomeu ou Bar-Talmay (filho de Talmay em aramaico). Nasceu em Caná da Galiléia, naquela pequena aldeia onde Jesus transformou a água em vinho.
Bartolomeu é modelo para quem quer se deixar conduzir pelo Senhor, pois, assim encontramos no Evangelho de São João: "Filipe vai ter com Natanael e lhe diz: 'É Jesus, o filho de José de Nazaré'". Depois de externar sua sinceridade e aproximar-se do Cristo, Bartolomeu ouviu dos lábios do Mestre a sua principal característica: "Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento" (Jo 1,47).
Pertencente ao número dos doze, São Bartolomeu conviveu com Jesus no tempo da vida pública e pôde contemplar no dia-a-dia o conteúdo de sua própria profissão de fé: "Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel". Depois da Paixão, glorificação do Verbo e grande derramamento do Espírito Santo em Pentecostes, conta-nos a Tradição que o apóstolo Bartolomeu teria evangelizado na Índia, passado para a Armênia e, neste local conseguido a conversão do rei Polímio, da esposa e de muitas outras pessoas, isto até deparar-se com invejosos sacerdotes pagãos, os quais martirizaram o santo apóstolo, após o arrancarem a pele, mas não o Céu, pois perseverou até o fim.
São Bartolomeu, rogai por nós!
Oração à São Bartolomeu
Glorioso São Bartolomeu, modelo sublime de virtude e puro frasco das graças do Senhor! Proteja este seu servo que humidamente se ajoelha a seus pés e implora que tenha a bondade de pedir por mim junto ao trono do Senhor.
São Bartolomeu, use todos os recursos para me proteger dos perigos que diariamente me rodeiam! Lance seu escudo protetor em minha volta e me proteja do meu egoísmo e de minha indiferença a Deus e ao meu vizinho.
São Bartolomeu , me inspire em imita-lo em todas as minhas ações. Derrame em mim suas graças para que eu possa servir e ver a Cristo nos outros e trabalhar para a Vossa maior gloria.
Graciosamente obtenha de Deus os favores e as graças que eu muito necessito, nas minha misérias e aflições da vida. Eu aqui invoco sua poderosa intercessão, confiante na esperança que ouvirás minhas orações e que obtenha para mim esta especial graça e favor que eu reclamo de seu poder e bondade fraternal, e com toda a minha alma imploro que me conceda a graça ...(mencionar aqui a graça desejada ), e ainda a graça da salvação de minha alma e para que eu viva e morra como filho de Deus, alcançando a doçura do Vosso amor e a eterna felicidade. Amem
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
SANTA ROSA DE LIMA, VIRGEM 23/08/2012
SANTA ROSA DE LIMA, VIRGEM
Padroeira da América Latina
Festa
Nasceu em Lima (Peru) no ano 1586; já durante o tempo que viveu em sua casa, dedicou-se de modo invulgar à prática das virtudes cristãs; mas quando tomou o hábito da Ordem Terceira de São Domingos, fez os maiores progressos no caminho da penitência e da contemplação mística. Morreu no dia 24 de agosto de 1617.
Dos Escritos de Santa Rosa de Lima, virgem
Conheçamos a supereminente caridade da ciência de Cristo.
O Senhor Salvador levantou a voz e com incomparável majestade disse: “Saibam todos que
depois da tribulação se seguirá a graça; reconheçam que sem o peso das aflições não se pode
chegar ao cimo da graça; entendam que a medida dos carismas aumenta em proporção da
intensificação dos trabalhos. Acautelem-se os homens contra o erro e o engano; é esta a única
verdadeira escada do paraíso e sem a cruz não há caminho que leve ao céu”.
Ouvindo estas palavras, penetrou-me um forte ímpeto como de me colocar no meio da praça e
bradar a todos, de qualquer idade, sexo e condição: “Ouvi, povos; ouvi, gentes. A mandado de
Cristo, repetindo as palavras saídas de seus lábios, quero vos exortar: Não podemos obter a
graça, se não sofrermos aflições; cumpre acumular trabalhos sobre trabalhos, para alcançar a
íntima participação da natureza divina, a glória dos filhos de Deus e a perfeita felicidade da alma”.
O mesmo aguilhão me impelia a publicar a beleza da graça divina; isto me oprimia de angústia
e me fazia transpirar e ansiar. Parecia-me não poder mais conter a alma na prisão do corpo, sem
que, quebradas as cadeias, livre, só e com a maior agilidade fosse pelo mundo, dizendo: “Quem
dera que os mortais conhecessem o valor da graça divina, como é bela, nobre, preciosa; quantas
riquezas esconde em si, quantos tesouros, quanto júbilo e delícia! Sem dúvida, então, eles
empregariam todo o empenho e cuidado para encontrar penas e aflições! Iriam todos pela terra a
procurar, em vez de fortunas, os embaraços, moléstias e tormentos, a fim de possuir o
inestimável tesouro da graça. É esta a compra e o lucro final da paciência. Ninguém se queixaria da cruz nem dos sofrimentos que lhe adviriam talvez, se conhecessem a balança, onde
são pesados para serem distribuídos aos homens”.
Oração
Ó Deus, que inspirastes Santa Rosa de Lima, inflamada de amor, a deixar o mundo, a servir os
pobres e a viver em austera penitência, concedei-nos, por sua intercessão, seguir na terra os
vossos caminhos e gozar no céu as vossas delícias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo. Amém
(Ad medicum Castilo: edit. L. Getino, La Patrona deAmérica, Madrid 1928, pp. 54-55) (Séc.XVI)
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Nossa Senhora Rainha 22/08/2012
Nossa Senhora, verdadeira Mãe de Jesus Cristo, Rei do Universo, é invocada hoje com o título de Rainha do Céu e da Terra. Antigamente a festa da realeza de Nossa Senhora era celebrada no dia 31 de maio. A liturgia sagrada já invoca a Mãe de Deus com os títulos de Rainha dos Anjos, dos Patriarcas, dos Profetas, dos Apóstolos, dos Mártires, dos Confessores, das Virgens, de todos os Santos, Rainha Imaculada, Rainha do Santíssimo Rosário, Rainha da Paz e Rainha Assunta ao Céu. Este título de Rainha exprime então o pensamento de a Santíssima Virgem se avantajar a todas as ordens de santidade e de virtude, Rainha dos meios que levam a Jesus Cristo, e de que, sendo Rainha assunta ao Céu, já era sobre a terra, isto é, Rainha reconhecida pela terra e pelo céu como sendo a criatura mais perfeita e mais avantajada em toda a santidade e semelhança de Deus Criador! Mas, quando falamos no título da Realeza de Maria Santíssima, trata-se da Realeza que Lhe cabe por direito como Soberana, deduzida das suas relações com Jesus Cristo, Rei por direito de tudo o criado, visível e invisível, no céu e na terra. Efetivamente as prerrogativas de Jesus Cristo tem todas os seus reflexos na Santíssima Virgem, Sua Mãe admirável: Assim Jesus Cristo é o Autor da graça, e Sua Mãe é a dispenseira e intercessora de todas as graças; Jesus Cristo está unido à Santíssima Virgem pelas suas relações de Filho e nós, corpo místico de Jesus Cristo, estamos também unidos a Sua Mãe pelas relações que Ela tem conosco como Mãe dos homens. E assim, pelo reflexo da Realeza de Jesus Cristo, seu filho, Ela é Rainha do céu e da terra, dos Anjos e dos homens, das famílias e dos corações, dos justos e dos pecadores que, na Sua Misericórdia real, encontram perdão e refúgio. Oh! Se os homens aceitassem, de verdade prática, a Realeza da Santíssima virgem, em todas as nações, em todos os Lares e realmente pelo seu governo maternal regulassem os interesses deste mundo material, buscando primeiro que tudo o Reino de Deus, o Reino de Maria Santíssima, obedecendo aos seus ditames e conselhos Reais, como depressa se mudaria a face da terra! Todas as heresias foram, em todos os tempos, vencidas pelo cetro da Santíssima Mãe de Deus. Nesses nossos tempos, tão conturbados pelas sumas das heresias, os homens debatem-se numa pavorosa luta em que vemos e apalpamos, da maneira mais trágica, serem insuficientes os meios humanos para restabelecer a paz na sociedade humana! De resto, demasiado puderam os homens a sua confiança nos sistemas sociais, nos meios do progresso científico, no poder das armas de destruição, no terrorismo, e tudo isso só serviu para o mundo assistir agora desorientado à maldição profetizada aos homens que põem a sua confiança nos homens, afastando-se de Deus e da ordem sobrenatural da graça! Maria Santíssima, Rainha do Céu e da terra, foi sempre a vencedora de todas as batalhas de Deus: Voltem-se os governantes do mundo para Ela e o Seu cetro fará triunfar a causa do bem, com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus!
ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII SOBRE A FESTA DE NOSSA SENHORA RAINHA
O Papa pio XII, em encíclica dirigida aos membros do episcopado a respeito da Realeza de Maria, recorda que o povo cristão sempre se dirigiu à Rainha do céu nas circunstâncias felizes e sobretudo nos períodos graves da história da Igreja. Antes de anunciar a sua decisão de instituir a festa litúrgica da “Santa Virgem Maria Rainha”, assinalou o Papa: “Não queremos propor com isso ao povo cristão uma nova verdade e acreditar, porque o próprio título e os argumentos que justificam a dignidade real de Maria já foram abundantemente formulados em todos os tempos e encontram nos documentos antigos da Igreja e nos livros litúrgicos. Tencionamos apenas chamá-lo com esta encíclica a renovar os louvores à nossa Mãe do céu, para reanimar em todos os espíritos uma devoção mais ardente e contribuir assim para o seu bem espiritual” Pio XII cita em seguida as palavras dos doutores e santos que desde a origem do Novo testamento até os nossos dias salientaram o caráter soberano, real, da Mãe de Deus, co-redentora: Santo Efrém, São Gregório de Naziano, Orígenes, Epifânio, Bispo de Constantinopla, São Germano, São João Damasceno, até Santo Afonso Maria de Ligório. Acentua o Santo Padre que o povo cristão através das idades, tanto no oriente quanto no ocidente, nas mais diversas liturgias, cantou os louvores de Maria, Rainha dos Céus. “A iconografia, disse o Papa, para traduzir a dignidade real da bem-aventurada Virgem Maria, enriqueceu-se em todas as épocas com obras de arte do maior valor. Ela chegou mesmo a representar o divino Redentor cingindo a fronte de sua Mãe com uma coroa refulgente”.Na última parte do documento o Papa declara que tendo adquirido, após longas e maduras reflexões, a convicção de que decorrerão para a Igreja grandes vantagens dessa verdade solidamente demonstrada”, decreta e institui a festa de Maria Rainha, e ordena que nesse dia se renove a consagração do gênero humano do Coração Imaculado na Bem-Aventurada Virgem Maria “porque nessa consagração repousa uma viva esperança de ver surgir uma era de felicidade que a paz cristã e o triunfo da religião alegrarão”.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Papa Pio X 21/08/2012
Papa São Pio X Giuseppe Melchiorre Sarto (02/06/1835 - 20/08/1914)
Papa católico (1903-1914) nascido em Riese, Treviso, região da Itália então pertencente ao império austríaco, cuja atuação foi caracterizada por atitudes conservadoras e intransigentes.
O segundo de doze filhos, nasceu em uma família modesta, cujo o pai era funcionário pública e a mãe, costureira, depois de ingressar no Seminário de Pádua, foi consagrado padre em 18 de setembro (1858), em Castelfranco Veneto.
Foi nomeado Capelão de Tombolo, diocese de Treviso (1858) e, em seguida, foi pároco de Salzano, em Veneza (1867-1875), quando foi nomeado cônego da Catedral de Treviso, chanceler episcopal e diretor espiritual do Seminário, até ser nomeado bispo de Mântua (1884) pelo papa Leão XIII.
O mesmo Leão XIII nomeou-o Cardeal e Patriarca de Veneza (1893), como sucessor do cardeal Domenico Agostini, contudo, só pôde realizar o ingresso solene na cidade em 24 de novembro do ano seguinte, pois só então recebeu o exequatur do Governo italiano, que desfrutava de um direito de juspatronato sobre o Patriarcado veneziano.
Em Veneza ganhou muito prestígio no clero católico e entre os civis e, assim, foi eleito papa (1903). Indiferente às reformas sociais em curso, desenvolveu um papado extremamente conservador, concentrando sua atenção nos problemas apostólicos em defesa do catolicismo romano.
Com a encíclica O firme propósito permitiu que os católicos italianos participassem das eleições políticas. Dedicou-se particularmente à vida interna da Igreja para preservar a integridade da doutrina católica, ameaçada pelas novas correntes radicais no campo filosófico, teológico e bíblico, de inspiração modernista, e adotou rigorosas medidas contra eclesiásticos e leigos suspeitos de aderir a essa tendência.
Reprimiu diretamente o modernismo com a encíclica Pascendi Dominici gregis (1907), não aceitou os democratas-cristãos e rejeitou a separação entre a igreja e o estado.
Deu início à reforma e à reorganização da Cúria romana (1908) e excomungou (1909) o sacerdote R. Murri, animador do movimento da Democracia Cristã, e dissolveu (1910) o grupo francês do Sillon, liderado por Marc Sangnier. Incentivou a administração do sacramento da eucaristia, condenou a emancipação política e intelectual dos fiéis, e reformou a liturgia e a música sacra.
Tornou-se um dos precursores da Ação Católica, organização de jovens trabalhadores católicos voltada para a participação dos leigos no apostolado da hierarquia eclesiástica. Promoveu reformas litúrgicas e, também, desenvolveu a adaptação e a sistematização da lei canônica que resultou na publicação póstuma de um novo código, o Codex iuris canonici (1918), em Roma.
