Celebramos neste sábado imediatamente a seguir à festa do Sagrado Coração de Jesus a memória ou solenidade do Imaculado Coração de Maria.
A leitura do Evangelho de São Lucas, que escutámos na narração desse episódio da perda e encontro de Jesus no templo, quando tinha doze anos, diz-nos que Maria guardava todos estes acontecimentos no seu coração. Já antes e neste mesmo Evangelho, aquando da apresentação de Jesus no templo, se fala do coração de Maria, um coração que será trespassado por uma espada para que se conheçam todos os pensamentos dos corações. O coração de Maria é assim um lugar da memória, mas também um lugar de revelação.
Contudo, se hoje celebramos o coração imaculado de Maria é porque antes de mais ele foi aquele coração puro de que Jesus fala nas bem-aventuranças, esse coração puro que será capaz de ver a Deus. Maria é a encarnação dessa bem-aventurança e por isso hoje a podemos chamar imaculada, podemos dizer e louvar o seu coração imaculado.
E mais, o coração puro de Maria permitiu-lhe não só ver a Deus como promete a bem-aventurança, mas que esse mesmo Deus se fizesse homem no seu seio, encarnasse na sua carne humana e recebesse o sangue da vida desse coração puro. Deus faz-se homem na carne de Maria pela pureza do seu coração.
Esta pureza permite-lhe também a atenção para com o outro, a preocupação pelo filho que se perdeu na grande cidade, pela prima Isabel que está adiantada na gravidez e necessita a sua ajuda, pelos jovens noivos que ficam sem vinho a meio das suas bodas nupciais. A pureza de coração permite ver a Deus mas permite também ver a face de Deus nos outros, Deus presente no coração de cada homem e cada mulher, em cada um dos nossos irmãos e nas suas necessidades mais prementes.
E aqui nasce para nós o grande desafio, pois não só somos convidados pela pureza de Maria a procurar e a lutar pela pureza do nosso coração, para podermos ver a Deus, mas também a procurar ver os outros de uma forma pura, de coração puro, sem preconceitos nem sobranceria. Necessitamos um coração puro para ver o outro como ele verdadeiramente é, na sua pureza de coração.
É um exercício difícil mas inevitável e profundamente necessário. Para tal realidade e necessidade já nos alertam os grandes místicos da Igreja Oriental, os Padre do Deserto e o dominicano Mestre Eckhart. Necessitamos purificar o nosso coração de toda e qualquer imagem, de todo e qualquer objecto, que nos possa distrair da verdadeira realidade de Deus e afinal da realidade do outro. Necessitamos afinal de um coração puro, um coração virgem, sem imagens nem possessões para que Deus se possa revelar como verdadeiramente é e o outro também como quer que seja.
Peçamos ao Senhor a graça desta pureza porque só pelas nossas forças ela é impossível de alcançar, uma vez que somos intrinsecamente afectos à imagem e aos frutos da imaginação. Peçamos ao Senhor a graça da pureza do coração para o podermos ver como verdadeiramente é e como verdadeiramente são os nossos irmãos.
A leitura do Evangelho de São Lucas, que escutámos na narração desse episódio da perda e encontro de Jesus no templo, quando tinha doze anos, diz-nos que Maria guardava todos estes acontecimentos no seu coração. Já antes e neste mesmo Evangelho, aquando da apresentação de Jesus no templo, se fala do coração de Maria, um coração que será trespassado por uma espada para que se conheçam todos os pensamentos dos corações. O coração de Maria é assim um lugar da memória, mas também um lugar de revelação.
Contudo, se hoje celebramos o coração imaculado de Maria é porque antes de mais ele foi aquele coração puro de que Jesus fala nas bem-aventuranças, esse coração puro que será capaz de ver a Deus. Maria é a encarnação dessa bem-aventurança e por isso hoje a podemos chamar imaculada, podemos dizer e louvar o seu coração imaculado.
E mais, o coração puro de Maria permitiu-lhe não só ver a Deus como promete a bem-aventurança, mas que esse mesmo Deus se fizesse homem no seu seio, encarnasse na sua carne humana e recebesse o sangue da vida desse coração puro. Deus faz-se homem na carne de Maria pela pureza do seu coração.
Esta pureza permite-lhe também a atenção para com o outro, a preocupação pelo filho que se perdeu na grande cidade, pela prima Isabel que está adiantada na gravidez e necessita a sua ajuda, pelos jovens noivos que ficam sem vinho a meio das suas bodas nupciais. A pureza de coração permite ver a Deus mas permite também ver a face de Deus nos outros, Deus presente no coração de cada homem e cada mulher, em cada um dos nossos irmãos e nas suas necessidades mais prementes.
E aqui nasce para nós o grande desafio, pois não só somos convidados pela pureza de Maria a procurar e a lutar pela pureza do nosso coração, para podermos ver a Deus, mas também a procurar ver os outros de uma forma pura, de coração puro, sem preconceitos nem sobranceria. Necessitamos um coração puro para ver o outro como ele verdadeiramente é, na sua pureza de coração.
É um exercício difícil mas inevitável e profundamente necessário. Para tal realidade e necessidade já nos alertam os grandes místicos da Igreja Oriental, os Padre do Deserto e o dominicano Mestre Eckhart. Necessitamos purificar o nosso coração de toda e qualquer imagem, de todo e qualquer objecto, que nos possa distrair da verdadeira realidade de Deus e afinal da realidade do outro. Necessitamos afinal de um coração puro, um coração virgem, sem imagens nem possessões para que Deus se possa revelar como verdadeiramente é e o outro também como quer que seja.
Peçamos ao Senhor a graça desta pureza porque só pelas nossas forças ela é impossível de alcançar, uma vez que somos intrinsecamente afectos à imagem e aos frutos da imaginação. Peçamos ao Senhor a graça da pureza do coração para o podermos ver como verdadeiramente é e como verdadeiramente são os nossos irmãos.
Publicada por Frei José Carlos Lopes Almeida, OP em 23:58
Nenhum comentário:
Postar um comentário