segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

VI Domingo do Tempo Comum


«Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus»A alegria de estar no amor de Deus começa já aqui em baixo. É a alegria do Reino de Deus. Mas ela é concedida num caminho escarpado, que exige uma confiança total no Pai e no Filho e uma preferência dada ao Reino. A mensagem de Jesus promete sobretudo a alegria, esta alegria exigente; não é verdade que começa pelas bem-aventuranças? «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino dos Céus. Felizes vós, os que agora tendes fome porque sereis saciados. Felizes vós, os que agora chorais porque haveis de rir».Para arrancar do coração do homem o pecado da presunção e manifestar ao Pai uma total obediência filial, o próprio Cristo aceita misteriosamente morrer pela mão dos ímpios, morrer numa cruz. Mas [...] doravante, Jesus vive para sempre na glória do Pai e foi por isso que os discípulos sentiram uma alegria imensa na tarde de Páscoa (Lc 24, 41).Acontece que, aqui em baixo, a alegria do Reino realizado só pode brotar da celebração conjunta da morte e da ressurreição do Senhor. É o paradoxo da condição cristã, que singularmente clarifica o paradoxo da condição humana: nem a provação nem o sofrimento são eliminados deste mundo, mas tomam um sentido novo na certeza de participar na redenção operada pelo Senhor e de partilhar da Sua glória. É por isso que o cristão, submetido às dificuldades da existência comum, não está no entanto reduzido a procurar o seu caminho tacteando, nem a ver na morte o fim das suas esperanças. Com efeito, e como anunciava o profeta: «O povo que caminhava nas trevas viu uma grande luz e sobre os habitantes do país sombrio uma luz resplandeceu. Multiplicaste o seu júbilo, fizeste brotar a sua alegria» (Is 9, 1-2).

Comentário, Paulo VI: «Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus» Evangelho segundo S. Lucas 6,17.20-26.

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