Em seu pontificado realizaram-se inovações relativas à administração dos sacramentos e à liturgia como decretos sobre a Eucaristia, reforma do canto gregoriano e do Breviário. Em resumo, um ato importante de seu pontificado foi a condenação dos erros e dos desvios, resumidos no termo modernismo, com a encíclica Pascendi Dominici Gregis (1907), porém sua principal obra foi o encaminhamento para uma nova codificação de todo o direito eclesiástico.
Foi substituído por Benedito XV (1914-1922); beatificado (1951); canonizado (1954) pelo papa Pio XII e é festejado em 21 de agosto.
.Fonte: http://www.sobiografias.hpg.ig.com.br/PPPio_10.html
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
SÃO BERNARDO DE CLARAVAL 20/08/2012
SÃO BERNARDO DE CLARAVAL (1090-1153)
Bernardo de Claraval nasceu em Fontaine-lès-Dijon, Dijon, França, em 1090. Era filho de um vassalo do duque de Borgonha, ingressou em 1112 no mosteiro de Citeaux (Cister), onde se tornou monge. Encarregado pelo abade S. Harding de encontrar um lugar para fundar um novo mosteiro, indicou Clairvaux (Claraval), que em pouco tempo, sob sua direção, tornou-se o mais importante centro monástico cisterciense, com numerosas ramificações em toda a França. Defensor de uma rigorosa reforma da Igreja baseada na volta à pobreza evangélica, ao trabalho manual e à oração, Bernardo de Claraval participou também dos conflituosos fatos históricos de sua época, dividido até o fim de sua vida entre contemplação e ação, dialética que percorre ainda a múltipla variedade dos seus escritos. Durante o cisma (1130) entre o antipapa Anacleto II e o papa Inocêncio II, tomou a decidida defesa deste último, acompanhando-o em suas viagens à França, Alemanha e Itália, granjeando-lhe a confiança e a adesão do rei da França, Luís VI, do rei da Inglaterra, Henrique I, e de outros governantes europeus. Lutou contra Arnaldo de Brescia, recusando-se a compartilhar o modo como este denunciava os males da Igreja, especialmente a riqueza do clero.
Quando um discípulo, Eugênio III, foi eleito papa, dirigiu a ele o tratado "De consideratione" (Da consideração), em cinco livros, sobre os métodos para governar a Igreja. Foi justamente Eugênio III quem confiou a Bernardo de Claraval a pregação da segunda cruzada, anunciada em 1146 e malograda dois anos depois. No plano doutrinal, Bernardo combateu Abelardo e Gilberto de la Porée, desenvolvendo com eles uma polêmica apaixonada, não desprovida de tons bruscos e violentos.
Bernardo faleceu em Claraval, 1153, foi canonizado pelo papa Alexandre III (1174), foi proclamado doutor da Igreja pelo papa Pio VIII, em 1830.
A teologia de Bernardo de Claraval, ligada à tradição e às fontes patrísticas, revela-se profundamente embebida de sentido bíblico. A Escritura é para ele a palavra de Deus vivo na Igreja, a história da revelação do amor de Deus em Cristo e, como tal, é mais objeto de oração do que de estudo. Derivam daí não apenas uma espécie de experiência religiosa da Bíblia, que o leva a uma compreensão vivida de tudo o que ela contém, mas sobretudo o pathos e a poesia presentes em seus numerosos comentários da Bíblia. Seu programa de vida espiritual pode ser caracterizado como um itinerário que leva do pecado à glória, do conhecimento de si ao retorno a Deus: um "retorno a Deus" que se realiza a partir da humildade, ou antes do reconhecimento da própria miséria e pobreza.
Espírito contemplativo dos mais originais, Bernardo de Claraval é considerado o doutor do monaquismo cisterciense (Doutor Melífluo), do qual estabeleceu em fórmulas definitivas o ideal de vida que viria a progredir tanto nos séculos seguintes. Dentre suas obras, devem ser lembradas sobretudo os "Sermones" (Sermões) e os tratados "De diligendo Deo" (Do amor divino) e "De gradibus humilitatis et superbiae" (Graus da humildade e da soberba), além de um copioso epistolário com cerca de 500 cartas. A invocação da Salve Rainha, é fruto de sua profunda e apaixonada devoção a Nossa Senhora: "Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria".
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
São Maximiliano Maria Golbe 14/08/2012
Segundo relatos históricos, no final do mês de Julho de 1941, um homem chamado Klos, padeiro em Varsóvia (André Frossard. "Não esqueçam o Amor", p. 158), fugiu do campo de concentração de Auschwitz. Esse fato foi marcante para a vida de dois homens: Frei Maximiliano Kolbe e Francisco Gajowniczek.
Após a fuga do prisioneiro, os soldados do campo de concentração reuniram todos os seiscentos prisioneiros do bloco 14, de onde havia ocorrido a fuga. Todos enfileirados, aguardando o comandante do campo, não sabiam qual o destino. Passaram todo o dia de pé, sob o sol do verão, como forma de punição. Ao final do dia, foi dada a sentença: dez prisioneiros seriam mortos no lugar daquele que havia fugido. O comandante passou em revista o grupo de homens aflitos. A cada um que apontava o dedo, aleatoriamente, era retirado das fileiras. E assim foram escolhidos dez homens, que seriam mortos no "bunker da fome".
Dentre os prisioneiros escolhidos para sofrer a lenta e dolorosa morte no bunker estava o número 5659no campo de concentração, todos perdiam seus nomes, que eram trocados por números. Chorando e soluçando, ele repetia: "O que será agora de minha mulher e de meus filhos?!" O pobre homem que tinha esperança de rever sua família chamava-se Francisco Gajowniczek e era sargento do exército polonês.
Para surpresa de todos que assistiam aquela cena, um prisioneiro ficou frente a frente com o comandante. Os companheiros de sofrimento sabiam muito bem de quem se tratava: era o Frei Maximiliano Kolbe. Com muita serenidade, como que num ritual de eleição, pediu para morrer no lugar daquele homem que lamentava o destino de sua família. O comandante o interrogou:
- "Quem és?"
- "Sou um sacerdote católico!"
Após essa breve apresentação, a troca foi aceita. Então, o número 5659 foi trocado pelo 16670 na lista de condenados.
Tal gesto, inacreditável para aquela dura realidade, seria propagado por todo o campo. Naquele lugar onde se respirava morte, o ato gratuito de um homem, faz renascer a esperança, faz a vida ganhar espaço. Ele mostrou que até mesmo nas situações mais degradantes para o homem é possível colocar em prática o amor fraterno ensinado por Jesus. E com aquela entrega, Frei Maximiliano vivenciava de modo pleno o lema de sua vida: "Pela Imaculada!" T
Ó Deus, inflamastes São Maximiliano Kolbe, presbítero e mártir, com amor à virgem Imaculada e lhe destes grande zelo pastoral e dedicação do próximo. Concedei-nos, por sua intercessão, que trabalhemos intensamente pela vossa glória no serviço do próximo, para que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho até a morte. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Reflexões Franciscanas
sábado, 11 de agosto de 2012
Santa Clara de Assis 11/08/2012
Santa Clara de Assis, viveu oitocentos anos atrás e sempre foi bastante conhecida nos ambientes franciscanos. Sabia-se que era uma contemporânea e companheira de São Francisco de Assis, fundadora da Segunda Ordem Franciscana, a das Irmãs Clarissas.
Irmã Clara de Assis e as Senhoras Pobres
O estilo de vida de Francisco não poderia ser privilégio dos homens. Muitas mulheres escutavam sua pregação, observavam seu estilo de viver o Evangelho e também queriam essa oportunidade. Uma delas foi Clara.
Nasceu Clara em torno de 1193 em Assis, filha de Ortolana di Fiumi e Faverone Offreduccio. Receberda mãe uma sólida religiosidade e do pai a força de caráter. Tinha mais três irmãs e um irmão. A caçula era Inês. Francisco a conhecia de vista, pois em Assis todos se conheciam. Admirava nela os longos cabelos dourados e seus olhos decididos. Quando queria uma coisa, era porque queria.
Aos 18 anos, Clara ouviu Francisco pregar os sermões da Quaresma na igreja de São Jorge, em Assis. As palavras dele inflamaram tanto seu coração, que o procurou em segredo, pois também ela desejava viver "segundo a maneira do santo Evangelho".
Francisco lhe falou sobre o desprezo do mundo e o amor de Deus, e fortaleceu-lhe o desejo nascente de abandonar tudo por amor a Cristo. Encerrou a conversa dizendo: "Quero contar-te um segredo, Clara: desposei a Senhora Pobreza e quero ser-lhe fiei para sempre". Clara respondeu que "queria viver a mesma vida, a mesma oração e sobretudo a mesma pobreza".
Acompanhada de Bona di Gueifuccio, amiga íntima, para escutar Francisco passou a freqüentar a capela da Porciúncula. Estava decidida a viver o
Evangelho ao pé da letra. Mas, como sair de casa? Francisco e os irmãos ensinaram-lhe o modo.
O dia 18/19 de março de 1212 era Domingo de Ramos. Rica e belamente vestida, Clara participou da Missa da manhã. Não havia meio de sair desapercebida do castelo de seus pais, mas encontrou a única saída possível pela porta de trás do palacete: a saída dos mortos. Toda casa medieval tinha esta saída, por onde passava o caixão dos defuntos.
À noite, quando todos dormiam, a nobre jovem Clara de Favarone fugiu de casa por esse buraco, percorrendo uma milha fora da cidade, até chegar à Porciúncula, onde foi recebida com muita festa pelos irmãos franciscanos, que tinham ido ao seu encontro com tochas acesas e a acompanharam até à porta da igreja.
Ali se desfez das vestes elegantes e São Francisco, com uma grande tesoura, lhe corto os cabelos, causando-lhe dó cortar tão maravilhosa cabeleira. Em seguida, deu-lhe o hábito da penitência: uma túnica de aniagem amarrada em volta por uma corda e um par de tamancos de madeira. Clara se consagrou pelos três votos: pobreza, obediência e castidade.
Os familiares, enfurecidos, foram procurá-la. Entrando na capela, viram Clara agarrada ao p do altar Puxaram-na com tanta força que arrancaram o véu, percebendo então a cabeça raspada Concluíram que nada mais poderiam fazer Não conseguiriam mudar-lhe a idéia.
Como Francisco não tinha convento para freiras, irmã Clara ficou alguns dias no mosteiro de São Paulo e algumas semanas no mosteiro beneditino de Panzo.
Por fim, recolheu-se a São Damião, numa casa pobre contígua à capela, onde ficou at sua morte em 1253. Seguiu-a na vocação a irmã Inês, 16 dias depois, e mais tarde sua irmã Beatriz e a mãe Ortolana.
A obra tornou-se conhecida e diversas mulheres e jovens vieram fazer-lhe companhia. Ficaram conhecidas como as Senhoras Pobres, ou Irmãs Clarissas. Em pouco tempo, havia mosteiros em diversas localidades da Itália, França, Alemanha. Inês, filha do rei da Boêmia também fundou um convento em Praga, e ela mesma tomou o hábito.
As Senhoras Pobres e a pobreza
Clara e sua comunidade praticavam austeridades desconhecidas entre as mulheres da época: não usavam meias, sapatos, ou qualquer outra proteção para os pés. Dormiam no chão: a cama era um monte de baraços de videira e o travesseiro uma acha de lenha. Observavam a abstinência completa de carnes, e falavam apenas quando obrigadas pela necessidade e pela caridade. Clara aconselhava o silêncio como meio de evitar os pecados da língua e de conservar a mente sempre concentrada em Deus. Jejuava tanto que Francisco teve de obrigá-la a não passar um dia sequer sem comer ao menos um pedaço de pão. Clara mesmo percebeu seu exagero e mais tarde escreveu para Inês da Boêmia: "Nossos corpos não são feitos de bronze e nossas forças não são iguais à da pedra; por isso vos imploro, no Senhor, que vos abstenhais desse rigor excessivo da abstinência que praticais".
Como Francisco, Clara não aceitava qualquer propriedade. Quando o Papa Gregório IX lhe ofereceu uma renda, Clara protestou veementemente, dizendo: "Eu preciso ser absolvida dos meus pecados, mas não desejo ser absolvida da obrigação de seguir a Jesus Cristo". Em 1228, o Papa lhe concedeu o "Privilégio da Pobreza". Tinha sido um pedido insistente de Clara. Na Cúria romana, onde se pediam privilégios de títulos, propriedades, honrarias, causou até espanto alguém pedindo o "privilégio de ser pobre". Clara e Francisco conheciam a alma do mundo e sabiam que qualquer exceção à regra da pobreza desencadearia sua negação. Francisco o exemplificou com o caso do livro que um frade queria ter: primeiro se quer um livro, depois mais livros, depois uma estante, vem uma biblioteca, segue-se uma casa para guardá-la e, adeus pobreza evangélica.
Mais tarde, em 1247, o papa Inocência IV queria impor às Senhoras Pobres uma Regra que de certo modo permitisse a propriedade comum. Preocupada, Clara mesma redigiu uma Regra, lembrada de tudo o que vira e aprendera com Francisco. E pede, por amor de Deus, que concedam ao Convento de São Damião o "Privilégio da Pobreza". Esta Regra foi aprovada dois dias antes de sua morte, valendo o privilégio para São Damião. Para os outros conventos, permitiu-se uma espécie de propriedade comum.
Francisco e Clara, amizade de Santos
obra de Clara estava sempre no coração de Francisco. Muitas vezes ele enviou doentes e enfermos queela conseguia curar à força de delicados cuidados. Apesar de sua humildade, Francisco era obrigado a reconhecer a grande admiração que Clara e as outras irmãs tinham por ele. Era uma admiração espiritual, mas também humana. Para evitar qualquer tipo de dependência e para deixá-las totalmente livres dele, passou a visitá-las cada vez mais raramente. As irmãs sofriam sua ausência e alguns frades acharam que isso era falta de caridade, mas Francisco disse que a finalidade da ausência era "no futuro não haver nenhum intermediário entre Cristo e as irmãs".
Após longa ausência e depois de muitos pedidos das irmãs, num dia Francisco aceitou ir pregar em São Damião. Entrou na igreja e ficou um momento de pé, rezando de olhos levantados para o céu. Depois pediu um pouco de cinza. Com ela desenhou um círculo à sua volta e o resto passou na cabeça. E então rompeu o silêncio, não para pregar, mas para rezar o Salmo da Penitência (Si 50). Depois foi embora, feliz por ter ensinado à Clara e às irmãs que nada mais podiam ver nele do que um pecador que fazia penitência.
Em março de 1225, já muito doente, Francisco visitou Clara em São Damião e manifestou o desejo de ali permanecer, mas a doença exigia tratamentos em outros lugares. Foi ali, sofrendo terrivelmente com a doença e o barulho dos ratos que lhe impediam o sono, que explodiu num hino de alegria ao Criador, o "Cântico do Irmão Sol". Foi no jardinzinho de Clara, e pela última vez, que os dois conversaram. No ano seguinte morreu o pai Francisco e Clara viveu mais 27 anos na paz e na saudade de Francisco.
Clara de Assis, mãe e adoradora
A si própria Clara gostava de se denominar "uma plantinha do bem-aventurado pai Francisco".
Ela nunca deixou os muros do convento de São Damião. Designada abadessa (superiora) por Francisco, em 1215, Clara dirigiu o convento durante 40 anos. Sempre quis ser serva das servas, submissa a todas e beijando os pés das irmãs leigas quando regressavam do trabalho de esmolar, servindo à mesa, assistindo aos que estivessem doentes. Enquanto as irmãs descansavam, ela ficava em oração e as cobria, caso as cobertas lhes caíssem. Saía da oração com o semblante tão iluminado que chegava a ofuscar a vista das que a olhavam. Falava com tanto fervor que chegava a inflamar os que mal ouviam sua voz.
A exemplo de Francisco, nutria fervorosa devoção ao Santíssimo Sacramento. Mesmo quando
estava doente e acamada (esteve sempre doente nos últimos 27 anos de vida), ficava confeccionando belos corporais e toalhas para o serviço do altar, que depois distribuía pelas igrejas de Assis.
A força e a eficácia poderosa de sua oração pode ser sentida em 1244, quando o imperador Frederico II atacou o vale de Espoleto, tendo a seu serviço um exército de sarracenos. Lançaram-se ao saque de Assis, e como São Damião ficava fora dos muros, resolveram começar por ali. Embora muito doente, Clara fez colocar o Santíssimo num ostensório, bem à vista do inimigo. E Clara orou com grande fervor, pedindo a Cristo que salvasse suas irmãs do saque e do estupro. Em seguida, orou pela cidade de Assis. No mesmo instante, o terror se apoderou dos assaltantes, que fugiram em debandada.
A morte de uma Santa
Clara suportou os longos anos de enfermidade com sublime paciência. Em 1253, teve
início uma longa e interminável agonia. O papa Inocêncio IV deu-lhe duas vezes a absolvição com o perdão dos pecados, e comentou: "Queira Deus que eu necessitasse de perdão tão pouco assim". Doente e pobre, as mais altas autoridades da Igreja sentiam sua sabedoria e santidade e vinham aconselhar-se com ela em São Damião.
Durante os últimos 17 dias não conseguiu tomar nenhum alimento. A fé e a devoção do povo aumentavam cada vez mais. Diariamente cardeais e prelados chegavam para visitá-la, pois todos tinham certeza de que era uma santa que estava para morrer
Irmã Inês, sua irmã, estava presente, bem como os três companheiros de Francisco, os freis Leão, Ângelo e Junípero. Vendo que a vida de Clara estava chegando ao fim, emocionados, leram a Paixão de Jesus segundo João, como tinham feito 27 anos antes, na morte de Francisco.
Clara consolou e abençoou suas filhas espirituais. E, para si, disse: "Caminha s pois tens um bom guia. ó Senhor, eu vos agradeço e bendigo pela graça que vos conceder-me de poder viver'. E foi recebida na corte celeste. Era Senhora Pobre h tinha 60 de vida.
Dois anos após sua morte, o papa Alexandre IV canonizou-a em Anagni. Era o ano de 1255.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
São Lourenço 10/08/2012
Nós festejamos, neste dia, a vida de santidade e martírio do Diácono que nem chicotes, algozes, chamas, tormentos e correntes puderam contra sua fé e amor ao Cristo. Lourenço, espanhol, natural de Huesca, foi um Diácono de bom humor que servia a Deus na Igreja de Roma durante meados do Século III.
Conta-nos a história que São Lourenço como primeiro dos Diáconos tinha grande amizade com o Papa Sisto II, tanto assim que ao vê-lo indo para o martírio falou: "Ó pai, aonde vais sem o teu filho? Tu que jamais ofereceste o sacrifício sem a assistência do teu Diácono, vais agora sozinho, para o martírio?". E o Papa respondeu: "Mais uns dias e te aguarda uma coroa mais bonita!". São Lourenço era também responsável pela administração dos bens da Igreja que sustentava muitos necessitados.
Diante da perseguição do Imperador Valeriano, o prefeito local exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, para isto o Santo Diácono pediu um prazo, o qual foi o suficiente para reunir no átrio os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos... Todos os que a Igreja socorria, e no fim do prazo - com bom humor - disse: "Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte".
Sentindo-se iludido, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente; São Lourenço que sofreu o martírio em 258, não parava de interceder por todos, e mesmo assim encontrou - no Espírito Santo - força para dizer no auge do sofrimento na grelha: "Vira-me que já estou bem assado deste lado".
Roma cristã venera o santo espanhol com a mesma veneração e respeito com que honra seus primeiros Apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo o foi São Lourenço em Roma.
São Lourenço, rogai por nós!
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Santa Teresa Benedita da Cruz, Edith Stein 09/08/2012
Edith Stein é santa de nossos dias: revelou-a a Segunda Guerra Mundial e a perseguição aos judeus.
Era judia e converteu-se ao catolicismo com uma paixão ardente, tão típica dos convertidos que pareciam conhecer só as noites da vida e que, de repente, vão sendo envolvidos pelas luzes inexplicáveis da aurora.“A importância da fé é testemunhada na própria natureza dos homens: os homens são inconsistentes e desejam uma consistência. Querem uma verdade tangível e cheia de conteúdo que lhes mantenha vivos”.
O desejo dessa consistência, sentido na profundeza de suas entranhas, foi que levou Edith a pedir admissão no Carmelo e buscar a maior plenitude do encontro com a fonte de todo o Amor.
“Grandes são os efeitos da fé no mundo: de fato, quanto mais profundamente alguém está imerso em Deus, mais sente o dever de sair de si, de ir ao encontro do mundo, para levar a todos a vida divina”.
Encontrou Edith em Jesus Cristo a justificativa para sua existência. Seus escritos, cheios de uma luminosidade advinda da experiência profunda da intimidade, deram volta ao mundo, incentivando os que crêem a uma coragem mais dinâmica e a uma coerência mais profunda.
“O nosso agir em meio aos outros será mais eficaz se não cedermos em nenhum centímetro o seguro terreno da nossa fé e seguirmos nossa consciência sem nos deixar influenciar pelo respeito humano”.
Ao entrar no Carmelo assumiu o nome de Teresa (da grande Teresa d’Ávila e da pequena Teresa de Jesus) Benedita (porque foi realmente abençoada com o dom da fé) da Cruz (porque tornou-se do Crucificado). Que ela rogue por nós.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
São Domingos de Gusmão 08/08/2012
“Inflamado do zelo de Deus e de ardor sobrenatural, por sua caridade sem fim e pelo fervor do espírito veemente, tu te consagraste todo inteiro, com o voto de pobreza perpétua, à observância apostólica e à pregação evangélica”. É precisamente este traço fundamental do testemunho de Domingos que é preciso sublinhar: ele falava sempre com Deus e de Deus. Na vida dos santos, o amor pelo Senhor e pelo próximo, a busca da glória de Deus e da salvação das almas caminham sempre juntos.Ordenado sacerdote, foi eleito cônego do capítulo da catedral da sua diocese de origem, Osma. Ainda que esta nomeação pudesse representar para ele algum motivo de prestígio na Igreja e na sociedade, ele não a interpretou como um privilégio pessoal nem como o começo de uma brilhante carreira eclesiástica, mas como um serviço a ser realizado com dedicação e humildade. Não seria talvez uma tentação a da carreira, do poder, uma tentação da qual nem sequer estão imunes aqueles que têm um papel de animação e de governo na Igreja? Recordei isso há alguns meses, durante a consagração de alguns bispos: “Não procuremos o poder, o prestígio e a estima para nós mesmos. (…) Sabemos como as coisas na sociedade civil e, com frequência, também na Igreja sofrem pelo fato de que muitos deles, aos quais foi conferida uma responsabilidade, trabalham para si mesmos e não para a comunidade” (Homilia. Capela Papal para a ordenação de cinco novos bispos, 12 de setembro de 2009).Este grande santo nos recorda que, no coração da Igreja, deve arder sempre um fogo missionário, que conduz incessantemente a levar o primeiro anúncio do Evangelho e, onde for necessário, a uma nova evangelização: é Cristo, de fato, o bem mais precioso que os homens e as mulheres de todas as épocas e lugares têm o direito de conhecer e amar! E é consolador ver como, também na Igreja de hoje, são tantos – pastores e fiéis leigos, membros de antigas ordens religiosas e de novos movimentos eclesiais – que, com alegria, gastam sua vida por este ideal supremo: anunciar e dar testemunho do Evangelho. Domingos, com um gesto valente, quis que seus seguidores adquirissem uma sólida formação teológica e não hesitou em enviá-los às universidades da época, ainda que muitos eclesiásticos olhassem com desconfiança para estas instituições culturais. As Constituições da Ordem dos Pregadores dão muita importância ao estudo como preparação para o apostolado. Domingos quis que seus frades se dedicassem a ele sem reservas, com diligência e piedade; um estudo fundado na alma de cada saber teológico, isto é, na Sagrada Escritura, e respeitoso diante das perguntas apresentadas pela razão. O desenvolvimento da cultura impõe àqueles que realizam o ministério da Palavra, nos diversos níveis, uma boa preparação.Portanto, exorto todos, pastores e leigos, a cultivarem esta “dimensão cultural” da fé, para que a beleza da vida cristã possa ser mais bem compreendida e a fé possa ser verdadeiramente nutrida, reforçada e também defendida. Neste Ano Sacerdotal, convido os seminaristas e sacerdotes a estimarem o valor espiritual do estudo. A qualidade do ministério sacerdotal depende também da generosidade com que a pessoa se aplica ao estudo das verdades reveladas.Domingos, que quis fundar uma ordem religiosa de pregadores-teólogos, recorda-nos que a teologia tem uma dimensão espiritual e pastoral, que enriquece a alma e a vida. Os sacerdotes, os consagrados e também todos os fiéis podem encontrar uma profunda “alegria interior” ao contemplar a beleza da verdade que vem de Deus, verdade sempre atual e sempre viva. O lema dos Frades Pregadores – contemplata aliis tradere – nos ajuda a descobrir, além disso, um desejo pastoral no estudo contemplativo destas verdades, pela exigência de comunicar aos demais o fruto da própria contemplação.Domingos foi canonizado em 1234 e é ele mesmo que, com sua santidade, nos indica dois meios fundamentais para que a ação apostólica seja penetrante. Antes de tudo, a devoção mariana, que ele cultivou com ternura e que deixou como herança preciosa aos seus filhos espirituais, os quais, na história da Igreja, tiveram o grande mérito de difundir a oração do santo rosário, tão querida pelo povo cristão e tão repleta de valores evangélicos, uma verdadeira escola de fé e de piedade. Em segundo lugar, Domingos, que se encarregou de alguns mosteiros femininos na França e em Roma, acreditou profundamente na oração de intercessão pelo êxito do trabalho apostólico. Somente no Paraíso compreenderemos quanto a oração das religiosas de clausura acompanhou eficazmente a ação apostólica! A cada uma delas dirijo meu pensamento agradecido e carinhoso.Queridos irmãos e irmãs: que a vida de Domingos de Gusmão nos leve a ser ferventes na oração, valentes na vivência da fé, profundamente enamorados de Jesus Cristo. Por sua intercessão, peçamos a Deus que enriqueça sempre a Igreja com autênticos pregadores do Evangelho.
Papa Bento XVI, Audiência Geral
3 de fevereiro de 2010
Um dos meios mais eficazes que São Domingos empregou para obter de Deus a conversão dos hereges, ao mesmo tempo, instruir os fiéis, foi a prática e a instituição do Santo Rosário, prática que consiste em se recitar quinze Pai Nossos, e depois de cada Pai-Nosso, uma dezena de Ave-Marias, para honrar os quinze principais mistérios da vida de Jesus e de sua Santa Mãe. O terço é a sua terça parte. Rezá-lo bem é unir a oração do coração à oração vocal.
domingo, 5 de agosto de 2012
Transfiguração do Senhor 06/08/2012
É bom nós estarmos aqui
Jesus manifestou a seus discípulos este mistério no monte Tabor. Havia andado com eles,
falando-lhes a respeito de seu reino e da segunda vinda na glória. Mas talvez não estivessem
muito seguros daquilo que lhes anunciara sobre o reino. Para que tivessem firme convicção no
íntimo do coração e, mediante as realidades presentes, cressem nas futuras, deu-lhes ver
maravilhosamente a divina manifestação do monte Tabor, imagem prefigurada do reino dos
céus. Foi como se dissesse: Para que a demora não faça nascer em vós a incredulidade, logo,
agora mesmo, eu vos digo, alguns dos que aqui estão não provarão a morte antes de verem o
Filho do homem vindo na glória de seu Pai (cf. Mt 16,28).
Mostrando o Evangelista ser um só o poder de Cristo com sua vontade, acrescentou: E seis dias
depois, tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e João e levou-os a um monte alto e afastado. E
transfigurou-se diante deles; seu rosto brilhou como o sol, as vestes se fizeram alvas como a
neve. E eis que apareceram Moisés e Elias a falar com ele (cf. Mt 17,1-3).
São estas as maravilhas da presente solenidade, é este o mistério de salvação para nós que agora
se cumpriu no monte: ao mesmo tempo, congregam-nos agora a morte e a festa de Cristo. Para
penetrarmos junto àqueles escolhidos dentre os discípulos, inspirados por Deus, na profundeza
destes inefáveis e sagrados mistérios, escutemos a voz divina que do alto, do cume da
montanha, nos chama instantemente.
Para lá, cumpre nos apresarmos, ouso dizer, como Jesus, que agora nos céus é nosso chefe e
precursor, com quem refulgiremos aos olhos espirituais – renovadas de certo modo as feições
de nossa alma – conformados à sua imagem; e à semelhança dele, incessantemente
transfigurados, feitos consortes da natureza divina e prontos para as alturas.
Para lá corramos cheios de ardor e de alegria; entremos na nuvem misteriosa, semelhantes a
Moisés e Elias ou Tiago e João. Sê tu também como Pedro, arrebatado pela divina visão e
aparição, transfigurado por esta linda Transfiguração, erguido do mundo, separado da terra.
Deixa a carne,abandona a criatura e converte-te para o Criador a quem Pedro, fora de si, diz:
Senhor, é bom para nós estarmos aqui (Mt 17,4).
Sim, Pedro, verdadeiramente é bom para nós estarmos aqui com Jesus e aqui permanecermos
pelos séculos. Que pode haver de mais delicioso,de mais profundo, de melhor do que estar com
Deus, conformar-se a ele, encontrar-se na luz? De fato, cada um de nós, tendo Deus em si,
transfigurado em sua imagem divina, exclame jubiloso: É bom para nós estarmos aqui, onde
tudo é luminoso, onde está o gáudio, a felicidade e a alegria. Onde no coração tudo é tranqüilo,
sereno e suave. Onde se vê a Cristo, Deus. Onde ele junto com o Pai tem sua morada e ao
entrar, diz: Hoje chegou a salvação para esta casa (Lc 19,9). Onde com Cristo estão os
tesouros e se acumulam os bens eternos. Onde as primícias e figuras dos séculos futuros se
desenham como em espelho.
Do Sermão no dia da Transfiguração do Senhor, de Anastásio Sinaíta, bispo
(Nn.6-10: Mélanges d’archéologie ET d’histoire 67[1955],241-244)
(Séc.VII)
Fruto do Espírito Santo IIIº 05/08/2012
FRUTO DO ESPÍRITO SANTO III
Fidelidade, Brandura, Temperança
“São Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica, caracterizou os frutos do Espírito como os últimos e agradáveis produtos da Ação do Espírito Santo em nós. Comparando-os aos frutos que se colhe na ponta dos ramos – resultados da ação de uma seiva vigorosa, com os quais a gente se deleita.”
Nos diz o Catecismo da Igreja Católica: “Os frutos do Espírito são perfeições que o Espírito Santo modela em nós como primícias da glória eterna.” (CIC 1832)
O fruto da Fidelidade: “São Tomás vê nela a qualidade sobrenatural que inclina a vontade do homem a dar ao próximo tudo o que lhe é devido, sob a forma que for. Noutras palavras, é a justiça perfeita, a justiça no seu mais pleno acabamento.”
“Aquele que é fiel nas coisas pequenas, será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.”(Lc 16,10).
Deus espera que, como resultado do fruto da fidelidade produzido em nós pelo Espírito, administremos, de maneira sempre leal e justa, aquilo que nos foi entregue.
“Guarda-te da ira, depõe o furor, não te exasperes, (...) pois serão os mansos os que possuirão a terra, e nela gozarão de imensa paz...” (cf Sl 36, 8.11).
“A Brandura ou Mansidão de que nos fala São Paulo em Gálatas 5,23 tem precisamente por objeto dispor a nossa vontade para suportar as contrariedades com suavidade e sem irritação, isto é, sem dar mostras de impaciência e muito menos de cólera, sem deixar transparecer a menor perturbação. ‘A caridade não se irrita’ (1 Cor 13,5).”
O Fruto da Brandura, se destaca e se define melhor quando o consideramos em relação ao seu oposto: a ira. Parece natural no ser humano essa tendência de reagir às coisas que nos contrariam com um comportamento brusco e, por vezes até violento. Mas não é isso o que Jesus nos ensina: “é a mansidão e não a ira que nos proporciona a bem-aventurança de possuir a terra.”
“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!” (Mt 5,5)
“Tomai meu jugo sobre vós e recebei Minha Doutrina, porque Eu sou manso e humilde de coração, e achareis o repouso para as vossas almas.” (Mt 11,29)
O fruto da Temperança é traduzido também por auto domínio ou domínio de si mesmo. “É de caráter sobrenatural, e conta necessariamente com a iluminação que a fé proporciona, uma vez que a meta final do seu cultivo não é o alcance de um ascetismo que busca a aprovação dos homens e se esgota em si mesmo, mas a integração progressiva no Corpo Místico de Cristo, pela santidade, que um dia nos proporcionará a aprovação do Senhor.”
O Catecismo da Igreja Católica (nº 1809), falando dela como virtude moral, nos diz: “é a virtude moral que modera a atração pelos prazeres e procura o equilíbrio no uso dos bens criados. Assegura o domínio da vontade sobre os instintos e mantém os desejos dentro dos limites da honestidade.”
“Que o Consolador nos sustente na graça da temperança, para que não nos esqueçamos do equilíbrio diante do prazer e do triunfo, e que a serenidade não nos abandone na hora da provação e da dor.”
Quando o homem deixa atuar o Espírito Santo a sua vida transforma-se numa vida “segundo o Espírito”, numa vida sobrenatural e já não simplesmente humana, mas divina. Isto sucede sempre que o homem se encontra em graça de Deus e não se esquece desse tesouro que leva dentro de si. “Morando na tua alma em graça, o Espírito Santo – Deus contigo - vai dando tom sobrenatural a todos os teus pensamentos, desejos e obras.” ( Caminho nº 273)
“Então a alma converte-se numa árvore boa que se dá a conhecer pelos seus frutos. As ações que leva a cabo revelam a presença do Paráclito, e enquanto causam no homem um deleite espiritual, são chamadas frutos do Espírito Santo. (Suma Teológica).”
“O Pai é glorificado quando produzimos muitos frutos!” cf.Jo 15,8
Textos – Bíblia Sagrada, Edições Theologica – Braga 1990
Comunidade Cristã e Adoração – J. Lange – A. Cushing
A ação do Espírito Santo na alma – Alexis Riaud
Revistas Brasil Cristão – 2008
Música – Adorar – Ir. Maria Angélica
Imagem – Google
Formatação - Graziela
sábado, 4 de agosto de 2012
SÃO JOÃO MARIA VIANNEY, PRESBÍTERO 04/08/2012
Nasceu em Lião (França) no ano de 1786. Depois de superar muitas dificuldades, pôde ser ordenado sacerdote. Tendo-lhe sido confiada a paróquia de Ars, na diocese de Beley, o santo nela promoveu admiravelmente a vida cristã, através de uma pregação eficaz, com a mortificação, a oração e a caridade. Revelou especiais qualidades na administração do sacramento da penitência; por isso, acorriam fiéis de todas as partes para receber os santos conselhos que dava. Morreu em 1859.
A mais bela profissão do homem é rezar e amar
Prestai atenção, meus filhinhos: o tesouro do cristão não está na terra, mas nos céus. Por isso, o
nosso pensamento deve estar voltado para onde está o nosso tesouro. Esta é a mais bela
profissão do homem: rezar e amar. Se rezais e amais, eis aí a felicidade do homem sobre a terra.
A oração nada mais é do que a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a
Deus, sente em si mesmo uma suavidade e doçura que inebria, e uma luz maravilhosa que o
envolve. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só,
de tal modo que ninguém pode mais separar. Como é bela esta união de Deus com sua
pequenina criatura! É uma felicidade impossível de se compreender.
Nós nos havíamos tornado indignos de rezar. Deus, porém, na sua bondade, permitiu-nos falar
com ele. Nossa oração é o incenso que mais lhe agrada.
Meus filhinhos, o vosso coração é por demais pequeno, mas a oração o dilata e torna capaz de
amar a Deus. A oração faz saborear antecipadamente a felicidade do céu; é como o mel que se
derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita, os sofrimentos
desaparecem, como a neve que se derrete sob os raios do sol.
Outro benefício que nos é dado pela oração: o tempo passa tão depressa e com tanta satisfação
para o homem, que nem se percebe sua duração. Escutai: certa vez, quando eu era pároco em
Bresse, tive que percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas que
estavam doentes; nessas intermináveis caminhadas, rezava ao bom Senhor e – podeis crer! – o
tempo não me parecia longo.
Há pessoas que mergulham profundamente na oração, como peixes na água, porque estão
inteiramente entregues a Deus. Não há divisões em seus corações. Ó como eu amo estas almas
generosas! São Francisco de Assis e Santa Clara viam nosso Senhor e conversavam com ele do
mesmo modo como nós conversamos uns com os outros.
Nós, ao invés, quantas vezes entramos na Igreja sem saber o que iremos pedir. E, no entanto,
sempre que vamos ter com alguém, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Há até
mesmo pessoas que parecem falar com Deus deste modo: “Só tenho duas palavras para vos
dizer e logo ficar livre de vós.”. Muitas vezes penso nisto: quando vamos adorar a Deus,
podemos alcançar tudo o que desejamos, se o pedirmos com fé viva e coração puro.
Oração
Deus de poder e misericórdia, que tornastes São João Maria Vianney um pároco admirável por
sua solicitude pastoral, dai-nos, por sua intercessão e exemplo, conquistar no amor de Cristo os
irmãos e irmãs para vós e alcançar com eles a glória eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Fonte: Liturgia das Horas
Veja também no site: www.tesouroescondido.com e no Facebook de Altair Alves Costa de castro
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Santo Afonso Maria de Ligório 1º de Agosto 2012
Celebramos, neste dia, a memória de um santo Bispo e Doutor da Igreja que se tornou pelo seu testemunho "Patrono dos confessores e teólogos de doutrina moral". Afonso Maria de Ligório nasceu em Nápoles, na Itália, em 1696, numa nobre família que, ao saber das qualidades do menino prodígio, proporcionaram-lhe o caminho dos estudos a fim de levá-lo à fama.
Com 16 anos doutorou-se em direito civil e eclesiástico e já se destacava em sua posição social quando se deparou, involuntariamente, sustentando uma falsidade, isto levou Afonso a profundas reflexões, a ponto de passar três dias seguidos em frente ao crucifixo. Escolhendo a renúncia profissional, a herança e títulos de nobreza, Santo Afonso acolheu sua via vocacional, já que o Senhor o queria advogando as causas do Cristo.
Santo Afonso Maria de Ligório colocou todos os seus dons a serviço do Reino dos Céus, por isso, como sacerdote, desenvolveu várias missões entre os mendigos da periferia d...e Nápoles e camponeses; isto até contagiar vários e fundar a Congregação do Santíssimo Redentor, ou Redentoristas. Depois de percorrer várias cidades e vilas do sul da Itália convertendo pecadores, reformando costumes e santificando as famílias, Santo Afonso de Ligório, com 60 anos, foi eleito Bispo e assim pastoreou com prudência e santidade o povo de Deus, mesmo com a realidade de ter perdido a amizade do Papa e sido expulso de sua fundação.
Entrou no Céu com 91 anos, depois de deixar vários escritos sobre a Doutrina Moral, sobre a devoção ao Santíssimo Sacramento e a respeito da Mãe de Deus, sendo o mais conhecido: “As Glórias de Maria”.
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Santo Inacio de Loiola 31/07/2012
Inácio gostava muito de ler livros mundanos e romances que narravam supostos feitos heróicos de homens ilustres. Assim que se sentiu melhor, pediu que lhe dessem alguns deles, para passar o tempo. Mas não se tendo encontrado naquela casa nenhum livro deste gênero, deram-lhe um que tinha por título A vida de Cristo e outro chamado Florilégio dos Santos, ambos escritos na língua pátria. Com a leitura freqüente desses livros, nasceu-lhe um certo gosto pelos fatos que eles narravam. Mas, quando deixava de lado essas leituras, entregava seu espírito a lembranças do que lera outrora; por vezes ficava absorto nas coisas
do mundo, em que antes costumava pensar.
Em meio a tudo isto, estava a divina providência que, através dessas novas leituras, ia dissipando os outros pensamentos. Assim, ao ler a vida de Cristo nosso Senhor e dos santos, punha-se a pensar e a dizer consigo próprio: “E se eu fizesse o mesmo que fez São Francisco e o que fez São Domingos?” E refletia longamente em coisas como estas. Mas sobrevinham-lhe depois outros pensamentos vazios e mundanos, como acima se falou, que também se prolongavam por muito tempo. Permaneceu nesta alternância de pensamentos durante um tempo bastante longo.
Contudo, nestas considerações, havia uma diferença: quando se entretinha nos pensamentos mundanos, sentia imenso prazer; mas, ao deixá-los por cansaço, ficava triste e árido de espírito. Ao contrário, quando pensava em seguir os rigores praticados pelos santos, não apenas se enchia de satisfação, enquanto os revolvia no pensamento, mas também ficava alegre depois de os deixar. No entanto, ele não percebia nem avaliava esta diferença, até o dia em que se lhe abriram os olhos da alma, e começou a admirar-se desta referida diferença. Compreendeu por experiência própria que um gênero de pensamentos lhe trazia tristeza, e o outro, alegria. Foi esta a primeira conclusão que tirou das coisas divinas. Mais tarde, quando fez os Exercícios Espirituais, começou tomando por base esta experiência, para compreender o que ensinou sobre o discernimento dos espíritos.
Fonte: Liturgia das Horas. Padre Luís gonçalves Câmera
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